Medicina antroposófica é uma forma de medicina alternativa criada na década de 1920 por Rudolf Steiner e Ita Wegman.[1] A prática baseia-se em noções de ocultismo e na filosofia espiritual de Steiner, a qual denominou antroposofia.[2] Os praticantes recorrem a uma série de técnicas fundamentadas em preceitos antroposóficos, incluindo massagens, exercício, aconselhamento psicológico e substâncias medicinais antroposóficas.[3]
Muitos dos preparados usados na medicina antroposófica são substâncias ultra-diluídas, semelhantes às usadas em homeopatia. Estas soluções homeopáticas não são eficazes. São geralmente consideradas inócuas, exceto quando usadas como substituto para um tratamento eficaz e cientificamente provado.[4] Não existem evidências médicas que apoiem a eficácia dos remédios à base de erva-de-passarinho, aconselhados para o tratamento de cancro.[5][6] Alguns praticantes opõem-se à vacinação de crianças, o que está na origem de surtos de doenças que seriam facilmente evitáveis.[7]
A medicina antroposófica não possui fundamentação na ciência[8] e já foi descrita como pseudociência[9] e charlatanismo.[10] A medicina antroposófica diverge dos princípios fundamentais da biologia em vários aspetos. Por exemplo, alguns praticantes alegam que não é o coração que bombeia sangue, mas sim que o sangue se bombeia a ele próprio.[11][12] A medicina antroposófica também alega que as vidas passadas dos pacientes podem influenciar a sua doença[13] e que o curso de uma doença está sujeito ao destino do carma.[14]
Referências
↑Kienle, Gunver S.; Kiene, Helmut; Albonico, Hans Ulrich (2006). «Anthroposophische Medizin: Health Technology Assessment Bericht – Kurzfassung». Forschende Komplementärmedizin. 13 (2): 7–18. doi:10.1159/000093481. teils ergänzend und teils ersetzend zur konventionellen MedizinCitado em Ernst, E (2008). «Anthroposophic medicine: A critical analysis». MMW Fortschritte der Medizin. 150 Suppl 1: 1–6. PMID18540325
↑Ernst, E (2008). «Anthroposophic medicine: A critical analysis». MMW Fortschritte der Medizin. 150 Suppl 1: 1–6. PMID18540325
↑Ades TB, ed. (2009). Mistletoe. American Cancer Society Complete Guide to Complementary and Alternative Cancer Therapies 2nd ed. [S.l.]: American Cancer Society. pp. 424–428. ISBN9780944235713. Available evidence from well-designed clinical trials does not support claims that mistletoe can improve length or quality of life.
↑Horneber MA, Bueschel G, Huber R, Linde K, Rostock M (2008). «Mistletoe therapy in oncology». Cochrane Database Syst Rev (Systematic review) (2): CD003297. PMID18425885. doi:10.1002/14651858.CD003297.pub2. The review found that there was not enough evidence to reach clear conclusions about the effects on any of these outcomes and it is therefore not clear to what extent the application of mistletoe extracts translates into improved symptom control, enhanced tumour response or prolonged survival.
↑Ernst, E (2011). «Anthroposophy: A risk factor for noncompliance with measles immunization». The Pediatric Infectious Disease Journal. 30 (3): 187–9. PMID21102363. doi:10.1097/INF.0b013e3182024274. Anthroposophic medicine was founded by Steiner and Ita Wegman in the early 20th century. Currently, it is being promoted as an extension of conventional medicine.