Siderbrás, ou Siderurgia Brasileira S.A., foi uma estatal brasileira que atuou como holding de empresas de siderurgia.
História
Em 1968, foi criado o Conselho Consultivo da Indústria Siderúrgica (Consider), conselho interministerial de que participavam os ministros de Estado da área econômica e os presidentes do BNDES e do IBS, cabia estabelecer as políticas globais do setor.[1]
No início dos anos 1970, o Brasil era o 17° produtor mundial de aço Três grandes usinas estatais (CSN, Usiminas e Cosipa) eram responsáveis por 50% da produção. O crescimento do setor siderúrgico era considerado estratégico para o crescimento industrial do país, e, de acordo com os planos I PND (1972- 74) e II PND (1975-79), deveriam receber grandes investimentos.[2]
Foi criada em setembro de 1973 para controlar e coordenar a produção de aço no Brasil. Recebeu a transferência da participação acionária do BNDES em várias empresas do setor. Dentre as mais importantes detidas pelo BNDES estavam: 73% da Usiminas, 87% da Cosipa e 93% da Cofavi. A Siderbras controlou inicialmente sete empresasː CSN, Usiminas, Cosipa, Cofavi, Cosim, Usiba e Piratini.[3]
Entre 1974 e 1989, o BNDES financiou a expansão das três grandes usinas estatais integradas a coque especializado em aços planos (CSN, Cosipa e Usiminas).[2]
Em 1971, a produção de aço no Brasil era de 5,61 milhões de toneladas; a de laminados era de 4,66 milhões de toneladas. Em 1980, a produção de aço subiu para 15,33 milhões de toneladas; a de laminados subiu para 12,33 milhões.[2]
Nos anos 80, entraram em operação três novas usinas, sob controle pela Siderbrás e voltadas para a produção de semi-acabados para vendaː a CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) em Vitória (ES), em 1983; a Açominas em Ouro Branco (MG), em 1986; Mendes Júnior, uma usina semi-integrada, em 1984, com participação de 49% da Siderbrás.[2]
Na década de 80, em razão da crise da divida externa brasileira e à queda de crescimento econômico, houve um declínio no consumo de aço no mercado interno nacional, o que provocou um excesso de capacidade instalada. O cenário forçou as siderúrgicas a exportar para garantir a produção e a colocação no mercado internacional.[2]
Em 1981, a produção de aço no Brasil era de 13,22 milhões de toneladas; a de laminados era de 10,87 milhões de toneladas. Em 1990, a produção de aço subiu para 20,56 milhões de toneladas; a de laminados subiu para 17,07 milhões. As exportações eram de 1,86 milhão de toneladas em 1981, e subiram para 8,99 milhão de toneladas em 1990.[2]
Em junho de 1987 um decreto do presidente Sarney exonerou Amaro Lanari da presidência.[7] Foi noticiado à época que as duas principais divergências foram sua posição contra a indicação de políticos para os cargos das subsidiárias e sua opinião que a Usina do Maranhão (Usimar) era "dispensável." No final de 1986, o endividamento do Sistema Siderbrás alcançava US$ 17,2 bilhões.[7]
Em 1988, ocorreu a extinção da Consider e a Siderbrás ficou impedida de obter financiamento do BNDES, em razão da crise fiscal do Estado brasileiro, que impedia que se realizassem investimentos na modernização do parque industrial. Havia críticas quanto à participação estatal, que estaria impondo entraves ao desenvolvimento ao reduzir a liberdade e a velocidade das respostas das empresas ante as exigências de mercado., tornando-se necessária à abertura de mercado.[2]
Em 1988 se iniciou o Plano de Saneamento do Sistema Siderbrás. Foram vendidas empresas menores da estatal, absorvidas pela Gerdau, Duferco e Villaresː Cosim (09/1988), Cimetal (11/1989), Cofavi (07/1989) e Usiba (outubro de 1989).[3][8]