O USS Portsmouth foi um cruzador rápido operado pela Marinha dos Estados Unidos e a vigésima quarta embarcação da Classe Cleveland. Sua construção começou em junho de 1943 nos estaleiros da Newport News Shipbuilding e foi lançado ao mar em setembro de 1944, sendo comissionado na frota norte-americana em junho do ano seguinte. Era armado com uma bateria principal de doze canhões de 152 milímetros montados em quatro torres de artilharia triplas, tinha um deslocamento de mais de catorze mil toneladas e alcançava uma velocidade máxima de 32 nós.
O Portsmouth entrou em serviço nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial e ainda estava realizando seus testes marítimos quando o conflito acabou em agosto de 1945, consequentemente sua carreira foi curta e sem grandes incidentes. Fez três viagens internacionais para a África e para o Mar Mediterrâneo entre 1946 e 1948, em seguida realizou cruzeiros de treinamento pela Costa Leste dos Estados Unidos. Foi descomissionado em junho de 1949 e mantido inativo na Frota de Reserva do Atlântico até ser descartado em 1970 e desmontado no ano seguinte.
O projeto dos cruzadores rápidos da Classe Cleveland começou no final da década de 1930. O deslocamento de navios do tipo na época ficava limitado a 8,1 mil toneladas pelos termos do Segundo Tratado Naval de Londres. Entretanto, após o início da Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939, o Reino Unido anunciou que iria suspender o tratado pela duração do conflito, uma decisão rapidamente seguida pelos Estados Unidos. Este, apesar de ainda neutro, reconheceu que sua entrada na guerra era provável e que a necessidade urgente de mais navios impedia um projeto totalmente novo, assim a Classe Cleveland teve seu projeto muito baseado na predecessora Classe Brooklyn. A principal diferença foi a remoção de uma torre de artilharia tripla de 152 milímetros em favor de uma torre dupla de 127 milímetros.[1]
Sua bateria principal era formada por doze canhões Marco 16 calibre 47 de 152 milímetros montados em quatro torres de artilharia triplas na linha central do navio, duas localizadas na proa e as outras duas na popa, em ambos os casos com uma torre sobreposta à outra. A bateria secundária tinha doze canhões de duplo-propósito calibre 38 de 127 milímetros em seis torres de artilharia duplas. Duas ficavam na linha central à proa e à ré da superestrutura, enquanto as outras quatro ficavam nas laterais da superestrutura. A bateria antiaérea tinha 28 canhões Bofors de 40 milímetros em quatro montagens quádruplas e seis duplas mais dez canhões Oerlikon de 20 milímetros em montagens únicas.[2]
O cinturão principal de blindagem do Portsmouth tinha uma espessura que variava de 89 a 127 milímetros, com a seção mais espessa ficando à meia-nau, onde protegia os depósitos de munição e as salas de máquinas. Seu convés blindado tinha 51 milímetros de espessura. As torres de artilharia principais eram protegidas com uma frente de 170 milímetros e laterais e teto de 76 milímetros, ficando em cima de barbetas que tinham 152 milímetros de espessura. Sua torre de comando tinha laterais de 127 milímetros.[2]
O Portsmouth iniciou em 25 de novembro mais um cruzeiro pelo Mediterrâneo. Chegou em Nápoles em 7 de dezembro e depois foi para o Mar Adriático, navegando até Trieste no final do mês. Ficou patrulhando a área até fevereiro de 1947, período de tensão na região. Passou mais duas semanas em Trieste em março, deixando o Mediterrâneo em abril para voltar para casa. Foi para mais um cruzeiro pelo Mediterrâneo em novembro, retornando em 11 de março de 1948 para Boston, em Massachusetts. Passou por reformas e em seguida participou de exercícios de treinamento na Costa Leste dos Estados Unidos. Durante este período o Portsmouth também realizou cruzeiros de treinamento pelo Mar do Caribe para pessoal da Reserva da Marinha dos Estados Unidos. Foi então para o Estaleiro Naval da Filadélfia para uma última reforma em preparação para ser colocado na reserva. Foi descomissionado em 15 de junho de 1949 e colocado na Frota de Reserva do Atlântico.[4] Permaneceu no inventário até ser removido do registro naval em 1º de dezembro de 1970 e desmontado no ano seguinte.[3]
Friedman, Norman (1980). «United States of America». In: Gardiner, Robert; Chesneau, Roger. Conway's All the World's Fighting Ships, 1922–1946. Annapolis: Naval Institute Press. ISBN978-0-87021-913-9 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de editores (link)
Friedman, Norman (1984). U.S. Cruisers: An Illustrated Design History. Annapolis: Naval Institute Press. ISBN978-0-87021-739-5