O bairro de Santa Teresa surgiu a partir do convento de mesmo nome, no século XVIII. Foi, inicialmente, habitado pela classe alta da época, numa das primeiras expansões da cidade para fora do núcleo inicial de povoamento português, no Centro da cidade. Surgiram, então, vários casarões e mansões inspirados na arquitetura francesa da época, muitos dos quais estão em pé até hoje. O bairro de Santa Teresa recebeu, ao longo de toda sua existência, muitos imigrantes europeus.
Por volta de 1850, a região foi intensivamente ocupada pela população que fugia da epidemia de febre amarela na cidade. Por ficar num local mais elevado, a região era menos atingida pela epidemia do que os bairros que a circundavam.[5]
Em 1872, surgiria o bonde que se tornou o símbolo do bairro, subindo as Ruas Joaquim Murtinho e Almirante Alexandrino. Inicialmente, o bonde era tracionado por muares. Depois, foi dotado de motores e rede elétrica. Conforme as fotos antigas demonstram, suas cores variavam entre o verde, o prata e o azul, mas passou a ser pintado de amarelo após reclamações de moradores que diziam que o bonde "sumia" em meio à vegetação do bairro.[carece de fontes?] O bonde vai do bairro ao Centro da cidade em travessia sobre os Aqueduto da Carioca desde 1896, quando fez sua primeira viagem.
A partir de manifestações organizadas, os moradores conseguiram a preservação do sistema de bondes histórico, através do tombamento e de cobranças constantes do poder público pela liberação de verbas para os bondinhos. Porém, com o trágico acidente ocorrido com o bonde em 27 de agosto de 2011 que matou cinco pessoas,[6][7] o governo estadual, responsável pela operação do bonde, resolveu paralisar temporariamente a sua circulação até que fossem feitas obras de modernização do sistema.[8]
Com o tempo, Santa Teresa perdeu seu status de bairro nobre assim como os bairros históricos da Zona Sul do Rio de Janeiro, mas tornou-se, ao longo dos anos, um bairro de interesse cultural e turístico devido à facilidade logística e à localização privilegiada do bairro. Desde 2009, começou um projeto de revitalização do bairro. Foram muradas as favelas do bairro para que não crescessem mais. Desde então, essa população passou a pagar regularmente imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, água, energia e gás, o que tem diminuído o número de pessoas de baixa renda e colaborado para uma manutenção do valor do metro quadrado do bairro, que, em 2012, foi apontado como 26º mais caro da cidade, custando em média 5 685 reais. Os bondes foram retirados de circulação em agosto de 2011 após o acidente na Rua Joaquim Murtinho e voltaram a circular com uma frota mais moderna em dezembro de 2015.[9]
Modo de vida
Tradicionalmente, vivem, em Santa Teresa, predominantemente bairro de classe média e classe média alta, muitos intelectuais, acadêmicos, artistas, militares e políticos, atraídos pelas características históricas, culturais e pela qualidade de vida que este proporciona. Há uma grande quantidade de políticos e movimentos populares ou mobilizações coletivas. Há também um grande número de organizações não governamentais instaladas no bairro, que prestam serviços e dão apoio às comunidades localizadas no entorno do mesmo.
Também há, no bairro, um polo gastronômico, principalmente ao redor do Largo dos Guimarães, área boêmia do bairro. Santa Teresa vem se firmando como uma das principais atrações turísticas do Rio de Janeiro, o que faz com que muitos a considerem como "O Montmartrecarioca", devido ao grande número de artistas que possuem ateliê e residem no local.
O acesso já foi feito pelo bonde com tração animal e elétrica, por muares alugados, linhas de coletivos (kombis e ônibus). Bondes, automóveis, bicicletas, motocicletas, táxis, veículos turísticos, microônibus e pedestres são as formas de acesso atuais. As linhas de bondes atualmente em operação no bairro são: Largo do França x Carioca, Largo do Curvelo x Dois Irmãos, Dois Irmãos x Carioca e o Ramal Muratori. Há 4 linhas de microônibus que circulam pelo bairro: 006 - Castelo x Silvestre, 007 - Central x Silvestre, 014 - Castelo x Paula Matos, 507 - Largo do Machado x Silvestre. Serviços de transporte alternativo de kombis e mototáxi, nas regiões da Lapa e Glória, são muito utilizados pelos moradores do bairro, onde foi ambientada parte da telenovelaCorpo a Corpo, da Rede Globo.