A cidade ganha grande destaque com a rota das águas, devido ao grande número de parques aquáticos. O primeiro parque fundado na região foi o Parque Aquático Cascata Carolina. No verão, a cidade recebe mais de 300.000 turistas, inclusive estrangeiros.
As principais atividades econômicas do município são a indústria, o comércio e a agricultura, destacando-se a rizicultura e a indústria têxtil.
História
A colonização da região onde hoje é o município iniciou-se com a chegada dos Xoclengues e Caingangues que buscavam um local seguro dos caçadores de indígenas, os chamados bugreiros. Esses indígenas foram exterminados durante os séculos XVII e XIX.
Durante esse período houve também a chegada dos novos colonizadores, que se instalaram na Região do Médio Vale do Itajaí, onde havia temor constante pelos ataques dos silvícolas. Existem registros de autores da época como Augusto Zitlow que confirmam as caçadas de indígenas pelos bugreiros, estes financiados pelos colonos, .
Os Vicentistas, homens oriundos da Capitania de São Vicente, que aportaram às margens do Rio Itajaí em busca de ouro, indígenas e riquezas foram sucedidos pelos açorianos que, segundo relatos, chegaram ao litoral catarinense com o intuito de efetivar a posse da Coroa Portuguesa dessas terras que eram cobiçadas pelos espanhóis.
Com os europeus começou a se formar a base econômica e populacional da cidade. A colonização italiana, muito forte na cultura da cidade, foi propiciada pelo fato de que a Itália estava saturada de mão de obra, assim como a Áustria, Suíça e Alemanha, que sempre acolheram a mão de obra ociosa daquele país. A solução passou a ser a migração para Santa Catarina, a qual já era o destino de milhares de italianos.
Os “negreiros” que eram os agentes de imigração, vendiam uma imagem falsa do que era a América na Europa, ao omitir e deturpar a verdade. A vida nas colônias no Sul do Brasil era árdua e sofrida. Os italianos acharam a terra muito estranha e diferente de sua pátria.
Com o passar dos anos os lotes se valorizaram, o que gerou grande disputa por terras nas proximidades do Rio Itajaí-Açu, tornando poderosos seus proprietários.
Após se estabelecerem, já no século XX, os imigrantes iniciaram o plantio do arroz irrigado, até hoje um dos produtos de maior destaque na economia do município[nota 1].
Anos mais tarde, em 1880, as freguesias de São Paulo Apóstolo de Blumenau e São Pedro Apóstolo de Gaspar (pertencentes até então ao município de Itajaí) passaram a formar um município, chamado Blumenau. Nessa data, o número de habitantes do então município, com 11 mil quilômetros quadrados, era de 16.308 pessoas. Havia três mil residências, 255 engenhos de açúcar, 152 engenhos de farinha de mandioca, seis descascadores de arroz, 29 moinhos de fubá, fábricas de louças de barro, tecidos, serrarias, olarias, cervejarias, vinho e vinagre, padarias, açougues, entre outros.
Durante os 54 anos que seguiram, Gaspar foi distrito de Blumenau, para qual recolhia tributos, que eram devolvidos na forma de serviços para a comunidade, porém, segundo relatos da época, tais serviços eram de má qualidade e deveras precário.
Em 1870 já haviam sido estabelecidos alguns lotes urbanos na área que hoje é conhecida como o centro do município. O comércio começou a impulsionar o crescimento do distrito, porém apenas em 18 de março de 1934 houve a emancipação, com Leopoldo Schramm se tornando o primeiro prefeito.
Geografia
Gaspar possui uma área de 386,35 km², das quais 40 km² de área urbana e 346,35 km² de área rural.
Localiza-se na latitude 26°55'53" sul, longitude 48°57'32" oeste. A altitude média do município é de 18 metros, seu território é composto por planícies situadas próximas ao rio Itajaí-Açu e serras localizadas nos extremos Norte e Sul.
O ponto mais alto do município é o Morro do Cachorro, situado na divisa com Blumenau e Luis Alves, com 857 metros acima do nível do mar.
Clima
Seu clima é considerado subtropical, com verões quentes. Os invernos são frios, mas dificilmente chegam a 0 graus. Durante os períodos de outono e primavera os dias podem variar muito entre frios, amenos e quentes. Há poucas ocasiões de temperaturas negativas, mas apenas nos extremos da cidade, que são bairros mais altos.
Até o início da década de 1970, Gaspar era cortada pelos trilhos da Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC), por onde passavam trens de carga e de passageiros. Mesmo assim, a cidade contava com a Viação Gaertner, que fazia viagens e passeios.
Em 1973, a Viação Verde Vale recebeu autorização para explorar o transporte coletivo municipal, sem nenhuma licitação. Em 1999, a empresa ganhou a concessão por mais 20 anos, novamente sem licitação. Porém, por considerar ilegal a prorrogação em favor da Viação Verde Vale, o poder judiciário catarinense ordena a abertura de um processo licitatório para a operação do serviço público de transporte coletivo.
A concorrência é aberta, e a Viação Verde Vale não obtém êxito. Em outubro de 2002, após quase 30 anos de monopólio, a Auto Viação Do Vale é criada. O novo sistema de transporte coletivo é implantado, inclusive com a criação do primeiro terminal urbano do município. Esse terminal era provisório, criado às pressas para o novo sistema de transporte.
Em 2005, é inaugurado o Terminal Urbano Vereador Norberto Willy Schossland (sistema integrado), para onde também é transferido o Terminal Rodoviário de Gaspar. Os terminais antigos, urbano e rodoviário, são desativados.
A Viação Verde Vale operava as linhas intermunicipais, que ligavam Gaspar, Blumenau e Ilhota até março de 2024, quando encerrou suas ações.
Atualmente, a Expresso Presidente Getúlio opera a serviço de Verde Vale, tanto no transporte municipal quanto no intermunicipal
↑Em 2021, por exemplo, segundo ano da pandemia de coronavírus no mundo, a produtividade no campo foi uma das melhores dos últimos anos, segundo notícia do Jornal Metas.
Referências
↑IBGE. «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 12 de janeiro de 2014