Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 1994
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A Temporada de Fórmula 1 de 1994 foi a 45ª realizada pela FIA. Teve como campeão o alemão Michael Schumacher, da equipe Benetton, e o vice-campeão foi o inglês Damon Hill, da Williams.
A temporada foi marcada pelas mortes do austríaco Roland Ratzenberger (no treino classificatório do Grande Prêmio de San Marino) e do tricampeão Ayrton Senna, também no GP de San Marino. Ocorreram mais acidentes graves, como os de Rubens Barrichello (no treino de sexta-feira em San Marino), o de Karl Wendlinger, em Monte Carlo (também nos treinos), Pedro Lamy (durante teste em Silverstone), Andrea Montermini, na Catalunha (também nos treinos), Jean Alesi e J.J. Lehto (ambos durante testes) mas sem consequências fatais. A quantidade de acidentes graves aumentou muito, por causa da proibição de todos os sistemas eletrônicos do carro como a suspensão ativa, o controle de tração, cambio automático, acelerador eletrônico, freios ABS e o diferencial autoblocante ajustável. Eles ajudavam na estabilidade dos carros na pista, na tentativa de proporcionar um maior equilíbrio entre as equipes, apesar de tudo o carro ainda era um dos melhores do grid, só que Senna tinha dificuldades de evoluir o equipamento. Pelos acidentes e mortes, a Fórmula 1, na sua organização e no seu formato de disputa naquele momento, voltou a ser alvo de pesadas críticas por parte da opinião pública mundial, chegando a perder em faturamento e audiência (sobretudo com a morte de Senna, o grande ídolo da categoria no início dos anos 90), fatores somados que levaram a FIA a repensar as regras e critérios para as temporadas seguintes, principalmente no tocante à segurança. Com efeito, desde então mais nenhuma morte foi registrada na Fórmula 1 até o ano de 2015 quando, 21 anos depois, o piloto francês Jules Bianchi veio a falecer em decorrência dos ferimentos causados em acidente sofrido no GP do Japão em outubro de 2014. Muitos consideram a temporada de 1994 o início de uma nova era dentro da categoria, que agora foi dominada pelos alemães.
Foi a derradeira temporada das equipes Lotus (que voltou à categoria em 2010 e mudou seu nome para Caterham F1 Team além de ter comprado a equipe Renault) e Larrousse (que chegou a se inscrever para a temporada de 1995, mas desistiu por problemas financeiros). Também foi a última temporada de Ayrton Senna, J. J. Lehto, Philippe Alliot (duas corridas), Christian Fittipaldi, Éric Bernard, Andrea de Cesaris (duas corridas pela Jordan e as demais pela Sauber antes de dar lugar a Lehto), Yannick Dalmas (também duas provas), Érik Comas, Michele Alboreto, David Brabham, Jean-Marc Gounon e Paul Belmondo (duas corridas).
Marcou também as estreias das equipes Simtek e Pacific, e dos pilotos David Coulthard, Heinz-Harald Frentzen, Jos Verstappen, Mika Salo, Olivier Panis, Jean-Denis Délétraz, Andrea Montermini, Domenico Schiattarella e Taki Inoue.
Nigel Mansell, Philippe Adams, Aguri Suzuki, Olivier Beretta, Hideki Noda e Franck Lagorce fizeram apenas "participações especiais" durante a temporada, sendo que o campeão Mansell, pela Williams (em substituição a David Coulthard e, por extensão, a Ayrton Senna), disputou quatro corridas e venceu a última da temporada - o GP da Austrália, que também foi a última vitória da sua carreira - e o monegasco Beretta disputou dez etapas. Adams, Suzuki, Noda e Lagorce disputaram uma ou duas etapas.
Pilotos e construtores
- Apesar de Alain Prost ter sido campeão em 1993, o número 1 não foi colocado no carro de Damon Hill, pois o francês havia se aposentado. Desde 1986, o expediente de atribuir o 1 a um piloto não-campeão está proibido.
Trocas de pilotos
- Williams: Com a aposentadoria de Alain Prost, Ayrton Senna ocupou o lugar do francês. Damon Hill seguiu na equipe, ostentando um número #0 em seu carro. David Coulthard, piloto de testes da Williams, foi promovido a titular após o acidente fatal de Senna (Prost, Riccardo Patrese, Rubens Barrichello e Derek Warwick chegaram a ser cogitados) e Nigel Mansell chegou a disputar quatro provas (França, Europa, Japão e Austrália), que não tinham conflito de datas entre Fórmula 1 e CART.
- Tyrrell: Mark Blundell substituiu Andrea de Cesaris, que ficou sem equipe para correr (até sua contratação pela Jordan e posteriormente pela Sauber). Ukyo Katayama seguiu na equipe, que manteve os motores Yamaha.
- Benetton: J.J. Lehto foi inscrito para o início da temporada, mas o finlandês sofreu um grave acidente em testes da equipe, e foi impedido de competir. Substituído pelo holandês Jos Verstappen, entrou no lugar de Michael Schumacher durante a suspensão do alemão, sendo dispensado logo em seguida. Lesionado no acidente em Jerez, Verstappen foi substituído por Johnny Herbert nos dois últimos GPs, no Japão e na Austrália.[1]
- McLaren: Mika Häkkinen renovou seu contrato com a equipe, e seu companheiro seria o experiente inglês Martin Brundle, contratado para suceder Ayrton Senna. Philippe Alliot e Yannick Dalmas também foram cogitados para a vaga do tricampeão - Alliot disputou apenas o GP da Hungria pela equipe de Woking, substituindo Häkkinen, suspenso após provocar um acidente no GP da Alemanha.
- Footwork: O italiano Gianni Morbidelli assumiu o lugar do inglês Derek Warwick, que decidiu encerrar sua carreira na Fórmula 1. Christian Fittipaldi foi contratado para o lugar do japonês Aguri Suzuki na escuderia.
- Lotus: Pedro Lamy renovou seu vínculo com a tradicional equipe inglesa, assim como Johnny Herbert, e eles formaram a dupla inicial da escuderia na primeira parte do campeonato. Lamy sofreu acidente grave durante testes em Silverstone, ficando impedido de correr. Alessandro Zanardi, Philippe Adams, Mika Salo e Éric Bernard também correram pela equipe durante o ano.
- Jordan: Rubens Barrichello permaneceu na equipe, assim como Eddie Irvine, efetivado após disputar as 2 últimas provas da temporada anterior. O norte-irlandês terminaria suspenso por três corridas depois de causar um acidente no GP do Brasil, tendo sua vaga preenchida por Aguri Suzuki no Pacífico e Andrea de Cesaris em San Marino e Mônaco.
- Larrousse: O monegasco Olivier Beretta assinou com a equipe francesa para o lugar de Philippe Alliot. Érik Comas renovou o contrato com a Larrousse no fim de 1993, mas antes do fim da temporada, abandonou a categoria por falta de resultados.
- Minardi: Após unir-se à Scuderia Italia, a equipe de Faenza contratou Michele Alboreto no lugar de Jean-Marc Gounon, e manteve Pierluigi Martini.
- Ligier: Éric Bernard ficou até o gp de Portugal no carro #25 e foi substituído por Johnny Herbert no gp da Europa e Franck Lagorce no Japão e Austrália e tendo Olivier Panis, o campeão da Fórmula 3000 de 1993, no carro #26.
- Ferrari: Manteve Gerhard Berger e Jean Alesi, mas este sofreu um acidente em testes da Scuderia, e deu lugar ao italiano Nicola Larini nos GPs do Pacífico e de San Marino.
- Sauber: Com o bom desempenho no ano de estreia, manteve Karl Wendlinger e contratou o alemão Heinz-Harald Frentzen, que correu com Michael Schumacher e com o austríaco no início da carreira deste último.
- Simtek: Estreante, acertou um contrato de cinco corridas com o austríaco Roland Ratzenberger, e trouxe de volta o australiano David Brabham, fora da F-1 desde 1990. Com a morte de Ratzenberger, alternaram-se no carro #32: Andrea Montermini (machucou-se no treino da manhã do segundo dia para o GP da Espanha).[2] Jean-Marc Gounon (França até Portugal), Taki Inoue (apenas o GP do Japão) e Domenico Schiattarella (Europa e Austrália), que viria a ser contratado para a temporada seguinte.
- Pacific: Outra escuderia estreante, confirmou a volta do francês Paul Belmondo à categoria, e acertou um contrato com o franco-belga Bertrand Gachot, que também era um de seus acionistas.
Calendário
Resultados
Grandes Prêmios
Pilotos
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Cor |
Resultado
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Ouro |
Vencedor
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Prata |
2.º lugar
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Bronze |
3.º lugar
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Verde |
Terminou, nos pontos
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Azul |
Terminou, sem pontos
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Púrpura |
Ret – Retirou-se
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Vermelho |
NQ – Não qualificado
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Preto |
DSQ – Desqualificado
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Branco
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NL – Não largou
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C – Corrida cancelada
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Azul claro
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AT – Apenas Treino
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Sem cor
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NP – Não participou
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Les – Lesionado
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EX – Excluído
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Negrito – Pole position
Itálico – Volta mais rápida
† - Classificado por ter completado mais de 90% da prova
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* Em negrito indica pole position e itálico volta mais rápida.
† Completou mais de 90% da distância da corrida.
Trocas de pilotos
A temporada de 1994 foi marcada pelas inúmeras trocas de pilotos durante o campeonato.
- Nigel Mansell substituiu David Coulthard em quatro corridas enquanto os calendários da F-1 e da CART não coincidiam.
- J.J. Lehto, contratado pela Benetton para o lugar de Riccardo Patrese, foi impedido de correr nos GPs do Brasil e do Pacífico após sofrer acidente durante testes, e seu lugar foi ocupado pelo novato holandês Jos Verstappen. O piloto finlandês, que chegou a correr no lugar de Schumacher durante a suspensão do alemão, também disputaria duas etapas pela Sauber, substituindo Andrea De Cesaris, que se aposentou das pistas após o GP da Europa.
- Eddie Irvine, punido com três corridas de gancho pelo acidente causado no Brasil, foi substituído pelo japonês Aguri Suzuki (GP do Pacífico) e por De Cesaris (San Marino e Mônaco).
- Olivier Beretta abandonou a F-1 depois do GP da Hungria. Philippe Alliot, Yannick Dalmas e Hideki Noda completaram o campeonato pela Larrousse (os dois últimos).
- Alliot também correu na McLaren em substituição a Mika Häkkinen na Hungria. O finlandês levara uma suspensão devido ao acidente na largada do GP da Alemanha.
- Apesar de ter feito dois sextos lugares, Érik Comas foi substituído no GP da Austrália pelo suíço Jean-Denis Délétraz, que trazia uma considerável quantia em dinheiro.
- Pedro Lamy se acidentou durante testes da Lotus em Silverstone, e ficou impossibilitado de correr no resto do campeonato. O belga Philippe Adams e o finlandês Mika Salo ocuparam o lugar do português. Alessandro Zanardi (bicampeão da CART e que retornaria à F-1 em 1999) disputou dez etapas, todas pela Lotus.
- Franck Lagorce, vice-campeão da Fórmula 3000, correu duas etapas pela Ligier, no lugar de Éric Bernard, que foi para a Lotus em troca com Johnny Herbert, que iria à escuderia francesa.
- Roland Ratzenberger, falecido em Ímola, foi substituído por quatro pilotos: Andrea Montermini (que acabou se acidentando na Espanha), Jean-Marc Gounon (ex-Minardi), Taki Inoue e Mimmo Schiattarella, que correu também em 1995 e teve passagens curtas pela CART entre 1994 e 1995 e em 1998.
- Jean Alesi havia se machucado durante testes da Ferrari. Nicola Larini, reserva da Scuderia, foi seu substituto nos GPs do Pacífico e de San Marino, onde obteve seu único pódio na categoria.
- Vincenzo Sospiri, companheiro de equipe de Taki Inoue na F-3000, chegou a ser cogitado para uma vaga na Simtek (fez inclusive um teste com Inoue), mas perdeu o posto para o japonês, cujo aporte financeiro era superior ao do italiano.
Referências
Pilotos
Construtores
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