Escrita por Gloria Perez, com a colaboração de Leila Míccolis, teve a direção de Wolf Maya, Ignácio Coqueiro e Sílvio de Francisco. A direção geral e de núcleo foram de Wolf Maya.[1]
No dia 22 de junho de 2022, o motorista de aplicativo Bruno Moreira - então com 31 anos -, que atuava como o bebê dessa novela, foi morto com um tiro na cabeça em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O crime foi cometido por dois criminosos em uma moto de falsa entrega.[4]
Enredo
O casal Ana e Zeca deseja muito ter um filho. Depois de várias tentativas frustradas de engravidar, Ana recebe do Dr. Álvaro Barone, um renomado médico, uma triste notícia: ela não pode ter filhos.[5] Dr. Barone, então, diz ao casal que há uma maneira de realizar esse sonho: contratar uma barriga de aluguel.[2][3][6][7]
Clara é uma moça pobre, moradora de uma favela em Inhaúma, bairro do subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, e que para ajudar no sustento da casa, trabalha de dia como balconista em uma padaria, e de noite como dançarina de um café, em Copacabana, na zona sul da cidade, e vê uma grande chance de melhorar de vida alugando seu útero para Ana e Zeca.[5][3][8]
Em troca de 20 mil dólares, Clara aceita emprestar o seu útero para a experiência. Ela é levada pelo casal a um laboratório, onde faz uma inseminação artificial. A tentativa dá certo de primeira, o que é uma alegria sem fim ao casal, mas motivo de medo para Clara. A garota assina um contrato, onde deixa claro que deverá entregar a criança aos pais biológicos ainda na maternidade.[9] Só que, durante a gestação, Clara é tomada pelo sentimento da maternidade, se arrependendo de ter participado da trama, porque reluta em se apegar a um bebê que não é seu, mas já ama profundamente a criança que espera, como se fosse realmente sua. Após um complicado parto normal que a deixa estéril, Clara se recusa a entregar a criança, fugindo com o bebê. Ela sabe que não poderá mais ter filhos e a única criança gerada por ela, por mais que não tenha seu sangue, tem seu amor maternal, que é mais forte que tudo. Como assinou um contrato, Clara se torna foragida da polícia por sequestro. Ana e Zeca fazem de tudo para encontrá-la.[5] Encontrada, Clara é presa, mas com ajuda de amigos e familiares, consegue um advogado. Ela processa os pais da criança por não terem lhe pagado o dinheiro prometido, e tem início, então, uma batalha na justiça pela guarda do menino. Clara entra com o pedido de guarda, e Ana afirma que é a mãe, argumentando, em seu favor, a herança genética, uma vez que o óvulo era seu e o espermatozoide era de seu marido, e que Clara apenas emprestou a barriga. Já Clara diz que ela é a mãe do bebê, pois ele foi gerado em sua barriga e foi ela quem deu à luz, além de amá-lo profundamente. Há uma grande reviravolta, quando Zeca, pai biológico do bebê, se apaixona por Clara, o que abala profundamente seu casamento com Ana, que lutará para ter seu marido de volta e seu filho ao seu lado.[1][10]
Produção
A premissa dessa novela surgiu em 1985, quando a Glória Perez leu um artigo científico sobre a possibilidade de uma mulher gerar um filho no útero de outra. Na época, o assunto sobre barriga de aluguel ainda era um tabu no Brasil. A expectativa era que se caso a trama fosse aprovada, seria a substituta de Roque Santeiro no horário das 20h, devido a seu tema polêmico. A principio, a Globo achou a história maluca e não a aprovou, e em seu lugar entrou Selva de Pedra[11].
Em 1989, com o termo "barriga de aluguel" bem mais popularizado, a história foi aprovada e novamente cotada para ir ao ar às 20h, sucedendo O Salvador da Pátria. Mas em vez disso, Boni, o vice-presidente das Organizações Globo, suspendeu a produção da novela, alegando que queria "acabar com os excessos dramáticos no horário".[12] Em seu lugar, foi exibida a novela Tieta, que, mesmo assim, se consagrou como um dramalhão, que remetia ao sucesso de Roque Santeiro. As "novelas das oito" apresentam tradicionalmente temas polêmicos mais realistas.[8] Depois da decisão de Boni, Barriga de Aluguel foi transferida para ano seguinte, no horário das 18h, com direção de Wolf Maya.[12]
Inicialmente planejada para 189 capítulos, a novela foi esticada em 54 capítulos devido ao grande sucesso.
Foram 245 capítulos previstos e 243 exibidos. O capítulo 54, que seria apresentado em 20 de outubro de 1990 (sábado), não foi apresentado em função da prorrogação do jogo Brasil contra Suécia, válido pelo Mundial de Vôlei Masculino. O capítulo 62 que seria veiculado em 31 de outubro de 1990 (quarta-feira) não foi exibido em função do amistoso de futebol comemorativo dos 50 anos de Pelé entre Brasil vs. Resto do Mundo.
Foi reexibida na íntegra pelo Viva de 1 de dezembro de 2011 a 6 de novembro de 2012, em 243 capítulos, substituindo O Rei do Gado e sendo substituída por Renascer, às 16h30.[5]
Reexibida também, compactada em dez capítulos, no quadro Novelão, do Vídeo Show, de 22 de agosto a 2 de setembro de 2016, substituindo Escrito nas Estrelas e sendo substituída por Alma Gêmea.[21]
Outras Mídias
Foi disponibilizada na íntegra na plataforma de streamingGloboplay em 8 de maio de 2023.[22]
Ao fundo dos letreiros da abertura, o corpo de uma grávida. Fotografada de cima para baixo, contra o escuro, ela vai abrindo as pernas, por trás de uma barriga enorme. Do espaço entre as pernas, irrompe um vigoroso foco de luz. Escravizada pelo verbal, a imagem é explícita: a moça está dando o espectador à luz.
↑Redação Terra (30 de maio de 2002). «Morre o ator, escritor e compositor Mário Lago». Terra. Consultado em 28 de dezembro de 2011. Suas mais recentes aparições na TV foram na novela global Barriga de Aluguel, de Glória Perez - que deu ao ator sua última atuação com uma ponta em O Clone, como o mesmo Doutor Molina da primeira novela. A emissora, que o recebeu em seu elenco em 1966, ainda tinha Lago sob contrato até 2003.
↑Eliane Santos (21 de agosto de 2011). «Eri Johnson fala sobre 'Fina Estampa': 'Vou à luta nessa novela'». EGO. Consultado em 14 de outubro de 2011. Meus personagens são populares. Daí as pessoas sempre vêm falar comigo. Acho que o Zé da Feira era bem popular, o Lulu, de Barriga de Aluguel, também me deu uma projeção boa.
↑Redação eBand (7 de agosto de 2009). «Morre a atriz Anilza Leoni». eBand. Consultado em 28 de dezembro de 2011. A atriz também participou de filmes e novelas na TV Globo, como "A Gata Comeu" e "Barriga de Aluguel".
↑«Ator Francisco Milani morre de câncer aos 68 anos». Folha Online. 13 de agosto de 2005. Consultado em 28 de dezembro de 2011. Nascido em São Paulo no dia 19 de novembro de 1936, Milani participou de inúmeras novelas, entre elas "Selva de Pedra" (1972), "Elas por Elas" (1982), "Barriga de Aluguel" (1990) e "Vamp" (1991). Em 1978, ele fez na Tupi "Roda de Fogo", mesmo nome de outra novela da Globo em 1986.
↑Redação NaTelinha (28 de dezembro de 2008). «Morte de Daniella Perez completa 19 anos; Glória desabafa em seu blog». NaTelinha. Consultado em 28 de dezembro de 2011. O sucesso [na Rede Manchete em Kananga do Japão] fez com que rapidamente Daniella se transferisse para a Globo, onde estreou em 1990 com "Barriga de Aluguel", escrita por sua mãe Glória Perez.
↑«Bruno Gagliasso: o pulo do gato». ISTOÉ Gente. Consultado em 28 de dezembro de 2011. Começou a atuar no colégio e, aos 7 anos, apareceu em uma novela pela primeira vez, Barriga de Aluguel (1990), na Rede Globo.