Com a descoberta das ricas terras do Brasil, Santa Catarina logo entrou na rota dos navegadores europeus. A primeira expedição significativa a chegar a Santa Catarina foi a do português Juan Dias Solis, em 1515. O litoral catarinense era habitado por índios carijós, do grupo tupi-guarani. O navegador deu o nome de “Baía dos perdidos” às águas entre a Ilha de Santa Catarina e o continente por conta do naufrágio de uma embarcação no local.[10] O território foi concedido a Pero Lopes de Sousa em 1534. Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, na ilha de Santa Catarina, começou a ser criada por Francisco Dias Velho, em 1675. A capitania foi emancipada de São Paulo em 1739. Dez anos depois, vieram os primeiros açorianos trazidos pelo governador Silva Pais, que concedeu enorme estímulo à região. Foi invadida pelos espanhóis em 1777. No entanto, acabou sendo entregue no mesmo ano, como resultado do Tratado de Santo Ildefonso. A mais antiga colônia de imigrantes alemães foi criada em 1829. Santa Catarina foi palco de vários conflitos, principalmente da Revolução Farroupilha, que atingiu a província, no decorrer do período imperial. O descobrimento do carvão mineral em suas terras, ao término do século XIX, concedeu enorme estímulo ao progresso no sul do estado. Novas multidões de imigrantes alemães e também de italianos vieram para a região. Os colonizadores alemães e italianos se ocuparam das pequenas plantações e da vitivinicultura.[9]
Os índices sociais do estado estão entre os mais altos do Brasil. Tem o mais elevado índice de expectativa de vida do país.[11] Possui a terceira menor taxa de mortalidade infantil[12] e taxa de analfabetismo (empatado com São Paulo)[13] e também é a unidade federativa com a mais baixa desigualdade econômica do Brasil.[14] Santa Catarina possui o sexto maior PIB do país[15] e o quinto maior PIB per capita.[16] Com uma economia variada, fortes afinidades à industrialização e um importante polo de exportação e de consumo, é um dos estados que mais expandem na economia brasileira e que responde por 4,76% do produto interno bruto do país.
Francisco Dias Velho, que veio para a ilha hoje denominada Santa Catarina em torno de 1675, haveria concedido essa denominação ao local. Naquele lugar, construiu uma capela em devoção a Catarina de Alexandria, da qual, ao que se diz, uma filha sua possuía o nome.[17][18] Demais autores referem a origem da designação a Sebastião Caboto, que haveria dedicado a ilha. Naquele momento, ele palmilhou a região entre 1526 e 1527. Teria consagrado a santa Catarina, ou antes, homenageou sua esposa, Catarina Medrano.[18] O designativo do estado constitui um empréstimo ao da ilha.[17]
Seus habitantes naturais são denominados catarinenses[19] ou barrigas-verdes.[20][21] A procedência do termo é o colete utilizado pelos soldados das forças do militar português, Joaquim Francisco do Livramento. Estas tropas, em 1753, partiram de Santa Catarina para combater no Rio Grande do Sul e asseguraram ao Brasil a conquista desta capitania.[20][21]
De procedência religiosa, o nome homenageia a santa padroeira do estado.[17][18] Os romanos cultuavam uma divindade antiquíssima, Sancus, que não deixava violar as promessas e juramentos, mandando cumpri-las. Da sua denominação vem o verbo latinosancire, "consagrar". Sanctus, "santo, consagrado, o qual tem que, sobretudo, ser tratado com respeito" é o particípio passado do próprio verbo. Etimologicamente, o termo Catarina vem do gregoekaterina (εκατερινα), "puro, imaculado".[22][23]
No começo do século XVI, a região que é hoje o estado catarinense era povoada pelos carijós, tribo do grupo tupi-guarani. Estes indígenas foram catequizados (educados e apaziguados na fé católica) desde 1549.[24]
Desde o começo da colonização do Brasil, as terras da região sul não despertaram muito interesse dos colonizadores portugueses. Isso devido à ausência de metais preciosos e ao seu clima mais frio (visto que as geadas dificultavam o cultivo de cana-de-açúcar). Os portugueses só começaram a se interessar pela região em meados do século XVII. A povoação de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco, foi estabelecida por Manuel Lourenço de Andrade e seus amigos, em 1658. A atual cidade foi o primeiro povoado permanente na região.[25] O povoado de Nossa Senhora do Desterro, na ilha de Santa Catarina, foi criado pelo bandeirante paulista Francisco Dias Velho, em 1675. Nessa época, o notável povoador esteve junto de seus herdeiros, escravos e criados. Em 1676, a povoação de Laguna foi iniciada por Domingos de Brito Peixoto. A Capitania de Santa Catarina, vinculada à de São Paulo, foi fundada em 1738. Foi desmembrada de São Paulo e incorporada à do Rio de Janeiro, em 1739.[25]
Os conflitos armados se espalharam por toda a costa de Santa Catarina. Derrotados em 1894, os revolucionários, foram seriamente castigados pelas tropas legalistas. Hercílio Luz elegeu-se governador em 1894 e elaborou uma política de apaziguamento da região e de conserto dos problemas infraestruturais que o estado sofreu. Desterro recebeu o nome de Florianópolis, em honra a Floriano Peixoto, após uma reviravolta que custou a vida dos defensores da revolução.[25]
Em 1912, começou a Guerra do Contestado. Este conflito contrapôs os moradores carentes da região localizada entre os rios Negro, Iguaçu, Canoas e Uruguai, e as forças oficiais.[36][37][38][25] José Maria de Santo Agostinho, um curandeiro considerado sagrado, liderava os sertanejos. Além disso, Paraná e Santa Catarina disputavam a região onde moravam, motivo pelo qual a área recebeu a denominação de Contestado.[25] O desentendimento entre as duas unidades federativas e o conflito armado dos caboclos só acabaram por completo em 1916. O território de Santa Catarina foi invadido pelas forças revoltosas, as quais saíram do Rio Grande do Sul, em 1930. Entretanto, Florianópolis opôs resistência até o triunfo da revolução no país inteiro.[25]
Inserido inteiramente no bioma da Mata Atlântica, a vegetação original de Santa Catarina abrange duas formações: florestas e campos. As florestas, que albergam 65% do território de Santa Catarina, foram bastante desmatadas. No entanto, a silvicultura cresceu muito devido aos estímulos do governo e ao progresso da indústria madeireira. No planalto, ocorrem no formato de florestas mistas de coníferas (araucárias) com latifoliadas e, na baixada e sopé da serra do Mar, somente como floresta latifoliada. Os campos aparecem como manchas espalhadas no interior da floresta mista. Os principais constituem os de São Joaquim, Lages, Curitibanos e Campos Novos.[50] Na fauna catarinense, estão catalogadas cerca de 600 espécies de aves,[51] 150 mamíferos.[52] 140 denominações sistemáticas de anfíbios.[53] 1 150 Lepidoptera (borboletas e mariposas),[54] além do cadastro de cerca de 2 300 plantas vasculares.[55]
A Serra do Mar ocupa a baixada litorânea na parte oeste. No norte do estado, compõe a borda montanhosa de um planalto razoavelmente médio. Possui traço muito diferente do que abriga em demais estados como Paraná e São Paulo. Em Santa Catarina, constitui uma faixa de montanhas, com pontos acima de mil metros. Esta é formada por um grupo de maciços isolados pelos vales profundos dos rios que descem para o oceano Atlântico. Pela retaguarda da serra do Mar, prolonga-se o planalto paleozoico. Sua área aplainada está dividida em espaços separados pelos rios, que descem para leste. O planalto paleozoico diminui de altitude de norte a sul. Na porção sul do estado mistura-se com a planície litorânea, uma vez que a Serra do Mar não se prolonga até essa região de Santa Catarina.[56]
O planalto basáltico compreende boa parte do território da unidade federativa. Constituído por sedimentos basálticos (derrames de lava), alternados com depósitos areníticos, tem como limite a leste uma borda montanhosa denominada de Serra Geral. No norte do estado, a borda do planalto basáltico está situada no sertão. Em direção ao sul, vai chegando progressivamente perto do litoral até que, na divisa com o Rio Grande do Sul, começa a descer diretamente sobre o mar. A área do planalto é razoavelmente média e curva-se levemente para oeste. Os rios, que descem em direção ao estado vizinho do Paraná, cavaram, nele, profundos vales.[56] São pouco férteis os terrenos da floresta ombrófila mista, da mesma forma que os solos dos campos, os quais se aproveitam para a pecuária leiteira e de corte. Os solos de floresta subtropical úmida caracterizam-se por sua fertilidade, apesar de seu grande desgaste por sua utilização imprópria.[57]
O território catarinense abrange dois tipos climáticos. São eles: o subtropical úmido com verões cálidos (Cfa) e o úmido com estios amenos (Cfb). Ambos tem as quatro estações do ano bem definidas e regime de chuvas bem distribuído ao longo do ano. O subtropical Cfa aparece na baixada litorânea e nas porções de menor altitude do planalto (extremidade oeste e vale do rio Uruguai). Possui temperaturas médias registradas de 20 °C, na baixada e no vale do Uruguai e 18 °C na extremidade oeste.[50]
O subtropical Cfb aparece no restante do planalto. Possui temperaturas médias registradas entre 16 e 18 °C, porém, as de verão e de inverno são diferentes, por isso há grande amplitude térmica ao longo do ano. Os invernos são bem frios: em algumas regiões, são observados anualmente cerca de 25 dias de geada.[50] Nessa época, é mais comum a incursão de massas de ar polares, algumas delas mais fortes e abrangentes. Estas fazem as temperaturas caírem para abaixo de zero em várias cidades.[59][60] A maioria delas estão situadas no Meio Oeste, Planalto Norte e Planalto Sul.[61] Nesta última se localizam Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Urubici e Urupema, que estão entre os municípios mais frios do país.[62]
Boa parte do Rio Grande do Sul se situa em latitudes mais inferiores a Santa Catarina. Apesar disso, é nas áreas mais elevadas do planalto sul catarinense em que há uma maior ocorrência de quedas de neve no Brasil nos meses de inverno.[50][63] Santa Catarina também detém o recorde de mais baixa temperatura registrada em território brasileiro por órgãos oficiais. Esta temperatura foi de −14 °C em Caçador em 11 de junho de 1952.[61] Por outro lado, a maior temperatura atingiu 44,6 °C em Orleans no dia 6 de janeiro de 1963. As localidades mais quentes do estado estão localizadas nas regiões do litoral sul, Vale do Itajaí e extremo oeste. Isso porque nesta está a cidade tida como a mais quente de Santa Catarina, Itapiranga. Nessas regiões, as temperaturas podem ultrapassar os 40 °C no verão ou em outras ocasiões extremas.[64]
Campo coberto de neve na zona rural de São Joaquim, na tarde do dia 4 de agosto de 2010
Dos 293 municípios catarinenses (considerando a divisão municipal na época), apenas um tinha população acima dos quinhentos mil. Este município era Joinville, no nordeste do estado. Outros onze tinham entre 100 001 e 500 000 (incluindo Florianópolis), quinze de 50 001 a 100 000. 34 de 20 001 a 50 000, 60 de 10 001 a 20 000. 64 de 5 001 a 10 000, 96 de 2 001 a 5 000 e doze até dois mil.[75] Sua capital, Florianópolis, com seus 421 240 habitantes, concentrava 6,7% da população estadual,[76] além de possuir a sexta maior densidade demográfica (627,24 hab./km²), quase quatro vezes menor que Balneário Camboriú (o município com maior densidade, 2 309,74 hab./km²), enquanto Capão Alto, no noroeste, tinha a menor densidade (2,06 hab./km²).[77]
Santa Catarina também possui os mais diversos credos protestantes ou reformados. São a Igreja Universal do Reino de Deus, a congregação cristã, a batista e a Assembleia de Deus as maiores denominações. Como mencionado, 20,4% da população catarinense se declararam evangélicos. Isso porque 10,98% pertenciam às igrejas de origem pentecostal, 4,20% às evangélicas não determinadas e 4,03% às de missão (4,87%).[91]
Os vicentistas, juntos dos indígenas aculturados, iniciaram a colonização de São Francisco do Sul, Florianópolis e Laguna já no século XVII.[93] Os portugueses, em sua maior parte, açorianos, vieram para Santa Catarina em 1748, para povoar e defender o Brasil meridional de inesperados ataques de espanhóis.[93] Já, os castelhanos, que chegaram da Argentina, estavam dominando terras portuguesas no sul do Brasil. Foram criadas colônias açorianas em pontos de estratégia na costa catarinense, que depois acabaram se espalhando por outras regiões do Brasil meridional. Antes de 1753, entraram 6 492 açorianos no Brasil meridional. Isso equivale a um terço de toda a população de Santa Catarina dos últimos anos do século XVIII.[93]
Um estudo genético foi feito em Costa da Lagoa e em São João do Rio Vermelho, duas comunidades afastadas catarinenses criadas por imigrantes açorianos. Esta pesquisa mostrou a permanência genética desta população perto da açoriana. Apesar disso, houve colaborações africanas e indígenas. A ascendência dessas comunidades é sempre europeia em sua maioria (80,6% a 93,50%). Mas não é restritamente açoriana, porque foi identificada significativa miscigenação africana (12,6% a 4,1%) e indígena (6,8% a 2,4%).[97]
A imigração alemã em Santa Catarina começou em 1828, durante a fundação da colônia de São Pedro de Alcântara pelos primeiros 523 alemães, vindos de Bremen. O imperador Dom Pedro I, que queria colonizar o sul do Brasil e estimular o desenvolvimento econômico da região, incentivou a chegada de alemães para o Brasil. Várias outras colônias alemãs foram fundadas no estado e foram se espalhando pelo interior. As mais prósperas foram as colônias de Blumenau, em 1850, e de Joinville em 1851.[93] Ambas as colônias foram as que deram certo na colonização alemã no estado, porque foi por meio delas que os imigrantes alemães se espalharam. Os alemães mantiveram-se afastados durante decênios em suas colônias, mantendo pouco contato com o resto da população brasileira. Como resultado, os alemães, enfim, mantiveram seu idioma e hábitos intocados, sem adquirir várias influências vindas de fora.[93] Esse afastamento fez com que surgisse em Santa Catarina uma forte origem germânica, percebida em diversas características da sua população. O estado catarinense tem atualmente a maior quantidade de descendentes de alemães no Brasil. Segundo uma fonte, mais de 40% da população catarinense é descendente de alemães.[93] Outra fonte afirma que eles são 25% da população.[98]
A imigração italiana foi a maior corrente imigratória já acolhida por Santa Catarina. Os italianos vieram ao estado em 1875, procedentes especialmente das regiões do Vêneto e da Lombardia.[93] Dessa forma, como aconteceu com os alemães, foram fundadas mais de dez colônias de imigrantes italianos, sendo as mais desenvolvidas na região do vale do rio Tubarão.[93] As mais antigas colônias de imigrantes italianos foram criadas na costa catarinense. As doenças tropicais e o clima um pouco mais quente atingiram os imigrantes, conduzindo as colônias ao fracasso.[93] No começo do século XX, italianos, que vieram do Rio Grande do Sul, migraram para o oeste catarinense, e ali as colônias italianas se desenvolveram. Cerca de metade da população do estado é descendente de italianos.[93][99]
Em agosto de 1869, veio ao porto de Itajaí, desembarcando do navio "Vitória", o primeiro agrupamento de emigrantes poloneses da Alta Silésia. Este era formado pelas famílias de Francisco Polak, Nicolau Wos, Boaventura Polak, Tomás Szymanski, Simão Purkot, Filipe Kokot, Miguel Prudlo, Simão Otto. No total, havia 64 pessoas.[93] Estabeleceram-se na colônia Brusque, na região de "Sixteen Lots". Mais de 5% da população catarinense são filhos, netos e bisnetos de poloneses (280 mil pessoas).[93]
Os escravos africanos e seus filhos, netos e bisnetos também contribuíram para formar o povo catarinense. No ano de 1796, os escravos formavam 22% da população da ilha de Santa Catarina e os forros 1,8%. Em 1864, a capital possuía 21 136 habitantes, e os escravos ainda eram por volta de 18% da população. Ao passo disso, os "pardos e pretos" livres contavam 1381, 6,5% de todo o contingente.[100]
Atualmente vivem no estado de Santa Catarina pouco mais de 16 mil indígenas, distribuídos em vinte e oito grupos, que ocupam área de 96 581,346 4 hectares de extensão. Um total de vinte e oito já se encontram demarcadas definitivamente pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão do governo brasileiro responsável pela questão. Nelas se encontra a totalidade dos indígenas residentes no estado.[101] Dessas, destaca-se a de maior área, a reserva indígena Xapecó, que abrange os municípios de Abelardo Luz, Ipauçu e Entre Rios.[101]
Conforme pesquisa de autodeclaração do censo de 2010, 83,85% dos catarinenses declararam-se brancos, 12,61% pardos, 2,86% pretos, 0,41% amarelos e 0,25% indígenas, além dos sem declaração (0,01%).[102] 99,81% eram brasileiros (99,72% natos e 0,10% naturalizados) e 0,19% estrangeiros.[103] Entre os brasileiros, 95,45% nasceram no Sul (82,11% no próprio estado) e 3,92% em outras regiões. Deste total, 2,37% nasceram no Sudeste, 0,95% no Nordeste (1,92%), 0,40% no Centro-Oeste e 0,21% no Norte.[104] Muitas pessoas migram de outros estados brasileiros para Santa Catarina em busca de trabalho ou melhores condições de vida. Dentre os estados, o Rio Grande do Sul tinha o maior percentual de residentes (6,76%). Este é seguido por Paraná (6,58%) e São Paulo (1,59%).[105]
Segundo uma pesquisa de 2013, a composição genética de Santa Catarina é a seguinte: 79,7% de sangue europeu, 11,4% africana e 8,9% indígena.[106]
De acordo com dados do "Mapa da Violência 2012", publicado pelo Instituto Sangari e pelo Ministério da Justiça, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes, que era de 6,7 em 1980, subiu para 13,0 em 2009 (ficando abaixo da média nacional, que era de 27,0). Entre 2000 e 2010, o número de homicídios subiu de 423 para 805. Em geral, Santa Catarina desceu uma posição na classificação nacional das unidades federativas por taxa de homicídios, passando da vigésima-sexta em 2000 para a vigésima-sétima em 2010. Florianópolis e RM possuíam taxas três vezes maiores que a do estado (16,9), enquanto, no interior, o mesmo era duas vezes menor que a média estadual (9,6).[117]
Em 2000, 25 municípios registravam uma taxa de homicídios de 7,2, número que caiu para 4,7 em 16 cidades em 2010. Considerando-se todos esses municípios, totalizam-se 108. Entre os municípios acima de 500 000, destaca-se apenas Joinville, que apresentou aumento relacionadamente equilibrado nos níveis de violência. Entre os municípios de 200 000 a 500 000 habitantes, se observa o maior aumento em Florianópolis, Blumenau e São José. Em segunda posição, no conjunto de 23 municípios abrangidos na faixa de 50 a 200 mil pessoas, destaca-se para os altos índices de violência. Estes aumentaram em Itajaí, Balneário Camboriú e Navegantes. Ao mesmo tempo, a região metropolitana da capital registrou um forte aumento de 108,0% nas taxas de homicídios. Enquanto o interior do estado havia registrado uma queda de 9,6%.[117][118]
Desde 1823 a capital de Santa Catarina é Florianópolis, cuja denominação da cidade era Nossa Senhora do Desterro, em homenagem à sua santa padroeira. O nome foi alterado durante o término da Revolução Federalista, em 1894, e a população do município ainda contesta essa mudança. A denominação Florianópolis é uma homenagem ao então presidente Floriano Peixoto. Dessa denominação vem a alcunha Floripa, pela qual a cidade é conhecida.[120]
O poder executivo catarinense está centralizado no governador do estado. Este é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até quatro anos de duração. Pode ser reeleito para mais um mandato. Ele é o responsável pela nomeação dos secretários de estado, que auxiliam no governo.[116] A sede do governo estadual é o Centro Administrativo, localizado no bairroflorianopolitano de Saco Grande.[121]
Desde o começo do período republicano, assumiu pela primeira vez o governo do estado o militar, engenheiro e diplomata Lauro Müller. Esteve no poder entre 2 de dezembro de 1889 e 24 de agosto de 1890. Depois da Revolução de 1930, Santa Catarina foi o estado onde ocorreu a primeira invasão pelas forças que levariam Getúlio Vargas ao poder. Entre 1930 e 1945, interventores federais governaram o estado. No decorrer destes quinze anos, houve um pequeno período, entre 1935 e 1937. Nessa época o Poder Executivo estadual foi dirigido por um governador eleito, Nereu Ramos, que o Estado Novo manteve como interventor em 1937.[39]
Foi apenas no ano de 1947 onde ocorreu a posse do primeiro governador eleito por sufrágio universal, Aderbal Ramos da Silva. Este se elegeu pela segunda vez para um mandato entre 1956 e 1961.[39] Em 1966, assumiu o governador Ivo Silveira, que se elegeu. Após essa época, dois governadores foram eleitos pela Assembleia Legislativa: Colombo Sales e Antônio Carlos Konder Reis; e um por voto popular, Jorge Bornhausen.[127] O atual chefe do executivo catarinense é Jorginho Mello, tendo como vice, Marilisa Boehm.[42] O vice-governador substitui o governador caso este renuncie sua posição, seja afastado do poder ou precise afastar-se do cargo temporariamente.[116]
O poder judiciário tem a função de julgar, conforme leis criadas pelo legislativo e regras constitucionais brasileiras, sendo composto por desembargadores. Além disso, é formado pelos tribunais de júri, juizados especiais e juízes de direito, substitutos e de paz.[116] A maior corte do Poder Judiciário catarinense é o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, localizado no Centro Cívico Tancredo Neves.[129] Representações deste poder estão espalhadas pelo território estadual por intermédio de unidades denominadas de comarcas. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, Santa Catarina possuía, em novembro de 2016, 5 005 356 eleitores, representando 3,403% do eleitorado brasileiro, o décimo maior do país.[130]
O brasão de Santa Catarina é formado por uma estrela de cinco pontas de argento com uma águia de asas abertas. Esta segura com a pata direita, uma chave, com a esquerda, uma âncora, de jalde e cruzadas. No peito da águia, um pequeno escudo com a data histórica: 17 de novembro de 1889. Como timbre, um barrete frígio de goles enfiado por cima da ponta superior da estrela-escudo. Como suportes, dois colmos, um de trigo, à esquerda, e outro de café, à direita, unidos por uma faixa de goles com as pontas leves. Esta mostra a inscrição "Estado de Santa Catarina", em letras de argento.[131][132] A estrela simboliza a integração dos municípios; a águia representa as forças produtivas. A chave, sua localização estratégica no sul do Brasil; a âncora, o oceano Atlântico, que banha Santa Catarina. A data, 17 de novembro de 1889, o dia em que foi adotada a república na antiga província, elevada à categoria de estado. Apresentando a lavoura da serra e a da costa, há dois ramos de trigo (à direita) e de café (à esquerda). Estes se encontram unidos por um listel onde está escrito: "Estado de Santa Catarina". Como timbre, o barrete frígio simboliza a república.[131][133][132]
Surgiu como unidade política em 1738 com três cidades. A vila mais antiga é a de São Francisco do Sul, fundada em 1658, e a última desse período foi Lages, criado em 1770.[48] Com a Independência do Brasil as províncias foram organizadas em 1823 e nesse ano o território já estava dividido em quatro cidades.[48] Do Império até a República passou de vinte para 295 cidades. Santa Catarina é o sexto estado com o maior número de municípios e a terceira da Região Sul, atrás do Paraná.[135]
O governo do estado divide o território em regiões de gestão e planejamento, estabelecidas com o objetivo de centralizar as atividades das secretarias estaduais. Seus limites nem sempre coincidem com os das mesorregiões e microrregiões. As 35 regiões administrativas do estado são: Araranguá, Blumenau, Braço do Norte. Brusque, Caçador, Campos Novos. Canoinhas, Chapecó, Concórdia. Criciúma, Curitibanos, Dionísio Cerqueira. Ibirama, Itajaí, Itapiranga. Ituporanga, Jaraguá do Sul, Joaçaba. Joinville, Lages, Laguna. Mafra, Maravilha, Palmitos. Quilombo, Rio do Sul, São Joaquim. São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste. Seara, Taió, Timbó. Tubarão, Videira e Xanxerê.[139]
Em extensão territorial, os maiores municípios catarinenses são: Lages (2.644,313 km²); São Joaquim (1.884,640 km²); Campos Novos (1.679,848 km²); Bom Retiro (1.407,064 km²); Painel (1.164,292 km²); São José do Cerrito (1.124,066 km²); Ouro (1.099,015 km²); Anita Garibaldi (954,483 km²); Abdon Batista (941,799 km²).[140]
Santa Catarina possui a sexta economia brasileira, com um Produto Interno Bruto de 466.274 bilhões de reais em 2022, valor correspondente a 4,6% do PIB nacional.[144]
O estado também tem uma intensa participação no Comércio Exterior, sobretudo nas importações. Em 2022, Santa Catarina foi o segundo estado mais importador do Brasil (aproximadamente US$ 29 bilhões), atrás apenas de São Paulo, e o décimo nas exportações (aproximadamente US$ 12 bilhões).[145] Desde meados de 2009, Santa Catarina importa mais do que exporta. No período de 12 meses encerrados em maio de 2023, a balança comercial catarinense apresentou foi deficitária em R$ 17,4 bilhões.[146]
A pecuária bovina ocorre especialmente em campo natural, de modo extensivo, e nas regiões de florestas, em pequena quantidade, com os animais sujeitos à semi-estabulação. Nessas áreas onde a agricultura constitui a fonte de renda majoritária, a produção se dirige para os porcos, principalmente no planalto basáltico. Nessa região, onde a milhocultura garante ração apropriada aos animais, a criação de porcos teve grande desenvolvimento no estado. Isso em consequência da evolução dos abatedouros baseados no processamento de carne suína,[50] como a Perdigão,[148] a Sadia,[149] a Aurora[150] e a Seara.[151] Todas elas têm sede no estado. Grande crescimento ocorreu também na avicultura,[50] com a chegada do frango Chester no mercado brasileiro na década de 1980.[148][152] Em 2012, Santa Catarina foi também o segundo maior criador brasileiro de coelhos. Tem um efetivo de 37 501 rebanhos, somente atrás do Rio Grande do Sul e à frente do Paraná.[153]
Santa Catarina é um dos mais importantes produtores de pescado do país. A pesca, especialmente a praticada em modelos pré-industriais, exerce fundamental função no quadro econômico estadual. A fonte de renda, que remonta à procedência açoriana da população, expande-se sobretudo em Florianópolis, Navegantes e Itajaí.[50]
As riquezas minerais e vegetais contribuem de maneira decisiva para o desenvolvimento da produção no estado.[154] Dentre as primeiras sobressaem as reservas florestais, constituídas sobretudo pelos pinheirais, apesar de sua grande extração. E os ervais, que permitem ao estado continuar como importante produtor da erva-mate. O estado de Santa Catarina é um dos grandes produtores de papel e celulose do país.[155][154]
Na extração mineral, as ocorrências de carvão, sobretudo nas regiões da baixada litorânea (Urussanga, Criciúma, Lauro Müller e Tubarão), são agentes fundamentais no progresso econômico da região.[156] Os carvões de Santa Catarina são os mais uniformes do país, embora tenham defeitos. São abundantes em piritas, têm altas quantidades de cinza, etc.[156]
Os requisitos de extração do carvão mineral têm melhorado sensivelmente, sob a ótica técnica e dos equipamentos utilizados. Santa Catarina tem também as mais extensas reservas brasileiras de fluorita e sílex (em produção). Outros recursos minerais existentes constituem os sedimentos calcários de Brusque, de mármore, de galena argentífera e de minério de manganês, nem todos, no entanto, extraídos economicamente.[156]
Setor secundário
Santa Catarina tinha em 2018 um PIB industrial de R$ 66,3 bilhões, equivalente a 5% da indústria nacional. Emprega 804.796 trabalhadores na indústria. Os principais setores industriais são: Construção (17,9%), Alimentos (14,5%), Serviços Industriais de Utilidade Pública, como Energia Elétrica e Água (7,5%), Vestuário (7,4%) e Máquinas e materiais elétricos (5,8%). Estes 5 setores concentram 53,1% da indústria do estado.[157]
O setor secundário é segundo mais relevante da economia catarinense ao nível nacional. Em 2013, a participação da indústria representava 4,9% do valor total adicionado à de todo o Brasil.[147]
Os mais importantes centros fabris de Santa Catarina são Joinville e Blumenau.[156] O primeiro possui personalidade variada, com indústrias têxteis, de alimentos, fundições e fábricas de automóveis. Blumenau centraliza sua atividade na indústria têxtil, na metalmecânica e na de "softwares".[156] Além disso, as cervejarias artesanais expandiram-se recentemente.[158] No interior do estado, aparecem inúmeros centros industriais menores, associados tanto à indústria madeireira como para o beneficiamento de produtos agropecuários.[156]
O nordeste do estado (entre Joinville e Jaraguá do Sul) merece destaque na fabricação de motocompressores, autopeças, refrigeradores, motores e componentes elétricos, máquinas industriais, tubos e conexões.[156] No sul do estado (inclusive os municípios de Imbituba, Tubarão, Criciúma, Içara e Urussanga), por seu turno, estão concentradas as maiores fábricas de cerâmica de revestimento do Brasil. O estado de Santa Catarina ainda é o maior produtor brasileiro de louças e cristais.[156]
Setor terciário
O setor terciário é o menos relevante para a economia catarinense ao nível nacional. Em 2013, a participação dos serviços representava somente 3,6% do valor total adicionado à de todo o Brasil.[147]
Segundo a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) realizada pelo IBGE em 2013, existiam no estado 76 095 empresas,[159] das quais 308 113 eram locais.[160]
Em 2013, trabalharam para todas essas empresas, 560 945 trabalhadores, que totalizavam ao todo uma receita bruta de R$ 55 944 815. Juntos com salários e outras remunerações somavam um total de 10 776 363.[159]
Em Santa Catarina, existiam, em 2015, 592 agências (instituições financeiras), que renderam R$ 71 121 160 249 mil em operações a crédito. 108 094 736 mil em depósitos à vista do governo. 5 215 932 191 mil em privados. 37 528 225 778 mil em poupança. 26 668 289 042 mil a prazo e 16 924 967 mil em obrigações por recebimento.[161]
O estado de Santa Catarina comporta um território repleto de contrastes: as serras contrastam com a costa de lindas praias, baías, enseadas e mais de dez ilhas. Na arquitetura, diversos municípios preservam as edificações típicas à época da colonização. Ao passo disso, a capital, Florianópolis, é uma cidade de prédios inovadores e requintados, caracterizada pela grande participação dos jovens, dos esportes náuticos e dos campeonatos de surfe. Entre os balneários destacam-se Bombinhas, a qual é tida como a capital brasileira do mergulho, e Balneário Camboriú, uma das praias mais famosas.[162]
Atualmente, visitar o estado de Santa Catarina é uma possibilidade de entender uma característica mistura de nacionalidades. Isto se revela não somente na cultura, porém, da mesma forma no patrimônio histórico. Além disso, há no estado outras grandes atrações, como as elevadas médias térmicas do verão. Estas movimentam numerosos turistas para suas belas praias, distribuídas por destinos como Balneário Camboriú, Bombinhas, Itapema, Garopaba, Joaquina, Praia Mole e da Vila em Imbituba. Neste lugar ocorre etapa do principal campeonato de surfe do mundo, o WCT. E o excessivo frio do inverno da Serra Catarinense com intensas geadas — ocasionalmente seguido pela neve —, assegurando confortáveis e apaixonados roteiros. Tanto no inverno como verão, há muitas escolhas de passeios para o ano todo.[162]
No Vale do Itajaí — sobressaindo Penha, onde existe o Beto Carrero World, e Blumenau — estão concentrados destinos onde o bom é o turismo de negócios. Limitando-se com Blumenau está Gaspar. A cidade é conhecida pela Igreja Matriz e pela Rota das Águas. Esta contém mais de nove parques aquáticos, o mais conhecido deles é o Cascaneia. Já no município de Timbó, o destaque está para os bons locais para a realização de esportes radicais como o rafting, canyoning e práticas verticais. No município de Fraiburgo, subordinada à Rota da Amizade, o destaque fica por conta do plantio da maçã. Podem ser conhecidas as várias fases deste cultivo, como a floração da Malus domestica, o plantio dos frutos. Além disso, conta com a estrutura presente na Terra da Maçã para o acolhimento dos visitantes.[162]
Chamado de "um pedaço da Europa encravado no Sul do país", o estado de Santa Catarina possui um dos mais altos índices de desenvolvimento econômico do Brasil. Este progresso está apoiado em uma produção industrial bem variada. Um importante ponto turístico constitui o Farol de Santa Marta, o maior das Américas e o terceiro maior do mundo.[162]
Tem crescido constantemente a movimentação turística para o estado, vinda principalmente de São Paulo e dos países do Prata.[163] O mais importante fator de atração dos turistas constituem as lindas praias da ilha de Santa Catarina, assim como os balneários de Laguna, Camboriú, Porto Belo e Itajaí.[163]
Também é foco de movimentação a zona de colonização alemã, com centro em Blumenau, porém, alcançando, nos arredores, Pomerode e Timbó e compreendendo, mais para o norte, Joinville. Os municípios da região incentivam a edificação das antigas casas de enxaimel (caibros atravessados de maneira a segurar o barro, que compõe as paredes).[163]
São tidas como boas as condições de saúde do estado, muito embora ainda não tenha sido possível erradicar algumas endemias rurais.[132] Em 2009, a estrutura dos hospitais abrangia uma rede de 4 470 estabelecimentos, os quais contavam com 15 557 leitos. Estes eram atendidos, em 2010, por 33 788 médicos, 4 420 enfermeiros e 6 824 auxiliares de enfermagem.[164][165] São quatro os órgãos federais que realizaram atividades no estado. Departamento Nacional de EndemiasRurais (educação sanitária, atividades de saneamento básico, campanhas de vacinação contra a ancilostomose, doença de Chagas, febre amarela, filariose, malária e tracoma). Serviço Nacional de Doenças Mentais. Serviço Nacional da Lepra e Serviço Nacional de Tuberculose.[132] Em 2005, 79,1% da população catarinense possuíam acesso à rede de água,[166] ao passo que 82,6% eram beneficiados pela de esgoto sanitário.[166]
De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2008, 76,6% da população catarinense avaliavam sua saúde como boa ou muito boa. 67,4% realizavam consulta médica periodicamente. 48,0% dos habitantes consultavam o dentista regularmente e 6,9% estiveram internados em leito hospitalar nos doze meses anteriores. 35,2% dos habitantes declararam ter alguma doença crônica e apenas 28,5% tinham plano de saúde. Outro dado significante é o fato de 71,9% dos habitantes declararem necessitar sempre do Programa Unidade de Saúde da Família — PUSF.[167]
Na questão da saúde feminina, 42,5% das mulheres com mais de 40 anos fizeram exame clínico das mamas nos doze meses anteriores. 51,9% das pessoas do sexo feminino entre 50 e 69 anos, mamografia nos dois anos anteriores. 83,4% das mulheres entre 25 e 59 anos, preventivo para câncer do colo do útero nos três anos anteriores.[167]
Em 2021, as principais causas de mortes em Santa Catarina foram infecção por coronavírus (14.600 óbitos), infarto do miocárdio (2.707), diabetes (2.259), câncer dos brônquios ou pulmões (1.419) e acidente vascular cerebral (1.207).[168]
Em 2015, foram registradas matrículas de 837 814 discentes, nas 3 250 instituições educacionais de ensino fundamental em Santa Catarina. Destas, 954 eram do estado, 1 912 do município, 383 da iniciativa privada e uma da União. No que diz respeito ao corpo docente, era igualmente formado por de 48 904 professores, Destes, 18 433 ensinavam em instituições de ensino do estado. 69 lecionavam em escolas da União, 23 550 nas do município e 6 852 nas da iniciativa privada.[169]
O ensino médio, em 2015, era lecionado em 990 estabelecimentos com 242 153 discentes registrados por matrícula, atendidos por 18 879 docentes. Dos 242 153 alunos, 198 952 encontravam-se nas escolas do estado. 7 415 estavam nas da União e 1 215 nas dos municípios e nas 34 571 da iniciativa privada.[169][nota 2]
Em 2010, a taxa de analfabetismo estadual era de 3,2%, a mais baixa do Brasil.[170] A taxa de escolarização na faixa etária de 6 a 14 anos é de 99,2%, tornando o estado líder nesse quesito.[170] Em 2009, 14,0% da população catarinense é de analfabetos funcionais.[171] O IDH-educação de Santa Catarina é o 3.º mais alto do Brasil (0,934).,[166]
O estado possui, segundo dados do IDEB, o melhor índice de proficiência em leitura e redação do Brasil, ao contrário do ente federativo irmão nordestino, Maranhão.[173]
Em 2019, Santa Catarina contava com 62.871 km de estradas, sendo 9.321 km pavimentados, e destes, 556 km eram vias duplicadas.[174] A malha rodoviária de Santa Catarina compreende as diversas regiões do estado. As rodovias estaduais de Santa Catarina são comandadas pelo Departamento de Transportes e Terminais. Esta é responsável por consertar e vigiar a maior parte das vias públicas que ligam as cidades e as zonas rurais do estado. A presença de pedágios, em suas rodovias, é proibida pela Constituição Estadual de 1989.[127]
Cinco portos especializados — São Francisco do Sul, Itajaí, Itapoá, Imbituba e Navegantes — compõem o sistema portuário de Santa Catarina. O primeiro, basicamente exportador, constitui o maior porto graneleiro do estado. O de Itajaí é reservado principalmente à exportação de açúcar e congelados e ao transporte de combustíveis. Ao passo disso, Imbituba representa um terminal carbonífero e Laguna, porto pesqueiro.[175][156]
As estradas de ferro de Santa Catarina, gerenciadas em parte pela América Latina Logística, possuem dois troncos principais. Estes atravessam o estado na direção norte-sul: um, corta Mafra e Lages e o outro, Porto União, Caçador e Joaçaba. No norte do estado, uma linha em direção leste-oeste conecta as cidades com a costa. Atende Porto União, Canoinhas, Mafra, São Bento do Sul, Joinville e São Francisco do Sul. Outras ferrovias catarinenses atendem o vale do Itajaí e a região carbonífera, conectando-a aos portos de Laguna e Imbituba.[175][156]
Em Santa Catarina, há diversas empresas de abastecimento de água. Em 195 dos 295 municípios catarinenses, a empresa de água e saneamento básico é a Casan.[182]
No que diz respeito à energia elétrica, há uma empresa em território estadual, Centrais Elétricas de Santa Catarina.[183] O potencial hidrelétrico de Santa Catarina não está completamente explorado, e usinas termelétricas produzem boa parte da energia consumida no estado. O carvão-vapor é usado no funcionamento dessas usinas. Essa utilização colabora não só para a ampliação da produção termelétrica como também garante comércio em desenvolvimento para o aumento do consumo da produção de carvão no estado.[156]
Em Capivari de Baixo está o mais extenso complexo termelétrico a carvão da América Latina. O Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda, com 857 megawatts, fazia parte da estatal Eletrosul Centrais Elétricas até a privatização, em 1997. Atualmente pertence à Tractebel Energia, empresa sediada em Florianópolis, filial do grupo francês GDF Suez. É importante ressaltar-se que nos últimos anos vem crescendo no estado a captação e a geração de energia a partir doutras fontes. Pode-se exemplificá-lo pela Usina de Cogeração Lages desde a biomassa gerada pelos resíduos da madeira. Os parques eólicos de Bom Jardim da Serra e Água Doce. As usinas de Biogás a partir da captação do gás metano de dejetos de animais em Itapiranga e Pomerode. E a começar de sólidos urbanos em Itajaí, da geração fotovoltaica na Megawatt Solar em Florianópolis (a maior da América Latina integrada a edifício). E na Cidade Azul (a mais extensa do Brasil e segunda da América Latina), localizada no município de Tubarão.[184]
Existem serviços de "internet" discada e banda larga (ADSL) sendo fornecidos por vários provedores de acesso gratuitos e pagos. O serviço de telefonia fixa é fornecido por algumas operadoras, como a Brasil Telecom.[185] O código de área (DDD) do estado é variável, entre 047 e 049.[186][187][188] No dia 17 de novembro de 2008, as regiões leste e sul começaram a serem atendidas pela portabilidade. Juntaram-se a outras cidades de DDDs 85 e 88 (Ceará), 98 e 99 (Maranhão).[189]
A secretaria encarregada das comunicações em todo o estado de Santa Catarina é a Secretaria de Comunicação, atuando tanto na assessoria da imprensa, quanto no "marketing" e na Internet. Há vários jornais em diversos municípios do estado, como, por exemplo, A Notícia (em Joinville), Notisul (em Tubarão), A Tribuna (em Criciúma). Jornal de Santa Catarina (em Blumenau), Jornal Vale do Itapocu (em Jaraguá do Sul), Correio Lageano (Lages). Oi São José (São José), Jornal Médio Vale (Timbó), etc.[190] Ambos os periódicos de maior influência do Brasil,[191]Diário Catarinense e Correio da Ilha, são catarinenses e suas sedes são mantidas na capital estadual.[190]
A origem da cultura de Santa Catarina se encontra na diversidade. Esta resulta da presença dos portugueses (açorianos e madeirenses), dos alemães do Vale do Itajaí, e pela pequena Itália localizada ao sul. Estes, após sua chegada a Santa Catarina trouxeram uma enorme bagagem cultural. Esses povos são caracterizados pela importância das tradições da sua população e por festividades religiosas que foram muito importantes para a formação da cultura do estado.[194]
Santa Catarina reflete todos os povos colonizadores que constituem harmoniosamente a cultura desse estado. Por esse motivo, pode-se dizer que a culinária de Santa Catarina é abundante em frutos do mar (influência de Portugal), tais como peixes, camarões e mariscos. Estes podem apresentar variações no seu modo de preparar e segundo a espécie. Podem ser destacados como alguns alimentos mais comuns: peixe ensopado (com sal e ervas de cheiro) acompanhado com pirão e farinha de mandioca. Peixe frito (oferecido em pedaços e envolvido em farinha de mandioca ou de trigo até fritar), grelhado na brasa e/ou na folha de bananeira. Peixe assado, camarão à milanesa, caldo de camarão, ovas de tainha, entre outros. Além disso, existe a geleia de morango, bolo de mel, kutiá, torta de ricota e vereniqué (pastel cozido).[194] No artesanato, destacam-se os artigos feitos de vime, lã e couro. Renda de bilros. A produção de bonecos de pano. Pintura em porcelana e a arte de escultura em madeira, que merece destaque por ter artesãos que fabricam peças para ilustres colecionadores.[194]
Além disso, na costa, existem muitos casarões de arquitetura portuguesa. Nas regiões do Vale do Itajaí e no norte do estado, podem ser encontradas também a arquitetura alemã. Esta é mais conhecida como estilo enxaimel. O município de Treze Tílias, por seu turno, foi criado por imigrantes austríacos da região do Tirol e parece uma vila alpina.[194]
Outras festas folclóricas famosas no estado são o Terno de Reis, em janeiro. O boi-de-mamão, em janeiro e fevereiro, uma aparência de pantomima onde prevalece a imagem de um boi de papelão ou madeira. Esta é acompanhada de pessoas, fantasia, dançarinos e cantores; e a farra do boi, na semana santa. Da culinária de Santa Catarina, os pratos mais famosos são a bijajica (bolinho de polvilho, ovos e açúcar, fritado em banha). E o Ente mit Rotkohl (marreco com repolho roxo), iguaria da região de Brusque. No mês de abril ocorre a Expofeira Nacional da Cebola no município de Ituporanga, período em que as festas são realizadas. O evento, a cada edição, se firmou como habitual para excursões, promoção de agronegócios e divulgação de novas tecnologias no setor agropecuário. Entre maio e julho ocorre em Lages a Festa Nacional do Pinhão, com pratos típicos feitos de pinhão, considerado o mais importante festival tradicionalista brasileiro. E em Urussanga, no sul do estado, a Festa do Vinho e a festa Ritorno Alle Origini merecem destaque como festas da imigração italiana na região.[196]
Santa Catarina é sede de eventos esportivos nas mais diversas modalidades, seja de importância local, nacional e até mesmo internacional, entre os quais os Jogos Abertos de Santa Catarina. Os Joguinhos, a Olimpíada Estudantil (Olesc), os Jogos Escolares (JESC). Campeonato Escolar de Futsal (MOLEQUE), os Jogos Abertos Paradesportivos (PARAJASC), os Escolares Paradesportivos (PARAJESC). Os Abertos da Terceira Idade (JASTI) e Dança Catarina, todos realizados pela secretaria estadual do esporte.[200]
Em Santa Catarina há dois feriados estaduais: o dia 11 de agosto, data magna do estado, e o dia 25 de novembro, festa litúrgica de Santa Catarina de Alexandria.[227][228] Estes feriados foram oficializados por meio das leis n.º 10 306/1996 e 12 906/2004, ambas revogadas pela Lei Estadual n.º 16 719/2015.[227][228]
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