As praças de Roma (em italiano, Piazze di Roma) representam a em grande nível a sua história, arquitectura e turismo, constituindo uma grande parte da atmosfera que se presencia na Cidade Eterna. Neste artigo constam algumas da praças mais conhecidas e notabilizadas da cidade.
Em português, Praça Boca da Verdade, na histórica zona do Fórum Boário, é visitada, sobretudo, pela famosa Boca da Verdade, uma curiosa tampa de esgoto do tempo romano, que representa uma cara com a boca aberta; na Idade Média, os maridos levavam as suas mulheres até à Boca da Verdade, obrigando-as a meterem a mão dentro da "boca" da figura, dizia-se que se a mulher tivesse sido infiel, que a boca encerraria com a mão no seu interior, daí o nome de Boca da Verdade.
O Palazzo dei Conservatori e o Palazzo Nuovo hospedam o Museu Capitolino, aberto ao público em 1735, com exposições de nível mundial. Na passagem entre o Palazzo Senatorio e o Palazzo dei Conservatori chega-se a um terraço de onde se pode observar o Fórum Romano.
À direita do palácio novo encontra-se o terraço do café do museu, de onde tem uma ampla visão sobre toda a cidade do Vaticano. Nesta praça ocorreram, várias vezes, concertos gratuitos.
Na praça Campo de Fiori ("Campo de Flores"), não muito longe da Piazza Farnese, está instalado, desde 1869, um mercado de géneros alimentícios. Anteriormente hospedava representações dramáticas, corsos de cavalos e execuções capitulares. A 17 de Fevereiro de 1600 foi aqui executado o filósofo Giordano Bruno, cujo monumento se encontra agora no centro da praça. Pela noite torna-se num ponto de encontro popular, com muitos bares e restaurantes. Por outro lado, Campo de' Fiori é a única praça de Roma que não contém uma igreja.
A Piazza Farnese, em frente ao homónimo Palácio da família Farnese, construído por Sangallo e Michelangelo, destaca-se pela sua sobriedade. Dois grandes vasos de mármore proveniente das Termas de Caracala constituem a base para duas fontes construidas nesta praça.
A Piazza della Minerva (Praça de Minerva), em frente à igreja de Santa Maria sopra Minerva, deve o seu nome ao templo dedicado à deusa Minerva (deusa da sabedoria, das artes da guerra e das ciências), que se encontrava no local onde agora se situa a igreja. É hospedeira de uma pequena preciosidade: O Elefantino de Bernini, com o obelisco às costas, o Pulcino della Minerva.
É considerada o mais famoso exemplo de continuidade em planejamento urbano de Roma. Sua forma longa e retangular, com as extremidades estreitadas ao norte, retém a forma do estádio (stadium) ou seja 240m x 65m, construído por Domiciano entre 96 e 81 d.C. para jogos e competições, que mais tarde abrigou lutas contra animais e entre gladiadores. Os edifícios ao seu redor erguem-se nos terraços ou alicerces das antigas cáveas, onde podiam sentar-se 30 mil espectadores. O nome "Navona" diz-se derivar de "in agone" ou "no local de combate" ou de "navis" (navio) dada a forma com uma extremidade arredondada.
Como a maior praça de um bairro densamente povoado, figurou entre as prioridades de renovação da cidade durante o século XVI. O papa Sisto IV (r. 1471–1484) fez trazer para ela, do Capitólio, um mercado em 1477 e a construção de diversos palácios (como o Palazzo Madama e o Palazzo Massimo alle Colonne) fez dela uma área residencial favorita entre os aristocratas. O desenvolvimento arquitetural culminou durante o pontificado de Inocêncio X (r. 1644–1655) que começou a remodelá-la em 1645. Fez renovar o palácio de sua família e a igreja de Sant'Agnese in Agone, fez restaurar as fontes instaladas por ordem do papa Gregório XIII (r. 1572–1585) e fez construir bem no centro a enorme Fontana dei Quattro Fiumi ("fonte dos quatro rios").
Do século XVIII ao século XIX a praça era inundada, sobretudo em agosto, criando um lago artificial (naumáquia) para dramatizações náuticas (como, aliás, já se fazia há muitos séculos no Coliseu). Giovanni Paolo Panini pintou, em 1756, um óleo, hoje em Hanôver, no Niedersachsisches Landesmuseum (Museu Estatal da Baixa Saxônia), intitulado justamente Praça Navona Inundada. No início da época moderna, a praça tornou-se no centro do carnaval romano.
A praça é visitada durante todo o dia, e mesmo à noite, pelos turistas e, por isso, dispõe de bastantes vendedores de lembranças, além de pintores e artistas de entretenimento. Na época natalícia é frequente encontrarem-se barracas de mercado onde se podem adquirir produtos típicos da época, como estatuetas para o presépio.
Antigamente, os viajantes que chegavam pelo Norte da cidade entravam na cidade pela Porta del Popolo (a antiga Porta Flaminia), que se interpõe à entrada da via Flamínia na cidade. Mo meio do século XVI o papa Pio IV encarregou Nanni di Baccio Bigio de uma nova fachada para a antiga Porta, rebatizada em homenagem à vizinha igreja de Santa Maria del Popolo. O desenho da Porta imita um arco triunfal romano, com arco único. O lado voltado para fora da cidade está adornado com antigas colunas e as imagens de São Pedro e São Paulo. Quando a rainha Cristina da Suécia veio a Roma, em peregrinação, o papa Alexandre VII encomendou a Gian Lorenzo Bernini a fachada voltada para a praça, hoje coroada com o escudo papal, onde uma inscrição que deseja à Rainha uma feliz estada na cidade. Havia inclusive duas torres, demolidas em 1879 para abrir as duas passagens laterais.
Imediatamente à direita da Muralha Aureliana, passa-se, deixando-a pela direita, em frente à igreja de Santa Maria del Popolo, e entra-se num oval circunscrito por fontes e leões que vertem água.
Outrora chamada Praça do Monte Cavalo (piazza di Monte Cavallo), a Piazza del Quirinale está em frente ao Palácio do Quirinal, a sede do Presidente da República, e de onde pode-se assistir a um belo panorama acima das casas de Roma. No centro da praça, está o Obelisco do Quirinal e as estátuas de Castor e Pólux, "Domadores de Cavalos". Está ali também o Palácio da Consulta, que alberga hoje a Corte Constitucional.
A Piazza della Rotonda é o grande espaço em frente ao Panteão de Roma que herdou o nome pelo sobreno com que os romanos as designavam (la Ritonna). Nesta praça encontra-se uma fonte com um dos obeliscos de Roma, o Obelisco Macuteo.
A Praça de São Pedro, em frente à Basílica de São Pedro, é considerada pelos turistas como uma das mais belas praças do mundo. Foi Bernini que projectou a disposição elíptica com o colunato, que foi terminado em 1667. Nesta praça pode-se encontrar o Obelisco do Vaticano, oriundo de Heliópolis. (Contudo não se pode considerar totalmente que esta praça seja de Roma ou sequer italiana, uma vez que já faz parte dos domínios do Estado do Vaticano)
A Piazza di Spagna, aos pés da escadaria de Trinità dei Monti, deve o nome à localização da embaixada de Espanha, que aqui se encontra. Nesta praça está a Fontana della Barcaccia. A Praça de Espanha é conhecida internacionalmente por ser palco de inúmeros desfiles de Moda, cujos ateliers se encontram aqui perto, e são frequentados por vários modelos.
A Piazza Venezia, no sopé do monte Capitolino, é considerada o centro do tráfego citadino. Ao lado da praça rectangular ergue-se o imponente Vittoriano, o Monumento Nacional a Vítor Emanuel II, também chamado Monumento ao Soldado Desconhecido. No seu interior alberga um museu da história militar e bélica da Itália. É jocosamente referido pelos romanos como "a máquina de escrever", pela sua forma, ou "Bolo de Noiva" ou "Elefante Branco", devido à sua cor: um branco imaculado que contrasta com o branco "sujo" das ruínas romanas.
O lado ocidental da praça é ocupado pela fachada renascentista do Palácio Veneza que foi, por um breve período, palácio papal e, entre 1564 e 1797, sede da representação da República de Veneza, cognome atribuído pelos Estados Pontifícios. A fachada deste edifício pertence à memória dos habitantes, já que era nas suas varandas que Benito Mussolini fazia os seus discursos, nos anos do fascismo. Actualmente é um museu.