A temporada foi marcada pelas mortes do austríaco Roland Ratzenberger (no treino classificatório do Grande Prêmio de San Marino) e do tricampeão Ayrton Senna, também no GP de San Marino. Ocorreram mais acidentes graves, como os de Rubens Barrichello (no treino de sexta-feira em San Marino), o de Karl Wendlinger, em Monte Carlo (também nos treinos), Pedro Lamy (durante teste em Silverstone), Andrea Montermini, na Catalunha (também nos treinos), Jean Alesi e J.J. Lehto (ambos durante testes) mas sem consequências fatais. A quantidade de acidentes graves aumentou muito, por causa da proibição de todos os sistemas eletrônicos do carro como a suspensão ativa, o controle de tração, cambio automático, acelerador eletrônico, freios ABS e o diferencial autoblocante ajustável. Eles ajudavam na estabilidade dos carros na pista, na tentativa de proporcionar um maior equilíbrio entre as equipes, apesar de tudo o carro ainda era um dos melhores do grid, só que Senna tinha dificuldades de evoluir o equipamento. Pelos acidentes e mortes, a Fórmula 1, na sua organização e no seu formato de disputa naquele momento, voltou a ser alvo de pesadas críticas por parte da opinião pública mundial, chegando a perder em faturamento e audiência (sobretudo com a morte de Senna, o grande ídolo da categoria no início dos anos 90), fatores somados que levaram a FIA a repensar as regras e critérios para as temporadas seguintes, principalmente no tocante à segurança. Com efeito, desde então mais nenhuma morte foi registrada na Fórmula 1 até o ano de 2015 quando, 21 anos depois, o piloto francês Jules Bianchi veio a falecer em decorrência dos ferimentos causados em acidente sofrido no GP do Japão em outubro de 2014. Muitos consideram a temporada de 1994 o início de uma nova era dentro da categoria, que agora foi dominada pelos alemães.
Nigel Mansell, Philippe Adams, Aguri Suzuki, Olivier Beretta, Hideki Noda e Franck Lagorce fizeram apenas "participações especiais" durante a temporada, sendo que o campeão Mansell, pela Williams (em substituição a David Coulthard e, por extensão, a Ayrton Senna), disputou quatro corridas e venceu a última da temporada - o GP da Austrália, que também foi a última vitória da sua carreira - e o monegasco Beretta disputou dez etapas. Adams, Suzuki, Noda e Lagorce disputaram uma ou duas etapas.
Apesar de Alain Prost ter sido campeão em 1993, o número 1 não foi colocado no carro de Damon Hill, pois o francês havia se aposentado. Desde 1986, o expediente de atribuir o 1 a um piloto não-campeão está proibido.
Benetton: J.J. Lehto foi inscrito para o início da temporada, mas o finlandês sofreu um grave acidente em testes da equipe, e foi impedido de competir. Substituído pelo holandês Jos Verstappen, entrou no lugar de Michael Schumacher durante a suspensão do alemão, sendo dispensado logo em seguida. Lesionado no acidente em Jerez, Verstappen foi substituído por Johnny Herbert nos dois últimos GPs, no Japão e na Austrália.[1]
McLaren: Mika Häkkinen renovou seu contrato com a equipe, e seu companheiro seria o experiente inglês Martin Brundle, contratado para suceder Ayrton Senna. Philippe Alliot e Yannick Dalmas também foram cogitados para a vaga do tricampeão - Alliot disputou apenas o GP da Hungria pela equipe de Woking, substituindo Häkkinen, suspenso após provocar um acidente no GP da Alemanha.
Lotus: Pedro Lamy renovou seu vínculo com a tradicional equipe inglesa, assim como Johnny Herbert, e eles formaram a dupla inicial da escuderia na primeira parte do campeonato. Lamy sofreu acidente grave durante testes em Silverstone, ficando impedido de correr. Alessandro Zanardi, Philippe Adams, Mika Salo e Éric Bernard também correram pela equipe durante o ano.
Larrousse: O monegasco Olivier Beretta assinou com a equipe francesa para o lugar de Philippe Alliot. Érik Comas renovou o contrato com a Larrousse no fim de 1993, mas antes do fim da temporada, abandonou a categoria por falta de resultados.
Pacific: Outra escuderia estreante, confirmou a volta do francês Paul Belmondo à categoria, e acertou um contrato com o franco-belga Bertrand Gachot, que também era um de seus acionistas.
Negrito – Pole position
Itálico – Volta mais rápida
† - Classificado por ter completado mais de 90% da prova
* Em negrito indica pole position e itálico volta mais rápida.
† Completou mais de 90% da distância da corrida.
Trocas de pilotos
A temporada de 1994 foi marcada pelas inúmeras trocas de pilotos durante o campeonato.
Nigel Mansell substituiu David Coulthard em quatro corridas enquanto os calendários da F-1 e da CART não coincidiam.
J.J. Lehto, contratado pela Benetton para o lugar de Riccardo Patrese, foi impedido de correr nos GPs do Brasil e do Pacífico após sofrer acidente durante testes, e seu lugar foi ocupado pelo novato holandês Jos Verstappen. O piloto finlandês, que chegou a correr no lugar de Schumacher durante a suspensão do alemão, também disputaria duas etapas pela Sauber, substituindo Andrea De Cesaris, que se aposentou das pistas após o GP da Europa.
Eddie Irvine, punido com três corridas de gancho pelo acidente causado no Brasil, foi substituído pelo japonês Aguri Suzuki (GP do Pacífico) e por De Cesaris (San Marino e Mônaco).
Alliot também correu na McLaren em substituição a Mika Häkkinen na Hungria. O finlandês levara uma suspensão devido ao acidente na largada do GP da Alemanha.
Apesar de ter feito dois sextos lugares, Érik Comas foi substituído no GP da Austrália pelo suíço Jean-Denis Délétraz, que trazia uma considerável quantia em dinheiro.
Pedro Lamy se acidentou durante testes da Lotus em Silverstone, e ficou impossibilitado de correr no resto do campeonato. O belga Philippe Adams e o finlandês Mika Salo ocuparam o lugar do português. Alessandro Zanardi (bicampeão da CART e que retornaria à F-1 em 1999) disputou dez etapas, todas pela Lotus.
Franck Lagorce, vice-campeão da Fórmula 3000, correu duas etapas pela Ligier, no lugar de Éric Bernard, que foi para a Lotus em troca com Johnny Herbert, que iria à escuderia francesa.
Roland Ratzenberger, falecido em Ímola, foi substituído por quatro pilotos: Andrea Montermini (que acabou se acidentando na Espanha), Jean-Marc Gounon (ex-Minardi), Taki Inoue e Mimmo Schiattarella, que correu também em 1995 e teve passagens curtas pela CART entre 1994 e 1995 e em 1998.
Jean Alesi havia se machucado durante testes da Ferrari. Nicola Larini, reserva da Scuderia, foi seu substituto nos GPs do Pacífico e de San Marino, onde obteve seu único pódio na categoria.
Vincenzo Sospiri, companheiro de equipe de Taki Inoue na F-3000, chegou a ser cogitado para uma vaga na Simtek (fez inclusive um teste com Inoue), mas perdeu o posto para o japonês, cujo aporte financeiro era superior ao do italiano.