Oswaldo Fumeiro Alvarez[1] (Monte Azul Paulista, 21 de agosto de 1956 — São Paulo, 25 de maio de 2020), mais conhecido como Vadão, foi um treinador de futebol brasileiro.
No início da década de 1990, Vadão ganhou notoriedade do meio futebolístico pelo ofensivo time que montou no Mogi Mirim, que na época ganhou o apelido de "Carrossel Caipira", em referência à mítica Seleção Neerlandesa que encantou o mundo na Copa do Mundo FIFA de 1974.[2][3]
Em 2001, com o São Paulo, Vadão sagrou-se campeão do Torneio Rio-São Paulo comandando um time repleto de revelações, dentre os quais destacava-se o centroavante Luís Fabiano e o jovem meia Kaká.[4][5]
Depois de bons trabalhos com clubes do interior de São Paulo, assumiu o Atlético Paranaense em abril de 1999 e neste ano terminou em 9° lugar no Campeonato Brasileiro. Sem a classificação para a fase seguinte, o clube disputou a Seletiva para a Libertadores e foi campeão, levando o rubro negro paranaense para a primeira competição internacional do clube. Também foi campeão paranaense de 2000. No clube paranaense, retornou em 2003 e 2006, quando levou a equipe à semifinal da Copa Sul-Americana. No total foram 164 jogos, somando 76 vitórias, 40 empates e 48 derrotas, com um aproveitamento de 54,4% dos pontos disputados.[6]
Vadão teve ótima passagem por dois clubes de Campinas, os rivais Guarani e Ponte Preta, onde ficou conhecido por "Senhor dos Dérbis".[7][8]
Pelo Guarani, Vadão possui cinco passagens, sendo as mais expressivas em 2009, quando assumiu a equipe bugrina após o estadual visando à Série B. Na competição nacional o treinador conseguiu uma grande campanha, com 21 vitórias em 38 rodadas de campeonato, sendo vice-campeão. A segunda passagem expressiva de Vadão pelo clube foi em 2012, quando montou uma grande equipe que disputou em alto estilo o Paulistão de 2012, sendo vice-campeão: o Guarani derrotou o Palmeiras por 3 a 2 nas quartas de final,[9][10] ganhou do seu maior rival, a Ponte Preta, por 3 a 1, na semifinal,[11] e perdeu para o Santos na final.[12]
Na Macaca, Vadão também obteve êxito, mesmo com quatro passagens. A mais recente passagem dele pelo clube campineiro foi em 2014, quando transformou a equipe que lutava contra o rebaixamento em uma equipe que ele levou até as quartas de final. Esses bom trabalhos renderam ao treinador um convite para comandar a Seleção Brasileira Feminina.
Em setembro de 2007, Vadão assumiu o Vitória com o objetivo de conseguir o acesso a Série A do Brasileirão, que ocupava a sexta colocação da Série B até então.[13] Com uma campanha razoável, o rubro-negro retornou à elite do futebol brasileiro com duas rodadas de antecedência.[14] O treinador continuou no comando da equipe em 2008, no entanto, foi demitido em março pelas más exibições no Campeonato Baiano e na Copa do Brasil.[15]
Em abril de 2009, Vadão acertou com o Guarani para a disputa da Série B.[16] Com vinte e uma vitórias em trinta e oito partidas, o clube paulista garantiu o acesso à Série A do ano seguinte como vice-campeão da competição.[17]
No dia 10 de março de 2010, Vadão deixou o comando do Guarani e foi contratado pela Portuguesa em abril para tentar colocar novamente o clube na elite do futebol.[18] No entanto, foi demitido em outubro devido à campanha irregular.[19]
Em julho de 2011, foi apresentado pelo São Caetano, clube pelo qual treinou em 2008. Vadão chegou para substituir Márcio Goiano.[20]
No dia 22 de dezembro de 2012, foi apresentado como novo comandante do Sport, com a prioridade de resgatar o bom futebol e tentar levar o time de volta a elite do futebol brasileiro.[21]
Após a eliminação nas quartas de final da Copa do Nordeste de 2013, somada ao mau desempenho da equipe no Campeonato Pernambucano, Vadão foi demitido no dia 7 de março.[22]
No Criciúma fez uma campanha considerada boa pelos jornalistas, porém não aguentou diretores e cartolas e foi demitido. Com um aproveitamento de quase 50%, Vadão desligou-se do clube conquistando o Campeonato Catarinense.[23] O treinador ainda comandou o Tigre na Copa Sul Americana, levando o clube a voltar a disputar uma competição internacional após 21 anos.
Em 2 de fevereiro de 2014, assumiu mais uma vez o comando da Ponte Preta após a demissão de Sidney Moraes.[24] No dia 13 de abril de 2014, Vadão deixou o comando da Ponte Preta para aceitar o convite da CBF, o qual o convidava para comandar a Seleção Brasileira Feminina nos próximos anos. Ele comandou a equipe campineira em 13 jogos tendo sete vitórias e seis derrotas, o objetivo traçado pela diretoria da Ponte era conseguir recuperar o futebol da equipe e livrar da queda a Série A2 no Paulistão, Vadão estava mantendo o objetivo proposto e deixou o clube nas quartas de final do Paulistão.[25]
Aceitou o convite para treinar a Seleção Brasileira Feminina nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. Essa foi a primeira experiência de Vadão no comando de uma equipe feminina; seu objetivo era planejar junto com a CBF e preparar a Seleção Brasileira Feminina até Jogos Olímpicos de 2016.[26] Após os Jogos Olímpicos de 2016, com a Seleção Brasileira Feminina ficando em quarto lugar, a CBF anunciou em 1 de novembro a saída de Vadão do comando técnico da Seleção; esta saída já estava programada desde o início do contrato do treinador e com seu consentimento. A passagem de Vadão na Seleção Brasileira Feminina foi analisada como positiva, pois a equipe demonstrou bons aspectos sob seu comando, e o treinador foi indicado junto com mais nove ao prêmio de Treinador do Ano da FIFA.[27]
No dia 23 de março de 2017, a diretoria do Guarani acertou a quinta passagem de Vadão pelo clube. O treinador tem uma grande identificação com o Bugre, e sob o comando da equipe ele soma mais de 200 partidas.[28] O objetivo traçado pela diretoria era a recuperação da equipe e o acesso à elite do Campeonato Paulista de 2018; após essa competição veio a Série B, na qual o clube alviverde lutou para a permanência no torneio.[29]
No dia 29 de agosto de 2017, a direção do clube de Campinas anunciou o fim da passagem de Vadão na equipe, devido aos maus resultados obtidos na Série B. A quinta passagem do treinador pelo Guarani teve um início promissor; o clube acumulou bons números, e no Paulistão a equipe não se classificou para fase final por apenas dois pontos. Já na Série B, o Bugre chegou a conquistar importantes vitórias no início, chegando até ser líder da competição, mas o feito não continuou devido a falta de contratações.[30]
Apesar das sondagens de Chapecoense e Ponte Preta[31], no dia 25 de setembro de 2017, Vadão acabou recebendo o segundo convite para voltar ao comando da Seleção Brasileira Feminina.[32] O treinador retomou os trabalhos visando o Campeonato Sul-Americano de Futebol Feminino, mais conhecido como Copa América Feminina, que a equipe nacional feminina disputou em abril, no Chile.[33] Em abril, a Seleção Brasileira Feminina levantou mais uma taça sob o comando de Vadão na primeira competição de 2018; a Seleção Canarinho disputou sete jogos na Copa América Feminina, obtendo sete vitórias e ganhando o título de maneira invicta. A ótima campanha realizada juntamente com o título rendeu vaga para Seleção Brasileira Feminina para o Mundial Feminino de 2019, na França, e vaga para os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio. Vadão enalteceu o grande trabalho realizado pelas atletas e também pela formação da Seleção Permanente, projeto que a CBF vem estabelecendo visando a continuidade do trabalho das jogadoras na equipe nacional feminina.[34]
No dia 22 de julho de 2019, foi oficializada sua saída do comando da Seleção, o que vinha sendo especulado desde a eliminação na Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019, realizada na França.[35]
Vadão morreu no dia 25 de maio de 2020, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.[47] Aos 63 anos, ele estava internado na UTI desde o dia 18 e lutava contra um câncer no fígado.[48]
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