Procópio descobriu cedo o talento de envolver a plateia, atraindo grande público a seus espetáculos. Com 62 anos de carreira, Procópio interpretou mais de 500 personagens em 427 peças.
Biografia
Nascido no dia de São Procópio, era filho de Francisco Firmino Ferreira e de Maria de Jesus, ambos imigrantes portugueses, naturais da ilha da Madeira. Ingressando na Escola Dramática do Rio de Janeiro, em meados de 1914, estreou profissionalmente em 22 de março de 1917, no Teatro Carlos Gomes. Sagrou-se por representar mais de 450 peças, de todos os gêneros, desde o teatro de revista até a tragédia grega. Em toda a História do Teatro Nacional foi o ator que maior número de peças nacionais interpretou e, que maior número de autores lançou.
Procópio atuava no circo-teatro, gênero que, se não foi criado no Brasil, aqui teve pleno desenvolvimento. Tratava-se de um circo que, além de números de acrobacias, malabarismo e palhaçadas, apresentava a adaptação de peças de teatro. Do circo-teatro passou às comédias. Dizia que o sucesso chegou quando ele parou de pensar com a sua própria cabeça para pensar com a cabeça do público.
Sua primeira peça foi "Amigo, Mulher e Marido", fazendo o papel de um criado. Seu maior sucesso teatral foi o espetáculo Deus lhe Pague, de Joracy Camargo, com o qual viajou o país inteiro e foi para o exterior. Participou de mais de quatrocentas peças e teve uma carreira de mais de 60 anos.
Lançou o teatro de frases, com tiradas e expressões cortantes para substituir a tradicional comédia de costumes. No cinema, começou com a produção portuguesa "O Trevo de Quatro Folhas" (1936). No Brasil, atuou em "Quem Matou Ana Bela" (1956) e no sucesso de crítica e público "O Comprador de Fazendas" (1951), baseado no conto de Monteiro Lobato.[1]
Um homem que vivia intensas paixões, foi pai de seis filhos de diversos casamentos. De seu primeiro casamento com a artista espanhola Aida Izquierdo nasceu uma das mais importantes atrizes e diretoras brasileiras, Bibi Ferreira. Casou-se sucessivamente com outras atrizes, como Norma Geraldy e Hamilta Rodrigues. Da união com Hamilta Rodrigues nasceram Maria Maria, João Procópio Filho e Francisco de Assis Procópio Ferreira. De seu relacionamento com a atriz Lígia Monteiro nasceu a diretora e jornalista Lígia Ferreira. Do romance com a musicista Celecine Nunez nasceu a cantora Mara Sílvia (nome artístico de Mariazinha, como era chamada pelo pai). Também foi avô para Thina Ferreira (filha de Bibi), João Procópio Neto (filho de Mariazinha), Bianca Teixeira (filha de Lígia), Alice Ferreira (filha de Maria Maria) e Alessandra Ferreira (filha de Procópio Filho).