Freira é a designação dada na Igreja Católica a uma mulher que renunciou a vida comum em sociedade e optou por recolher-se num convento, sendo a que se recolhe num mosteiro, monja; passando a ter uma vida em regime de clausura conventual, inteiramente dedicada aos serviços religiosos e da igreja que frequenta.
As freiras são mulheres consagradas à religião. Assumem os compromissos da castidade, da obediência e da pobreza por meio de votos.[1] Geralmente as freiras desenvolvem obras de caridade, de educação a crianças e jovens, entre outros tipos de apostolado, além de participação ativa em diversas áreas da sociedade.[2] As freiras, por norma, fazem parte de ordens ou congregações religiosas de características mendicantes.
Ordens religiosas
Algumas ordens religiosas de freiras:
Ordem do Carmo: em 1322 o Papa João XXII expede a bula papalSacratissimo uti culmine, na qual revela que Nossa Senhora do Carmo lhe aparecera e lhe prometera tirar do Purgatório as almas de todos os fiéis que em vida tivessem pertencido à Ordem de Nossa Senhora do Carmo ou à Confraria do Santo Escapulário do Carmo no sábado seguinte à sua morte, assim, com o uso do escapulário, símbolo de devoção e consagração à Virgem, o devoto também passou a gozar de indulgências plenas ou parciais. O ramo feminino da ordem foi oficialmente fundado em 1452.[3] A Ordem do Carmo, ou Carmelitas, talvez seja uma das mais populares ordens religiosas de freiras no mundo.
Ordem de Santa Úrsula: a ordem foi oficialmente fundada em Verona, na Itália, no ano de 1856,[4] e possui outras ramificações como a Congregação Ursulina da Sagrada Família, fundada em 1915.[5]
Ordem de São Bento: embora mais reconhecida pelo trabalho e legado de monges beneditinos do sexo masculino como do próprio fundador Bento de Núrsia, a ordem religiosa tem sua ramificação feminina, sendo a Santa Escolástica, irmã gémea de São Bento, e Hildegarda de Bingen duas das suas maiores representantes.
Algumas freiras se destacaram além da dedicação religiosa, contribuindo para diversas áreas da sociedade através de realizações em áreas como a arte, medicina, ciência e tecnologia.
Juana Inés de la Cruz: foi uma freira do período colonial mexicano, se configurando uma das maiores letradas do chamado "Siglo de Oro" (o século XVII), e sendo grandemente conhecida pela agudeza e engenho da sua poesia. Através de seu vasto repertório em relação à tradição greco-latina e de sua maestria poética e retórica, Sóror Juana inseriu-se na chamada República das Letras de modo ímpar.[12]
Clara de Assis: é considerada a personificação feminina de Francisco de Assis, por sua obediência às regras franciscanas e devoção ao catolicismo.[15] Foi a primeira mulher na história da Igreja a compor uma Regra escrita, sujeita à aprovação do Papa.[16] Seu corpo se encontra em uma cripta de vidro na Basílica de Santa Clara, na cidade de Assis, Itália.[17] Foi fundadora da Ordem das Clarissas. É santa.
Madre Teresa de Calcutá: ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1979[18] em razão de sua total entrega aos necessitados ao redor do mundo. Obteve doutoramento honoris causa em medicina e cirurgia na Faculdade de Medicina e Cirurgia da Universidade Católica do Sagrado Coração.[19] Foi fundadora da ordem Missionárias da Caridade.
Mary Kenneth Keller: foi a primeira mulher a obter um PhD em ciências da computação. Obteve o título com a tese “Inferência indutiva dos modelos gerados pelo computador” na Universidade de Wisconsin-Madison em 1965.[22] Pertencia à ordem das Irmãs de Caridade da Abençoada Virgem Maria.
Cristina Scuccia: sagrou-se vencedora da versão italiana do programa The Voice, em 2014, e assinou contrato com a gravadora Universal.[23] Pertence à Ordem Ursulina.
Teresa de Lisieux: mais conhecida Santa Teresinha do Menino Jesus, foi uma freira pertencente à Ordem dos Carmelitas Descalços. Conhecida por sua "pequena via", ela ensinou que a santidade pode ser alcançada através de gestos simples e cotidianos, mas cheios de amor a Deus. Entrou no Carmelo aos 15 anos. Apesar de sua breve vida (24 anos), sua autobiografia, "História de uma Alma", até hoje influencia milhões de pessoas. Foi chamada pelo Papa Pio X de "a maior entre os santos modernos", antes mesmo de ser canonizada.[24] Foi proclamada Doutora da Igreja em 1997, sendo hoje uma das santas mais queridas e reverenciadas pela cristandade.