Grande Prêmio da Alemanha
O Grande Prêmio da Alemanha (em alemão: Großer Preis von Deutschland) foi uma corrida de automóveis, disputada anualmente, que integrou o Campeonato Mundial de Fórmula 1, promovido pela FIA. O GP alemão entrou para o calendário da Fórmula 1 a partir da segunda edição do Campeonato Mundial, ocorrida em 1951, e, desde então, só ficou ausente da maior categoria do automobilismo por três vezes. Na primeira delas, em 1955, a corrida foi cancelada porque se considerou que o circuito de Nürburgring era inadequado para os novos padrões de segurança, enrijecidos após a tragédia ocorrida durante as 24 Horas de Le Mans daquele ano, o mais grave acidente do automobilismo em todos os tempos. Neste circuito ocorreu em 1976 o acidente quase fatal do piloto austríaco Niki Lauda. Em 1960, a corrida foi disputada, mas exclusivamente por carros de Fórmula 2. Em 2007, o Automóvel Clube da Alemanha (AvD), não autorizou seu rival, o Automóvel Clube Geral da Alemanha (ADAC), a denominar a prova realizada em Nürburg como "Grande Prêmio da Alemanha", o que fez com que a corrida se chamasse "Grande Prêmio da Europa". O Grande Prêmio da Alemanha foi realizado em Hockenheim todos os anos entre 1977 e 2006 (exceto 1985). Durante esse período, uma corrida de F1 separada foi realizada na Alemanha em Nürburg, na maioria dos anos, de 1995 a 2007, sob o título de Grande Prêmio da Europa. Originalmente planejado para começar em 2007, Hockenheim e Nürburg alternaram a realização do Grande Prêmio da Alemanha entre 2008 e 2014, altura em que o autódromo de Nürburgring desistiu de sediar o evento em 2015, deixando Hockenheim como o único anfitrião da corrida, mas apenas em anos alternados até 2018 um outro contrato de um ano colocou o Grande Prêmio da Alemanha no calendário de 2019. Em 2020, o Grande Prêmio da Alemanha não voltou a ser disputado. HistóriaAntecedentesEm 1907, o ADAC organizou o Kaiserpreis, isto é, o Prêmio do Imperador, em alusão ao monarca alemão reinante à época, o imperador Guilherme II. Pelo regulamento da prova, não seriam permitidos carros especiais de corrida, somente carros de turismo com motores de até 8 litros. O evento gerou enorme repercussão em toda a Europa, com um grande número de inscrições, o que levou os organizadores a promover duas eliminatórias, antes da corrida propriamente dita. Disputada em 4 voltas, nas estradas das montanhas de Taunus, num circuito de 117,770 km, a prova teve como grande vencedor o italiano Felice Nazzaro, a bordo de um Fiat 72 hp. De 1908 a 1911, foi disputado o Prinz-Heinrich-Fahrt (Percurso Príncipe Henrique), uma espécie de desafio ao estilo rali, organizado sob os auspícios do príncipe Henrique da Prússia, irmão mais novo do imperador. Esse evento também foi destinado a carros de turismo e, apesar de não ter gerado a mesma euforia que o Prêmio do Imperador, é igualmente considerado um dos precursores do Grande Prêmio da Alemanha. A primeira ediçãoO 1o Grande Prêmio da Alemanha foi promovido pelo AvD e disputado em 11 de julho de 1926, no circuito de AVUS (Automobil-Verkehrs und Übungs-Strasse, ou seja, Estrada para Condução de Automóveis e Treinamentos), localizado a sudoeste de Berlim. O traçado, de 19,573 km, notabilizava-se por seu desenho incomum: duas retas opostas ligadas por curvas de 180°. Foi o sexto grande prêmio nacional de automobilismo a surgir no cenário mundial, em seguida aos GPs da França (1906), Estados Unidos (1908), Espanha (1913), Itália (1921) e Bélgica (1925). A corrida foi restrita a carros de turismo e transcorreu sob uma chuva torrencial, o que causou inúmeros acidentes. No pior deles, Adolf Rosenberger colidiu com uma tenda de comissários de pista, matando três deles. Após 20 voltas e um percurso total de 391,380 quilômetros, o vencedor foi um piloto da casa, Rudolf Caracciola, pilotando um Mercedes 1924 2.0l, com o tempo de 2h54m12.8. A corrida não mais voltaria a AVUS, salvo uma última vez, no ano de 1959. O Período Pré-GuerraApós a primeira corrida, o Grande Prêmio foi transferido para o novíssimo circuito de Nürburgring, com seu extenso percurso de 28,265 quilômetros. O traçado, considerado até hoje o mais extraordinário para corridas de automóvel, havia sido inaugurado em 18 de junho de 1927, com as I Internationales Eifelrennen (I Corridas Internacionais de Eifel), competição promovida pelo ADAC para carros de corrida, carros de turismo e motocicletas. Desde então, Nürburgring passou a abrigar o Grande Prêmio da Alemanha, até 1970, quando o circuito rival de Hockenheimring tomou seu lugar, por questões de segurança. Até 1929, a corrida foi disputada unicamente por carros de turismo. De 1931 a 1939, a prova abrigou carros da categoria mais proeminente do automobilismo à época, isto é, os carros de Grandes Prêmios, considerados como tais aqueles que seguiam a fórmula (conjunto de regras) ditada pela AIACR (Associação Internacional dos Automóveis Clubes Reconhecidos), nome que FIA então ostentava. De 1935 a 1939, o evento contou pontos para o Campeonato Europeu de Automobilismo. Nos anos de 1930 e 1933, o evento deixou de ser disputado, em razão de problemas econômicos enfrentados pela Alemanha. Nessa primeira fase de sua história, o Grande Prêmio da Alemanha foi dominado por pilotos alemães e suas Flechas de Prata. Além da vitória na corrida inaugural, Rudolf Caracciola voltou a vencer outras cinco vezes (1928, 1931, 1932, 1937 e 1939), firmando um recorde até hoje não alcançado. Outros alemães também triunfaram em casa. Christian Werner, em 1928xxx, Hans Stuck, em 1934, e Bernd Rosemeyer (em 1936). Apenas por três vezes os estrangeiros conseguiram triunfar: em 1929, com o monegasco Louis Chiron, em 1935, com o italiano Tazio Nuvolari, e em 1938, com o britânico Dick Seaman. A corrida de 1940 estava programada para um novo ciruito, em Dresden, chamado Deutschlandring. A eclosão da II Guerra Mundial, porém, resultou no cancelamento dessa corrida. O Período Pós-GuerraApós a II Guerra Mundial, a Alemanha e os pilotos alemães foram banidos das competições automobilísticas internacionais, o que persistiu por vários anos. Em 1950, com o fim da punição, foi disputado em Nürburgring o 13o Grande Prêmio da Alemanha, mas o retorno da prova deu-se com carros da Fórmula 2. O vencedor, em compensação, foi outro astro do automobilismo naquela década, o italiano Alberto Ascari, que depois se tornaria bicampeão mundial de Fórmula 1. A partir do ano seguinte, a prova ingressou no calendário da categoria maior do automobilismo mundial, no qual permanece até os dias de hoje. A saída da Mercedes das disputas automobilísticas, por conta da tragédia de Le Mans, provocou um sensível declínio no número de espectadores que compareciam a Nürburgring, o que levou o AvD a retornar a prova para o circuito berlinense de AVUS, em 1959. Para essa decisão também contribuiu a aposentadoria do campeoníssimo Juan Manuel Fangio, que se retirou ao fim da temporada de 1958. O traçado simples de AVUS era um convite à alta velocidade. Como resultado, vários acidentes marcaram aquela edição do Grande Prêmio. A mudança de circuito, no fim das contas, não foi a melhor saída para o problema da queda de público. De Nürburgring a HockenheimringEm 1960, como que antecipando as mudanças que depois haveria nas regras da categoria-mor do automobilismo, o 22o Grande Prêmio da Alemanha foi restrito a carros de Fórmula 2, não sendo contabilizado, portanto, para o Campeonato Mundial de Fórmula 1. Outro diferencial foi a realização da prova apenas no Anel Sul (Südschleife) do circuito de Nürburgring, fato que ocorreu apenas nessa oportunidade na história do Grande Prêmio. O vencedor foi o sueco Jo Bonnier, com um carro da Porsche, fábrica que, a partir do ano seguinte, com a conversão das regras da Fórmula 2 em regras da nova Fórmula 1, ingressaria na categoria de topo. A partir de 1961, a Alemanha passou a abrigar uma segunda corrida com carros de Fórmula 1. o Grande Prêmio de Solitude, que não valia pontos para o Campeonato Mundial, teve excelente afluxo de público, diferentemente do GP nacional. A média de espectadores, nessa prova extracampeonato, conseguiu atrair uma média de 288 000 pessoas. Chegou-se a cogitar, por isso, que o Grande Prêmio da Alemanha passaria a ser disputado nesse outro circuito. Mas tudo, ao final, não passou do campo da hipótese. O circuito de Solitude só recebeu a Fórmula 1 até 1964 e a corrida alemã oficial continuou no Anel Norte (Nordschleife) de Nürgurgring. Em 1970, graças à preocupação dos pilotos com sua própria segurança, num movimento encabeçado por Jackie Stewart e que começara em 1966, foram exigidas várias modificações em Nordschcleife. O tempo, porém, não era suficiente para a implementação desses ajustes e a prova, pela primeira vez, chegou a Hockenheimring, que já estava adequado às novas condições. Depois dessa adaptação, Nordschleife acolheu mais seis edições do GP. Até que, em 1976, o acidente com Niki Lauda enterrou de vez o romantismo que os tradicionais circuitos despertavam. Nürburgring e seu longo percurso era, definitivamente, incompatível com as exigências de segurança. A prova voltou para Hockenheimring, que passou a ser sede permanente do Grande Prêmio alemão. Após a inauguração de sua atual pista de corridas, o circuito de Nürburgring voltou a sediar uma prova de Fórmula 1, em 1984, intitulada Grande Prêmio da Europa. A experiência agradou e, no ano seguinte, o traçado acolheu o 47o Grande Prêmio da Alemanha. Diferentemente de sua primeira fase histórica, os alemães não mais veriam um compatriota no lugar mais alto do pódio, salvo em 1995, quando triunfou o espetacular Michael Schumacher, que ainda venceria outras três edições da prova alemã (2002, 2004 e 2006), tornando-se o segundo maior vencedor da etapa alemã. Alem dele, seu irmão, Ralf Schumacher também conseguiu a vitória em casa, no GP de 2001. Já recentemente , Sebastian Vettel e Nico Rosberg viriam a vencer em 2013 e 2014, respectivamente. Dois GPs na AlemanhaNa sequência do sucesso de Schumacher, a Alemanha tornou-se palco de uma segunda corrida anual de F1. Enquanto Hockenheimring sediava o Grande Prêmio da Alemanha, Nürburgring passou a receber, a partir de 1995, o Grande Prêmio da Europa, sendo que, em 1997 e 1998, a segunda prova alemã chamou-se Grande Prêmio de Luxemburgo. Em 2004, antes mesmo do fim da Era Schumacher, que se aposentou ao término da temporada de 2006, o público começou a decrescer de maneira preocupante, a ponto de tornar insustentável a existência de duas corridas de Fórmula 1 em solo alemão. Contribuiu para isso o retorno do Grande Prêmio da Bélgica ao calendário, do qual havia ficado fora em 2003, fazendo com que belgas e holandeses, aficionados pela Fórmula 1, sumissem das arquibancadas das provas alemãs. Some-se a isso a circunstância de que o Grande Prêmio da Alemanha, tal como o Grande Prêmio da Grã-Bretanha, não recebe nenhuma ajuda governamental para manter-se, diferentemente do que normalmente acontece com outras etapas mundo afora, sempre subvencionadas pelos cofres públicos. O retorno financeiro deficitário inviabilizaria, sobretudo, o custeio da comissão anual que cada circuito tinha de pagar à FOM para permanecer no calendário. O próprio Bernie Ecclestone exigiu uma solução, e, tencionando levar a categoria para outros países ou continentes, decretou, ao menos na ocasião, que não haveria mais lugar para que um único país sediasse mais de uma etapa da Fórmula 1. A Itália, por exemplo, deixaria de receber a prova em Imola, a partir de 2007. A questão foi solucionada ainda em 2006: o ADAC e o AvG decidiram alternar-se na promoção da corrida. Nürburgring receberia a prova nos anos pares e Hockenheimring nos anos ímpares. AvG versus ADACEm 2007, primeiro ano de vigência do acordo entre os clubes de automóveis alemães, houve um sério impasse: o AvG, que promovia o GP alemão desde sua origem e tinha laços estreitos com Hockenheimring, recusou-se a autorizar o ADAC, ligado a Nürburgring, a realizar a corrida nesse circuito sob o título de "Grande Prêmio da Alemanha". Como o direito sobre o nome da corrida pertencia ao AvG, a saída foi continuar a chamar a prova de Nürburgring como "Grande Prêmio da Europa". Pela primeira vez, desde o longínquo ano de 1955, o GP da Alemanha deixaria de ser realizado. As negociações persistiram e finalmente, em 2008, o AvG e o ADAC ratificaram o propósito comum de continuidade do Grande Prêmio da Alemanha, com revezamento entre Hockenheimring e Nürburgring, ao menos até o ano de 2011, quando vencerá o atual contrato com a FOM. O GP de 2009, disputado em Nürburgring, ocorreu sob o nome de "Grande Prêmio da Alemanha", o que, espera-se, também se repita no ano de 2011. Em razão de desentendimentos comerciais com a FOM, a etapa de 2015 igualmente não foi realizada. O futuroMesmo com o elevado número de alemães presentes na categoria máxima do automobilismo (Nick Heidfeld, Nico Rosberg, Sebastian Vettel, Timo Glock e Adrian Sutil), para a corrida de 2008, o AvG informou que haveria um prejuízo estimado em 3 milhões de euros, o que colocou em dúvida a realização de outra corrida de Fórmula 1 em Hockenheimring, no ano de 2010. Entretanto, Karl-Josef Schmidt, gerente do circuito, garantiu que isso não inviabilizaria a manutenção da prova em Hockenheim, porque o autódromo mantinha, durante cada temporada anual, provas de outras categorias, bem como outros eventos, o que asseguraria o suporte financeiro necessário para que o circuito continuasse a abrigar a deficitária etapa da Fórmula 1. O retorno de Michael Schumacher, na temporada de 2010, injetou novo fôlego à prova germânica, apesar de o desempenho do campeoníssimo não ter sido parecido àquele de seus anos áureos na categoria. Os últimos anosMesmo com os esforços do público alemão e da Fórmula 1, o Grande Prêmio da Alemanha começou aos poucos a definhar, principalmente por questões financeiras, ocasionando em diversos prejuízos ao evento. Dessa forma, o GP da Alemanha deixou de ser revezado entre Hockenheimring e Nurburgring após 2013, o que fez com que o GP fosse disputado apenas em Hockenheim. Sendo assim, o GP da Alemanha passou foi disputado em 2014, 2016 e em 2018, incluindo uma continuidade do GP em 2019, graças ao apoio financeiro da Mercedes, que iria comemorar naquela corrida o aniversário de 125 anos em envolvimento no automobilismo. Depois disso, a administração de Hockenheimring e a Liberty Media (que são os diretores comerciais da F1), não entraram em acordo, o GP da Alemanha deixou o calendário da categoria a partir de 2020. A categoria até teve uma corrida em solo alemão em 2020, desta vez no circuito de Nürgurgring, com o nome de Grande Prêmio de Eifel, por causa de remanejamento de datas por conta da pandemia de Covid-19. Depois disso, a F1 nunca mais teve uma corrida na Alemanha desde então. Alguns circuitos utilizados
PatrocinadoresO interesse financeiro que hoje norteia a realização das provas automobilísticas em geral possibilita às empresas interessadas a adição de seu nome à denominação oficial das corridas de automóvel. Estes foram os principais patrocinadores do Grande Prêmio da Alemanha e que tiveram seus nomes adicionados à designação das edições do evento: 1987-2006: Mobil 1 2008-2014: Santander 2018: Emirates 2019: Mercedes-Benz GanhadoresPor anoO fundo rosa mostra quando a prova não fez parte do Mundial de Fórmula 1. O fundo creme indica as edições da época do Pré-Guerra, que integraram o Campeonato Europeu de Automobilismo. Por pilotos, equipes e países que mais venceram1
↑1 (Última atualização: GP da Alemanha de 2018) Recordes do Grande Prêmio da Alemanha
Referências
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