Fez história no Carnaval do Rio de Janeiro imprimindo um estilo high-tech, principalmente nos anos 90 em parceria com Lilian Rabello. Atua no carnaval desde 1979.
Biografia
Renato Lage começou a fazer carnaval em 1978 como auxiliar de barracão e chefe de alegorias no Salgueiro, do então carnavalesco Fernando Pamplona. A partir de 1979, iniciou trajetória solo na Unidos da Tijuca, conquistando o título no mesmo ano no grupo 1-B (hoje grupo de acesso A), com o enredo sobre Delmiro Gouveia, em homenagem ao visionário industrial nordestino. Renato conheceu Lilian Rabello saindo da Escola de Artes do Parque Lage e a chamou para trabalhar com ele e permaneceram na Tijuca até 1982. Em 1983, Renato foi com Lilian Rabello para o Império Serrano, tradicional escola carioca do bairro de Madureira.
Em seu primeiro ano como carnavalesco do Império Serrano, desenvolveu figurinos e alegorias para o enredo de Fernando Pamplona "Mãe, Baiana Mãe", desenvolvido e pesquisado por Lilian, sobre os hábitos das tradicionais baianas. Já naquele ano chamou a atenção da mídia e do público em geral pelo extremo bom gosto com que o cotidiano das senhoras do samba fora retratado. A partir de 1985, começou a desenvolver os enredos criados e desenvolvidos por Lilian Rabello que fazia dupla de criação com Renato Lage, tendo permanecido na escola até 1986. Em 1987, retornou ao Salgueiro, escola onde desenvolveu o desfile do enredo "E por quê não?" de autoria de Lilian Rabello, sendo precursores do estilo estético arrojado que os consagrariam anos depois na Mocidade Independente de Padre Miguel. No ano seguinte, Renato e Lilian transferiram-se para a Caprichosos fazendo mais dois enredos de autoria de Lilian.
Em 1990, o banqueiro Castor de Andrade volta à Mocidade depois de 2 anos afastado e dá início a um plano de reformulação da escola de Padre Miguel, que amargara resultados ruins durante sua ausência, além de ter perdido em um acidenteautomobilístico um dos seus maiores nomes, o carnavalesco Fernando Pinto. Castor convidou o casal Renato Lage e Lilían Rabelo, além do cenógrafo e diretor televisivo Maurício Sherman para desenvolver um enredo sobre a virada da década. O desenrolar dos acontecimentos, além do forte expectativa com que a escola lidava devido a volta de Castor de Andrade, fez com que o enredo sobre a virada da década se tornasse o enredo sobre a virada da própria Mocidade, que pretendia entrar nos anos 90 renovada. Por fim, Sherman foi dispensado e Renato e Lílian deram início a concepção do vitorioso "Vira-Virou, a Mocidade Chegou" O enredo era uma profunda viagem ao passado da escola, resgatando momentos desde a sua fundação por membros de um clube de futebol, o Independente Futebol Clube, a conquista do primeiro título, a sua lendária bateria, desfiles memoráveis e grandes nomes, como os carnavalescos Arlindo Rodrigues e Fernando Pinto, além do inesquecível Mestre André. Destaque também para os carnavais na verde e branco de 1991, 1992, 1996, 1997, 1999 e 2002.
Em 2003 Renato Lage retorna ao Acadêmicos do Salgueiro, na comemoração dos 50 anos da escola. Em 2007, o carnavalesco trabalhou paralelamente em duas escolas de samba, no Salgueiro e na comissão de carnaval da Império de Casa Verde, em São Paulo, junto com sua esposa Márcia Lage e outros membros.[1]
Em 2008 repetiu a dose, mas desta vez trabalhando no Império Serrano, atingindo o campeonato do Grupo de acesso A, além do vice-campeonato no Grupo Especial com o Salgueiro. Em 2009 consagrou-se campeão no Salgueiro com o enredo "Tambor" que arrebatou a Sapucaí e a escola foi sucesso de crítica e público numa vitória incontestável. no ano de 2011, com um desfile digno de título, fez um enredo sobre o cinema na cidade do Rio de Janeiro, tendo feito alegorias gigantes, como a do King Kong na Central.[2] o que dificultou o trabalho da harmonia e atrasando o desfile da escola.[3] Em 2012 teve outra atuação dupla pois além do Salgueiro (onde sagrou-se vice-campeão), Renato foi também carnavalesco da Império da Zona Norte conquistando o 3º lugar para a escola de Porto Alegre. Em 2013 fez para o Salgueiro o enredo "Fama", Obtendo a quinta colocação e para 2014 consegue o vice-campeonato, em parceria com a esposa Márcia Lage, com o enredo "Gaia, a vida em nossas mãos".
Em 2016 repetiria a parceria, desenvolvendo junto com a sua mulher Márcia o carnaval da Vai-Vai, além de permanecer no Salgueiro.[4] Seguiu atuando com sua esposa nos dois anos subsequentes pela Grande Rio. Em 2019, Renato e Márcia foram contratados pela escola de samba Portela visando ao carnaval de 2020. No ano seguinte, desenvolveram o enredo "Guajupiá, Terra Sem Males" para a histórica agremiação. O desfile foi correto e sem percalços, mas a escola acabou ficando num amargo sétimo lugar, frustrando todos aqueles que esperavam uma colocação melhor. Mesmo assim, Renato e sua esposa renovaram com a Portela para 2021 e anunciaram o tema: Igi Osé Baobá, que vai contar a história e retratar a simbologia dos baobás, árvores gigantescas e milenares originárias da África.[5]
Desfile esse que só ocorreu em 2022, onde a Portela conquistou um singelo 5° lugar.
Renato e sua esposa, Márcia, tiveram seus contratos renovados para o carnaval do centenário da Portela. Desfile esse, que prometia emocionar toda a Sapucaí, mas devido a problemas plásticos e de evolução, a Portela acabou ficando em 10° lugar. No dia 24/02/2023, a Portela comunicou o desligamento do casal em comum acordo.
Carnavais
Abaixo, a lista de desfiles assinados por Renato Lage.