Celso Daniel
Celso Augusto Daniel (Santo André, 16 de abril de 1951 — Juquitiba, 18 de janeiro de 2002) foi um professor, engenheiro e político brasileiro, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), exerceu o cargo de prefeito de Santo André por duas vezes: de 1989 a 1993 e de 1997 até 2002, quando foi assassinado. Origens e formaçãoNascido em Santo André, Celso Daniel era filho de Bruno José Daniel, ex-prefeito da sua cidade natal. Estudou filosofia na Universidade de São Paulo e bacharelou-se em engenharia pelo Instituto Mauá de Tecnologia, tendo concluído seu mestrado na Fundação Getúlio Vargas.[1] Trabalhou no Departamento de Trânsito da Prefeitura Municipal entre 1974 e 1978.[2] Carreira política![]() Celso Daniel iniciou-se na política em 1982, quando foi candidato à prefeito de Santo André, sendo derrotado por Newton da Costa Brandão, foi candidato novamente em 1988, quando obteve 173 962 votos e foi eleito pela primeira vez para Prefeito de Santo André, permanecendo no cargo até 1992.[1][3] Nas Eleições de 1994 candidatou-se ao cargo de Deputado Federal pelo Estado de São Paulo e recebeu 96 957 votos, dos quais 71 534 votos só na cidade de Santo André.[3] Permaneceu na Câmara dos Deputados entre 1995 e 1996,[4] quando renunciou para candidatar-se a prefeitura de Santo André pela segunda vez e foi eleito em primeiro turno com 52% dos votos válidos.[1][3][5] Conseguiu ser reeleito nas eleições de 2000 e tinha sido escolhido, no final de 2001, coordenador do programa de governo do PT à Presidência.[6] Idealizador do Consórcio Intermunicipal Grande ABC,[7] foi presidente da entidade regional por três mandatos: 1991, 1992 e 1995.[8] Prefeitura de Santo AndréDurante suas gestões a frente da prefeitura de Santo André, Celso Daniel foi precursor de iniciativas de grande relevância para a cidade, como o Programa de Modernização Administrativa de Santo André, o Programa Integrado de Inclusão Social, o projeto Grafitti Nossa Parte e a Câmara do Grande ABC, atual Consórcio do Grande ABC.[9] Além das inovações administrativas, foram entregues importantes equipamentos públicos como a requalificação do Parque Duque de Caxias, atualmente Parque Prefeito Celso Daniel, o Terminal Urbano e Rodoviário Prefeito Saladino[10], o Corredor Vila Luzita[11][12] dentre diversas instalações de saúde e educação. Programa de Modernização Administrativa de Santo AndréO Programa de Modernização Administrativa de Santo André procurou modificar estruturas e procedimentos do serviço público municipal, tornando-a mais ágil e eficiente, de forma a facilitar o acesso dos cidadãos a informações e a serviços oferecidos pela prefeitura. Esse programa incluiu:
MorteAssassinatoCelso Daniel foi sequestrado na noite do dia 18 de janeiro de 2002 após ter jantado em um restaurante na Alameda Santos, centro da cidade de São Paulo, com o empresário Sérgio Gomes da Silva. O prefeito estava em um Mitsubishi Pajero quando supostamente foi perseguido por três carros, um Santana, um Golf e um Tempra.[13][14] O prefeito foi retirado do seu veículo na região dos Três Tombos, na Zona Sul de São Paulo, Gomes da Silva foi deixado no local. O corpo de Celso Daniel foi encontrado dois dias depois na Estrada das Cachoeiras, no Bairro do Carmo, na altura do quilômetro 328 da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), em Juquitiba.[14][15] InvestigaçãoO inquérito da Polícia Civil concluiu que Celso Daniel foi sequestrado e morto por uma quadrilha que atuava na Favela Pantanal, na Zona Sul de capital. Segundo o inquérito, os criminosos teriam sequestrado Celso Daniel após perder de vista um empresário não identificado.[14][16] Ao saber que a vítima era o prefeito de Santo André, o líder da quadrilha, Ivan Rodrigues da Silva, conhecido como "Monstro", teria ordenado que ele fosse "dispensado", o que significaria que Celso Daniel deveria ser libertado, porém, José Édson da Silva, outro integrante da facção, teria entendido que ele deveria ser morto. Ele contratou um menor denominado "Lalo", que mais tarde assumiu ter atirado no prefeito na Estrada das Cachoeiras, onde, o corpo dele foi encontrado.[14][17] Apesar disso, muitas pessoas, entre elas membros da família de Daniel, acreditam que o crime teve motivação política.[14][18] Há, inclusive, pelo menos 7 mortes relacionadas ao ex-prefeito. Entre elas, o garçom Antônio Palácio de Oliveira, que atendeu ao empresário Sérgio Sombra e o então vereador de Santo André Klinger Luiz de Oliveira Souza, do PT. A tese do Ministério Público é que Celso foi vítima de um crime de encomenda, desdobramento de um esquema instalado na própria prefeitura, coordenado por ele, destinado a desviar recursos para o Partido dos Trabalhadores. Membro do grupo, Sérgio Sombra, amigo pessoal do prefeito, é acusado de ser o mandante.[19] Em 2019, em delação premiada vazada, o empresário e publicitário Marcos Valério acusou e então ex-presidente Lula de ser o mandante do crime.[20][21] Homenagens póstumas![]() A Faculdade de Engenharia do Centro Universitário Fundação Santo André, o parque mais antigo da cidade (antigo Parque Duque de Caxias) e a Estação Santo André da CPTM levam seu nome.[22] Referências
Ligações externas
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