Localizado na região da Chapada Norte baiana, o território que compõem a atual município de Miguel Calmon foi originariamente povoada por diversas etnias indígenas, com destaque para o povo índigena Payayá, também chamado de payayazes, grupo pertencente aos povos genericamente denominados de tapuias. Os povos paiaiás viviam na região entre Jacobina e o Vale do Paraguaçu ocupando uma área conhecida como Sertão das Jacobinas.[5][6]
Existem diversos registros arqueológicos de povos indígenas na região, com destaque para a cerâmica, tendo sido encontradas peças de barro que atualmente se encontram no Museu do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, na cidade de Salvador. Segundo as pesquisas arqueológicas, os cacos, vasos, garrafões, todos avermelhados e resistentes, pertenceriam a ceramistas Payayazes. A jornalista Maria Campos, no Jornal da Bahia de 17 de novembro de 1975, em edição especial, e com uma página dedicada à história de Miguel Calmon, qualifica-os como "ceramistas por excelência".[carece de fontes?]
Na primeira década do século XVIII, os Payayazes foram aldeados por missionários da Ordem Franciscana no Aldeamento de Bom Jesus da Glória de Jacobina, missão religiosa fundada em 1706. Isto contribuiu para um despovoamento da região entre os séculos XVII e XIX, pois a concentração populacional causada pelo aldeamento da população indígena remanescente pelos franciscanos e a expulsão dos indígenas que se recusaram a se aldearem nas missões religiosas, permitiu o estabelecimento de propriedades latifundiárias de grandes proporções, sendo um território ignorado pelas instituições governamentais do período colonial e do Império.[5][6]