Tendo como pontos mais elevados no seu território a aldeia histórica de Castelo Rodrigo e a Serra da Marofa, com o seu Cristo Rei, estátua colocada no topo da Serra em julho de 1956, sendo banhado por três rios: Rio Douro, Rio Águeda e Rio Côa, e ainda pelas albufeiras da barragem de Santa Maria de Aguiar e da barragem da Vermiosa.
O concelho teve foral em 1209, sendo até 1836 a sua sede na freguesia de Castelo Rodrigo.
Atualmente, é possível enunciar um conjunto variado de infraestruturas destinadas à satisfação das necessidades básica da população, ao lazer e à cultura e outras, de criação mais recente, apontadas no sentido do progresso e da modernidade económicos da região, bem como da prevenção dos problemas sociais e ambientais. Merecem assim ser destacados:
A Serra da Marofa é percorrida pelo rio Côa, ficando essencialmente no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo e perto de Pinhel. A zona é caracterizada pela existência de uma grande biodiversidade, de onde se destacam, na fauna, o falcão, a lebre/coelho e a perdiz, e na flora, a amendoeira, a oliveira e o pinheiro.
O Centro Interpretativo da Batalha de Castelo Rodrigo, inaugurado em 2022, pretende reavivar a memória de um dos acontecimentos militares mais decisivos e importantes da Guerra da Restauração: a Batalha de Castelo Rodrigo. Ao longo de seis núcleos, o visitante imerge no espaço e no tempo desta terra de fronteira, no contexto que conduz Portugal ao domínio filipino a partir de 1580, em que desempenharam papel relevante os Marqueses de Castelo Rodrigo, na Restauração da Independência a 1 de dezembro de 1640, na subsequente Guerra da Restauração que termina com a assinatura do Tratado de Paz entre Portugal e Espanha em 1668, onde ocupa lugar de destaque a Batalha de Castelo Rodrigo, travada em 7 de julho de 1664
A albufeira de Santa Maria de Aguiar, cuja origem remonta à concretização, em 1979, de um projeto de represamento das águas da ribeira de Aguiar com vista à sua distribuição pela maior parte possível da população do município, empreendimento que veio a transformar-se num local de lazer para os adeptos da pesca desportiva e num pólo de atração turística para os amantes da avifauna e dos desportos aquáticos que aí costumam ser organizados.
A mini-hídrica de Nossa Senhora de Monforte, tratando-se de uma pequena barragem existente no rio Côa, próximo da capela dedicada àquela divindade dentro dos limites da freguesia de Colmeal, e cuja construção foi levada a cabo no ano de 1992.
O Parque Industrial, implantado junto à N332, uma das principais vias rodoviárias de comunicação com os grandes centros nacionais, através das autoestradasA25 e A23, e com a Espanha, através da proximidade da fronteira de Vilar Formoso.
O Ecocentro de Figueira de Castelo Rodrigo situado junto do Parque Industrial, um espaço amplo, vedado e devidamente vigiado que é composto por um conjunto de contentores de recolha seletiva de resíduos, que pelas suas dimensões ou características não podem ser depositados pelos Ecopontos, nem recolhidos pelos meios normais.
O Ninho de Empresas do Conhecimento, uma infraestrutura de serviços municipais com vista à fixação dos jovens com idades compreendidas entre os 22 e 35 anos, licenciados ou com formação superior especializada, pretendendo-se que sirva de plataforma dirigida às suas capacidades de criatividade, iniciativa e empreendimento a aplicar na região.
O Gabinete Técnico Florestal que se destina a proporcionar meios de divulgação e atualização permanente de planos de defesa da floresta contra incêndios.
O Complexo Municipal de Piscinas Cobertas, um espaço destinado ao lazer constituído por dois tanques e respetivos balneários, gabinete de assistência, jacuzzi, áreas técnicas, bar e esplanadas.
O Pavilhão dos Desportos é um equipamento com ginásio e uma superfície de jogo multidisciplinar, contando também com auditórios e diversas salas.
O Estádio Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, situado na EN221, é a casa do Ginásio Clube Figueirense, com capacidade para cerca de 2000 pessoas, tendo também ginásio, jacuzzi, sauna e banho turco.
Trata-se de um território cujo povoamento remonta à fase final da Pré-história, à Proto-história e à época romana. Além do lugar da Faia, na freguesia de Vale de Afonsinho, que se integra no complexo de arte rupestre do vale do rio Côa, portanto de mais remota ocupação, os casos mais representativos da fixação humana durante os períodos mencionados, são alguns povoados de altura típicos da cultura castreja, tais como o lugar do Rodo do Castelão, situado no limite da freguesia de Escalhão, fronteiro com o da freguesia de Vilar de Amargo, onde também se recolheram vestígios que pertenceram à Pré-história recente, o lugar de Santo André, situado na freguesia de Almofala, que é apontado como o povoado indígena mais importante da região e onde terá existido um santuário proto-histórico a que podem estar associados os berrões que lá se avistam, à mistura com abundantes vestígios da época romana, o sítio da serra da Marofa, com vestígios há muito assinalados que confirmam a existência de um castro e onde se recolheram também provas claras da cultura romana, o local da Palumbeira, na freguesia das Cinco Vilas, provavelmente um povoado mineiro e onde foram recolhidos materiais cerâmicos do calcolítico e da Idade do Ferro, o local designado de Castelo em Algodres, com vestígios do calcolítico, o sítio de Santa Bárbara, na mesma freguesia, com sinais de ocupação na Idade do Ferro, o sítio do Castelo em Escalhão, de que só resta o topónimo, e o local designado de Fortaleza, na freguesia de Escarigo, entre a ribeira com o mesmo nome e a de Tourões.[9]
No lugar da torre dos frades ou casarão da torre, na freguesia de Almofala foram descobertos, em escavações efetuadas em 1997, importantes vestígios de ocupação romana, designadamente uma ara que, a ter sido construída no próprio local, serviu para o assinalar como a «civitas cobelcorum», isto é «a cidade dos cobelcos», um povo cuja existência era conhecida, mas cuja localização era um mistério.[10]
Da época visigótica, à exceção do topónimo Escarigo, provavelmente de origem hispano-visigótica, não existem dados acerca de eventuais alterações na ocupação e organização do espaço relativamente à época romana. Pouco se sabe também a respeito da dominação árabe, senão através de raros vestígios na arquitetura em Castelo Rodrigo e nas numerosas referências aos mouros no foral deste (indicadores que servem apenas para confirmar a sua existência aí antes do século XIII), bem como através dos topónimos Almofala e Algodres que se supõe terem origem na língua árabe.
Em 1296 o rei português, D. Dinis, tomou a povoação e logo planeou para a ela algumas inovações arquitetónicas de modo a torná-la segura e poderosa, mas também com o objetivo de lhe imprimir uma marca clara da sua soberania.[12]
A 12 de Setembro de 1297 o tratado de paz luso-leonês celebrado na vila de Alcanizes, veio confirmar as expectativas de D. Dinis: Castelo Rodrigo, entre outras povoações de Riba-Côa e da raia alentejana, passava definitivamente para a soberaniaportuguesa. Nos séculos que se seguiram, a região continuou a merecer a atenção dos monarcas portugueses, sendo de destacar D. Fernando, que na preparação das guerras com Castela ordenou que fossem reparadas as muralhas de Castelo Rodrigo e, para incrementar o comércio no concelho, criou aí uma feira que começou por se fazer junto do castelo, mas que devido à aspereza do terreno se transferiu para o lugar da figueira, isto é a aldeia de São Vicente de Figueira.[13]
A Guerra que precedeu o reinado de D. João I e o próprio estado de abandono a que este rei votara à região, levou a praça à ruína e ao despovoamento do seu termo, durante mais de um século.
Coube a D. Manuel I renovar a atenção régia pela praça e dar novo alento ao concelho. Com efeito, nos começos de 1508 o monarca entendeu mandar restaurar a torre de menagem e avaliar o estado da fortaleza e, em 25 de Junho do mesmo ano concedeu-lhe novo foral, doando a vila a seu filho, o infante D. Duarte. Abria-se assim um novo ciclo de progresso na história do concelho que século e meio depois viria a ser quebrado com a guerra da Restauração.
Durante a maior parte domínio filipino, a estabilidade manteve-se e a região prosperou, apesar dos descontentamentos perante a monarquia dualista, mas o golpe de 1 de Dezembro de 1640 veio transformar esta zona fronteiriça num espaço de repetidos acontecimentos dramáticos que espalharam terror entre as populações, sendo raros os povoados que escaparam às pilhagens e aos incêndios praticados pelos castelhanos. Logo em 1642 os castelhanos queimaram os lugares de Escarigo, Almofala e Mata de Lobos.[14] Estudos demográficos, centrados em dados relativos às povoações de Almeida, Castelo Rodrigo e Escalhão revelam que a população de Riba-Côa sofreu entre 1640 e 1648 uma elevada taxa de mortalidade, tanto em consequência direta das refregas raianas, como do retrocesso económico daí decorrente que conduziu a crises de subsistência e a doenças.[15] Neste ambiente de desespero e martírio, muitos foram os moradores que deram provas de coragem e perseverança, cumprindo aqui realçar o célebre combate de Escalhão, em 1648, em que a população civil se barricou num reduto junto à igreja matriz, suportando quatro meses de assédio de 4500 infantes e 800 cavalos e acabou por obrigar o inimigo a retirar.[16] A batalha de Castelo Rodrigo, em 1664, trouxe a vitória decisiva das armas portuguesas e a glória dos que nela participaram perpetua-se nos padrões erguidos no campo da Salgadela, freguesia de Mata de Lobos, onde se feriu a batalha, e em Castelo Rodrigo, em homenagem à heróica resistência da sua escassa guarnição de 150 soldados às primeiras investidas do duque de Alba.
Há muito que Castelo Rodrigo vinha perdendo o papel central que desempenhou noutros tempos, tanto no plano militar e geoestratégico para a defesa da região, como a nível social e administrativo. Sintomático desta situação é o facto de os vereadores da câmara se virem instalando na freguesia de Figueira,[17] localidade que catalisava cada vez mais as forças sociais e económicas do concelho. No dia 25 de Junho de 1836, D. Maria II, por carta régia referendada pelo ministro Agostinho José Freire, atribuía a Figueira o foro de vila e, em consequência da reforma do sistema administrativo empreendida por Mouzinho da Silveira a partir de 1832, a sede do concelho transferiu-se finalmente para a nova vila, no dia 6 de Novembro de 1836, com a designação de Figueira de Castelo Rodrigo, servindo esta designação não só para a distinguir de outras vilas com o mesmo nome, mas também para prestar a merecida homenagem à antiga sede.
Património histórico, arqueológico e arquitetónico
O município de Figueira de Castelo Rodrigo exprime nas suas características naturais sinais evidentes do contexto geográfico onde se encontra inserido, mas revela, por outro lado, aspetos singulares que merecem ser destacados, tanto no domínio do seu enquadramento geográfico, como no da sua rede hidrográfica, como ainda na sua constituição orográfica, no seu clima, fauna e flora.
Desde 2010 Figueira de Castelo Rodrigo possui a primeira área protegida privada do país, a Reserva da Faia Brava, gerida pela Associação Transumância e Natureza (ATN). A propriedade tem uma área contínua com 526 ha., nas freguesias de Algodres e Vale de Afonsinho (município de Figueira de Castelo Rodrigo) e freguesia de Cidadelhe (município de Pinhel). A Faia Brava é gerida, exclusivamente, para efeitos de conservação da natureza e da biodiversidade.[18]
Contexto geográfico
Muito da singularidade geográfico-natural do município de Figueira de Castelo Rodrigo deve-se ao seu enquadramento físico que em termos morfológicos se caracteriza por um profundo dualismo: Toda a área envolvente é composta pela superfície da Meseta que prolonga, no sector Sul do município, o Planalto de Castela-a-Velha, decrescendo em altitude no sentido de Noroeste, em contraste com a serra da Marofa, que se destaca como um «relevo residual» das assentadas quartzíticas de sentido Este-Oeste, nas quais também se ergue a aldeia histórica de Castelo Rodrigo; o dualismo também se verifica em termos paisagísticos, tanto pela diversidade litológica predominantemente granítica e xistosa, em contraste com os depósitos grosseiros do tipo raña que se encontram no sopé da Marofa, «como pela diversidade climática em que a predominância da vinha, da oliveira, da amendoeira e outras culturas marcadamente mediterrânicas, situadas na área planáltica parecem traduzir uma unidade morfoclimática que já se identifica bastante com a Terra Quente transmontana, por oposição às vertentes da serra da Marofa que pela morfologia, ocupação do solo e disponibilidade de água se aproxima mais da Terra Fria transmontana».[19]
Orografia
Orograficamente, no extenso planalto que descende desde a serra da Malcata, no Sabugal, até ao Norte de Escalhão e ao rio Douro, destaca-se a serra da Marofa como o ponto mais elevado do município de Figueira de Castelo Rodrigo que, com os seus 977 metros de altitude, oferece uma vista extraordinária sobre toda a região, podendo daí observar-se a olho nu as linhas que constituem a fronteira internacional. Segue-se a colina de Castelo Rodrigo, com 821 metros, e a serra de Nave Redonda, situada na mesma freguesia, com 776 metros. Outros «cabeços» menos destacados, dispersam-se pelas restantes freguesias e não deixam de proporcionar vistas igualmente interessantes.[20]
Havendo no município de Figueira de Castelo Rodrigo um dualismo orográfico bem vincado, constata-se a existência de uma correlação desse dualismo em termos morfoclimáticos, podendo-se distinguir uma zona duriense ou terra quente na faixa setentrional constituída pelos vales e encostas abrigadas do Douro e dos cursos inferiores do Côa e do Águeda, com uma altitude abaixo dos 500 metros, onde predominam culturas mediterrânicas e com Invernos moderados e Verões extremamente quentes e secos, de uma zona fria, com uma altitude média de 700 metros, constituída pelas vertentes da serra da Marofa, com farto arvoredo, e pelo espaço mais aplanado da faixa meridional do município, de escasso arvoredo, onde os Invernos são frios e longos e os Verões bastante quentes. A transição entre estas duas zonas é gradual, pelo que se considera que entre elas se interpõe uma terceira zona intermédia designada de zona de transição.[21]
Caracterização climática
Sem prejuízo daquela visão dicotómica, cujo significado é válido apenas no âmbito morfológico, se tivermos em conta os valores de temperatura e precipitação estudados, conclui-se que o território do município de Figueira de Castelo Rodrigo, no seu todo, se caracteriza por fraca precipitação anual, atingindo valores na ordem dos 500 litros por m² e elevadas amplitudes térmicas anuais, muito em função da existência de verões quentes e secos e de invernos frios e prolongados. A região de Barca de Alva, a Norte de Escalhão, é a mais quente, por força da influência duriense, e, ao mesmo tempo, a que apresenta as maiores amplitudes térmicas anuais, na ordem dos 21 °C.
A queda de neve costuma ocorrer nos meses de Janeiro e Fevereiro, enquanto as geadas podem começar em Dezembro e prolongar-se até Maio. Durante as longas invernias pode ocorrer queda de chuva miúda ou formar-se orvalho, cujo congelamento dá origem a formações de estalactites que pendem dos beirais dos telhados e dos ramos das árvores, a que o vulgo designa de sincelro. Nas vertentes expostas aos ventos do Norte e Leste, que são os dominantes, o frio costuma ser gélido e cortante, o que tem levado, muitas vezes, à generalização da ideia de que toda a região se situa na denominada «Terra Fria».
O município de Figueira de Castelo Rodrigo é delimitado a Norte pelo rio Douro, a Este pelo rio Águeda e a ribeira de Tourões, que constituem a sua fronteira internacional, e a Sul e Oeste pelo rio Côa que define a sua fronteira com o município de Pinhel. Outro curso de água de menor expressão é a ribeira de Aguiar, que atravessa o município na direção do Noroeste.
O rio Côa, com um comprimento de 130 km, nasce na serra das Mesas, nos Fóios, freguesia do município do Sabugal e corre no sentido Sul-Norte, desaguando na margem esquerda do rio Douro, junto a Vila Nova de Foz Côa.
O rio Águeda, a que se tem chamado de «irmão gémeo do rio Côa», também nasce na serra das Mesas, próximo da localidade espanhola de Navasfrías, possui a mesma extensão aproximada de 130 km e desagua igualmente no rio Douro junto à freguesia de Barca de Alva.
A ribeira de Tourões nasce em Nave de Haver e é afluente do rio Águeda desaguando num local situado perto dos limites entre as freguesias de Escarigo e Almofala.
A ribeira de Aguiar, também conhecido por rio Seco e assinalada em documentos medievais como «rio Chico», é mais um afluente do rio Douro e nasce no município de Almeida, perto de Vilar Formoso.
Flora
Para além das culturas olerícolas destinadas ao auto-consumo de muitas famílias e que são, aliás, comuns às restantes regiões do Norte e Centro do país, existe uma variedade de espécies botânicas, sendo as mais conhecidos nos grupos arvense e arbustivo e menos estudadas as espécies herbáceas.
A pecuária tem resistido a muito custo no município, sobretudo através da criação de gado transumante com mais expressão na exploração de rebanhos de ovelhas do que de cabras, o que tem assegurado a sobrevivência da empresa Lacticínios da Marofa que continua a produzir queijos de reconhecida qualidade. Os animais domésticos, de um modo geral, são comuns aos que existem no resto do país, sendo na fauna selvagem que o município de Figueira de Castelo Rodrigo merece referências especiais. As principais espécies cinegéticas são a perdiz-vermelha (Alectoris ruf), a rola-brava (Streptopelia turtur) e, com menos representatividade, o pombo-bravo (Columba Oenas) no que respeita à avifauna; o coelho (Oryctolagus cuniculus), e a lebre (Lepus europaeus), no que toca aos mamíferos.
Aves aquáticas
Nos ambientes áridos e rochosos da zona duriense observa-se a existência de uma grande variedades de aves aquáticas, rupícolas e florestais que se congregam ou se dispersam, de acordo com a sua natureza, em habitats localizáveis nos vales do Douro e do Águeda, particularmente na região de Almofala.
A partir do mês de Fevereiro assiste-se à chegada da cegonha branca (Ciconia ciconia). Trata-se de uma ave migratória historicamente emblemática e muito acarinhada pela população do município. Dezenas de aves desta espécie instalam-se, todos os anos, em vários pontos do município para nidificar. Em 2004 Figueira de Castelo Rodrigo foi o terceiro município do distrito da Guarda com maior população de cegonhas-brancas, assinalando-se a ocupação de 24 ninhos, a seguir ao município de Almeida, com 47 ninhos ocupados, e ao município de Sabugal, com 26. O número de ninhos ocupados foi da ordem dos 92,8%, atingindo-se uma densidade de 4,72 ninhos ocupados por km², o que representa um aumento de 26% relativamente ao ano de 1994. A maior parte dos suportes dos ninhos ocupados são arbóreos, principalmente freixos e choupos, mas existe um número considerável deles sobre construções humanas, com destaque para as torres das igrejas e um número mais reduzido sobre postes.[26]
Aves florestais
As aves florestais mais protegidas por se encontrarem classificadas como espécies ameaçadas são o milhafre-real (Milvus milvus), cuja população tem crescido bastante, o açor (Accipiter gentilis), a felosa-de-bonelli (Phylloscopus bonelli) e o mocho-de-orelhas (Otus scops).
Para além dos mamíferos cinegéticos já mencionados, nos lameiros, terrenos de cereal e vinhedos rodeados por sebes arbóreas, que se encontram na zona do planalto, refugiam-se várias espécies de mamíferos tais como o lobo (Canis lupus), o corço (Capreolus capreolus), o gato-bravo (Felis silvestris), o rato-de-cabrera (Microtus cabrerae) e o Javali (Sus scrofa).Também se assinala nesse habitat a presença da geneta (Genetta genetta). Nas grutas naturais existem colónias de morcegos cavernícolas que escolhem esse locais para procriar ou hibernar. Todas estas espécies possuem elevado estatuto de conservação.
Há muito que a enguia, o barbo, a boga e o robalo são referidas pela população comum como espécies abundantes nos rios e ribeiras do município e reconhecidas como recursos essenciais para a sua alimentação. Atualmente, estudos científicos realizados na área do Parque Natural do Douro Internacional revelam que o grupo das espécies de peixes presentes sofreu nas últimas décadas alterações no seu número e composição, pelo que das 14 espécies identificadas nas águas do Alto Douro e seus afluentes confirma-se a existência do barbo-comum, da boga-de-boca-direita, do escalo, da carpa, do pimpão, do lúcio, da perca-sol , da truta-arco-íris e da achigã. A panjorca (Chondrostoma arcasii) encontra-se em perigo de extinção e o barbo-comum (Barbus bocagei), a boga-do-norte (Chondrostoma duriense) e o escalo do Norte (Squalius carolitertii) também se incluem entre as espécies protegidas.
Invertebrados
Constituído por insetos, anelídeos, aracnídeos e crustáceos, é o grupo menos estudado nesta região, ainda que, ironicamente, se reconheça ser de grande diversidade. São destacados, pela sua abundância e aparência estética, a aranha do Género Argiope, de padrão amarelo, o Escorpião ou Lacrau (Bhus occithanus) e as centopeias, sendo estas muito numerosas nos terrenos pedregosos. Os lagostins são também muito conhecidos na área duriense, cuja espécie autóctone, o Lagostim-de-patas-brancas (Austropotamobius pallipes) tem sido considerada como extinta, mas o lagostim-vermelho (Procambarus clarkii), originário dos Estados Unidos, tem vindo a expandir-se por toda a área.[27][28]
Geminações
A vila de Figueira de Castelo Rodrigo está geminada com as seguintes cidades:[29]
↑INE. Censos 2021 Site. [S.l.]: Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 4 de agosto de 2021
↑INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia»(XLSX-ZIP). Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_CENTRO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
↑CARDOSO, Luís, C.O., 16---1769, Diccionario geografico, ou noticia historica de todas as cidades, villas, lugares, e aldeas, Rios, Ribeiras, e Serras dos Reynos de Portugal e Algarve, com todas as cousas raras, que nelles se encontrão, assim antigas, como modernas. - Lisboa : Regia Offic. Silviana, 1747-1751. - 2 v, Tomo II, p. 540 http://de.bnportugal.pt/HG2542-3/
↑SERRÃO, Joaquim Veríssimo, Ob. Cit., vol. V, p. 138, 3.ª edição revista, 1982.
↑BORGES, Augusto Moutinho, O Quotidiano em Riba-Côa no período da Restauração – 1640 / 1668 (estudo demográfico), in revista Altitude, Ano LVII, nº 3, 3.ª séria, 1998, pp. 113-126.
↑BORGES, Júlio António, Figueira de Castelo Rodrigo, roteiro turístico do concelho, 2.ª edição da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, 1997, p.92
↑SALVADO, Leonel et al., Castelo Rodrigo – Ruínas Misteriosas, ed. C. M. F. C. Rodrigo, ISBN 972-96115-2-1, cap. I – Contexto Geográfico, texto da autoria de Sérgio Caramelo