O termo "Brasil" baseia-se no ciclo econômico e na mítica Ilha do Brasil, assim o conceito moderno de Brasil não necessariamente corresponde ao Brasil de outras épocas. Deve ser observado que a expressão "Brasil Colônia" é anacrônica e meramente indicativa do período histórico colonial. Durante este período, o Brasil nunca teve o título ou designação oficial de "colônia". Igualmente, nunca foram utilizadas outras designações hoje frequentemente utilizadas como referência do Brasil colonial, como "Principado do Brasil", "Vice-Reino do Brasil" ou "Vice-Reinado do Brasil". Durante o período colonial, o Brasil teve apenas duas designações oficiais: "Estado do Brasil" (1548, parte do) e "Reino do Brasil" (1815, região do Amazonas ao Prata[2][3][4]), incorporando o Estado e seus sucessores.[carece de fontes?] Estas consideradas uma subdivisão administrativa do Reino Unido de Portugal, Brasil e, Algarves.
A expressão "América Portuguesa" inclui áreas que estiveram de fato sob domínio português, mesmo algumas que hoje não são parte do Brasil, como a Colônia do Sacramento. O domínio português de jure sobre o Barbados - território que nunca foi brasileiro- é um exemplo de área da América Portuguesa que não faz parte do Brasil. Áreas que anteriormente foram espanholas, como a Província del santa luzia, foram absorvidas pelo domínio português, e consequentemente, pelo Brasil.[carece de fontes?]
A colonização portuguesa da América é marcada pela criação das capitanias hereditárias.[nota 2] Em contraste a fragmentação das possessões espanholas vizinhas, as colônias portuguesas na América formaram uma unidade e integridade territorial linguística após a independência, dando origem ao maior país da região.[carece de fontes?]
Os termos "Brasil Colônia", "Brasil colonial" são categorias de análise historiográfica e se baseiam no Estado do Brasil, referindo-se às colônias portuguesas na América que formaram, em 1815, o Reino do Brasil. Durou do século XVI ao XIX, especificamente entre 1500 e 1815, tendo variações geográficas ao longo de seus quase 3 séculos de existência, como a existência do Estado do Maranhão, criado em 1621 a partir da repartição norte da América portuguesa, somente se unindo ao restante do Brasil em 1823.[5]
Estado do Grão-Pará e Rio Negro e Estado do Maranhão e Piauí
As capitanias do norte faziam parte do Estado do Maranhão e Grão-Pará (1654-1751, posteriormente Estado do Grão-Pará e Maranhão, 1751-1772), composto por Maranhão, Grão-Pará, Piauí e, São José do Rio Negro.[7][8] Nunca existiu um dispositivo jurídico português que levou a hipotética reunificação destes estados coloniais com o Estado do Brasil. A historiografia contemporânea da Amazônia tem reiterado a desconexão entre Brasil e o Grão-Pará mesmo após a fuga da família real para o Rio de Janeiro em 1808 e após a fundação do Reino do Brasil, permanecendo Belém vinculada diretamente a Lisboa e praticamente desligada em vários aspectos do Rio de Janeiro.[9] Os Estados coloniais de Grão-Pará, Maranhão e Piauí permaneceram como colônias autônomas portuguesas na prática até 1823, quando foram anexados autoritariamente pelo Império do Brasil recém fundado[10]
A primeira capitania do norte do Brasil foi a Capitania do Maranhão, criada em 1534 pelo rei D. João III e dividida em dois lotes que foram doados a João de Barros e Aires da Cunha (primeiro lote) e a Fernando Álvares de Andrade (segundo lote). Os três donatários armaram uma frota de dez navios e partiram para o Maranhão em 1535. A maior parte da frota se perdeu em uma tempestade e só um pequeno grupo conseguiu desembarcar no Maranhão, onde acabaram por serem expulsos por índios Tupi aliados de contrabandistas franceses. Devido ao prejuízo da primeira expedição os donatários só conseguiram reunir dinheiro para tentar de novo em 1554 e mais uma vez foram expulsos pelos nativos.[11]
Durante o período em que Portugal esteve unido à Espanha, na União Ibérica (1580-1640), colonos portugueses foram avançando sobre terras da América Espanhola até conquistarem quase toda a região amazônica (que até então era abitada apenas por tribos indígenas). Essas conquistas portuguesas foram oficialmente reconhecidas pela Espanha em 1750 no Tratado de Madri.
A economia das capitanias deste estado colonial localizadas nas atuais regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil caracterizou-se pelo tripé monocultura, latifúndio e mão de obra escrava. As capitanias desse grupo foram as que mais prosperaram, destacando-se as capitanias de Nova Lusitânia (Pernambuco) e São Vicente (atual São Paulo). Maranhão e Piauí não integravam o Estado do Brasil, com todo o restante do Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul brasileiros atuais integrando este estado colonial.
Devido à enorme distancia entre a Colônia do Sacramento e o povoado brasileiro mais próximo, que era Laguna (na época pertencente a São Paulo), a coroa portuguesa viu a necessidade de povoar todo esse território para evitar a sua ocupação pelos espanhóis e o consequente isolamento da Colônia do Sacramento. Assim foram criadas as capitanias de Rio Grande de São Pedro (1736) e Santa Catarina (1738), que inicialmente estavam subordinadas à capitania do Rio de Janeiro.
A natureza econômica da região Sul se definiu na economia de subsistência (ligada ao mercado nacional, mas isolada dos interesses exportadores), baseada sobretudo na produção de trigo e na colonização açoriana.
↑ A periodização da história do Brasil pode variar. Para alguns autores, o período colonial compreende o intervalo de 1530 a 1815. No entanto, para outros, ele pode abranger o intervalo de 1500 a 1808, ou de 1500 a 1822, por exemplo.
Referências
↑América Latina na época colonial. Stuart B. Schwartz, James Lockhart. Editora Record. ISBN 9788520005262 (2002)
↑RICCI, Magda (2010). «Pátria minha: portugueses e brasileiros no Grão-Pará (1808-1840)». Entre Mares: o Brasil dos Portugueses
↑PINHEIRO, Luís Balkar Sá Peixoto (2000). «De vice-reino à Província: tensões regionalistas no Grão-Pará no contexto da emancipação política brasileira». Revista Somanlu
↑Caldeira, Jorge (2017). História da Riqueza no Brasil. Rio de Janeiro: Estação Brasil. p. 52
↑Enciclopédia Barsa (1995). História do Maranhão. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. p. Volume 10. pg. 359
Barcellos, Marta; Azevedo, Simone (2011). Histórias do Mercado de Capitais no Brasil. Rio de Janeiro: Campus-Elsevier. ISBN9788535244069A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
Barreto, Aníbal (Cel.) (1958). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora. 368 páginas
Estes dois arquipélagos, localizados no Atlântico Norte, foram colonizados pelos portugueses no início do século XV e fizeram parte do Império Português até 1832, quando se tornaram províncias de Portugal. A partir de então passaram a ser consideradas como um prolongamento da metrópole europeia (as chamadas Ilhas Adjacentes) e não como colónias. Hoje são regiões autónomas de Portugal.