Jogou no Fluminense de 1946 até 1965, sagrando-se tricampeão carioca, bicampeão do Torneio Rio-São Paulo, campeão do Torneio Municipal do Rio e vencedor da Copa Rio de 1952. Ele entrou para a história como um goleiro "milagreiro", fazendo defesas quase impossíveis. Ele dizia ter uma inacreditável boa sorte. Por causa disso, seu apelido era Leiteria (apelido comum à pessoas que tinham sorte na época), e os torcedores do Fluminense o chamavam de São Castilho.[3]
Características
Mesmo tendo 1,81 m, baixo para os padrões dos goleiros atuais, mas considerado alto para aquela época, distribuídos em 75 kg,[4] foi um dos melhores goleiros do futebol brasileiro. Também se destacava nas defesas de pênaltis (só em 1952, defendeu 6 deles).
Daltônico, acreditava que várias vezes havia sido favorecido por ver como vermelhas as bolas amarelas, mas era prejudicado pelas bolas brancas à noite. É considerado o melhor goleiro tricolor de todos os tempos.[2]
Amor ao Tricolor
Foi um exemplo de estoicismo. Em 1957, tendo contundido o seu dedo mínimo esquerdo pela quinta vez, o médico disse que deveria passar por dois meses de tratamento, entretanto, ele resolveu amputar o dedo para retornar mais rápido aos jogos. Duas semanas depois da amputação, ele já havia voltado a jogar pelo Fluminense.[5]
Durante sua carreira, jogou 698 jogos pelo Fluminense, recorde absoluto no clube. Lá sofreu 777 gols e jogou 255 partidas sem sofrê-los. Depois do ano da estreia, a marca negativa ficou por conta de 1955, quando revezando-se com Veludo e também tendo que submeter-se à extração dos meniscos, jogou apenas 19 vezes.[2]
Em 2006, o Fluminense inaugurou um busto de Castilho na entrada da sede social do clube, como agradecimento pelos serviços prestados, muito acima do que se pode esperar de um jogador profissional, mais do que isto, pelas demonstrações inequívocas de amor pelo clube que o projetou para o futebol.
Paysandu
Cem eleitores ilustres do Paysandu, sob a coordenação do jornalista e historiador Ferreira da Costa, elegeram Castilho como o maior goleiro da História do Paysandu, em eleição realizada por ocasião da comemoração dos 98 anos do clube paraense, tendo sido campeão paraense em 1965.[6][7]
Seleção nacional
Pela Seleção Brasileira de Futebol, conquistou o Campeonato Pan-Americano de 1952, a primeira conquista relevante da Seleção fora do Brasil.
Participou também da Copa América, na época chamada de Campeonato Sul-Americano, em 1953 e 1959, além de diversos torneios e partidas amistosas pela Seleção Canarinho.
Pela Seleção Brasileira disputou no total 29 jogos, sofrendo 30 gols.[8]
Castilho cometeu suicídio em 2 de fevereiro de 1987, aos 59 anos, depois de visitar a sua esposa, jogando-se de uma janela. Pessoas próximas a ele acreditam que o ex-goleiro estava deprimido pelo esquecimento do público, porém o motivo exato é desconhecido pela família de Castilho.[9][10]
Foi sepultado no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Em 1955, ganhou o Prêmio Belfort Duarte, que homenageava o jogador de futebol profissional que passasse dez anos sem sofrer uma expulsão, tendo jogado pelo menos 200 partidas nacionais ou internacionais.
Bibliografia sobre Castilho
Livros sobre Castilho ou que contam sua biografia, usadas como fontes neste artigo:
Castilho - Bicampeão Mundial de Futebol, por Antônio Carlos Teixeira Rocha (2003)
Os goleiros do Fluminense - De Marcos de Mendonça a Fernando Henrique, por Antônio Carlos Teixeira Rocha (2003)
Fluminense Football Club, história, conquistas e glórias no futebol, por Antônio Carlos Napoleão (2003)
O último homem da defesa, por Antônio Carlos Teixeira Rocha (2005)
Goleiros: Heróis e anti-heróis da camisa 1, por Paulo Guilherme (2006)
Os 11 maiores goleiros do futebol brasileiro, por Luís Augusto Simon (2010)
1948: Antonio Motta Espezim •1949: Batatais, Jaime de Almeida •1950: Jackson Nascimento •1951: Aroldo Fedatto •1954: Sergio Livingstone • 1955: Fernando Domingos de Souza, Jophe de Souza, José Abílio Machado, Izaias Luiz, Geraldo Antonio de Lima, Hélcio Joviniano Barbosa, Helio de Araújo, Evaristo de Macedo, Apel Adelino do Nascimento, Castilho, Edmir Lourenço Campos, Edson Caíres de Souza, Décio Quaresma, Vavá, José Mendonça dos Santos, Lauro Edimo Steigleder, Menasche Federbush, Nésio Correa Filho, Newton Xavier Santos, Nilo Ventura Mendes, Osni do Amparo, Orlando Schilipake, Alayne Pereira da Silva, Antônio Itarling Alves, Sylvio Torres, Thomaz Mark, Didi • 1965: Carlinhos•1966: Adão Chaves, Altino Nascimento, Gilmar, Helmiton Cardoso de Freitas, Amilton João Benato, Gilber Pereira de Oliveira, Ildefonso Debur, José Carlos Belzarena, José Centeno de Oliveira, Pepe, Paulo Inácio Heineck, Pedro Wntkynicz, Benê, Alcidésio Antônio Souza Lima, Áureo Arruda, Angelino Reinaldo Brum, Émerson Alves de Andrade, Gentil Alves de Castro, Jorge Farah Ibrahim, Nelson Wojhan • 1970: Alberto Ferreira Leite, Élton Fensterseifer, Félix, Humberto de Campos Carvalho, João Carlos Pires, Sebatião Pinto •1972: Franz August Heljreich, Luiz Zittermann Torres, Mario Ferreira, Everaldo Marques da Silva, Puskas, Bita, Valmir de Freitas, Valter Gonzáles Fernandes, Norberto Nascimento Lima, Orlando Alves Ferreira • 1975: Nivaldo •1977: Alex Kamianecky •1999: Francisco Nunes Rodrigues •2000: Sima • Sem data conhecida: Alírio da Silva Bahia, Amaury de Castro, Hercílio, Joel, Nei, Marinho, Ruivo, Tadeu José da Costa Lima, Telê Santana, Toninho Almeida •