José Carlos Bauer, conhecido apenas por Bauer (São Paulo, 21 de novembro de 1925 – São Paulo, 4 de fevereiro de 2007), foi um futebolista e treinador brasileiro, que atuava como volante. Por conta das suas atuações na Copa do Mundo de 1950 foi apelidado de "O Monstro do Maracanã". É considerado um dos maiores jogadores da história do São Paulo.[4]
Biografia
Bauer, filho de um suíço e uma brasileira, começou no infantil do São Paulo, conquistando seu primeiro título em 1942, como juvenil. Um ano depois, entre os profissionais, conquistou dois bicampeonatos paulistas (de 1945 e 1946 e de 1948 e 1949), além do campeonato de 1953, ano que marcou sua despedida do clube. Jogou 429 partidas e marcou 16 gols.
Quando chegou ao São Paulo, formou a linha média com Zarzur e Noronha. Depois, com Rui e Noronha. Estas duas linhas-médias são inesquecíveis para todos os são-paulinos que as viram jogar. Bauer foi um jogador que tinha muita habilidade com a bola e, por isso, atuava como volante. Embora forte fisicamente, praticava um futebol clássico e elegante.
Ainda em 1954, transferiu-se para o Botafogo, do Rio de Janeiro. Já em final de carreira, passou pela Portuguesa, em 1955, e pelo São Bento, de Sorocaba, onde encerrou a carreira. Depois, treinaria o Club Deportivo Guadalajara, do México, e o Millonarios, da Colômbia, além das divisões de base do Clube Atlético Indiano de São Paulo.
Em 1960, Bauer estava, como treinador do Ferroviária de Araraquara na cidade moçambicana de Lourenço Marques, onde presenciou Eusébio jogar.
Impressionado, indicou-o ao São Paulo, de acordo com as memórias do futuro Pantera Negra,[5] mas o Tricolor desdenhou do investimento. Bauer então falou com seu ex-técnico no São Paulo, o húngaro Béla Guttmann, sobre o jovem. No mesmo ano, Guttmann o traria para o clube que estava treinando na época, o Benfica, onde Eusébio faria história.[5]
Seleção Brasileira
Na Copa do Mundo de 1950, era o mais jovem jogador do grupo da seleção brasileira[6]. Por suas atuações naquele mundial ganhou o apelido de "O Monstro do Maracanã". Apesar da derrota e da grande decepção causada pela perda do título, Bauer foi poupado das críticas pela derrota na final. Foi um dos jogadores da seleção de 1950 (juntamente com Nilton Santos) convocado para o mundial de 1954 onde atuou como capitão.[7]
Pela Seleção, disputou 29 jogos e foi campeão sul-americano em 1949.
Entrevistas
Museu da Pessoa
Em 1993, Bauer forneceu uma entrevista ao Museu da Pessoa [8], onde descreve sobre seu apelido de "Monstro do Maracanã" e indica quem poderia ter fornecido esse apelido.
"Olha, eu tenho uma dúvida aí se foi o Geraldo Zé de Almeida, Oduvaldo Cozzi, os dois já falecidos, sendo que o Geraldo Zé de Almeida foi meu compadre, compadre e amigo. E teve uma partida entre Brasil e Iugoslávia que nós precisávamos ganhar pra classificação, que nós havíamos empatado com a Suíça, e nós ganhamos da Iugoslávia de dois a zero. E aí chegou ao meu conhecimento, ao meu ouvido, que Oduvaldo Cozzi e Geraldo Zé de Almeida... Os comentários... Fulano, e como é que é o Bauer não erra um passe, e aí minha dúvida seguiu sendo: Quem foi? E ficou sendo "Monstro do Maracanã", exatamente por não ter errado sequer numa partida. Assim chegou ao meu conhecimento, não sei."
— José Carlos Bauer
Em entrevista ao Museu da Pessoa
Títulos
- São Paulo
- Seleção Brasileira
Referências
- ↑ «O Monstro do Maracanã Completaria hoje 86 anos». Terceiro Tempo - Por Eliana Santos. 21 de novembro de 2011. Consultado em 3 de outubro de 2018
- ↑ «Todos os brasileiros 1950». Folha de S.Paulo. 9 de dezembro de 2015. Consultado em 3 de outubro de 2018
- ↑ «Em duas palavras». São Paulo: Diário Popular. Diário Popular (25 579): 2—16. 16 de setembro de 1964
- ↑ «Bauer... Ex-médio volante do São Paulo». Terceiro Tempo. Consultado em 3 de outubro de 2018
- ↑ a b "Os vice-campeões", Max Gehringer, Especial Placar: A Saga da Jules Rimet fascículo 4 - 1950 Brasil, dezembro de 2005, Editora Abril, págs. 46-47
- ↑ "Placar, edição de março de 2007", Google Books, acessada em 8/2/2017
- ↑ "Placar, edição de março de 2007", Google Books, acessada em 8/2/2017
- ↑ da Pessoa, Museu (8 de dezembro de 1993). «Amor pelo tênis». Museu da Pessoa. Consultado em 17 de março de 2024
Ligações externas
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