A arquitetura da Roma Antiga é um legado da civilização romana para o mundo ocidental. Embora às vezes considerada como derivada da arquitetura grega, diferenciou-se por características próprias. Alguns autores agrupam ambos estilos designando-os por arquitetura clássica.
A longevidade e a extensão do Império Romano explicam o porquê de monumentos e edificações serem tão notáveis e numerosos em comparação com outras civilizações antigas. Construções importantes foram executadas na época da República e do Império. O Panteão, por exemplo, atravessou os séculos e chegou à atualidade em bom estado de conservação. O local, cujo diâmetro da planta baixa é igual à altura da cúpula, erguido para servir de morada dos deuses, representa um dos marcos da engenharia e arquitetura romanas.
As estradas construídas pelos romanos também revelam técnicas sofisticadas de construção. É o caso da Via Ápia, a mais famosa das estradas que saíam de Roma. Outro ponto de destaque da arquitetura da época são os aquedutos, exemplo da associação entre construção e funcionalidade. Eles propiciaram o abastecimento das cidades antigas com a chegada de água originária de colinas e montanhas a mais de 80 quilômetros de distância.
Algumas características da arquitetura da Roma antiga ainda hoje são usadas. Os aquedutos continuam a fornecer água para algumas vilas modernas. As abóbadas instaladas desde os tempos da Antiguidade Clássica pelos romanos ainda compõem alguns núcleos de casas. E o cimento, que começou a ser usado na época da República Romana, ainda é importante elemento de construção.
Origens e influências
Os romanos constituíam uma sociedade em constante expansão, com grande contato com outros povos e culturas, e portanto cosmopolita. Isso fez com que a cultura romana fosse muito diversificada, sofrendo influências e incorporando as características dos locais pelos quais passava e dominava. A arquitetura de Roma seguiu esta linha, sendo influenciada principalmente pela arquitetura grega e etrusca.
A herança da Grécia deu-se através das ordens dórica e jônica - nomes de regiões gregas onde esses estilos eram mais empregados. Essas duas ordens correspondem, de forma geral, às colunas dos templos. O dórico, usado sobretudo no exterior dos templos gregos, acabou sendo mais frequente nas colônias gregas e no sul da península Itálica (a Magna Grécia). O jônico, estrutura mais elaborada e usada em templos de devoção a divindades femininas, esteve presente em maior quantidade na costa oeste da Ásia Menor e nas ilhas do mar Egeu. Ambos os estilos, no entanto, coexistiram em alguns locais. Ainda foi usada como referência para os romanos a ordem coríntia, uma variedade do jônico, porém mais trabalhada e rebuscada.
Os elementos gregos estavam muito presentes nos traços romanos, principalmente as concepções clássicas dos estilos jônico, dórico e coríntio. Contudo, esta apropriação não foi intacta. Os romanos reinventaram estes elementos, criando novas ordens, ora a partir da mistura entre características jônicas e coríntias, ora na retirada de estrias do corpo das colunas (ordem toscana), que até então compunham o estilo dórico.[1]
Os etruscos viviam ao norte da Itália, na região que hoje chamamos de Toscana. Deste povo, os romanos herdaram o emprego do arco e da abóbada.[2] Os templos, por exemplo, receberam influências de ambas as culturas, grega e etrusca: planta retangular, teto de duas águas, vestíbulo profundo com colunas livres e uma escada na fachada dando acesso ao pódio ou à base.[1]
Acredita-se que os etruscos ensinaram os romanos a construírem pontes, fortificações, sistemas de drenagem e aquedutos. Muitos desses monumentos não resistiram ao tempo e, por isso, não é possível assegurar o tamanho da influência etrusca. A própria figura da loba que amamentou Rômulo e Remo, mito fundador da cidade de Roma, é provável que seja resultado de uma mitologia etrusca, confirmando uma influência não só arquitetônica dessa civilização.
A Porta Augusta de Perúgia, um portão etrusco em forma de arco, foi uma das construções que sobreviveram ao passar dos anos. A importância dela está no pioneirismo de unir o arco a uma ordem arquitetônica. Os romanos desenvolveram, posteriormente, essa aliança entre estilo de arquitetura e arcos. Das influências dos etruscos e dos gregos, emergiu uma arquitetura romana própria, que foi disseminada pelo seu território.
Características da arquitetura romana
O Templo da Fortuna Viril, ainda em bom estado de conservação, é uma mostra de que os romanos conseguiram criar uma arquitetura particular. Ele tanto tinha características gregas, como as colunas jônicas, quanto etruscas - marcadas pelo alto pódio, o profundo pórtico e a larga cela. Os romanos construíram templos conforme as suas demandas: precisavam de santuários com interiores espaçosos porque os usavam para abrigar as imagens e também os troféus trazidos pelos exércitos. Não se tratava, portanto, de uma imitação dos templos gregos. As referências eram adaptadas de acordo com as necessidades.
Prova de que os romanos conseguiram imprimir suas próprias características na arquitetura é a criação das ordens toscana e compósita. A primeira tem inspiração no estilo porém mais simplificado. E a segunda busca a referência no coríntio e no jônico. O império absorveu características regionais e as fundiu em um padrão comum estabelecido pela cidade de Roma.
O processo de romanização pelo qual passaram as regiões conquistadas pelo Império Romano fez com que traços arquitetônicos similares ao da capital surgissem nas províncias. Alguns marcos espaciais urbanos como teatros, templos, arcos, estátuas e muralhas foram espalhados pelas novas áreas anexadas. Os monumentos, a arte e consequentemente a arquitetura serviram como marcos identitários dos nativos com Roma. Isso não significa dizer que as características particulares das regiões tivessem desaparecido. Na província da Britânia , usavam mais tijolos; no norte da África, o principal recurso eram as pedras.
Em termos urbanísticos, um aspecto de mudança nas construções do Império Romano foi o incêndio de Roma, em 64 d.C., que durou nove dias.[3] Após o desastre, o imperador Nero promulgou um plano de reconstrução para tornar a arquitetura mais sólida. Ele ordenou que as construções fossem feitas com concreto, e não mais com barro e madeira. O imperador também determinou a construção de pórticos ao longo das ruas para proteger as fachadas. O fogo serviu como uma mudança nos traços arquitetônicos da cidade: as ruas passaram a ser mais largas, a altura dos prédios foi limitada e o uso da madeira foi reduzido.[4]
A arquitetura para os romanos refletia uma postura sóbria e tinha um efeito mais prático do que para os gregos. Eles a utilizaram para construir estradas, criar um sistema de fornecimento de água através de aquedutos, disponibilizar banhos e lavatórios públicos e construir blocos de apartamento feitos primeiramente de madeira e depois de concreto, que chegavam a ter oito andares.
O uso do concreto aumentou as possibilidades arquitetônicas e a construção de um grande número de edificações sem a necessidade do uso de colunas. Quando estas eram utilizadas, tratava-se mais de elemento de decoração do que de sustentação. Mesmo assim, foram colocadas em templos, banhos e arenas. Quando a capital do Império Romano, por decisão de Constantino, o Grande, foi transferida para Bizâncio - que passou a chamar-se Constantinopla, a arquitetura seguiu a nova base cristã do Estado romano. Um grande número de igrejas foi construído nesse período.
Inovações técnicas e funcionais
A arquitetura romana caracterizou-se pela forte influência dos modelos etrusco e grego, e pode ser dividida em duas fases estilísticas: primeiro o estilo pré-imperial (republicano), e posteriormente o estilo imperial. Enquanto o estilo republicano se consolidou principalmente na arquitetura, como são exemplos o Teatro de Marcelo e a Basílica Júlia, o estilo imperial se expandiu no domínio das artes.
Diferentemente da arquitetura grega, na romana o trabalho técnico dos engenheiros era predominante. As soluções para novos modelos de construção são mais importantes que a decoração artística, de forma que a funcionalidade sobressai. Ainda hoje temos exemplos desse traço da arquitetura romana nas ruínas de vários edifícios, pontes, aquedutos e outras obras, além das rotas que ligavam o Império Romano, como a Via Ápia (312 a.C.) e a Via Flamínia (220 a.C.).
Entre as inovações técnicas, o período republicano destacou-se pelo uso de uma espécie de cimento, composto por diferentes materiais, que permitiram um melhor desenvolvimento das construções. Além das pedras e tijolos utilizados, o cimento romano permitia a formação de uma liga na junção dos materiais, tornando as construções mais sólidas. A partir do século II a.C., os arquitetos trabalhavam com dois novos materiais de construção: o opus caementicium (cimento romano) e o latericium (ladrilho que tinha mais versatilidade que o concreto). Com combinação dos dois novos materiais era possível construir obras de enormes dimensões e ao mesmo tempo leves. Os principais materiais utilizados nas construções eram pedra cortada em blocos regulares, tijolo de concreto, alvenaria, madeira, gesso, mármore e azulejos.
Outra mudança ocorrida nas formas de construção e nos materiais utilizados foi a retomada do uso do mármore no período da República Romana. A variedade de materiais antes empregada, como a argila, o calcário e algumas pedras específicas, utilizadas pelos etruscos, cedeu lugar ao mármore, apontando a forte influência grega neste período. Também as abóbadas surgiram do projeto dos gregos, mas foram os romanos que conseguiram empregá-las nas construções, expandindo o seu uso para os espaços externos dos edifícios. Aperfeiçoando a forma, criaram as abóbadas em berço e as abóbadas de aresta, transformando-a no elemento central da sua arquitetura.
Os arcos também são considerados característicos na arquitetura romana e é nos aquedutos que o seu uso é mais perceptível. Os arcos sustentam a estrutura e transformam a construção em obra de arte, tornando harmônica a obra. O exemplo mais surpreendente de aqueduto romano ainda hoje é a Ponte do Gard perto de Nîmes, na França. Os aquedutos possibilitaram o uso mais abrangente da água, que por meio destes podia ser escoada para as cidades e locais distantes da fonte.
As basílicas, outro exemplo da arquitetura romana, eram grandes edifícios construídos em praça pública que abrigavam diversas funções: profanas, políticas, comerciais e judiciais. Pela largura da construção, abrigavam todos os elementos arquitetônicos e artísticos da época. Em geral o espaço alongado era sustentado por colunas em arco e as laterais abrigavam abóbadas nos tetos.
Durante o período republicano outro aperfeiçoamento arquitetónico a partir do modelo grego aconteceu no teatro. Mantendo o espaço aberto utilizado pelos gregos, os romanos, no entanto, introduziram novas características. O teatro antes construído sobre uma depressão para facilitar a localização da plateia passou a ser construído em solo plano. A divisão entre a plateia e o palco é feito por uma linha reta, e constrói-se uma fachada ao fundo do palco, inovando a dimensão espacial.
Na construção dos templos, os romanos empregaram os estilos de capitel grego nos adornos das suas colunas, valorizando o estilo coríntio com folhas de acanto em favor do dórico e do jônico, menos rebuscados.
Materiais de construção
Pedras vulcânicas
Desde o século VI a.C., a maioria dos edifícios romanos foram construídos com blocos de pedra permitindo uma melhor durabilidade dos edifícios. Até finais do século II a.C., os romanos utilizavam principalmente o tufo vulcânico, uma pedra vulcânica local com muitas variedades cuja exploração corresponde a diferentes fases arquitetónicas. O primeiro tipo de tufo utilizado, entre os séculos VII e V a.C., é o cappellaccio, um tufo cinzento de má qualidade por ser pouco sólido e friável. Esta pedra é extraída das próprias colinas de Roma (Palatino, Capitolino e Quirinal) para as grandes obras do final da monarquia.[5] Depois da captura de Veii e do seu território no início do século IV a.C., os romanos exploraram os tufos amarelados de Fidenae e Grotta obscura até finais do século II a.C onde a sua extração diminuiu diante de outras variedades que ofereciam melhores propriedades[5].
Do século II a.C . as antigas variedades de tufo foram substituídas por novas variedades cuja exploração continua até à atualidade, como o tufo de Monteverde , de cor castanha tendendo ao cinzento manchado com inclusões brancas, pretas e vermelhas, o tufo Anio, de cor castanha avermelhada, explorada principalmente entre a segunda metade do século II a.C. e século I, e o tufo peperito denominado Lapis Albanus por ser extraído da Serra Albana, de cor azul-acinzentada[5]. Esta última variedade já era utilizada a partir do século IV a.C. por escultores mas só foi introduzido na arquitetura durante o século II a.C.[5]
Os romanos também extraíram dos antigos fluxos de lava dos vulcões do monte Albani ou do vulcão Sabatini que deu origem ao Lago Bracciano uma pedra escura, o basalto, que é cortado em grandes blocos poligonais e foi utilizado para pavimentar as principais ruas e estradas das villas do Lácio[6].
Tijolo romano
Os romanos faziam tijolos de argila decantados e limpos em água com adição de areia, seguindo um procedimento semelhante ao utilizado para a cerâmica. A argila assim tratada é despejada em moldes de madeira e os tijolos obtidos são secos ao sol por vários dias. Depois de secos, os tijolos eram levados ao forno a 1.000 °C . O tijolo romano é mais fino que o tijolo moderno e pode assumir formatos muito diversos: quadrado, retangular, triangular ou até circular. Os romanos começaram a utilizar o tijolo no final da República e aperfeiçoaram a técnica de fabrico do tijolo durante o século I. É utilizado indistintamente na construção de edifícios públicos e privados. Os primeiros edifícios construídos inteiramente em tijolo surgiram a partir do reinado de Cláudio, por volta de meados do século I.[7]
As termas romanas eram edifícios para banhos públicos e constituíam um ponto de encontro muito frequentado pelos romanos, principalmente no período imperial. Possuíam local separado para vestiário, piscina, banho quente, frio e com temperatura intermediária, além de locais para exercícios, jardins e até bibliotecas. Os primeiros edifícios termais datam do século I a.C. As Termas de Caracala foram inauguradas em 216 d.C. e são consideradas a maior construção do tipo.
Esse tipo de edificação começou a aparecer no fim do período republicano, instalada preferencialmente no coração das cidades romanas. Para isso, eram construídas sobre uma estrutura de pilares e abóbadas, uma diferenciação importante dos teatros gregos, que utilizavam declives naturais.[8] Os teatros romanos recebiam principalmente os combates entre gladiadores ou entre gladiadores e feras. O mais antigo anfiteatro conhecido é o de Pompeia (75 a.C.) e o maior e mais famoso é o Coliseu de Roma (70-80 d.C.), que tinha capacidade para pelo menos 45 mil espectadores sentados e mais cerca de 5 mil em pé.
As estradas romanas eram um grande diferencial do império. Suas principais funções eram na esfera militar e da comunicação, no serviço de mensageiros, de cuja rapidez dependia a administração do extenso império. As estradas eram construídas com grandes pedras, com traçado retilíneo e tipicamente alisadas. A Via Ápia foi a primeira e principal estrada romana, construída em 312 a.C. para ligar Roma à cidade de Cápua.
Os romanos desenvolveram um complexo e grandioso sistema de aquedutos para abastecer as cidades com água. A cidade de Roma tinha a maior concentração de aquedutos: construídos num período de 500 anos, eram 11 ao todo, somando 416 km de extensão. Contudo, os aquedutos eram em grande parte subterrâneos — apenas 47 km eram elevados — o que os mantinha longe de carcaças de animais, e consequentemente de doenças, e ainda evitava ataques inimigos.[9] Os europeus mantiveram da herança romana a arte de canalizar a água em aquedutos. Um exemplo dessa influência são os Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, construídos pelos portugueses.
Os templos romanos seguiam principalmente o estilo jônico. Diferentemente dos templos gregos, eles não possuíam abertura por todos os lados e sim uma entrada com degrau e pórtico apenas na parte frontal. O Panteão é o mais importante templo da cidade de Roma e se encontra até hoje em ótimo estado de conservação. Seu domo possui 43 metros de diâmetro e 43 metros de altura, sendo o maior do mundo da sua época.[10] Dedicado a todos os deuses romanos, o Panteão foi construído em 27 a.C. por Marco Vipsânio Agripa, e depois reconstruído em 125 d.C., graças a um incêndio que atingiu o templo. Foi preservado ao ser transformado em igreja, no século VII, e continua conhecido hoje pelo nome de Igreja de Santa Maria e Todos os Santos.
Foram os romanos quem introduziram este tipo de monumento arquitetônico. O arco do triunfo era construído após vitórias em batalhas, para simbolizar e homenagear o triunfo do exército romano. Os arcos eram feitos inicialmente de madeira e possuíam as campanhas militares esculpidas nos baixos-relevos, além dos despojos dos vencidos. Atualmente existem cinco arcos de triunfo em Roma, representando os triunfos de Druso, Tito, Septímo Severo, Galiano e Constantino, todos em mármore.[11]
A típica casa romana, a domus, era mais modesta que os templos religiosos, mas também possuía uma organização particular. No centro das casas ficava o átrio, uma espécie de pátio interno, ao qual se acedia diretamente da rua pelo óstio. Compreendia o implúvio, que armazenava a água da chuva por meio de calhas dirigidas para o interior da casa. Como esse era localizado no centro da casa, os aposentos sociais ficavam nas laterais do átrio, e atrás, oposto a entrada, ficava o tablínio, espécie de escritório do chefe da casa. Esse modelo de casa foi muito comum durante o período republicano, sendo encontrado sobretudo nos vestígios arqueológicos de Pompeia. Além desse modelo, eram recorrentes também as insulas, que reuniam pequenas casas em um único prédio, como edifícios de apartamentos.
Legado
Mesmo com o fim do Império Romano, a cultura deste povo perdurou e influenciou todo o mundo ocidental, desde a Idade Média até os dias de hoje. Na Europa dos séculos XI e XII, por exemplo, surgiu um movimento arquitetônico denominado "Românico", por se inspirar na arquitetura da Roma Antiga. O movimento foi impulsionado principalmente por Carlos Magno, que utilizou a cultura greco-romana como modelo para as oficinas da sua corte. As principais características da arquitetura românica são as abóbodas, os pilares maciços que as sustentam e as paredes espessas com aberturas estreitas usadas como janelas. A designação "Românico" surgiu no século XIX e significava "semelhante ao romano".[12]
A arquitetura renascentista também teve como principal fonte a cultura greco-romana. Os arquitetos deste movimento utilizaram e reinventaram elementos como as abóbodas e as cúpulas, sem deixar de seguir as ordens jônicas e coríntias. Leon Battista Alberti, por exemplo, projetou a igreja de Santo André, em Mântua, cuja entrada possui o formato do arco do triunfo romano.[13] Os arcos triunfais também serviram de inspiração para Donato Bramante na projeção de palácios. A principal característica era a tríade de aberturas adornadas com arcos de volta inteira, sendo dois deles dispostos a uma mesma altura, com o central maior. Além de Bramante, outros arquitetos renascentistas também projetaram palácios. Um dos modelos mais seguidos pelo movimento era a ordem das colunas variando de acordo com o andar, sendo o térreo geralmente construído de acordo com a ordem toscana, uma variante da arquitetura romana, como já foi explicado acima.
Contudo, um caso emblemático da influência de Roma aconteceu em 1418, quando se tentava erigir a catedral Santa Maria del Fiore, em Florença, mas ninguém conseguia construir a cúpula. Abriu-se então um concurso de ideias para resolver o impasse, cujos ganhadores foram Lorenzo Ghiberti e Filippo Brunelleschi. Este último viajou até Roma, visitou o Panteão e se inspirou na sua cúpula em arco pleno para concluir a catedral florentina.
Com a arquitetura neoclássica no fim do século XVIII, a cultura greco-romana foi novamente retomada, discutida e reinventada, e até hoje o estilo neo-clássico está presente. Roma serviu e serve ainda hoje de exemplo e fonte para arquitetos dos mais variados estilos e podemos ver sua influência em inúmeras construções atuais. Além disso, muitos monumentos erguidos na Roma Antiga até hoje permanecem de pé, como o Coliseu, o Panteão, a Ponte de Trajano, as arenas de Arles e de Nîmes, os aquedutos e as estradas, como a Via Ápia.
BOETHIUS, A.; Ward-Perkins, J. B. Etruscan and Roman architecture. Hammondsworth, 1970.
D'AGOSTINO, Mário Henrique. A Beleza e o Mármore. São Paulo: Annablume, 2010.
COARELLI, F. Rome and Environs. An Archaeological Guide. Berkeley: University of California Press, 2007 (original em italiano)
FAVRO, D. The Urban Image of Augustan Rome. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.
KLEINER, F. S. A History of Roman Art. Belmont, CA: Thomson Wadsworth, 2007.
MACDONALD, W. L. The Architecture of the Roman Empire, 2 vols. New Haven and London, 1982/1986.
ONIANS, J. Bearers of Meaning: Classical orders in Antiquity, the Middle Ages and the Renaissance. Princeton University Press, 1992.
WHEELER, Mortimer.Roman Art and Architecture.London: Thames and Hudson, 1964
MacDonald, W. L. The Architecture of the Roman Empire, 2 vols. New Haven and London, 1982/1986.
BONICATTI, Maurizio. De la Grèce à Byzance. Paris: Librairie Hachette, 1963, p. XI-XIII
CLARIDGE, Amanda. Rome: an Oxford archeological guide. Nova York: Oxford University Press, 1998
CORASSIN, Maria Luiza. "Sociedade e política na Roma antiga" São Paulo: Atual, 2001, pág. 82 a 99
GLANCEY, Jonathan. História da arquitetura. São Paulo: Edições Loyola, 2007
JANSON, H. W. História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1992
KLEINER, F. S. A History of Roman Art. Belmont, CA: Thomson Wadsworth, 2007
MENDES, Norma Musco. Romanização e as questões de identidade e alteridade. Conflito social na História da Antiguidade: stasis & discordia-Boletim do CPA, IFCH/UNICAMP, v. 11, n. jan./jun., 2001
PEVSNER, Nikolaus. An outline of European Architecture. Great Britain: Penguin Books, 1966, p. 19-56
ZSCHIETZSCHMANN, Willy. Histoire de l'art: Étrusques, Rome. Paris: Payot, 1963, p. 45-74