Tetraclinis

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Tetraclinis articulata
Tetraclinis articulata
Tetraclinis articulata
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante [1]
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Pinophyta
Classe: Pinopsida
Ordem: Cupressales
Família: Cupressaceae
Género: Tetraclinis
Mast.
Espécie: T. articulata
Nome binomial
Tetraclinis articulata
(Vahl) Mast.
Distribuição geográfica
Distribuição natural de Tetraclinis articulata.
Distribuição natural de Tetraclinis articulata.
Sinónimos
Floresta de Tetraclinis no Parque Nacional Al Hoceima.
Cones de Tetraclinis no Parque Nacional Al Hoceima.

Tetraclinis é um género monotípico de coníferas pertencente à família Cupressaceae cuja única espécie é Tetraclinis articulata, conhecida pelo nome comum de sandarac,[2] arar,[3] araar[4] ou sictus, uma pequena árvore perenifólia endémica nas regiões montanhosas do Mediterrâneo Ocidental.[5][6]

Descrição

Tetraclinis articulata é uma árvore pequena, de crescimento lento, com 6-15 m (raramente 20 m) de altura e 0,5 m (raramente 1 m) de diâmetro de tronco, muitas vezes com dois ou mais troncos a partir da base.[7]

A folhagem forma-se em ramalhetes abertos com folhas semelhantes a escamas, com 1-8 mm de comprimento e 1-1,5 mm de largura; as folhas estão dispostas em pares opostos decussados, com os pares sucessivos próximos e depois distantes, formando assim espirais aparentes de quatro.[7]

Os cones têm 10-15 mm de comprimento, inicialmente verdes, amadurecem com coloração castanha cerca de 8 meses após a polinização. Apresentam quatro escamas grossas dispostas em dois pares opostos. As sementes têm 5-7 mm de comprimento e 2 mm de largura, com uma asa de consistência semelhante a papel com 3-4 mm de largura de cada lado.[7][8]

É uma das poucas coníferas capazes de talhadia (rebrotar a partir de cepos), uma adaptação para sobreviver a incêndios florestais e a níveis moderados de pastoreio por herbívoros. As árvores velhas que brotaram repetidamente durante um longo período formam grandes tocos na base, conhecidos em espanhol como lupias.[7]

Distribuição e habitat

A espécie é nativa do noroeste de África, onde ocorre nas Montanhas Atlas de Marrocos, Argélia e Tunísia, com duas pequenas populações periféricas em Malta e perto de Cartagena, no sudeste de Espanha. Cresce a altitudes relativamente baixas, em regiões quentes e secos de clima mediterrânico.[7]

Taxonomia

Os seus parentes filogeneticamente mais próximos são Platycladus, Microbiota e Calocedrus, com a maior semelhança morfológica com este último. Em textos mais antigos, foi por vezes tratada em Thuja ou Callitris, mas está menos intimamente relacionada com estes géneros.[7]

Uma espécie relacionada extinta, Tetraclinis salicornioides, tem folhas e cones fósseis de idade Messiniana (ca. 5,7 Ma) que foram descobertos em Monte Tondo e Borgo Tossignano, no norte dos Apeninos, Itália.[9]

Usos e simbolismo

Tetraclinis articulata é a árvore nacional de Malta, onde é conhecida como għargħar (derivado do árabe عَرْعَر} ʿarʿar). Está a ser utilizado localmente em projectos de reflorestação.

A resina, conhecida como sandarac, é utilizada para fabricar verniz e laca; é particularmente apreciada para a conservação de pinturas.

A madeira, conhecida por madeira tuia,[10] madeira citron,[6] e alerce,[11] e historicamente também conhecida nas ilhas britânicas por thyine wood, é utilizada para trabalhos de carpintaria decorativa, em especial a madeira proveniente de cecídios da base do tronco. É utilizada desde a Antiguidade Clássica (em grego clássico: θύον,[12][13] em latim: citrus[14]), e foi utilizada para fabricar mobiliário valioso no tempo do Império Romano.[15]

O mercado marroquino é insustentável, pois concentra-se nos cecídios, o que levou à desflorestação maciça da espécie. A espécie está também ameaçada pelo sobrepastoreio, que pode matar a rebrota da talhadia antes de esta atingir uma altura suficiente para ficar fora do alcance do gado.[7]

A espécie é cultivada para ser usada como árvore ornamental, muito valorizada em climas quentes e secos. Também é podada em forma de sebe, para privacidade e segurança.[8] A planta pode ser usada como espécimes de bonsai.

Galeria

Referências

  1. Sánchez Gómez, P.; Stevens, D.; Fennane, M.; Gardner, M.; Thomas, P. (2011). «Tetraclinis articulata». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2011: e.T30318A9534227. doi:10.2305/IUCN.UK.2011-2.RLTS.T30318A9534227.enAcessível livremente. Consultado em 19 Novembro 2021 
  2. Collins: sandarac and sandarac tree Retrieved 2012-05-16
  3. «Tetraclinis articulata». The Gymnosperm Database. Consultado em 13 de fevereiro de 2011 
  4. O termo araar é ambíguo em árabe pois também é aplicado a Juniperus phoenicea.
  5. Jacques Blondel & James Aronson: Biology and Wildlife of the Mediterranean Region, Oxford University Press 1999 Retrieved 2012-05-16
  6. a b Memidex: sandarac (wood) Retrieved 2012-05-16
  7. a b c d e f g Farjon, A. (2005). Monograph of Cupressaceae and Sciadopitys. Royal Botanic Gardens, Kew. ISBN 1-84246-068-4
  8. a b Rushforth, K. (1999). Trees of Britain and Europe. Collins ISBN 0-00-220013-9.
  9. Palaeoenvironmental analysis of the Messinian macrofossil floras of Tossignano and Monte Tondo (Vena del Gesso Basin, Romagna Apennines, northern Italy) - Vasilis Teodoridis, Zlatko Kvacek, Marco Sami and Edoardo Martinetto - December 2015 DOI: 10.14446/AMNP.2015.249.
  10. Arc-genesis: Thuya Wood Arquivado em 2011-08-08 no Wayback Machine Retrieved 2012-05-16
  11. «Definition of ALERCE» 
  12. Liddell & Scott. «θύον». A Greek-English Lexicon – via Logeion 
  13. Beekes, Robert S. P. (2009). «θύον». Etymological Dictionary of Greek. Brill. p. 565 
  14. de Vaan, Michiel (2008). «citrus». Etymological Dictionary of Latin and the other Italic Languages. Brill. p. 116 
  15. Lewis & Short. «citrus». A Latin Dictionary – via Logeion 

Ligações externas

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