Ficou famoso pelo trabalho no Santos FC de 1954 a 1966, sendo o técnico mais vitorioso do clube, com 38 títulos[2], sendo 21 títulos considerados oficiais.[3]
Embora nunca tivesse sido um grande jogador, Lula sabia identificar um craque e tinha sensibilidade para enquadrar os jogadores no elenco.
A experiência dele com o futebol foi construída na várzea santista. Primeiro como um esforçado jogador, que um problema no joelho fez ele parar de jogar muito cedo.[3] Ainda na várzea na cidade, dirigiu o Palmeiras e a Americana. Depois assumiu o time amador da Portuguesa Santista.[2][3]
Luís Alonso Perez, o Lula, atuava no Departamento Amador da Portuguesa Santista quando o vice-presidente do Santos Futebol Clube, Aristóteles Ferreira, convidou-o em 1949 para assumir o cargo de diretor do departamento amador[3].
O bom desempenho o levou a ser nomeado técnico da base em 13 de maio de 1952.[3] Lula dirigiu pela primeira vez a equipe titular em substituição a Aymoré Moreira que era o técnico efetivo do Santos e fora servir a Seleção Paulista. Essa primeira participação como técnico interino foi na vitória santista por 1 a 0 diante do São Paulo no Pacaembu.[4] Posteriormente, dirigiu outra partida amistosa diante do mesmo São Paulo na Vila Belmiro com o time paulista[necessário esclarecer] vencendo por 2 a 0.[1][4] Depois voltou para a base.[3]
A última vez que entrou em campo como treinador do Alvinegro foi no dia 19 de dezembro de 1966 em partida válida pelo Campeonato Paulista na vitória por 3 a 0 diante da Prudentina na Vila Belmiro.[1] Sua saída foi ocasionada pela campanha ruim (para os padrões do clube na época). A equipe perdeu o estadual para o Palmeiras e foi vice na Taça Brasil ao ser derrotada pelo Cruzeiro.[6]
Comandou a equipe em 945 partidas, das quais 619 vitórias, 144 empates, 182 derrotas, 2.858 gols marcados e 1.447 sofridos).[3] Sob sua atuação, o alvinegro da Vila Belmiro alcançou as maiores glórias, projetando o futebol brasileiro para todo o mundo. Deixou o clube praiano supostamente depois de um desentendimento com Pelé, boato nunca confirmado. Foi o responsável pelo lançamento de vários craques, tais como os ídolos santistas Pagão, Pepe, Coutinho, Pelé, Clodoaldo, Del Vecchio, entre outros.[7]
Treinou o Corinthians em 1968. No clube não conseguiu títulos, mas foi o técnico do time no jogo histórico em 1968, quando a equipe de Parque São Jorge venceu o Santos no Campeonato Paulista por 2x0, depois de 11 anos sem conseguir uma vitória sobre a equipe da Vila Belmiro (em Campeonatos Paulistas).[3][8][7][9] Sob o comando do time, Lula fez 35 jogos (20 vitórias, sete empates e oito derrotas).[7]
Trabalhou ainda na Portuguesa de Desportos e no Santo André[2][10], onde trabalhou por apenas 3 jogos, sendo que no primeiro deles comandou uma vitória sobre o Santos dirigido por Pepe.[3]
Recordes
É o segundo treinador que conquistou o maior número de campeonatos paulistas: sagrou-se campeão em oito oportunidades, de 1955 a 1965 (perdeu para Vanderlei Luxemburgo esse título que perdurou em sua história como treinador durante 55 anos), todas pelo Santos Futebol Clube.[11][7]
Após a oficialização pela CBF da Taça Brasil como título brasileiro, Lula é agora oficialmente o único treinador que foi pentacampeão brasileiro contínuo, superando o tricampeonato de Muricy Ramalho.
Lula conquistou 21 títulos no Santos F.C., até hoje um recorde mundial, sendo 8 vezes campeão paulista, 5 vezes campeão brasileiro, 2 vezes campeão sul-americano (Libertadores de América) e 2 vezes campeão intercontinental[12].
Curiosidades
Lula foi uma personalidade ímpar no comando técnico do Santos, conheceu o mundo, grandes autoridades e muitas celebridades durante as inúmeras excursões do clube pelos quatro cantos do planeta. A amizade entre Lula e o grande pintorespanholPablo Picasso foi marcante, tendo sido presenteado pelo artista com várias pinturas e desenhos além dos que Lula possuía em sua coleção, havia uma admiração mútua entre os dois mestres.[13]
É comum no meio futebolístico a frase associada à Lula, sobre seu trabalho no Santos: O homem que só precisava jogar as camisas para o alto, numa referência à qualidade da equipe, algo contestado por profissionais do meio.[14]
Morte e legado
Lula morreu jovem[15], aos 50 anos, em 15 de junho de 1972[1], depois de complicações em decorrência de um transplante de rim[3][6] no Hospital das Clínicas.[2] Deixou viúva a Sra. Yvete Simões Alonso e três filhos[7], Luís Alonso, Marcos Tadeu Alonso e Leonor Maria Alonso.
Em 2022, foi lançada a biografia "Lula, o Campeão Esquecido", pela Editora Corner, escrita pelo jornalista Fernando Campos Ribeiro.[6][16][17][18]