Em 2023, conta com aproximadamente 16 mil integrantes.[3]
História
Inácio de Loyola, de origem nobre, foi ferido em combate na defesa da fortaleza de Pamplona contra os franceses em 1521. Durante o período de convalescença dedicou-se à leitura do Flos Sanctorum, após o que decidiu-se a desprezar os bens terrenos em busca dos sobrenaturais.[4] No santuário de Monserrat fez a sua 'vigília d'armas' e submeteu-se a uma confissão geral. Abandonou a indumentária fidalga substituindo-a pela dos mendicantes. Retirando-se para a gruta de Manresa ali entregou-se a rigorosas penitências e escreveu a sua principal obra o Livro de Exercícios Espirituais, admirável sobretudo por não ter ainda o autor conhecimentos teológicos acadêmicos.[4]
Inácio de Loyola escreveu as constituições jesuítas, adotadas em 1554, que deram origem a uma organização rigidamente disciplinada e guerreira, como se de uma primitiva ordem de cavalaria se tratasse, enfatizando a absoluta abnegação e a obediência ao Papa e aos superiores hierárquicos (perinde ac cadaver, "disciplinado como um cadáver", nas palavras de Inácio). O seu grande princípio tornou-se o lema dos jesuítas: Ad maiorem Dei gloriam ("Para a maior glória de Deus").[6]
Acompanhado por Fabro e Laynez, Inácio viajou até Roma, em outubro de 1538, para pedir ao papa a aprovação da ordem. O plano das Constituições da Companhia de Jesus foi examinado por Tomás Badia, mestre do Sacro Palácio, e mereceu sua aprovação. A congregação de cardeais, depois de algumas resistências, deu parecer positivo à constituição apresentada.[4] Em 27 de setembro de 1540 Paulo III confirmou a nova ordem através da bula Regimini militantis Ecclesiae,[nota 3][7] que integra a "Fórmula do Instituto", onde está contida a legislação substancial da ordem, cujo número de membros foi limitado a 60. A limitação foi, porém, posteriormente abolida pela bula Injunctum nobis de 14 de março de 1543.
O papa Paulo III autorizou que fossem ordenados padres, o que sucedeu em Veneza, pelo bispo de Rab, em 24 de junho. Devotaram-se inicialmente a pregar e em obras de caridade em Itália. A guerra reatada entre o imperador, Veneza, o papa e os turcos seljúcidas tornava qualquer viagem até Jerusalém pouco aconselhável. Inácio de Loyola foi escolhido para servir como primeiro superior-geral. Enviou os seus companheiros e missionários para vários países europeus, com o fim de criar escolas, liceus e seminários.
A Companhia de Jesus foi fundada no contexto da Reforma Católica (também chamada de Contrarreforma). Os jesuítas fazem votos de obediência total à doutrina da Igreja Católica, tendo Inácio de Loyola declarado:
Acredito que o branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da igreja assim o tiver determinado.
A companhia logo se espalhou muito. Em Portugal, D. João III pediu missionários e lhe foram enviados Simão Rodrigues, que fundou a província, e S. Francisco Xavier, que foi enviado ao Oriente. Na França tiveram a proteção do Cardeal de Guise. Na Alemanha, os primeiros foram Pedro Faber e Pedro Canísio e outros, que foram apoiados pela casa da Baviera, logo dirigiram colégios, ensinaram em universidades e fundaram congregações.[8] A causa das perseguições contra a companhia costuma ser sua íntima união com a Santa Sé, a universalidade do apostolado e a firmeza de princípios.[8] Os jesuítas alcançaram grande influência na sociedade nos períodos iniciais da Idade Moderna (séculos XVI e XVII), frequentemente eram educadores e confessores dos reis dessa altura — D. Sebastião de Portugal, por exemplo.
A Companhia de Jesus teve atuação de destaque na Reforma Católica, em parte devido à sua estrutura relativamente livre (sem os requerimentos da vida na comunidade nem do ofício sagrado), o que lhes permitiu uma certa flexibilidade de ação. Em algumas cidades alemãs os jesuítas tiveram relevante papel. Algumas cidades, como Munique e Bona, por exemplo, que inicialmente tiveram simpatia por Martinho Lutero, ao final permaneceram como bastiões católicos — em grande parte, graças ao empenho e vigor apostólico de padres jesuítas.
Organização
São membros da ordem os professos, os escolásticos e os coadjutores. Os professos devem ser doutores e, além dos três votos comuns têm o de obediência ao papa.[nota 4] O geral, os provinciais, assistentes e os professores de teologia devem ser professos. O geral, além dos assistentes, tem ainda o admoestador. O órgão superior de administração é a Congregação Geral na qual tomam parte todos os professos eleitos por suas províncias. Os assistentes são eleitos pelas províncias e o geral é vitalício.[8]
A companhia possui casas de professos, colégios, residências e missões. O vestuário depende do lugar onde moram, não têm hábito próprio. Não há a obrigação do ofício de côro. Após quinze anos de vida religiosa proferem os últimos votos; devem passar dois anos de noviciado, três de filosofia, alguns de magistério, quatro de teologia, e um segundo noviciado que é chamado de terceiro ano de aprovação.[8] Como em todas as ordens religiosas da Igreja Católica, os jesuítas também têm a prática do retiro espiritual, mas de modo especial praticam os Exercícios Espirituais de Santo Inácio.
Expansão
Em Portugal, o caráter de milícia era evidente, acabando a Companhia por se tornar a arma mais poderosa da Contrarreforma. D. João III, aconselhado por Diogo de Gouveia, solicitou a Loyola o envio de irmãos para a evangelização do Oriente. Ainda em 1540, chegam a Portugal o basco Francisco Xavier (depois São Francisco Xavier) e o português Simão Rodrigues. Este permaneceu no reino e aquele partiu para o Oriente em missão evangélica, chegando ao Ceilão e às Molucas em 1548, e à China em 1552. As missões iniciais no Japão tiveram como resultado a concessão aos jesuítas de um enclave feudal em Nagasaki, em 1580. No entanto, o receio em relação a crescente influência da ordem fez com que esse privilégio fosse abolido no ano de 1587.
Simão Rodrigues, enquanto isso, criara a primeira casa em Portugal, em 1542, concretamente o Colégio de Santo Antão o Velho, em Lisboa, logo se seguindo outros — em Coimbra (1542), Évora (1551) e de novo Lisboa (1553). Em 1555, foi-lhes entregue o Colégio das Artes em Coimbra e, em 1559, a Universidade de Évora. Em 1560 recebem em doação o Colégio de São Paulo, em Braga, por D. Frei Bartolomeu dos Mártires.[carece de fontes?] Logo muitos poderosos passaram a querer jesuítas como confessores.
O jesuíta António de Andrade, padre e explorador português, é o primeiro europeu a visitar o Tibeteː[10] em 1624 chega a Tsaparang a capital do reino tibetano de Guge.[11] Outros missionários jesuítas Gruber e D'Orville chegaram a Lassa em 1661.
Desde 1549, chegara ao Brasil (Bahia) o primeiro grupo de seis missionários liderados por Manuel da Nóbrega, trazidos pelo governador-geral Tomé de Sousa.
As missões jesuítas na América Latina foram controversas na Europa, especialmente na Espanha e em Portugal, onde eram vistas como interferência na ação dos reinos governantes. Os jesuítas opuseram-se várias vezes à escravidãoindígena. Eles fundaram uma série de aldeamentos missionários — chamados missões ou misiones no sul do Brasil, ou ainda reducciones, no Paraguai — organizados de acordo com o ideal católico, que, mais tarde, acabaram sendo destruídos por espanhóis, e principalmente por portugueses, à cata de escravos.
Segundo o historiador Manuel Maurício de Almeida, desde o fim do século XVI houve expansão hispano-jesuítica a partir de Asunción (Assunção) no atual Paraguai, em três frentes pioneiras:
rumo ao Mato Grosso do Sul. Fundada a vila de Santiago de Xerez, que seria o centro da Província de Nueva Vizcaya, havia missões que aldeavam os representantes das comunidades primitivas do Itatim. Projeto com apoio do Estado e da Igreja, para assegurar o controle do vale do rio Paraguai e articular as missões do Itatim com as de Mojos e Chiquitos, de modo a assegurar proteção ao altiplano mineiro na atual Bolívia;
em trechos do atual território do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, aldeias do Tape, Uruguai e Sierra.
As missões na América do Sul eram unidades de produção autossuficientes, com relação de produção do tipo feudal. Cada família cultivava em regime de posse individual e coletiva porções de terra. A retribuição era sempre representada por produtos, realizados coletivamente (tupambaé, "parte de Deus") ou nas terras de posse familiar (abambaé,"parte das pessoas"). O que era reservado à reprodução do sistema econômico, ou comércio, constituía tabambaé ou "parte da aldeia". Havia um cabido rudimentar, presidido por um corregedor indígena eleito pela comunidade. A ideologia religiosa era católica.
Com a ocupação dos portos negreiros na África, São Jorge da Mina, São Tomé e São Paulo de Luanda, pelos holandeses, o apresamento de índios se expandiu na segunda metade do século XVII para muito além das vizinhanças do planalto de Piratininga, força de trabalho escrava mais lucrativa — principalmente Guairá. Autoridades espanholas favoreceram mesmo, na vigência da União Ibérica, a destruição das missões.
Em 30 de julho de 1609, uma lei de Filipe III declarou livres todos os índios. Sob influência da Companhia de Jesus, a escravidão era proibida, mas se mantinha sobre eles a jurisdição dos jesuítas. Houve reclamações tamanhas, por se ter desordenado a economia da colônia, principalmente do Rio de Janeiro e de São Paulo, que a Coroa retrocedeu, por lei de 10 de janeiro de 1611 ao regime anterior, os escravos sendo prisioneiros de guerra justa. Foi sempre a principal causa dos conflitos entre o povo e os jesuítas.
Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549 liderados por Manoel de Nóbrega e começaram sua catequese erguendo um colégio em Salvador da Bahia, fundando a Província Brasileira da Companhia de Jesus. Cinquenta anos mais tarde já tinham colégios pelo litoral, de Santa Catarina ao Ceará. Quando o marquês de Pombal os expulsou, em 1760, eram 670 por todo o país, distribuídos em aldeias, missões, colégios e conventos. Os primeiros jesuítas que Ignacio enviou para a América foram o espanhol José de Anchieta e o português Manuel da Nóbrega.[13]
As tendências anticristãs do século XVIII dirigiram contra a Congregação dos Jesuítas grandes combates, por julgá-la o mais forte baluarte da Santa Sé. A par de algumas queixas políticas mais ou menos fundadas, a Companhia suscitava ódios em razão da bem-sucedida luta contra os jansenistas; oposição ao galicanismo e a consequente adesão do Papa. Além disto, tinha posição destacada nas cortes com professores, pregadores e confessores e um certo predomínio científico manifestado tanto nos colégios como nas publicações.[14]
Em Portugal, o rei D. José I tinha por ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, marquês de Pombal, que na convicção que os jesuítas eram obstáculo aos seus planos, resolveu dar-lhes combate culpando-os da crise nos Sete Povos das Missões com os indígenas, mandou prender a todos no Brasil e os meteu em cárcere em Portugal sem que tivessem defesa[14] e de onde só puderam sair em 1777, com a ascensão de D. Maria I ao trono: dos 9 460 encarcerados só restavam uns 800.[14] Em Portugal e nas Cortes Borbónicas, muitos Jesuítas foram presos ou mesmo condenados a suplícios, como é o caso do padre Gabriel Malagrida, acusado no processo dos Távoras. Outros ingressaram no clero secular ou em outras ordens.
Na França, os jansenistas, galicanos e voltaireanos já havia muito queriam exterminar a Companhia, para isto valeram-se do caso do Pe. La Valette. Este era procurador de uma casa de jesuítas na Martinica e deu-se a especulações comerciais contra todas as regras da ordem, pelo que dela foi expulso.[14] No entanto, como devia pessoalmente grande soma, atribuíram a dívida à Companhia que se negou a pagar. O assunto foi ao parlamento que deu a alternativa: ou a Ordem se reconhecia culpada das acusações ou os jesuítas seriam exilados. Apesar dos protestos do episcopado francês e do próprio Papa, Luís XV também expulsou a Companhia da França em 1764. Foram promotores da expulsão o ministro absolutista Choiseul e madame Pompadour, cuja escandalosa presença na corte francesa era repudiada pelo Pe. Perisseau, confessor do rei.[14]
Em Espanha, o ministro de Carlos III, Aranda, intrigou os jesuítas com o rei acusando-os de defenderem a independência das colônias e de levantarem dúvida sobre a legitimidade do nascimento do rei. Carlos III mandou prender a todos os jesuítas em 1767 com a Pragmática Sanção. Por mais que o papa pedisse, o rei nunca lhe apresentou as razões do decreto.[15]
Em Nápoles, o ministro Tanucci era mais forte que Fernando IV. Depois de dois anos de perseguição os desterrou para os Estados Pontifícios. Em Parma o marquês Tillot imperava tiranicamente: aos pedidos do papa respondeu com a expulsão dos jesuítas em 1768. No mesmo ano o grão-mestre dos cavalheiros de Malta os desterrou da ilha. Essas cortes juntaram-se na pressão sobre o Papado para suprimir a Companhia, ao que resistiu Clemente XIII.[15]
O papa Clemente XIV, seu sucessor, embora bem-intencionado, era indeciso e fraco, cedendo às pressões dos reis e principalmente da Espanha — através da bulaDominus ac Redemptor — obtida quase à força pelo embaixador espanhol Moniño, órgão central de quase todas as maquinações antijesuíticas, no período da supressão —[16] suprimiu oficialmente a Companhia em 21 de julho de 1773. O Superior-Geral da Companhia, Lorenzo Ricci, juntamente com os seus assistentes, foi feito prisioneiro no Castelo de Sant'Angelo, em Roma, sem julgamento prévio. Os demais foram obrigados a deixar a Ordem ao que obedeceram.
Como papa Clemente XIV deixou a critério dos soberanos a publicação da bula, a czarinaCatarina a Grande os conservou na Rússia e usou a ocasião para atrair para o seu país os membros da Companhia, gente de grande erudição, o mesmo se deu com Frederico da Prússia, na Silésia. Na altura da supressão havia cinco assistências, 39 províncias, 669 colégios, 237 casas de formação, 335 residências missionárias, 273 missões e 22 589 membros.
Restauração
Depois de suprimida pelo papa Clemente XIV em julho de 1773, a Companhia de Jesus manteve-se na Rússia. Nessa altura milhões de católicos, incluindo numerosos jesuítas, viviam nas províncias polacas da Rússia. Aí a companhia manteve intensa atividade religiosa, de ensino e de missionação.
Deste modo, o papa Pio VI autorizou formalmente a existência da Companhia de Jesus na Polónia e Rússia, o que levou os jesuítas a elegerem Stanislaus Czerniewicz como seu superior em 1782.[16] Em 1814, mudadas as cortes europeias pelas Guerras Napoleônicas, o papa Pio VII viu-se em condições de restaurar a companhia, o que fez no dia 7 de agosto daquele ano em Roma, entregando a bula da restauração encíclica Sollicitudo omnium ecclesiarum aos velhos padres ainda existentes e ali reunidos. O superior-geral Tadeusz Brzozowski, que havia sido eleito em 1805, adquiriu então jurisdição universal. A Companhia de Jesus foi derrubada e levantou-se.[16]
Durante os séculos XIX e XX, a Companhia de Jesus voltou a crescer enormemente até os anos 50 do século XX, quando atingiu o pico. Desde aí, seguindo a quebra de vocações na Igreja Católica, o número de jesuítas também tem vindo a decrescer.
Os jesuítas hoje
Em 2009, a Companhia de Jesus era o instituto religioso masculino mais numeroso na Igreja Católica. Contava com 18 516 membros com uma média de idades de 57 anos,[17] sendo que 13 112 eram sacerdotes, 1 675 irmãos, 2 920 jesuítas em formação e 809 eram noviços. A sua distribuição fazia-se por 127 países dos cinco continentes, sendo os Estados Unidos e a Índia os países com maior número de jesuítas.[18]
No Brasil, os Jesuítas também dispõem de uma revista eletrônica: o domtotal.com
Em 2023 a Companhia de Jesus tem em Portugal dois colégios, estão em nove cidades com os seus 147 membros espalhados por 12 comunidades.[19]
Após o Concílio Vaticano II, sob a direção do superior-geral Pedro Arrupe, a Companhia de Jesus privilegiou a defesa dos direitos humanos o que levou alguns dos seus membros a serem rotulados como subversivos e perseguidos. Tal foi o caso de seis jesuítas mortos pelo exército salvadorenho a 16 de novembro de 1989 no campus universitário da Universidade da América Central, em San Salvador.
A 31 de outubro de 1991, a Província Portuguesa da Companhia de Jesus foi feita membro-honorário da Ordem da Instrução Pública.[20]
Nove padres jesuítas foram formalmente reconhecidos como heróis do Holocausto pelo Yad Vashem, a autoridade israelita em favor da memória dos mártires e heróis do Holocausto, por levarem a cabo todos os esforços possíveis para salvar e dar asilo a judeus durante a Segunda Grande Guerra Mundial.[21]
Por cerca de 500 anos, a Ordem Jesuíta não ocupou lugares no alto clero do Vaticano devido à sua distância em relação a altos cargos na Igreja. O primeiro jesuíta eleito papa foi o argentino Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, eleito em 2013 após a renúncia de Bento XVI. Além de ser o primeiro jesuíta, foi também o primeiro sul-americano no papado.
Outras considerações
Acima das inevitáveis ambiguidades, as missões dos jesuítas impressionam pelo espírito de inculturação (adaptação à cultura do povo a quem se dirigem). As Reduções do Paraguai e a adoção dos ritosmalabares e chineses são os exemplos mais significativos.
A atividade educativa tornou-se logo a principal tarefa dos jesuítas. A gratuidade do ensino da antiga Companhia favoreceu a expansão dos seus colégios. Em 1556, à morte de Santo Inácio, eram já 46. No final do século XVI, o número de colégios elevou-se a 372. A experiência pedagógica dos jesuítas sintetizou-se num conjunto de normas e estratégias, chamado a Ratio Studiorum (Ordem dos Estudos), que visa à formação integral do homem cristão, de acordo com a fé e a cultura daquele tempo.
Os primeiros jesuítas participaram ativamente da Reforma Católica e do esforço de renovação teológica da Igreja Católica. No Concílio de Trento, destacaram-se dois companheiros de Santo Inácio (Laínez e Salmerón). Desejando levar a fé a todos os campos do saber, os jesuítas dedicaram-se às mais diversas ciências e artes: Matemática, Física, Astronomia. Entre os nomes de crateras da Lua há mais de 30 nomes de jesuítas. No campo do Direito, Suarez e seus discípulos desenvolveram a doutrina da origem popular do poder. Na Arquitetura, destacaram-se muitos irmãos jesuítas, combinando o estilo barroco da época com um estilo mais funcional.
↑Nos primeiros anos, as aulas eram ministradas somente a noviços. O primeiro Colégio da Companhia que admitiu alunos externos foi o de Goa, na Índia. Na Europa, o primeiro Colégio da Companhia a admitir estudantes externos foi o de Gandia, na Espanha, a partir de 1546. Em 1548, jesuítas começaram a dar aulas gratuitas de teologia, casos de consciência, artes, retórica e gramática, em Messina (Itália) sob o financiamento das autoridades políticas da cidade.
↑Ao se envolverem no ensino de disciplinas como: matemática, astronomia, filosofia natural (física) e humanidades; os jesuítas tiveram contato com a literatura pagã e com a cultura secular.[2]
↑Regimini militantis Ecclesiae afirma que o principal propósito da ordem seria a propagação da fé e o progresso das almas na vida e doutrina cristã e que suas atividades teriam base no ministério de Jesus e de seus discípulos (ideal apostólico e itinerante).
↑Total obediência ao papa e a aceitação de ser enviado a qualquer lugar onde Sua Santidade quisesse, entre os turcos ou nas Índias, entre hereges ou cismáticos,[9] quanto às missões.
↑«The Jesuits». Jesuits.org (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2023
↑ abcdCÂMARA, Jaime de Barros. Apontamentos de História Eclesiástica'. Editora Vozes, Petrópolis: 1957, p.267.
↑Miguel Servet Pesquisa Página da Web que contém o manuscrito da Universidade de Paris, que mostra seis dos sete jesuítas originais, e Miguel de Villanueva ("Servet")
↑Didier, Hugues. 1999. Os Portugueses no Tibete. Os primeiros relatos dos jesuítas (1624-1635). Lisboa: Comissão Nacional para as comemorações dos descobrimentos portugueses.
↑Himalaias - A Viagem dos Jesuítas Portugueses (RTP - Joaquim Magalhães de Castro).
↑Outra fonte («Jesuítas se preparam para Congregação Geral». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 25 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 1 de fevereiro de 2014, acesso em 25 de janeiro de 2014), apontava a idade média dos jesuítas em 65 anos em 2007, mas essa fonte levava em conta apenas os que já fizeram a terceira provação, ou seja, excluía do cálculo os noviços e jesuítas em formação.)
CÂMARA, Jaime de Barros. Apontamentos de História Eclesiástica. Editora Vozes, Petrópolis: 1957.
LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. 10 vols. Lisboa: Livraria Portugália; Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1938-1950.
MÜLLER, Andreas; TAUSCH, Arno; ZULEHNER, Paul Michael; WICKENS, Henry (eds.). Global capitalism, liberation theology, and the social sciences: An analysis of the contradictions of modernity at the turn of the millennium. Comack, NY: Nova Science Publishers, 1999. ISBN1-56072-679-2.
Cf. especialmente:
Cap. 2: AMIM, Samir. Judaism, Christianity and Islam: An Introductory Approach to their Real or Supposed Specificities by a Non-Theologian;
Cap. 3: MO SUNG, Jung.Economics and Theology, Reflections on the Market, Globalization and the Kingdom of God;
Cap. 4: MOREIRA, Alberto da Silva. Saint Francis and Capitalist Modernity. A View from the South;
Cap. 5: TAUSCH, Krystyna. Feminism in the Country of Liberation Theology: Peru;
Cap. 6: MÜLLER, Andreas. Ethical, Biblical and Theological Aspects of Foreign Debt;
Cap. 7: FLECHSIG, Steffen. Raul Prebisch's Contribution to a Humane World;
Cap. 9: MURSHED, S. Mansoob. Development in the Light of Recent Debates about Development Theory;
Cap. 11: RENOLDER, Severin. Towards a Theology of the Democratization of Europe;
Cap. 12: ROSS, Robert J. The Race to the Bottom;
Cap. 13: ZULEHNER, Paul M. New Departures. On the Social Positioning of the Christian Churches Before and After Communism in Central and Eastern Europe.
TEIXEIRA, António José. Documentos para a História dos Jesuítas em Portugal coligidos pelo Lente de Matemática António José Teixeira. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1899[nota 1].
Notas
↑O autor nasceu em Coimbra a 25 de junho de 1830, vindo a morrer no Luso a 19 de agosto de 1900. Neste trabalho estão compilados documentos sobre acção da Companhia à frente da Universidade de Coimbra.