Foi originalmente concebida como uma grande cervejaria, daí o nome "Canecão" (aumentativo de uma "caneca grande"), e inaugurado em 1967. Num projeto do jovem arquiteto José Vasquez Ponte, tornou-se uma das grandes referências nacionais para espetáculos de médio e grande porte.
A temporada feita por Maysa em 1969 fez com que o Canecão se tornasse popular entre o meio artístico, logo, a casa de show um dos principais palcos de cidade.
O cantor de MPBElymar Santos também fez história ao utilizar o espaço para lançar sua carreira, num ato ousado, onde desembolsou a quantia de 200 mil reais pela locação do espaço.[5]
Em 2009, a administração da casa sofreu uma derrota na justiça, que favoreceu a UFRJ, recebendo parte do terreno do Canecão.[6] Em 10 de maio de 2010, a propriedade foi retomada pela UFRJ.[7][8]
Em 17 de maio de 2010, a casa foi reaberta mediante uma liminar judicial que devolveu a posse provisória ao antigo inquilino. Em 17 de outubro de 2010, fechou as portas definitivamente após os antigos dirigentes perderem a batalha judicial que já durava 40 anos. A casa de shows foi reintegrada à universidade.[9][10]
Em 4 de junho de 2019, o Canecão – tombado desde 1999 – foi destombado,[11][12] fruto de apelo da UFRJ à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).[12] O destombamento era necessário frente à necessidade de regularização do uso da área e ao prosseguimento da parceria com o BNDES, o projeto denominado VivaUFRJ, cujo foco é a valorização do patrimônio da universidade.
Ocupa Canecão
Em 27 de julho de 2016, militantes do movimento Ocupa MinC (Ministério da Cultura) RJ,[13] que haviam sido expulsos pelo governo do Palácio Capanema, onde ficaram por 70 dias, realocaram a ocupação para o Canecão. Por mais de um mês, o Ocupa Canecão abrigou shows e atos contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff, com atividades diárias e ocupantes fixos que tornaram o salão principal da casa de shows em um grande acampamento com o enorme palco no centro.[14]
No espetáculo de abertura do Ocupa Canecão, dirigido por Bia Lessa e ocupantes, a presença do cantor Chico Buarque, que cantou "Apesar de você".[15]
Vários outros artistas passaram pelo palco do Canecão em 2016 durante a invasão, com destaque para o antológico show de João Bosco, além de diversos artistas iniciantes e veteranos.
Após forte pressão do MEC, a reitoria da UFRJ negociou a saída dos invasores com os artistas militantes, que foi finalizada na madrugada do dia 5 de setembro de 2016.[16]
Propostas para o Canecão
A UFRJ, com o projeto VivaUFRJ, prevê que o Canecão se transforme em um equipamento cultural multiuso para cerca de 1.500 pessoas.[17]
A sugestão apresentada pela UFRJ foi concebida por meio de um escopo mais amplo para valorização do seu patrimônio, ao passo de que a universidade reconhece a necessidade de devolver uma casa de arte e cultura à sociedade.[17] A previsão é que o novo equipamento tenha características de uma casa de espetáculo, cujo uso musical, bem como de outros tipos de atividades artísticas, serão garantidos.
O governo do Estado do Rio de Janeiro chegou a demonstrar vontade em estadualizar o local, mas a ideia não prosperou com propostas definidas[18] em meio à grave crise orçamentária fluminense, cujo déficit é superior à cifra de R$ 10 bilhões.[19]
Novo Canecão
Em fevereiro de 2023, o consórcio Bonus Klefer arrematou o Canecão por 4,35 milhões de reais, com possibilidade de explorar a concessão por 30 anos.[20] O contrato não obriga o uso do nome Canecão.[20][21]
O novo espaço deve contar com formato multiuso, com projeção de abrigar de 1,5 a 6 mil pessoas.[21][2] As intervenções devem concentrar 15 mil metros quadrados e como contrapartida, deverá ser investido cerca de 180 milhões de reais, sendo a maior parte na parte cultural e o restante na construção de um restaurante universitário, além de dois prédios acadêmicos no campus Praia Vermelha.[2] A administradora também deverá abrigar e restaurar as obras de Ziraldo.[20][22]
Inicialmente previsto para 2025,[2] o empreendimento deve ficar pronto somente em 2026.[21] Apesar do proposto, no passado, diversos projetos prometeram o retorno do espaço, o que não aconteceu.[23][24][25][26]
Em 25 de maio de 2024, o CEO do consórcio Bonus Klefer, André Toros, em entrevista, indicou que a demolição do antigo prédio deverá acontecer entre o final de junho e o início de julho de 2024.[27]
“
Enfim, iremos mostrar para a cidade que o espaço voltou agora em junho, colocando os tapumes e iniciando a parte das demolições também mais para o final do mês, na entrada do mês de julho. A expectativa é que no primeiro trimestre de 2026, todas as infraestruturas, o novo canecão, o prédio acadêmico e o refeitório estejam de pé, funcionando e aberto ao público.