Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é a maior indústria siderúrgica do Brasil e da América Latina, e uma das maiores do mundo.
Sua usina, chamada Usina Presidente Vargas, situa-se na cidade de Volta Redonda, no médio Paraíba, no sul do estado do Rio de Janeiro, tendo suas minas de minério de ferro e outros minerais na região de Congonhas e Arcos, ambas cidades do estado de Minas Gerais e também de carvão na região de Siderópolis no estado de Santa Catarina. Sua principal usina hoje produz cerca de 6 milhões de toneladas de aço bruto e mais de 5 milhões de toneladas de laminados por ano, sendo considerada uma das mais produtivas do mundo.
Além da siderurgia, o grupo CSN atua também em mineração, logística, cimento e energia.[6]
Em 1940, aumentara a produção de ferro gusa e lingotes de aço, mas a de laminados ainda estava abaixo da demanda. Dessa forma, a indústria brasileira não estava capacitada para fornecer produtos pesados, tais como trilhos e chapas de aço para as ferrovias, estaleiros e construtoras. O coronel Macedo Soares, futuro governador fluminense, que presidia a comissão responsável pelos estudos para instalação de uma grande siderúrgica no país, era engenheiro militar e defendia a instalação de uma usina na região do Vale do Paraíba, que se encontrava decadente com o declínio da cultura do café no estado do Rio de Janeiro. Tal situação também encontrava apoio em Amaral Peixoto, então interventor naquele estado e genro de Vargas. Em discurso de 7 de maio de 1943, o presidente Vargas saudou a nova usina como símbolo da emancipação econômica do Brasil.[7]
Começou efetivamente a operar no ano de 1946, durante o Governo Eurico Dutra, o qual não convidou o idealizador do projeto, Getúlio Vargas, para a inauguração.[8]
No final dos anos 1970, a Andrade e Gutierrez era responsável pelo abastecimento de minério de ferro para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.[9]
Em setembro de 1973, foi criada a holdingSiderbrás para controlar e coordenar a produção de aço no Brasil. A companhia recebeu a transferência da participação acionária do BNDES em várias empresas do setor, controlando inicialmente sete empresasː CSN, Usiminas, Cosipa, Cofavi, Cosim, Usiba e Piratini.[10]
Na década de 1980, com o aumento do movimento sindical, começam a ocorrer diversas greves nas instalações da empresa em Volta Redonda, com a primeira ocorrendo em 1984. Em novembro de 1988, uma nova greve dos seus trabalhadores, que pediam reposição e aumento salarial, redução de jornada de trabalho e reintegração de operários demitidos, teve como saldo a morte de 3 operários em conflito com o Exército Brasileiro, no qual ainda restaram dezenas de pessoas feridas e considerável dano ao patrimônio da empresa. À essa época, a CSN e suas empresas coligadas possuíam cerca de 25 mil trabalhadores diretos, número que decresce até o momento de sua privatização, quando já tinha cerca de 17 mil empregados.
Em 2006 a CSN apresentou proposta de compra da siderúrgica anglo-holandesa Corus. A proposta era superior à da indiana Tata, mas no dia 25 de Outubro de 2007, a CSN perdeu a disputa pela empresa, que foi comprada pela indústria indiana. Desde então, a empresa tem buscado seguir uma estratégia com foco em novas áreas de atuação, como aços longos e cimento e busca por aquisições fora do Brasil, como por exemplo a Cimpor, fábrica de cimento de Portugal.
A CSN também controla a empresa mineradora de ferro Namisa, criada em 2007.[13] e adquirida em 2015.
Em julho de 2022, a Companhia Estadual de Geração de Energia Elétrica (CEEE-G) foi vendida para a Companhia Florestal do Brasil, vinculada à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) por R$ 928 milhões.[14] Em dezembro de 2022, a Eletrobras realizou transferência de ações representativas de 32,74% do capital social da CEEE-G para a Companhia Florestal do Brasil (CFB), pelo valor de 367 milhões de reais. Com a transferência, a CFB passou a deter o total de 99% do capital social da CEEE-G.[15]
Em 14 de julho de 2023, o vice-governador do Rio de Janeiro e secretário estadual do Ambiente, Thiago Pampolha, anunciou a multa à CSN de R$ 1.013.871,60 por poluição em Volta Redonda. A multa foi motivada por uma reportagem do RJ2 da TV Globo que mostrou no dia 13 do mesmo mês que um pó preto e a fumaça que saem dos altos-fornos estão causando doenças respiratórias e deixado as ruas da mesma cidade, na Região Sul Fluminense, permanentemente imundas.[16]
Operação
O grupo CSN atua nos seguintes segmentosː siderurgia, mineração, logística, cimento e energia.[6]
Siderurgia
A companhia atua em toda a cadeia produtiva do aço, desde a extração do minério de ferro até a produção e comercialização. Entre os produtos siderúrgicos comercializados pela empresa estão aços planos, revestidos, galvanizados, pré-pintados, folhas metálicas e aços longos (vergalhão e fio-máquina). Entre as unidades da empresa estãoː[17]
Usina Presidente Vargas (Volta Redonda/RJ)ː produção de aço
CSN Porto Real (Porto Real/RJ)ː produtos galvanizados
CSN Paraná (Araucária/PR)ː laminação e revestimento
Prada Distribuição (oito unidades)ː processamento e distribuição de aços planos e longos
Prada Embalagens (quatro unidades)ː latas e embalagens de aço
Mineração
A CSN Mineração é a segunda maior exportadora de minério de ferro do Brasil e a sexta do mundo. Suas minas estão localizadas no Quadrilátero Ferrífero, onde fica a mina Casa de Pedra, em Congonhas (MG). O minério de ferro é transportados pela MRS até o Porto de Itaguaí (TECAR), no Rio de Janeiro.[18]
A mina de Arcos, em Minas Gerais, que produz calcário, usado como matéria-prima para a fabricação de aço e para a produção de clínquer, principal insumo para o cimento.[18]
Em Rondônia, a subsidiária ERSA produz estanho, matéria-prima da folha de flandres.[18]
Cimento
A produção de cimento pela CSN se iniciou em 2009, utilizando a escória de alto forno, resultante do processo siderúrgico na Usina Presidente Vargas, e o clínquer, produzido junto à mina de calcário em Arcos.[19]
Logística
A CSN é responsável pela administração dois terminais no Porto de Itaguaí (RJ): o terminal de granéis sólidos (Tecar) usado na exportação de minério de ferro e o terminal de contêineres (Sepetiba Tecon).[20]
Fundada em 1999, a CSN Energia possui participação em duas usinas hidrelétricas (UHE Itá e UHE Igarapava), além da Central Termelétrica e a Turbina de Topo, ambas localizadas na Usina Presidente Vargas de Volta Redonda.[21]