Grande Prêmio de Mônaco
O Grande Prêmio de Mônaco (português brasileiro) ou Grande Prémio do Mónaco (português europeu) é a mais tradicional e a mais importante prova do calendário da Fórmula 1.[2] Ele é disputado tradicionalmente no último fim de semana de maio,[2] em um Circuito de rua, em Monte Carlo, Mónaco, e tem 3.337 metros de extensão (o menor dentre todos os GPs do calendário),[3] que exigem dos pilotos muita precisão, devido a uma grande quantidade de curvas e a estreita largura das ruas que formam o percurso.
Juntamente com as 500 Milhas de Indianápolis e com as 24 Horas de Le Mans, o GP de Mônaco faz parte da chamada Tríplice Coroa do Automobilismo, que são as três mais prestigiadas corridas do automobilismo mundial.[4]
O GP foi disputado pela primeira vez em 1929. Em 1950, teve sua primeira participação na Fórmula 1 e a partir de 1955 passou a ser disputado regularmente pelo campeonato da Fórmula 1. Já teve alguns acidentes fatais, como o de Lorenzo Bandini em 1967. Curiosamente, com exceção do atual trecho da piscina, com suas quatro curvas, introduzido em 1973, o traçado de 3.337 metros é, basicamente, o mesmo que no dia 14 de abril de 1929 recebeu a primeira edição do Grande Prêmio de Mônaco.[5]
O Grande Prêmio de Mônaco formou parte do primeiro Campeonato Mundial de Fórmula 1 desde 21 de maio de 1950, o ano da criação, ganho por Juan Manuel Fangio com um Alfa Romeo. De 1955 esta corrida foi disputada anualmente. Juntamente com a data da Fórmula 1, por exemplo carros históricos e categorias baixas são disputadas. O Fórmula Júnior correu em Mônaco, em 1950 e de 1959 até 1963. Entre 1964 e 1997 realizou uma corrida de Fórmula 3, que serviu como um ponto de encontro para os pilotos dos vários campeonatos nacionais na Fórmula 3. Fórmula 3000 internacional ocorreu em 1998 e marcou o início de 2005 ao seu sucessor, o GP2 Series. Fórmula 3 Euroseries correu em Mônaco apenas uma vez em 2005, e o World Series by Renault faz daquele mesmo ano.
Por ser a mais tradicional prova do calendário da Fórmula 1, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) faz algumas concessões para a corrida acontecer. Ele é o único da Fórmula 1 que não excede a distância total de 305 km do Grand Prix, devido a uma cláusula especial que a FIA aprovou para Mônaco. Apenas 78 voltas são disputadas, totalizando uma distância de 260 km. Isto porque, para atingir esta distância de 305 km, a prova teria que ser disputada em 92 voltas. Com uma velocidade média de 155 km/h, as 92 voltas seriam concluídas em tempo superior as 2 horas previstas em regulamento. Outra concessão, que aconteceu até 2016, tem a ver com a tradição dos pódios: o GP de Monaco era a única corrida do ano em que a estrutura levada aos outros 19 GPs não era montada. A premiação, tradicionalmente, sempre aconteceu nos degraus do primeiro andar do camarote da família real - os Grimaldi - do principado. Em 2017, porém, esta tradição mudou, já que o Automóvel Clube de Mônaco (ACM), que organiza a corrida, montou o pódio no segundo andar do camarote, com direito até àquelas bandeiras em LED.[3] Por fim, o GP de Monaco é o único que tem um dia livre voltado exclusivamente para eventos comerciais: a sexta-feira que antecede a prova. Para isso, os primeiros treinos são antecipados para a quinta-feira.[2]
O maior vencedor da história do evento é o brasileiro Ayrton Senna[6] que venceu seis vezes (1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993). Senna também é o piloto com o maior número de poles conquistadas: Cinco (1985, 1988, 1989, 1990 e 1991).[7] Estes feitos de Ayrton Senna da Silva, piloto brasileiro que faleceu em 1994, o levou a receber o apelido de Rei de Mônaco.
História
Origens
Como muitas corridas europeias, o Grande Prêmio de Mônaco é anterior ao atual Campeonato Mundial de Formula 1. O primeiro Grande Prêmio do principado foi organizado por Antony Noghès e aconteceu em 14 de abril de 1929, no reinado do Príncipe Louis II, através do Automóvel Clube de Mônaco (ACM), que organizou o Rali de Monte Carlo e, em 1928, candidatou-se à Association Internationale des Automobiles Clubs Reconnus (AIACR), o órgão regulador internacional do automobilismo, visando elevar-se de um clube regional francês para o status nacional completo. A inscrição foi recusada devido à falta de um grande evento automobilístico realizado dentro dos limites de Mônaco. O rali não pôde ser considerado, pois utilizou principalmente as estradas de outros países europeus.[8][9]
Para obter o status nacional completo, Noghès propôs a criação de um Grande Prêmio automobilístico nas ruas de Monte Carlo. Após a sanção do príncipe Louis II, o organizador da prova buscou o apoio de seu conterrâneo, o piloto Louis Chiron, para quem a topografia de Mônaco era adequada à construção de uma pista de corrida.[10]
Dezesseis nomes disputaram o primeiro Grande Prêmio de Mônaco e nele a classificação foi definida por sorteio, cabendo a pole position ao francês Philippe Étancelin, piloto da Bugatti.[9] Outro piloto renomado e favorito à vitória era o alemão Rudolf Caracciola, da Mercedes, além de um certo "Georges Philippe", na verdade um pseudônimo utilizado pelo barão Philippe de Rothschild afim de ocultar sua identidade. Para o torcedor monegasco, no entanto, a terça-feira de competição foi prejudicada pela ausência de Louis Chiron, comprometido com os treinos e a disputa das 500 Milhas de Indianápolis de 1929.[11] Sobre a corrida, o vencedor foi o britânico William Grover-Williams (sob o heterônimo de "Williams"), dirigindo um Bugatti Type 35B, modelo de fábrica colorido com o tradicional "verde bretão".[12]
O Mercedes SSK de Caracciola não teve permissão para correr no ano seguinte, quando René Dreyfus e seu Bugatti Type 35B venceram a prova, com Chiron em segundo lugar a bordo de um Bugatti Type 35C. Resiliente, Louis Chiron permaneceu na equipe e venceu a corrida de 1931. Em 2022, ele continua sendo o único nativo de Mônaco a vencer um Grande Prêmio em seu país.
Vencedores do GP de Mônaco
O fundo rosa indica que a prova não fez parte do Mundial de Fórmula 1.
O fundo creme indica os Grandes Prêmios de Mônaco que fizeram parte do Campeonato Europeu de Automobilismo anterior à 2ª Guerra Mundial.
Por ano
Vitórias por piloto
Total
|
Piloto
|
Vitórias
|
6
|
Ayrton Senna
|
1987, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993
|
5
|
Graham Hill
|
1963, 1964, 1965, 1968, 1969
|
Michael Schumacher
|
1994, 1995, 1997, 1999, 2001
|
4
|
Alain Prost
|
1984, 1985, 1986, 1988
|
3
|
Stirling Moss
|
1956, 1960, 1961
|
Jackie Stewart
|
1966, 1971, 1973
|
Nico Rosberg
|
2013, 2014, 2015
|
Lewis Hamilton
|
2008, 2016, 2019
|
2
|
Juan Manuel Fangio
|
1950, 1957
|
Maurice Trintignant
|
1955, 1958
|
Niki Lauda
|
1975, 1976
|
Jody Scheckter
|
1977, 1979
|
David Coulthard
|
2000, 2002
|
Fernando Alonso
|
2006, 2007
|
Mark Webber
|
2010, 2012
|
Sebastian Vettel
|
2011, 2017
|
Max Verstappen
|
2021, 2023
|
1
|
Jack Brabham
|
1959
|
Bruce McLaren
|
1962
|
Denny Hulme
|
1967
|
Jochen Rindt
|
1970
|
Jean-Pierre Beltoise
|
1972
|
Ronnie Peterson
|
1974
|
Patrick Depailler
|
1978
|
Carlos Reutemann
|
1980
|
Gilles Villeneuve
|
1981
|
Riccardo Patrese
|
1982
|
Keke Rosberg
|
1983
|
Olivier Panis
|
1996
|
Mika Häkkinen
|
1998
|
Juan Pablo Montoya
|
2003
|
Jarno Trulli
|
2004
|
Kimi Räikkönen
|
2005
|
Jenson Button
|
2009
|
Daniel Ricciardo
|
2018
|
Sergio Pérez
|
2022
|
Charles Leclerc
|
2024
|
Fontes:[8]
|
Vitórias por equipe
Total
|
Equipe
|
Vitórias
|
15
|
McLaren
|
1984, 1985, 1986, 1988, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1998, 2000, 2002, 2005, 2007, 2008
|
10
|
Ferrari
|
1955, 1975, 1976, 1979, 1981, 1997, 1999, 2001, 2017, 2024
|
7
|
Team Lotus
|
1960, 1961, 1968, 1969, 1970, 1974, 1987
|
Red Bull Racing
|
2010, 2011, 2012, 2018, 2021, 2022, 2023
|
5
|
BRM
|
1963, 1964, 1965, 1966, 1972
|
Mercedes
|
2013, 2014, 2015, 2016, 2019
|
3
|
Cooper
|
1958, 1959, 1962
|
Tyrrell
|
1971, 1973, 1978
|
Williams
|
1980, 1983, 2003
|
2
|
Maserati
|
1956, 1957
|
Brabham
|
1967, 1982
|
Benetton
|
1994, 1995
|
Renault
|
2004, 2006
|
1
|
Alfa Romeo
|
1950
|
Wolf
|
1977
|
Ligier
|
1996
|
Brawn
|
2009
|
Fontes:[8]
|
Vitórias por país
Total
|
País
|
Vitórias
|
17
|
Reino Unido
|
1956, 1960, 1961, 1963, 1964, 1965, 1966, 1968, 1969, 1971, 1973, 2000, 2002, 2008, 2009, 2016, 2019
|
10
|
Alemanha
|
1994, 1995, 1997, 1999, 2001, 2011, 2013, 2014, 2015, 2017
|
9
|
França
|
1955, 1958, 1972, 1978, 1984, 1985, 1986, 1988, 1996
|
6
|
Brasil
|
1987, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993
|
4
|
Austrália
|
1959, 2010, 2012, 2018
|
3
|
Austria
|
1970, 1975, 1976
|
Argentina
|
1950, 1957, 1980
|
Finlândia
|
1983, 1998, 2005
|
2
|
Nova Zelândia
|
1962, 1967
|
África do Sul
|
1977, 1979
|
Itália
|
1982, 2004
|
Espanha
|
2006, 2007
|
Países Baixos
|
2021, 2023
|
1
|
Suécia
|
1974
|
Canadá
|
1981
|
Colômbia
|
2003
|
México
|
2022
|
Mónaco
|
2024
|
Fontes:[8]
|
↑1 (Última atualização: GP de Mônaco de 2024)
Contabilizados somente os resultados válidos pelo Mundial de Fórmula 1
Estatísticas do GP de Mônaco de F1
- Desde 1950, o vencedor do Grande Prêmio de Mônaco largou apenas 10 vezes de uma posição pior que o terceiro Lugar do Grid;[16]
- Vitória largando da posição mais distante do Grid de Largada do Grande Prêmio de Mônaco - Olivier Panis, em 1996, que largou na 14a posição.[16]
- Em 2019, na qualificação do GP do Mónaco Lewis Hamilton completou uma volta em 1.10.166 o torna o piloto mais rápido de sempre nas ruas do Principado[17].
Notas
Referências
Ver também
Ligações externas
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