Gnetum, o único género extante, tem uma ampla distribuição em zonas de planície mistas e densas de florestas pantropicais. As folhas de Gnetum são ricas em compostos bioactivos, por exemplo flavonoides e estilbenos, que têm efeitos medicinais notáveis.[3] As espécies que integram este género são caracterizadas por traços como folhas decussadas, nervuras foliares pinadas e presença de vasos nos caules, que se assemelham a caracteres de angiospermas.[3] No entanto, estudos mostraram que Gnetum tem rendimento fotossintético mais baixos do que a maioria das plantas com sementes.[3] As folhas são largas, simples, opostas, pecioladas,[2] com venação fina hierarquizada-reticulada[1] e braquidódroma.
São maioritariamente plantas monoicas, com algumas raras espécies dioicas, com produção de microsporângios e megasporângios sempre separados.[4] Os estróbilos são distribuídos nas regiões axilares das folhas, organizados em eixos compactos ou alongados, com nós e internós, com semelhança morfológica superficial a amentilhos.
Os estróbilos microsporangiados apresentam duas brácteas fundidas que rodeiam múltiplos botões férteis, frequentemente confundidos com flores. Cada botão fértil é constituídos de duas brácteas que se finalizam em microsporangióforo [1]. Geralmente tem dois microsporângios separados na extremidade de cada esporófilo.[2] Os grãos de pólen são de forma esférica, sem estrias ou ondulações, mas a sua superfície pode ser espinhosa.[1][2]
Os estróbilos megasporangiados apresentam de 4 a 10 óvulos férteis por anel. As sementes são drupáceas, envoltas numa falsa testa carnosa e vistosa, podendo ser vermelha, laranja ou amarela. O [[[Embrião (botânica)|embrião]] apresenta dois cotilédones.[5][1][6]
A posição filogenética de Gnetales tem sido intensamente estudada no decorrer dos anos por apresentar questões controversas. Inicialmente, os estudos foram baseados em análises cladísticas das suas estruturas morfológicas, e teve como resultado serem as Gnetales consideradas como grupo irmão das angiospermas. Análises recentes apresentam três hipóteses para sua filogenia: (1) Gnetales como grupo irmão de coníferas; (2) Gnetales dentro do grupo das coníferas; e (3) as Gnetales como grupo irmão de Pinaceae. Apesar de não ser conclusiva a sua relação filogenética, as suas características auxiliam no entendimento das tendências evolutivas das gimnospermas.[10][11][12]
Embora não tenha ainda obtido um consenso alargado, postula-se que a relação filogenética entre as Gnetales e as coníferas é a que consta do seguinte cladograma:
Género WelwitschiaHook. f.: com apenas uma espécie.
Welwitschia (Welwitschia mirabilisHook. f.): Deserto do Namibe na Namíbia e em Angola. Forma apenas duas folhas de crescimento contínuo, em forma de fita, e atinge até 2000 anos de idade. Duas subespécies foram descritas em 2001 com base em seis espécimes cultivados em Berlim, o que foi frequentemente citado mas não pôde ser confirmado em investigações de campo. Assim, ainda não existem subespécies.[13]
Etnobotânica
Várias espécies de Gnetum são utilizadas na alimentação humana, produzindo sementes que podem ser torradas e folhagem que é utilizada como legume. Algumas têm valor como planta medicinal na medicina tradicional de várias regiões.
Ocorrência no Brasil
Possuem predominância em áreas com os seguintes tipos de vegetação: Campinarana, Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Igapó, Floresta de Terra Firme, Floresta de Várzea .[6] É uma família nativa, porém não é endêmica do Brasil. Na América podem ser encontradas 8 espécies, das quais 6 ocorrem no Brasil .[6]
Espécies de Gnetum descritas na região amazônica, entre elas:
Possuem ocorrências confirmadas na região Norte, nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima e, na região Centro-Oeste no estado do Mato Grosso .[6]
Referências
↑ abcdeStevens, P.F. «Gnetales». Version 9. 2008. Phylogeny site of angiosperms. Consultado em 8 de outubro de 2018
↑«Gnetum». Royal Botanic Gardens, Kew: World Checklist of Selected Plant Families. Consultado em 20 de março de 2010A referência emprega parâmetros obsoletos |fechaacceso= (ajuda)
↑ abGifford, A.S (1996). Morphology and evolution of vascular plants. Nova Iorque: WH Freeman and Company
↑Frohlich, M. W. «MADS about Gnetales». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America
↑
Nicholas Jacobson, Peter Jacobson, Ernst van Jaarsveld, Kathryn Jacobson: Field evidence from Namibia does not support the designation of Angolan and Namibian subspecies of Welwitschia mirabilis Hook. In: Transactions of the Royal Society of South Africa, Volume 69, Issue 3, 2014, S. 179–186. doi:10.1080/0035919X.2014.950187 10.1080/0035919X.2014.950187.
Ligações externas
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Gnetaceae