Barriga de Aluguel (telenovela)
Barriga de Aluguel é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 20 de agosto de 1990 a 1 de junho de 1991 em 243 capítulos.[2] Substituiu Gente Fina e foi substituída por Salomé, sendo a 40ª "novela das seis" exibida pela emissora. Escrita por Gloria Perez, com a colaboração de Leila Míccolis, teve a direção de Wolf Maya, Ignácio Coqueiro e Sílvio de Francisco. A direção geral e de núcleo foram de Wolf Maya.[1] Contou com as atuações de Cláudia Abreu, Cássia Kis, Victor Fasano, Humberto Martins, Jairo Mattos, Adriano Reys, Mário Lago e Beatriz Segall. [2] em uma trama com a barriga-de-aluguel como o tema principal, que é uma expressão popular para a maternidade de substituição.[1][3] No dia 22 de junho de 2022, o motorista de aplicativo Bruno Moreira - então com 31 anos -, que atuava como o bebê dessa novela, foi morto com um tiro na cabeça em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O crime foi cometido por dois criminosos em uma moto de falsa entrega.[4] EnredoO casal Ana e Zeca deseja muito ter um filho. Depois de várias tentativas frustradas de engravidar, Ana recebe do Dr. Álvaro Barone, um renomado médico, uma triste notícia: ela não pode ter filhos.[5] Dr. Barone, então, diz ao casal que há uma maneira de realizar esse sonho: contratar uma barriga de aluguel.[2][3][6][7] Clara é uma moça pobre, moradora de uma favela em Inhaúma, bairro do subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, e que para ajudar no sustento da casa, trabalha de dia como balconista em uma padaria, e de noite como dançarina de um café, em Copacabana, na zona sul da cidade, e vê uma grande chance de melhorar de vida alugando seu útero para Ana e Zeca.[5][3][8] Em troca de 20 mil dólares, Clara aceita emprestar o seu útero para a experiência. Ela é levada pelo casal a um laboratório, onde faz uma inseminação artificial. A tentativa dá certo de primeira, o que é uma alegria sem fim ao casal, mas motivo de medo para Clara. A garota assina um contrato, onde deixa claro que deverá entregar a criança aos pais biológicos ainda na maternidade.[9] Só que, durante a gestação, Clara é tomada pelo sentimento da maternidade, se arrependendo de ter participado da trama, porque reluta em se apegar a um bebê que não é seu, mas já ama profundamente a criança que espera, como se fosse realmente sua. Após um complicado parto normal que a deixa estéril, Clara se recusa a entregar a criança, fugindo com o bebê. Ela sabe que não poderá mais ter filhos e a única criança gerada por ela, por mais que não tenha seu sangue, tem seu amor maternal, que é mais forte que tudo. Como assinou um contrato, Clara se torna foragida da polícia por sequestro. Ana e Zeca fazem de tudo para encontrá-la.[5] Encontrada, Clara é presa, mas com ajuda de amigos e familiares, consegue um advogado. Ela processa os pais da criança por não terem lhe pagado o dinheiro prometido, e tem início, então, uma batalha na justiça pela guarda do menino. Clara entra com o pedido de guarda, e Ana afirma que é a mãe, argumentando, em seu favor, a herança genética, uma vez que o óvulo era seu e o espermatozoide era de seu marido, e que Clara apenas emprestou a barriga. Já Clara diz que ela é a mãe do bebê, pois ele foi gerado em sua barriga e foi ela quem deu à luz, além de amá-lo profundamente. Há uma grande reviravolta, quando Zeca, pai biológico do bebê, se apaixona por Clara, o que abala profundamente seu casamento com Ana, que lutará para ter seu marido de volta e seu filho ao seu lado.[1][10] ProduçãoA premissa dessa novela surgiu em 1985, quando a Glória Perez leu um artigo científico sobre a possibilidade de uma mulher gerar um filho no útero de outra. Na época, o assunto sobre barriga de aluguel ainda era um tabu no Brasil. A expectativa era que se caso a trama fosse aprovada, seria a substituta de Roque Santeiro no horário das 20h, devido a seu tema polêmico. A principio, a Globo achou a história maluca e não a aprovou, e em seu lugar entrou Selva de Pedra[11]. Em 1989, com o termo "barriga de aluguel" bem mais popularizado, a história foi aprovada e novamente cotada para ir ao ar às 20h, sucedendo O Salvador da Pátria. Mas em vez disso, Boni, o vice-presidente das Organizações Globo, suspendeu a produção da novela, alegando que queria "acabar com os excessos dramáticos no horário".[12] Em seu lugar, foi exibida a novela Tieta, que, mesmo assim, se consagrou como um dramalhão, que remetia ao sucesso de Roque Santeiro. As "novelas das oito" apresentam tradicionalmente temas polêmicos mais realistas.[8] Depois da decisão de Boni, Barriga de Aluguel foi transferida para ano seguinte, no horário das 18h, com direção de Wolf Maya.[12] Foi a última novela de Ivon Curi e Paulo Villaça, Darcy de Souza e teve o título provisório de "Novos Tempos".[13] Elenco
Elenco de apoio
ExibiçãoInicialmente planejada para 189 capítulos, a novela foi esticada em 54 capítulos devido ao grande sucesso. Foram 245 capítulos previstos e 243 exibidos. O capítulo 54, que seria apresentado em 20 de outubro de 1990 (sábado), não foi apresentado em função da prorrogação do jogo Brasil contra Suécia, válido pelo Mundial de Vôlei Masculino. O capítulo 62 que seria veiculado em 31 de outubro de 1990 (quarta-feira) não foi exibido em função do amistoso de futebol comemorativo dos 50 anos de Pelé entre Brasil vs. Resto do Mundo. Foi reexibida pelo Vale a Pena Ver de Novo de 5 de julho a 5 de novembro de 1993, em 90 capítulos, substituindo Sinhá Moça e sendo substituída por Direito de Amar. Foi reexibida na íntegra pelo Viva de 1 de dezembro de 2011 a 6 de novembro de 2012, em 243 capítulos, substituindo O Rei do Gado e sendo substituída por Renascer, às 16h30.[5] Reexibida também, compactada em dez capítulos, no quadro Novelão, do Vídeo Show, de 22 de agosto a 2 de setembro de 2016, substituindo Escrito nas Estrelas e sendo substituída por Alma Gêmea.[21] Outras MídiasFoi disponibilizada na íntegra na plataforma de streaming Globoplay em 8 de maio de 2023.[22] Exibição internacionalA telenovela já foi exibida em mais de 30 países, entre eles Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Itália e Turquia.[3] Vinheta de abertura
RepercussãoAudiênciaO primeiro capítulo da trama registrou 32 pontos[23] e seu último capítulo registrou 43 pontos de média.[25] Teve uma média geral de 37 pontos.[26] Após o sucesso alcançado por Barriga de Aluguel, a autora Gloria Perez retornou ao horário nobre da Globo em 1992, com De Corpo e Alma.[27] MúsicaNacional
Capa: Cássia Kis (Ana)
Internacional
Capa: Cláudia Abreu (Clara)
Referências
Ligações externas
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