Nota: Para outros significados, veja
GO.
Go é uma linguagem de programação criada pela Google e lançada em código livre em novembro de 2009. É uma linguagem compilada e focada em produtividade e programação concorrente,[6] baseada em trabalhos feitos no sistema operacional chamado Inferno.[7] O projeto inicial da linguagem foi feito em setembro de 2007 por Robert Griesemer, Rob Pike e Ken Thompson.[6] Atualmente, há implementações para Windows, Linux, Mac OS X e FreeBSD.[4]
História
Go foi criado em 2009 e desde então vem recebendo muitas atualizações, tendo seu mais recente lançamento em 2 de Agosto de 2022, versão Go 1.19. Veja mais informações sobre versões anteriores em https://go.dev/project.
Poucos dias após o lançamento da linguagem, Fancis McCabe, desenvolvedor da linguagem chamada Go!, solicitou uma mudança de nome da linguagem do Google, para evitar confusões. McCabe criou Go! em 2003, mas não registrou o nome.[8]
Design
A sintaxe de Go é semelhante a C e suas declarações são feitas com base em Pascal limpo; uma variação é a declaração de tipos, a ausência de parênteses em volta das estruturas for
e if
. Possui coletor de lixo. Seu modelo de concorrência é baseado no CSP de Tony Hoare,[6] além de possuir características do cálculo pi, como passagem por canal.
Algumas funcionalidades ausentes são tratamento de exceção, Herança, programação genérica, assert
e sobrecarga de métodos.[6] Os autores expressam abertura para discutir programação genérica, mas argumentam abertamente contra asserções e defendem a omissão de herança de tipos em favor da eficiência.[6] Ao contrário de Java, vetores associativos são parte intrínseca da linguagem, assim como strings.
Atualmente, há dois compiladores para Go. 6g e ferramentas complementares - conhecidos em conjunto como gc - são escritos em C, usando yacc e bison para análise sintática. Além do gc, há o gccgo, um compilador de Go com front-end C++ (utilizando um analisador sintático descendente recursivo) associado ao back-end padrão do GCC.[5][3]
Orientação a objetos
É possível programar orientado a objetos, mas não da forma mais comum, pois Go não utiliza classes e sim estruturas. Na orientação a objetos, são criados métodos sem classes, interface sem hierarquia, e reutilização de código sem herança.
type Pessoa struct {
Nome string
idade int
}
package main
import "fmt"
type Animal struct {
}
func (a Animal) Comer() {
fmt.Println("Comendo")
}
type MembroFamilia struct {
}
func (fm MembroFamilia) Nome() {
fmt.Println("Meu nome não é Johnny")
}
type Cachorro struct {
Animal // Struct incorporada/embedada
MembroFamilia // Struct incorporada/embedada
}
func main() {
d := Cachorro{}
d.Comer() // Printa "Comendo"
d.Nome() // Printa "Meu nome não é Johnny"
}
Funções
Go também possui funções como outras linguagens, as funções podem retornar valores únicos, múltiplos e até mesmo retornar outra função.
package main
import "fmt"
func somar (a int ,b int) int {
return a + b
}
func main() {
res := somar(1, 2)
fmt.Println("1 + 2 = ", res)
}
Exemplo de múltiplos retornos:
package main
import "fmt"
func atribuiValor() (int, int) {
return 15,22
}
func main() {
//Aqui queremos atribuir dois valores nas
//variaveis a e b
a, b:= atribuiValor()
fmt.Println("A = ", a)
fmt.Println("B = ", b)
//Podemos também apenas escolher um valor
//a ser retornado
_, c := atribuiValor()
fmt.Println("C = ", c)
}
Em Go uma função pode receber um número variável de parâmetros, ou seja, não se sabe ao certo quantos parâmetros serão recebidos.
package main
import "fmt"
func variaveis(nums ...int) int {
//Imprimindo os valores recebidos
fmt.Print(nums," ")
total := 0
for _, num := range nums {
//Fazendo a soma dos valores recebidos
total += num
}
fmt.Println("Total = ", total)
}
func main() {
variaveis(1,4,7)// Resultado impresso "12"
variaveis(4,2)// Resultado impresso "6"
//Pode se enviar um vetor como parâmetro
v := []int{0,1,2,3,4,5,6}// Resultado impresso "21"
variaveis(v...)
}
Funções também podem receber outras funções como parâmetros.
package main
import "fmt"
func intSeq() func() int {
i := 0
return func() int {
i += 1
return i
}
}
func main() {
nextInt := intSeq() // Aqui "nextInt" recebe como valor a função intSeq
fmt.Println(nextInt()) // Printa 1
fmt.Println(nextInt()) // Printa 2
fmt.Println(nextInt()) // Printa 3
newInts := intSeq()
fmt.Println(newInts()) // Printa 1
}
Exceções
O Go (ao contrário do Java) não possui exceções como try / catch / finally blocks. Ele possui tratamento estrito de erros com funções chamadas de panic e recover e uma instrução chamada defer.
Um uso comum de pânico é abortar se uma função retornar um valor de erro que não sabemos como (ou queremos) manipular. Executar este programa fará com que ele entre em pânico, imprima uma mensagem de erro e rastreie goroutine e saia com um status diferente de zero.
package main
import "os"
func main() {
panic("a problem")
_, err := os.Create("/tmp/file")
if err != nil {
panic(err)
}
}
recover
é uma função embutida que recupera o controle de uma gorout em pânico. Recuperar só é útil dentro de funções diferidas. Durante a execução normal, uma chamada para recuperar retornará nula e não terá outro efeito. Se a gorout atual estiver em pânico, uma chamada para recuperar capturará o valor dado ao pânico e retomará a execução normal. Um defer
empurra uma chamada de função para uma lista. A lista de chamadas salvas é executada após a função circundante retornar. Adiar é comumente usado para simplificar funções que executam várias ações de limpeza.
package main
import (
"fmt"
"os"
)
func main() {
f := createFile("/tmp/defer.txt")
defer closeFile(f)
writeFile(f)
}
func createFile(p string) *os.File {
fmt.Println("creating")
f, err := os.Create(p)
if err != nil {
panic(err)
}
return f
}
func writeFile(f *os.File) {
fmt.Println("writing")
fmt.Fprintln(f, "data")
}
func closeFile(f *os.File) {
fmt.Println("closing")
f.Close()
}
Métodos
Go suporta métodos definidos em tipos struct. Métodos podem ser definidos para qualquer tipo de receptor ponteiro ou valor. Go trata automaticamente conversões entre valores e ponteiros para métodos de chamada. Você pode querer usar um ponteiro do tipo receptor para evitar a cópia de um método de chamada ou para permitir que o método faça mutação da estrutura recebida.
package main
import "fmt"
type rect struct {
width, height int
}
func (r *rect) area() int {
return r.width * r.height
}
func (r rect) perim() int {
return 2*r.width + 2*r.height
}
func main() {
r := rect{width: 10, height: 5}
fmt.Println("area: ", r.area()) // Printa area: 50
fmt.Println("perim:", r.perim()) // Printa perim: 30
rp := &r
fmt.Println("area: ", rp.area()) // Printa area: 50
fmt.Println("perim:", rp.perim()) // Printa perim: 30
}
Interface
Interface nada mais é que um conjunto de métodos.
package main
import (
"fmt"
"math"
)
type geometria interface {
area() float64
perim() float64
}
type quadrado struct {
largura, altura float64
}
type círculo struct {
raio float64
}
func (q quadrado) area() float64 {
return q.largura * q.altura
}
func (q quadrado) perim() float64 {
return 2*q.largura + 2*q.altura
}
func (c círculo) area() float64 {
return math.Pi * c.raio * c.raio
}
func (c círculo) perim() float64 {
return 2 * math.Pi * c.raio
}
func medir(g geometria) {
fmt.Println(g) // Printa os valores da forma geometrica recebida ex: quadrado = altura e largura
fmt.Println(g.area()) // Printa a area da forma recebida
fmt.Println(g.perim()) // Printa o perimetro da forma recebida
}
func main() {
q := quadrado{largura: 3, altura: 4}
c := círculo{raio: 5}
medir(q)
medir(c)
}
Goroutines
Goroutine é uma forma de implementação paralela, o comando usado é go, ele passa como parâmetro uma função para que ela seja executada em paralelo.
package main
import "fmt"
func f(from string) {
for i := 0; i <3; i++ {
fmt.Println(from,":",i)
}
}
func main() {
f("direct")
go f("goroutine") // Será executado por uma thread
go func(msg string) { // Será executado por outra thread
fmt.Println(msg)
}("going")
var input string
fmt.Scanln(&input)
fmt.Println("done")
}
Ferramentas
A comunidade Go considera muito importante o uso da ferramenta 'gofmt' para realizar a formatação do código-fonte uniforme e automaticamente. [9][10]
“
|
O estilo do gofmt não é o favorito de ninguém, mas gofmt é o favorito de todos.
|
”
|
— Rob Pike
|
Exemplos
Programa Olá Mundo
package main
import "fmt"
func main() {
fmt.Println("Olá, Mundo!")
}
Pode ser compilado e executado com o seguinte comando:[11]
$ go build hello.go
$ ./hello
Algoritmo de Trabb Pardo-Knuth
package main
import (
"fmt"
"math"
)
func f(t float64) float64 {
return math.Sqrt(math.Abs(t)) + 5*math.Pow(t, 3)
}
func main() {
var a [11]float64
for i := range a {
fmt.Scan(&a[i])
}
for i := len(a) - 1; i >= 0; i-- {
if y := f(a[i]); y > 400 {
fmt.Println(i, "TOO LARGE")
} else {
fmt.Println(i, y)
}
}
}
Concorrência
Exemplo retirado da página oficial:[12]
package main
import (
"fmt"
"math"
)
func main() {
fmt.Println(pi(5000))
}
func pi(n int) float64 {
ch := make(chan float64)
for k := 0; k <= n; k++ {
go term(ch, float64(k))
}
f := 0.0
for k := 0; k <= n; k++ {
f += <-ch
}
return f
}
func term(ch chan float64, k float64) {
ch <- 4 * math.Pow(-1, k) / (2*k + 1)
}
Interface de linha de comandos
Exemplo de uma implementação do echo do Unix:[13]
package main
import (
"flag"
"os"
)
var omitNewline = flag.Bool("n", false, "Não emitir o caractere de nova linha do final")
const (
Space = " "
Newline = "\n"
)
func main() {
flag.Parse()
var s string = ""
for i := 0; i < flag.NArg(); i++ {
if i > 0 {
s += Space
}
s += flag.Arg(i)
}
if !*omitNewline {
s += Newline
}
os.Stdout.WriteString(s)
}
Ver também
Referências
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