Assentou Praça na Arma de Infantaria, como Voluntário no Regimento de Infantaria N.º 2 do Exército Português, a 14 de dezembro de 1796, e foi nomeado Cadete em 1797.[4][3] Fez o Curso de Engenharia e Navegação, passou para a Arma de Artilharia e foi como Artilheiro que participou da Campanha de 1801 em Portugal.[4][3] Contava alguns anos de serviço no Exército quando, em 1801, D. Carlos IV de Espanha, por sugestão da França, declarou guerra a Portugal, guerra que terminou pelo Tratado de Paz de Badajoz, a 6 de Junho do mesmo ano. Fez essa campanha na companhia de seu irmão mais velho Tomás José de Sousa Soares de Andrea.[5]
Em 1807, passou para a Marinha, e acompanhou D. João VI de Portugal, então Regente, indo instalado na nauPríncipe Real, e instalou-se no Brasil com a Família Real em 1808. Promovido a Tenente nesse ano, foi transferido para o Corpo de Engenheiros, onde atingiu elevada reputação. Foi encarregado da Direcção de trabalhos importantes, tais como o nivelamento do Rio de Janeiro, construção de estradas, etc. Em 1817, já Major, fez parte da Expedição destinada a pacificar a Província de Pernambuco, como Chefe de Engenheiros. Chegado ali,foi nomeado, pelo GeneralLuís do Rego Barreto, Secretário do Governo da Província, sendo, ao mesmo tempo, encarregado de organizar a Divisão Militar da Capitania, para o que lhe fora dadas amplas atribuições.[3] Comandou a Brigada de Engenheiros no Pará no mesmo ano.[4] Promovido a Tenente-Coronel a 4 de Novembro de 1818, passou para o posto imediato de Coronel a 15 dos mesmos mês e ano.[3]
Aquando do Julgamento dos indivíduos implicados na Rebelião de 1817, contribuiu para que as penas não chegassem a extremos irremediáveis e, graças à sua generosa intervenção, alguns revoltosos não expiaram com a morte os delitos de que eram acusados. A isto se deveu que sobre ele recaíssem certas suspeitas de cumplicidade com os sediciosos, logrando, porém, justificar-se plenamente quando, em 1821, foi chamado ao Rio de Janeiro para responder às acusações caluniosas que lhe eram feitas.[6]
Foi presidente das províncias do Pará, de 9 de abril de 1836 a 7 de abril de 1839, onde combateu a cabanagem; de Santa Catarina, de 17 de agosto de 1839 a 26 de junho de 1840; do Rio Grande do Sul, de 27 de julho a 30 de novembro de 1840, tendo derrotado nos combates de Laguna os farroupilhas liderados por Giuseppe Garibaldi; de Minas Gerais, nomeado em 1843, permanecendo no cargo até 1844; da Bahia, de 22 de novembro de 1844 a 1846, e em 10 de abril de 1848 voltou a ser presidente da província do Rio Grande do Sul, permanecendo no cargo até 6 de março de 1850. Marechal-de-campo, foi também responsável pela comissão de demarcação dos limites fronteiriços entre o Império do Brasil e a República Oriental do Uruguai em 1854. Nesta época, ajudou a fundar a cidade de Santa Vitória do Palmar, no sul do Rio Grande do Sul, que, a princípio, foi denominada "Povoação de Andrea" em sua homenagem.[4]
O seu sobrinho-neto Álvaro de Oliveira Soares de Andrea, na dedicatória do seu livro O Systema decimal mundial e o Relogio decimal, Typografia e Papelaria Corrêa & Raposo, Lisboa, 1909, diz ter sido Marechal e emigrado para o Brasil.
Referências
↑Pela grafia arcaica, Francisco Jozé de Souza Soares d'Andrea.