O edifício de 133 metros e 30 andares começou a ser construído no ano de 1956. O projeto foi seguido e erguido pelos arquitetos Jacques Pilon, Giancarlo Gasperini. Os arquitetos tinham como inspiração as modernas torres norte-americanas daquela época.
O edifício possui traços bastante similares aos de grandes construções dos Estados Unidos, com ênfase no estado de Nova Iorque, a técnica de construção denominada curtain-wall está presente em toda a construção.[2]
Ao lado de construções como o Bank of London and South America, construído em 1960, e Banco Lar Brasileiro, em 1963, o Edifício Barão de Iguapé, de 1959, fez parte da fase de consolidação da arquitetura moderna da cidade de São Paulo.[3]
Embora o projeto do Edifício Barão de Iguape só ter sido entregue em 1959, o local onde hoje se encontra a construção tem forte ligação com a família de Antônio da Silva Prado, o primeiro Barão de Iguape. O Edifício é a terceira construção erguida naquele mesmo lote, localizado no centro histórico da cidade de São Paulo. A primeira ocupação foi a primeira moradia do Barão de Iguapé, no ano de 1899 que, posteriormente se unificou a duas outras construções próximas. [3] O pedido de construção do Edifício Barão de Iguape, também conhecido como Segunda Casa do Barão de Iguape foi feito por sua neta, a Condessa Pereira Pinto, no ano de 1910. Francisco de Paula Ramos de Azevedo foi o arquiteto responsável por abrir o pedido junto à prefeitura.[4]
A primeira construção do prédio possuía cinco pavimentos, sendo eles: loja, sobreloja e mais três andares, medindo 28,6 metros do lado da Rua Direita, 28,3 metros do lado da Rua São Bento e o restante, 25,3 metros do lado da Rua da Quitanda.[4] O primeiro serviço a se instalar no local foi Grand Hotel La Rotisserie Sportsman, sendo seguido pela Casa Enxoval logo depois.[4] As obras da construção da segunda casa do barão de iguape tiveram início em 1909, pelas empresas Ramos Azevedo e Severo & Comp. No ano de 1919, Francisco de Paula Ramos Azevedo solicitou a colocação de tapumes no exterior do edifício, para a instalação da loja de departamento Mappin & Web. Para que a instalação fosse concretizada, era necessário que a loja fizesse uma liquidação no estoque da Casa Enxoval, que teve que mudar de logradouro, assim como o Grand Hotel La Rotisserie Sportsman. A loja Mappin permaneceu lá até o ano de 1939.[4]
No ano de 1956, a antiga construção foi demolida e os arquitetos Jacques Pilon, Gian Carlo Gasperini deram início ao projeto do novo edifício, o Edifício Barão de Iguape. Um dos motivos que levaram à construção do prédio foi também a construção da Praça do Patriarca.
O projeto foi aprovado pela prefeitura no ano de 1956 e as obras tiveram início realmente em abril do ano de 1957.[4] Após o prédio ser totalmente construído, em 1959, ele se tornou sede do Banco Moreira Salles, propriedade do bancário e empresário Walther Moreira Salles.[3]
Reforma
Em 1984, seguindo solicitação de Walther Moreira Salles, então presidente do Unibanco, o Edifício Barão de Iguape passou por significantes reformas. O escolhido para realizar o projeto foi o arquiteto mexicano Aurélio Martinez Flores. A principal reforma do local foi a fachada do prédio.[5] No 9º Andar, deste prédio era utilizada pelo Walther Moreira Salles, tendo um estilo arquitetônico diferenciado e abrigando parte do acervo de arte do banqueiro. O prédio conta com 3 subsolos de salas cofres e duas interligações subterrâneas para edifícios que eram operados pelo Unibanco, como contingência durante as greves.
Localização
O Edifício Barão de Iguape tem seu logradouro no cruzamento da Rua Direita com a Rua São Bento, local que antigamente era conhecido como " Quatro Cantos", por ter sido o único lugar da cidade de São Paulo onde duas ruas se cruzavam em um ângulo reto.[4]
O edifício encontra-se em frente à Praça do Patriarca. No ano de 1912, um quarteirão abrigado nas Ruas Direita, São Bento, Líbero Badaró e Quitanda foi demolido e deu início à construção da praça, que leva o nome em homenagem ao Patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva.[4]
Além da praça, o edifício está localizado junto à uma estátua que foi construída em homenagem a José Bonifácio de Andrada e Silva. Conhecido como Patriarca da Independência, José Bonifácio foi influente na decisão para a Independência do Brasil. Além do monumento em frente ao Edifício Barão de Iguape, José Bonifácio também possui um monumento em sua homenagem no Bryant Park, na cidade de Nova Iorque.[6]
Atualidade
Após a construção do Edifício Barão de Iguape, no ano de 1959, o prédio tornou-se domínio do antigo Banco Moreira Salles. Logo em seguida, por conta de diversas transações que envolveram o banco, o edifício se tornou propriedade do Unibanco. Após a fusão desses dois bancos, o Itaú - Unibanco passou a ter sua sede localizada no prédio. No ano de 2012, foi desapropriado pelo Governo do Estado de São Paulo, para servir como Centro Administrativo do Tribunal de Justiça.[4]