O Quirinal, juntamente com o Viminal, era antigamente chamado de collis ("colina") por excelência em contraposição com os outros, que eram montes ("montes"). Além do Quirinal propriamente dito, que era a extremidade oriental da colina, onde ficava o Templo de Quirino e a Porta Quirinal, da Muralha Serviana, se reconhecem ali outros cumes, como o Latiaris, ao sul, vizinho dos fóruns imperiais, o "Mucial" (em latim: Mucialis), também chamado de "Sanqual" (Sanqualis), no Largo Magnanapoli), e o "Salutar" (Salutaris), a oeste, perto do moderno Palazzo del Quirinale.
Seus vales laterais eram, por outro lado, muito mais profundos que atualmente e foram preenchidos por sedimentos em épocas variadas: na Piazza Barberini, por exemplo, o nível original do solo está a 11,75 metros de profundidade e nas laterais da Via Nazionale o pavimento original está sob 17 metros de terra. O desnível repentino das ruas transversais, como o da antiga via que rebatizada de Via delle Quattro Fontane, chegavam a até 25 metros, com várias subidas e descidas.
Etimologia
Segundo a lenda romana, no Quirinal ficava uma pequena vila de sabinos e para lá foi o rei Tito Tácio depois da paz entre romanos e sabinos, quando a colina foi anexado ao perímetro antigo da cidade, conhecido como "Roma quadrada", no Palatino[2]. Os sabinos chamaram a colina de Cures, cidade da Sabina, e do altar dedicado a Quirino, possivelmente o deus único desta Cures sabina.
Outra lenda conta que Rômulo, depois de morto, passou a ser associado a Quirino e a ele foi edificado um templo na colina dedicado a ele e ela passou a ser chamada de "Quirinal"[3].
História antiga
Períodos arcaico e monárquico
O Quirinal já era ocupado no final da Idade do Ferro, como revelaram alguns túmulos arcaicos escavados perto da Porta Colina e da Porta Sanqual (entre outros). Um depósito de ex-votos descoberto diante da escadaria de Santa Maria della Vittoria foi datado no século VII a.C. e um outro similar foi encontrado na encosta oposta, incluindo o vaso de Duenos, uma das mais antigas inscrições em latim (fim do século VII e início do século VI a.C.).
Uma tradição conta que o Quirinal foi anexado à cidade por Sérvio Túlio, o sexto rei de Roma[4][5]. Outra afirma que foi o segundo, Numa Pompílio, na época anterior à construção da Muralha Serviana[6].
A independência do assentamento no Quirinal do que se desenvolveu no Palatino, que se expandiu depois para a Roma quadrada e para o Septimôncio, pode ser comprovada pela existência no local de um santuário dedicado à Tríade Capitolina e de um dedicado à Fé, idênticos aos já existentes no Capitolino, e pelo culto de Marte no Quirinal, repetindo o culto no Palatino, e pela existência de um colégio de sálios no Quirinal, idêntico ao dos sálios palatinos. O próprio nome com o qual se fazia referência ao Quirinal, "collis", e não "mons", é sinal da existência de um período no qual as duas comunidades eram independentes entre si[7].
Constantino ordenou a construção das Termas de Constantino, as últimas termas construídas em Roma, um edifício do qual não restou nada além de alguns desenhos do século XVI. O complexo era pequeno e refinado, servindo como contraponto às grandiosas e populares Termas de Diocleciano. Na época imperial, o Quirinal era um quarteirão habitado principalmente por famílias patrícias.
Ruas antigas
As principais vias do quarteirão eram as que atravessavam o Quirinal integralmente, do sudoeste para o nordeste: o Vico Patrício, o Vico Longo (moderna Via Nazionale) e a Alta Semita. As vias transversais eram muito menores e menos agitadas, com vários aclives e declives para superar a íngreme encosta da colina.
A última importante obra viária construída no Quirinal foi o Túnel Umberto I, iniciado pelo prefeito de Roma, príncipe Colonna, em 31 de janeiro de 1901[8] e inaugurado em 20 de outubro de 1902 com a passagem de bondes destinados às autoridades[9].