Formou-se em 8 de novembro de 1886 com 20 anos de idade no curso de ciências jurídicas e sociais.[1]
Participa do movimento abolicionista se juntando aos caifases de Antonio Bento,[1] ajudando escravos fugidos ao quilombo do Jabaquara.
Casou-se em 1888 com Ermelinda Ferreira de Mesquita, irmã do jornalista Júlio de Mesquita, do jornal Província de São Paulo (hoje Estado de São Paulo).[1] Tiveram dezesseis filhos. Entre eles, Vicentina de Carvalho, a poetisa, e Arnaldo Vicente de Carvalho, jornalista.
Em 26 de fevereiro de 1892 foi nomeado Secretário de Interior do Estado de São Paulo na administração de Cerqueira César.[1]
Autorizou a criação da Escola Superior de Agricultura, futura ESALQ, e a Escola Superior de Engenharia, futura Poli.[1]
Na área do saneamento, tentou trazer Pasteur ao Brasil. Esse mandou seu aluno Felix Le Dantec.[1] Criou o Hospital de Isolamento do Instituto Bacteriológico e o Instituto Vacinogênico além do Laboratório de Análise e de Bromatologia.[1] Criou o serviço sanitário do estado.[1]
Em 30 de setembro de 1892, se afastou da política definitivamente.[1] Antes de sair, durante uma solenidade na câmara municipal, Vicente esbofeteou Alfredo Maia que insinuou haver falcatrua em uma operação imobiliária do seu ministério. Disse: "O senhor insultou-me em ofício: eis a resposta!"[1]
Fazendeiro e empresário
Em Franca, comprou a fazenda Frutal para plantar café. O negócio fracassou com a queda dos preços.[1]
Em 1901 voltou a Santos e publica Solução para a Crise do Café, um livro feito de artigos publicados no Estado de S. Paulo, arguindo que havia excesso de produção em frente à demanda. Propunha a destruição de um quinto da produção para equilibrar o mercado.[1]
Em 1902 fundou com o sócio João da Silva Martins a Empresa de Navegação Fluvial Sul Paulista para explorar o transporte na ribeira do Iguape.[1]
Em 1921 escreveu uma carta pública ao presidente Epitácio Pessoa que visitava Santos.[1] Arguiu contra a privatização da orla em favor de sua preservação:
Sob pretexto de que esta praia é terreno de marinha, estão particulares tentando apropriar-se dela a título de aforamento. Entrando assim no domínio do privado, o tradicional logradouro público desapareceria fracionado, mutilado, despedaçado como por mãos de bárbaros [...] Deus do Céu! Que ideia essa de alguém que é o Governo Brasileiro, e o Governo de um brasileiro que se chama Epitácio Pessoa, vender pelo prato de lentilhas que a Bíblia consagrou na execração dos homens, uma linda e preciosa joia de família, da nossa família santista, da nossa família paulista, da nossa família brasileira.[1]
Poesia
Em 1885 publicou seu primeiro livro Ardentias.
Três anos depois veio Relicário (1888).
Em 1902 publicou Rosa, rosa de amor.
A obra que marcou sua carreira poética, Poemas e Canções, foi primeiro publicada em 1908 com prefácio de seu amigo Euclides da Cunha. Teve dezessete edições.
Também se encontra colaboração da sua autoria na revista Branco e Negro[5] (1896-1898).
Serviu como redator das revistas Ideia e República. Tendo publicado verso, estreou na prosa numa polêmica com o poeta Dias da Rocha.[6]
Avaliação
Roquete Pinto o considerava "grande cidadão [...] sempre interessado nas questões difíceis da república, juiz de peregrinas virtudes, exemplar representante dos melhores aspectos da sociedade que se formou."[7]
Homenagens
Uma das principais avenidas que seguem a orla de Santos tem seu nome.
No bairro do Boqueirão, em Santos, há uma estátua em bronze de autoria de Caetano Fracarolli.[1] Na sua inauguração Guilherme de Almeida discursou: "poeta épico, e clássico, e lírico, e satírico, e popular, e parnasiano, e simbolista, e naturalista."[1]
Principais obras
Ardentias 1885
Relicário 1888
Rosa, rosa de amor 1902
Poemas e canções 1908
Versos da mocidade 1909
Verso e prosa, incluindo o conto "Selvagem" 1909
paginas coladas 1911
A voz dos sinos 1916
lucinha, contos 1924
Academia Brasileira de Letras
Foi o segundo ocupante da cadeira 29, que tem por patrono Martins Pena. Eleito em 1 de maio de 1909, na sucessão de Artur de Azevedo, foi recebido por carta na sessão de 7 de maio de 1910. Também foi membro da Academia Paulista de Letras.