A cultura da cidade de São Paulo foi largamente influenciada pelos diversos grupos de imigrantes que ali se estabeleceram, principalmente portugueses, japoneses, italianos, espanhóis e também de migrantes, principalmente nordestinos. São Paulo possui uma ampla rede de teatros, casas de show e espetáculo, bares e grandes eventos culturais como a Bienal de São Paulo e a Virada Cultural, mas também a maior e principal Fashion Week do continente, e que está entre as cinco principais do mundo. Instituições de ensino, museus; o seu principal museu de arte, o MASP, é um dos mais ricos do mundo, sem falar na sua prestigiosa Pinacotéca e galerias de arte não raro empregam superlativos em suas descrições (sedia, por exemplo, a maior universidade pública do país - a Universidade de São Paulo - a maior universidade privada - a Universidade Paulista - e a maior casa de espetáculos do país, o Credicard Hall).[1]
São Paulo é a principal capital cultural do Brasil, tendo-se consolidado como local de origem de toda uma série de movimentos artísticos e estéticos ao longo da história do século XX. possui o status de sede de muitas das principais instituições culturais do Brasil, é em São Paulo que existe o maior mercado para a cultura, tendo hoje se consolidado como a principal capital cultural do Brasil e uma das 12 Capitais Culturais do Mundo, segundo pesquisa, realizada pelo jornal britânico, The Guardian e que foi encomendada, pela prefeitura de Londres, por ordem, do então prefeito; Boris Johnson.[2]
Na cidade, são celebrados festivais relacionados aos grupos de imigrantes, como a festa da Achiropita (festival Italiano) também com os Matsuri (festivais de cultura japonesa). Destes, destacam-se: o Tanabata Matsuri[3] (七夕祭り, "Festival do Tanabata"), relacionado à comemoração do Tanabata, e realizado desde 1979,[4] o Nikkey Matsuri[5] (ニッケイ祭り, "Festival do Nikkey"), o Mochitsuki Matsuri[6] (餅つき祭り, "Festa do Mochi Batido") e o Bunka Matsuri[7] (文化祭り, "Festival da Cultura").
Episódios relevantes na história das artes cênicas no Brasil aconteceram na cidade de São Paulo. Verifica-se na cidade tanto um cenário de teatro de vanguarda como de um teatro tradicional, assim como os teatros musicais e de variedades . Três instituições revelaram-se importantes na cidade, ao longo do século XX: primeiramente o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC),[9] depois o Teatro de Arena[10] e finalmente o Teatro Oficina.[11]
A literatura na cidade de São Paulo começa com a chegada dos missionários da Companhia de Jesus, cujos membros são conhecidos como jesuítas, no início do século XVI. Eles escreveram relatórios à coroa portuguesa sobre as terras recém-encontradas e sobre os povos nativos, compondo poesias e músicas para o catecismo. Os padres jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta são considerados os fundadores da capital paulista.[13]
Durante o século XIX a cidade teve grandes nomes da literatura como o escritor Álvares de Azevedo, representante da fase ultrarromântica do Romantismo. Porém, os escritores paulistanos só atingem independência cultural e projeção nacional no início do século XX, com o movimento modernista brasileiro, principalmente após a realização da Semana de Arte Moderna em 1922.[14]
Durante o período modernista surgiram importantes escritores da literatura brasileira como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, responsáveis pela introdução do modernismo no Brasil e produtores de uma extensa e importante obra literária, dramatúrgica e crítica para a cultura brasileira.[15] Com o poema urbano "Pauliceia desvairada", Mário de Andrade estabeleceu o movimento modernista no Brasil.[16] O romance Macunaíma, com a sua abundância de folclore brasileiro, representa o ápice da prosa nacionalista no modernismo através da criação de um anti-herói nacional. A poesia experimental de Oswald de Andrade, a prosa de vanguarda, em especial o romance "Serafim Ponte Grande" (1933), e manifestos provocativos que exemplificavam a quebra do movimento com a tradição.[17] Artistas e escritores modernistas escolheram o Teatro Municipal de São Paulo para lançar seu manifesto modernista. O local passou a ser um bastião da cultura europeia com a Ópera e apresentações de música clássica trazidas da Alemanha, França, Áustria e Itália. Foi importante para eles escolher o Teatro Municipal como ponto de partida, porque a alta sociedade que frequentava o local negavam suas raízes brasileiras por falar línguas como o francês apenas na casa de ópera. Além disso, os frequentadores se comportavam como se o resto do Brasil, e a própria cultura brasileira, não importasse ou não existisse. Ambos os autores foram influentes escritores da escola modernista: Mário de Andrade e Oswald de Andrade.[15]
A partir dos anos de 1960, São Paulo começa a ser o cenário de diversas obras da literatura brasileira. Algumas das mais memoráveis são os romances policiaisRubem Fonseca e Marcos Rey, e nos poemas de Roberto Piva, que descrevem, principalmente, as ruas soturnas do centro da cidade, com suas personagens excluídas da sociedade - usuários de drogas, homossexuais, criminosos e boêmios. Este aspecto da cultura urbana da cidade também pode ser lido nos livros de Tony Bellotto e Bernardo Carvalho.
No século XXI, a cidade voltou a ser o cenário de um grande romance: Eles Eram Muitos Cavalos de Luiz Ruffato, ganhador do Troféu APCA, aborda um dia na cidade, a partir das histórias individuais de seus moradores. O livro traz personagens tão distintos quanto políticos, empresários, estudantes, marginalizados, migrantes e imigrantes, em suas diferenças sociais e culturais (judeus, italianos, nordestinos, evangélicos) e foi bem recebido pela crítica.[18][19][20]
Música
A cidade tem uma cena musical fervilhante, com diversas vertentes musicais sendo representadas. No samba, a cidade possui nomes de renome como Paulo Vanzolini, compositor de uma das mais conhecidas músicas sobre a cidade, Ronda, e Adoniran Barbosa, cujos sucessos mais lembrados são Saudosa Maloca e Trem das Onze. Também os Demônios da Garoa, grupo de samba da década de 1940 ainda em atividade considerado o "Conjunto Vocal Mais Antigo do Brasil em Atividade".[21]
O município foi o berço de várias bandas de rock nas décadas de 1960, 1970 e 1980, como os Os Mutantes, uma banda de rock psicodélico que liderou o caminho no cenário musical da música experimental, cujo sucesso é por vezes relacionado com o de outros músicos da Tropicália, mas com um estilo musical e ideias próprias.[22] A cidade também inspirou músicos desse movimento, como Caetano Veloso que compôs Sampa e Tom Zé, com diversas músicas sobre a cidade (em que atualmente vive), dentre as quais São São Paulo.
No final do governo militar no início dos anos 1980 a banda Ultraje a Rigor surgiu na cidade. Eles jogaram um estilo simples e irreverente do rock. As letras representavam as mudanças na sociedade e na cultura que não apenas São Paulo, mas em toda a sociedade brasileira.[23]
As cenas pós-punk e garagem tornaram-se fortes na década de 1980, talvez associada com o cenário sombrio de desemprego e de poucas perspectivas reais do ponto de vista da juventude da época. Exemplos de bandas provenientes deste movimento incluem Ira! - autores da música Pobre Paulista[carece de fontes?] -, Titãs, Ratos de Porão, Innocentes e 365 - essa, autora da música São Paulo[carece de fontes?] (cujos versos Sem São Paulo/ O meu dono é a solidão/Diga "sim"/Que eu digo "não", se tornaram uma espécie de hino informal da cidade).
Muitas bandas de heavy metal também se originaram na cidade, como Angra, Torture Squad, Korzus e Dr. Sin. Muitas culturas "alternativas" de São Paulo se misturam em um pequeno shopping apelidado de Galeria do Rock, que inclui lojas que atendem a uma ampla gama de nichos alternativos. Em 2011, foi confirmada a versão brasileira do festival Lollapalooza, que será sediada no Jockey Club paulistano nos dias 7 e 8 de abril de 2012.[25][26]
A cidade também é muito influente no movimento hip-hop (break, grafite e rap), sendo que, no Brasil, os maiores expoentes dessa vertente cultural estão em São Paulo e seu entorno. Também é forte a presença da música eletrônica, com diversas raves e festas, como o Skol Beats,[28]Nokia Trends,[29]Spirit of London, entre outras.[30]
Imprensa e audiovisual
São Paulo é um dos principais centros de comunicação do Brasil e da América Latina, e do Mundo por reunir em seu território a sede de vários grandes grupos de comunicação. A cidade é, sendo uma cidade de categoria 'Alfa', jà há muitos anos, por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC) Dois dos jornais mais influentes do país[31] são publicados na cidade, ambos com reputação internacional: a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo (o jornal mais antigo da cidade ainda em circulação).[32] A Folha de S. Paulo é um dos jornais mais lidos e reconhecidos no país, sendo o segundo maior jornal de circulação do Brasil, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC), com uma circulação média diária de 294 498 exemplares, em 2010.[33] Outros importantes jornais são o Diário de São Paulo, Agora São Paulo e o Jornal da Tarde.
A cidade também foi pioneira em publicidade, sendo que nela foi instalada a primeira agência de publicidade do país, chamada "A Eclética", em 1914. Atualmente, o município é um grande centro publicitário nacional e internacional.[47] São Paulo também concentra um grande número de editoras que produzem algumas das principais publicações do Brasil. Entre elas destaca-se a Editora Abril, que publica atualmente 54 títulos, com circulação de 188,5 milhões de exemplares, em um universo de quase 28 milhões de leitores e 4,1 milhões de assinaturas, sendo a maior do segmento na América Latina.[48] Entre as principais publicações da editora está a Revista Veja, a revista com maior tiragem do país.[49]
A cidade conta também com um Jockey Club, onde a primeira corrida aconteceu em 29 de outubro de 1876, no Hipódromo da Mooca, na rua Bresser. Com dois cavalos inscritos na primeira corrida, Macaco e Republicano, inauguraram as raias instaladas nas colinas da Mooca. Republicano era o favorito, mas Macaco levou o Primeiro Prêmio da Província.[79]
A Secretaria Municipal de Cultura (SMC) é um órgão da Prefeitura da Cidade de São Paulo destinado a promover o desenvolvimento de atividades, instituições e iniciativas de natureza artística e cultural no âmbito do município.[96]
História
Foi criada em 1975[97] ao final da gestão do prefeito Miguel Colasuonno, com o desmembramento em duas partes da antiga Secretaria de Educação e Cultura, sendo Luiz Mendonça de Freitas realocado como secretário interino. A implantação do órgão, no entanto, foi feita na gestão seguinte com o prefeito Olavo Setúbal e o primeiro secretário municipal de cultura, Sábato Magaldi.[98]
Denominações anteriores do órgão municipal de cultura
Secretaria de Educação e Cultura (1947-1975)
Em 1947 a Secretaria de Cultura e Higiene é desdobrada em duas, criando a Secretaria de Higiene e a Secretaria de Educação e Cultura[99], sendo esta subdividida inicialmente em três partes:
↑Spirit of London (ed.). «O Festival». Consultado em 31 de março de 2012
↑Paulino Motter (2008). The role of the media in educational policy formation and legitimation in Brazil: 1995-2008. [S.l.]: Universidade do Wisconsin-Madison