Seu primeiro trabalho foi aos treze anos, fazendo uma figuração no teleteatro da TV Rádio Clube, de Recife. Wilker ficava aguardando que o chamassem para alguma "ponta". A primeira atuação foi como cobrador de jornal na peça Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams.
O início da carreira no teatro foi no Movimento de Cultura Popular (MCP) do Partido Comunista, dirigindo espetáculos pelo sertão e produzindo documentários sobre cultura popular. Em 1967, o ator transferiu-se para o Rio de Janeiro, ingressando no curso de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), abandonando depois o curso para seguir a carreira teatral. Ganha o Prêmio Molière de Melhor Ator pela sua atuação na peça O Arquiteto e o Imperador da Assíria, em 1970.
Início na TV
O crescimento no teatro despertou o interesse do autor de telenovelas Dias Gomes, que o convidou para integrar o elenco de Bandeira 2 (1971), interpretando Zelito, um dos filhos do bicheiro Tucão (Paulo Gracindo). Esse primeiro trabalho na televisão o tornou famoso em pouco tempo e o fez ter uma melhora pessoal e financeira depois de dez anos no teatro, fatos que o atraíram para a carreira na televisão.[3]
Protagonizou pela primeira vez uma telenovela em 1975, como Mundinho Falcão, em Gabriela, adaptada por Walter George Durst do romance de Jorge Amado. Wilker interpretou ainda personagens memoráveis, como o Rodrigo, na telenovela Anjo Mau (1976), de Cassiano Gabus Mendes.
Em meados dos anos 1980, Herval Rossano deixa a Direção de Dramaturgia da Rede Manchete e, embalada pelo sucesso e impressionada com o conhecimento artístico de Wilker, a emissora o contrata para a chefia do departamento. Além do cargo máximo das novelas da emissora, atua como diretor e ator nas telenovelas Corpo Santo[4] e Carmem[5], além de chefiar o departamento durante a produção e exibição de Helena.[3]
O viés artístico de Wilker fez com que a emissora ganhasse prestígio, porém, a audiência não chegou como o Grupo Bloch esperava. O sucesso de Corpo Santo havia sido apenas relativo, e Carmem e Helena não atingiram índices satisfatórios, tendo altos custos. Após desavenças com os executivos da Manchete sobre custos e a influência da Bloch Editores na televisão, José Wilker se desliga[5], deixando a pré-produção da novela Olho por Olho[6], aprovada em sua gestão como diretor da emissora. Wilker, contudo, pavimentou o caminho para que a emissora fizesse grande sucesso com Kananga do Japão e Pantanal.
Seu último trabalho na TV foi na novela Amor à Vida, no papel do médico Herbert Marques[9].
No cinema, seus dois últimos trabalhos, ambos lançados postumamente, foram O Duelo, lançado em 2015, baseado no romance Os Velhos Marinheiros de Jorge Amado, em que Wilker interpreta Chico Pacheco,[10] e o filme de animação As Aventuras do Pequeno Colombo, lançado em 2017, em que dá voz ao personagem Conde de Saint-Germain.[11][12]
No teatro, seu último trabalho foi na direção de O Comediante, de Joseph Meyer. Protagonizada pelo ator Ary Fontoura, a peça estreou em junho de 2014. Wilker havia deixado um dos ensaios da peça, horas antes de sua morte.[13]
Amante de cinema, possuía aproximadamente quatro mil fitas em casa. Mostrou ao público essa faceta fazendo comentários de filmes nos canais de televisão por assinaturaTelecine da Globosat e na TV Cultura.
Em 1996, publicou uma coletânea de crônicas em seu livro Como Deixar um Relógio Emocionado, como resultado de seu trabalho como crítico de cinema na TV Cultura, escrevendo também regularmente crônicas sobre o assunto para o Jornal do Brasil.[15]
RioFilme
Wilker era também comentarista oficial da transmissão da premiação do Oscar da Rede Globo, além de apresentar o programa Palco & Plateia', transmitido pelo Canal Brasil.
Logo ao chegar ao Rio de Janeiro, em 1964 José Wilker conheceu a psicóloga Elza Rocha Pinto, com quem se casou. Depois de divorciarem-se em 1976, Wilker teve outros relacionamentos, dos quais nasceram duas filhas: Mariana (com Renée de Vielmond) e Isabel (com Mônica Torres). Viveu também com Guilhermina Guinle entre 1999 e 2006.[17]
Morte
José Wilker morreu na manhã de 5 de abril de 2014 em sua casa na cidade do Rio de Janeiro. Estava acompanhado da namorada, a jornalista Claudia Montenegro que, ao acordar, o encontrou já sem vida, vítima de um infarto fulminante.[18] O corpo do ator foi cremado no dia seguinte, no Cemitério Memorial do Carmo, na zona portuária do Rio de Janeiro.[19]
↑«Suspiros Republicanos ao Crepúsculo de um Impériourl =portacurtas.org.br/filme/?name=suspiros_republicanos». portacurtas.org.brEm falta ou vazio |url= (ajuda); |acessodata= requer |url= (ajuda)
↑ abJOSÉ Wilker. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Site. Acesso em: 18 de Dez. 2020
↑SÁBADO, Domingo e Segunda. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Site. Acesso em: 18 de Dez. 2020.
↑ abcExistem divergências entre diversas fontes confiáveis quanto ao ano de nascimento do ator. Segundo o Terra e o UOL, o ano teria sido 1944, que também é confirmado no seu registro eleitoral no TSE. Este ano está sendo adotado no artigo como o mais provável, conforme discussão, já que, além de ser o ano que consta em seu registro eleitoral, o Terra cita que, na época da morte do ator, houve erro da mídia na divulgação de sua data de nascimento. Outras fontes, como o G1 e o Memória Globo afirmam que ele nasceu em 1946; o portal Memória Roda Viva menciona que "José Wilker nasceu à meia-noite do dia 20 de agosto de 1947, em Juazeiro do Norte, no Ceará."