Rainha da Sucata é uma telenovela brasileira que foi produzida e exibida pela TV Globo em 2 de abril até 26 de outubro de 1990, em 179 capítulos.[1] Substituindo Tieta e sendo substituída por Meu Bem, Meu Mal, foi a 42ª "novela das oito" a ser transmitida pela emissora.
Teve a autoria de Silvio de Abreu, com colaboração de Alcides Nogueira e José Antônio de Souza. Contou com a direção de Fábio Sabag, Mário Márcio Bandarra e Jodele Larcher. A direção geral e de núcleo foram de Jorge Fernando.[2]
Contou com as participações de Regina Duarte, Glória Menezes, Tony Ramos, Antônio Fagundes, Renata Sorrah, Daniel Filho, Aracy Balabanian e Claudia Raia.[1]
Produção
Rainha da Sucata foi a primeira novela "das 8" escrita por Sílvio de Abreu, que até então havia assinado várias tramas apresentadas às 19 horas. Ele foi designado para escrever uma telenovela humorística para as 20 horas. Nesta época, havia uma determinação do Departamento de Teledramaturgia da Rede Globo em evitar a apresentação de enredos excessivamente dramáticos neste horário, que começou com a exibição de O Salvador da Pátria. Entretanto, esta proposta só prevaleceu no início da trama. Devido à rejeição do público à comédia excessiva (fator esse que era notado na audiência), a partir de junho de 1990, o autor Silvio de Abreu decidiu deixar a comédia em segundo plano e apostar mais no drama.[3]
Ainda em junho de 1990, a trama passou a mostrar capítulos mais longos. O objetivo era amenizar o impacto que a novela Pantanal causava nos programas posteriores. Essa ação também fazia com que Pantanal perdesse publicidade, pelo fato de começar cada vez mais tarde. Além disso, a seção "cenas do próximo capítulo" também foi extinta.[4]
O Plano Collor, que foi um plano econômico implementado pelo então presidente brasileiro, Fernando Collor de Mello, foi incorporado à história de Rainha da Sucata. A Globo foi acusada de saber das intenções de Collor e não ter alertado a população sobre o tal plano. Mas o que aconteceu na verdade foi que, por causa desse plano do governo, muitas cenas que já estavam prontas tiveram que ser reescritas, para se adaptarem à realidade.[5]
No meio da trama, Silvio de Abreu precisou se afastar dos trabalhos. Gilberto Braga o substituiu e escreveu nove capítulos.[6]
A vilã Laurinha teve seu desfecho 8 capítulos antes do fim da novela. No capítulo 171, exibido em 17 de outubro de 1990, ela comete suicídio, se jogando do prédio da Sucata. Porém o mistério da sua morte é um dos fios condutores da reta final da trama. Três finais diferentes foram escritos para a novela, para manter o segredo sobre o fim da personagem Maria do Carmo.
Enredo
Ambientada em São Paulo, a trama de Rainha da Sucata retrata o universo dos novos-ricos e da decadente elite paulistana contrapondo duas personagens femininas, a emergente Maria do Carmo Pereira e a socialite falida Laurinha Albuquerque Figueroa. Maria do Carmo enriquece com os negócios do pai, o vendedor de ferro-velho Onofre, e se torna uma bem-sucedida empresária, mas mantém os hábitos de seu passado humilde. Ela mora com o pai e a mãe, Neiva, no bairro de Santana, na zona norte de São Paulo.
Apaixonada por Edu Figueroa um boa-vida que a desprezara e humilhara na juventude, ela decide “comprá-lo”: propõe casar-se com ele para ajudar sua família, de origem tradicional, mas à beira da falência. Edu aceita a proposta, e a emergente, após o casamento, vai morar no casarão dos Figueroa, nos Jardins, sofisticado reduto da cidade. Na nova casa, Maria do Carmo passa a viver um pesadelo por causa de Laurinha. Casada com Betinho, pai de Edu, a socialite é obcecada pelo enteado e faz de tudo para conquistá-lo, e não vai deixar a "sucateira" Maria do Carmo em paz.
Além do mau casamento e da perseguição de Laurinha, a empresária começa a ver seus negócios darem errado por culpa do administrador Renato Maia, em quem ela confiava plenamente. Renato, na realidade, é um corrupto que aplica um golpe em Maria do Carmo. O executivo se casa com Mariana, uma mulher frágil e rica, que sofre com as ameaças do marido, que só se casou com ela por interesse em sua fortuna. Mariana é irmã de Caio, um paleontólogo gago que se vê dividido entre a noiva, a fogosa Nicinha e a dançarina de cabaré, Adriana Ross, que por sua vez é filha da vilã Laurinha Figueroa.
Outra personagem marcante é dona Armênia, uma armênia que mora no Brasil há muitos anos com os filhos Gera, Gino e Gerson, a quem trata como se fossem bebês. Gerson é o braço direito de Maria do Carmo na empresa, com quem acaba se envolvendo no início da trama. Os três irmãos mais tarde vão acabar disputando o amor da jovem Ingrid, filha da requintada senhora Isabelle. No meio da trama, dona Armênia descobre negócios escusos entre seu falecido marido e o pai de Maria do Carmo e se torna dona do território onde a empresa de Maria do Carmo é erguida, um prédio no meio da Avenida Paulista e resolve demolir o edifício. Sua frase "Vou botar essa prédio na chon!" marcou a trama e a personagem. Ao invés disso ela toma a empresa de Maria do Carmo que volta a catar sucatas na rua. Contudo, logo Maria do Carmo se recupera com a descoberta de que Caio e Mariana eram seus irmãos, eles passam suas ações da "Do Carmo Veículos" para ela, que volta a tempo de salvar a empresa de todo o caos e bagunça que dona Armênia aprontou com sua má administração.
Outras tramas também merecem destaque, como a da jornalista Paula, que apaixonada pelo trabalho, acaba se envolvendo com Edu e passa a fazer matérias sobre a derrocada da família Albuquerque Figueroa. Ainda na trama tem Jonas, que depois se descobre ser o pai misterioso de Paula, um homem sério, simpático e que anota tudo que se passa na mansão dos Figueroa onde trabalha como mordomo e guarda grandes segredos sobre o seu passado e seu envolvimento misterioso com Isabelle.
Elenco
Participações especiais
Audiência
Na época de sua exibição, alcançou média geral de 61 pontos no IBOPE, ocupando a 6ª colocação entre as novelas de maior audiência da história da TV Globo.
Exibição
Exibição internacional
A trama também fez grande sucesso no exterior, sendo vendida para Angola, Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Espanha, Costa Rica, Estados Unidos, Guatemala, México, Nicarágua, Paraguai, Uruguai entre outros países. A novela foi exibida em Portugal pela 1ª vez em 1991, na RTP1, às 20h30 de segunda a sexta feira, em horário nobre, no seu formato original, e depois na TV Globo Portugal, de 23 de novembro de 2009 a 18 de junho de 2010 às 19h30, em 148 capítulos. Na América Latina foi transmitida pela TNT de segunda a sexta as 18h (México DF), 21h (Buenos Aires), 19h (Bogotá) e 20h (Caracas).[carece de fontes]
Reprises
Foi reexibida pelo Vale a Pena Ver de Novo de 28 de fevereiro a 16 de setembro de 1994, substituindo Direito de Amar e sendo substituída por sua antecessora original, Tieta, em 145 capítulos.[7]
Foi reexibida na íntegra pelo Viva de 21 de janeiro a 27 de setembro de 2013, substituindo Que Rei Sou Eu? e sendo substituída por Água Viva, à 00h.[8][9]
Outras mídias
Em setembro de 2015, a telenovela foi lançada em formato DVD pela Loja Globo, em um box contendo 12 discos.[10]
Foi disponibilizada na íntegra no Globoplay, através do Projeto Resgate, em 7 de outubro de 2024.[11]
Trilha Sonora
Rainha da Sucata
Rainha da Sucata (comumente chamado de Rainha da Sucata - Nacional) foi o primeiro álbum da trilha sonora da homônima telenovela brasileira de 1990 da Rede Globo. O álbum foi lançado em CD, fita cassete, e LP pela Som Livre, em 1990 no Brasil,[12] e em 1991 em Portugal, pela Columbia Records.[13] O álbum conta com uma seleção variada de canções, de vários gêneros, como MPB, música latina, pop rock, lambada, e bossanova, interpretadas por diferentes artistas brasileiros.
Lista de faixas
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1. |
"Foi Assim (Juventude e Ternura)" | | Wanderléa |
4:17 |
2. |
"Me Chama que Eu Vou" | | Sidney Magal |
3:15 |
3. |
"Sabor de Pecado" | Cid Guerreiro | Angel |
3:08 |
4. |
"Gira Gira Pião" | Dido Oliveira | Dido Oliveira |
3:54 |
5. |
"Naquela Estação (Leila L)" | | Adriana Calcanhotto |
4:43 |
6. |
"Em Busca do Amor" (instrumental) | Sperling | Ary Sperling |
3:38 |
7. |
"Coisas da Vida" | | Milton Nascimento |
4:59 |
8. |
"Lambança" (instrumental) | Richard Lupin | Grupo Sucata |
3:11 |
9. |
"Cigano" | Djavan | Djavan |
4:48 |
10. |
"Melô da Sucata" (instrumental) | Richard Lupin | Grupo Sucata |
3:12 |
11. |
"Beijo na Boca" | - João Guimarães
- George Dias
| Sidney Magal |
3:19 |
12. |
"Na Captura" (instrumental) | Ary Sperling | Ary Sperling |
3:26 |
Duração total: |
45:50 |
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Rainha da Sucata - Internacional
Lista de faixas
Trilha complementar: Lambateria Sucata
Capa: Coxas de dançarina (Ilustração)[1]
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1. |
"Preta" | Beto Barbosa | Tema Geral |
03:21 |
2. |
"Conversa Bonita" | Fafá de Belém | Tema Geral |
03:41 |
3. |
"É Bom Suar" | Moraes Moreira & Pepeu Gomes | Tema Geral |
02:59 |
4. |
"Maracangalha" | Gerônimo | Tema Geral |
03:02 |
5. |
"Beijo na Boca" | Sidney Magal | Tema Geral |
03:20 |
6. |
"Gira, Gira Pião" | Dido Oliveira | Tema Geral |
03:55 |
7. |
"Melô da Sucata (Instrumental)" | Grupo Sucata | Tema Geral |
03:13 |
8. |
"Ouro Puro (Ao Vivo)" | Elba Ramalho | Tema Geral |
05:34 |
9. |
"Paixão e Loucura" | Jorge Altinho | Tema Geral |
02:38 |
10. |
"Sabor de Pecado" | Angel | Tema Geral |
03:07 |
11. |
"Vem Lambadear Comigo" | Banana Split | Tema Geral |
03:21 |
12. |
"Loirinha" | José Orlando | Tema Geral |
02:52 |
13. |
"Marmelada (Bas Moin Laia)" | Margareth Menezes | Tema Geral |
03:57 |
14. |
"Lambança (Instrumental)" | Grupo Sucata | Tema Geral |
03:08 |
Duração total: |
48:16 |
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Prêmios
Referências
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