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O Governo do Norte foi uma unidade administrativa da América Portuguesa, vigente de 1572 a 1577,[1] resultado da divisão do Governo-Geral do Brasil em duas jurisdições: o Governo do Norte e o Governo do Sul. Essa divisão visava otimizar a administração colonial diante das dificuldades enfrentadas pela Coroa Portuguesa.
Antecedentes
O estabelecimento do Governo-Geral em 1548 foi uma medida tomada pelo rei João III de Portugal para centralizar a administração do Brasil Colônia, substituindo o fracassado sistema de Capitanias Hereditárias. A capital foi instalada em Salvador, e o governo-geral teve início com Tomé de Sousa, seguido por Duarte da Costa e Mem de Sá.[2].
Conforme o historiador Boris Fausto, três fatores contribuíram para essa reorganização: o declínio do comércio de especiarias com a Índia, o fracasso das campanhas militares no Marrocos e o sucesso da Espanha na exploração de metais preciosos nas Américas.[3] Assim, o Brasil se tornou cada vez mais importante para a Coroa Portuguesa.
Criação do Governo do Norte
Após a renúncia de Mem de Sá em 1572, a administração colonial foi dividida em dois Governos-Gerais: o Governo do Norte, abrangendo as capitanias de Porto Seguro ao Maranhão (contempla a região nordeste contemporânea, mais o norte de Minas Gerais, Distrito Federal, nordeste do Pará, e leste de Tocantins e Goiás), permanecendo a capital em Salvador, na Capitania da Bahia; e o Governo do Sul, com sede no Rio de Janeiro, na seção norte da capitania de São Vicente.[3]
Para governar o Norte, foi nomeado Luís de Brito e Almeida.[4] Durante esse curto período, as administrações de ambos os Governos se empenharam na pacificação dos indígenas e na defesa contra os ataques franceses, principalmente de flibusteiros que visavam a costa brasileira.[5]
Reunificação dos Governos
Em 1577, percebeu-se que a divisão do Brasil em dois Governos-Gerais não trazia a unidade administrativa desejada. A falta de coesão dificultava a defesa da colônia e a exploração de suas riquezas. Assim, a Coroa Portuguesa decidiu unificar novamente os Governos, com sede em Salvador, cessando a administração dual.[5] Foi nomeado Lourenço da Veiga como o novo governador-geral, exercendo o cargo até 1581, quando faleceu.[4]
Domínios portugueses na América do Sul
Referências
- ↑ Brönstrup,, Silvestrin, Celsi; Gisele,, Noll,; Nilda,, Jacks, (2016). Capitais brasileiras : dados históricos, demográficos, culturais e midiáticos. Col: Ciências da comunicação. Curitiba, PR: Appris. ISBN 9788547302917. OCLC 1003295058. Consultado em 30 de abril de 2017. Resumo divulgativo
- ↑ «Governo Geral». Toda Matéria. Consultado em 22 de fevereiro de 2022
- ↑ a b «Governo-Geral: resumo, antecedentes e primeiro Governo-Geral». Mundo Educação. Consultado em 27 de janeiro de 2022
- ↑ a b Fleiuss, Max. «Divisão do Brasil em dois governos e sua posterior unificação». Reficio Cloud. Consultado em 22 de fevereiro de 2022
- ↑ a b CABRAL, Mario Vasconcellos da Veiga (1926). Pequena História do Brasil (PDF) 3 ed. [S.l.]: Jacinto Ribeiro dos Santos. [Laboratório de Ensino e Material Didático de História da USP Resumo divulgativo] – https://lemad.fflch.usp.br/node/1062
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