Filho de Walter de Almeida, pintor de paredes, e de Ruth Rodrigues Vereza, enfermeira, neta de italianos,[1] Carlos Vereza nasceu no subúrbio carioca de Madureira.
Autodidata, ele começou sua carreira de ator em 1959, atuando como figurante de um comercial na extinta TV Tupi. Fascinado por televisão, era frequentador de programas de auditório. Um dia, estava na porta da emissora, na Urca, quando ouviu um diretor reclamar da falta de um ator e, rapidamente, se ofereceu para substituí-lo. Pouco tempo depois, foi contratado e começou a trabalhar no programa Noite de Gala.[2] Na Tupi conheceu Oduvaldo Vianna Filho. Vianinha o levou para o CPC, cuja sede funcionava no prédio da UNE. Lá, Vereza permaneceu por três anos, fazendo teatro de rua. Nessa época também participavam do CPC Ferreira Gullar, Arnaldo Jabor, Flávio Migliaccio, Cacá Diegues, Helena Ignez, João das Neves e Francisco Milani, entre muitos outros. Após o golpe militar de 1964, o fechamento da UNE e dos CPCs, Vereza fez teatro com Antonio Abujamra. Em 1969, ingressou na TV Globo, convidado por Dias Gomes. Voltou para a Tupi, por pouco tempo, e, novamente para a Globo, onde participou de um grande número de telenovelas.[3] Por mais de 20 anos, Vereza foi militante do Partido Comunista Brasileiro.
Vereza atuou em mais de trinta peças teatrais e escreveu duas: Nó Cego (1977) e Transaminases (1980). Esta última satirizava a tortura numa cela, situação que viveu por duas vezes durante o regime militar. Nesse período, foi ativo na defesa dos interesses de sua categoria, protestando contra as más condições de trabalho dos atores e a falta de regulamentação da profissão de ator. Seu nome chegou a ser indicado para a presidência do Sindicato dos Artistas. Em 1984, conquistou o mais importante prêmio do teatro brasileiro da época - o Molière - por sua interpretação do repórter Felipe na peça No Brilho da Gota de Sangue, escrita e dirigida por Domingos Oliveira.
Em 1990, na sequência de um acidente que lhe afetou a audição, Vereza aderiu ao espiritismo.[5]
Em 25 de abril de 2016, justamente no seu aniversário de 75 anos, o ator Umberto Magnani, que estava no elenco da telenovela Velho Chico, é hospitalizado em estado de emergência e deixa a produção, vindo a falecer no dia 27.[6] Em seu lugar, Vereza, que havia acabado de tirar férias da novela Além do Tempo, entra como o padre Benício.[7]