O Conjunto Governador Kubitschek,[1] mais conhecido como Edifício JK ou Conjunto JK, é um conjunto residencial composto por duas áreas que compreendem dois grandes edifícios, nomeadamente o Bloco A e o Bloco B. O conjunto está localizado no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de Belo Horizonte, no Brasil.[2] Atualmente é considerado um monumento histórico.
A inspiração para a obra partiu dos falanstérios, concebidos por Charles Fourier no século XIX. No edifício deveriam funcionar, de acordo com o projeto original, um museu de Arte Moderna, repartições públicas e residências para alguns de seus funcionários, além de comércio e serviços. Uma grande área de lazer facilitaria o trânsito dos seus moradores dentro das dependências do próprio prédio.[3]
Constituído por dois blocos, o complexo conta com um edifício de 23 andares, com frente para a Rua Timbiras, e outro de 36 andares, com a frente voltada para a Rua Guajajaras. Este, com 100 m de altura, é o 4º mais alto da capital mineira, embora seja frequente que se atribua a ele equivocadamente o primeiro lugar, que pertence ao Edifício Acaiaca, o 128º no ranking dos mais altos do Brasil, e que tem 120 m de altura[carece de fontes?], apesar de ter menor número de andares (30).
No projeto original, consta uma passarela interligando os dois edifícios pelo 5º andar, o que foi embargado pela Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. No total, cerca de cinco mil moradores habitam as 1068 unidades[4] existentes nos dois blocos do complexo.
No interior aloja diferentes tipos de apartamentos, entre estes o modelo "semi-duplex",[5] que pretendia ser uma inovadora proposta de habitação na época, desenvolvido com a técnica projetual do planejamento em seção.[6]
Várias foram as expectativas quanto aos usos do prédio durante a época de sua construção, que consumiu mais tempo do que o previsto, e que atrasou sua inauguração com destinação residencial, que só começou em 1968. Na época da sua abertura, o JK seria um apart-hotel com alguns apartamentos de luxo.
Atualmente, as fachadas dos dois blocos do complexo estão em reforma.
O edifício foi construído no local onde havia funcionado, até 1938, uma antiga sede da então Escola de Aprendizes Artífices de Minas Gerais,[nota 1] demolida em 1943, por ordem do então prefeito Juscelino Kubitschek, para expansão e urbanização da Praça Raul Soares.[7][8]
Desde 1984 está instalado no local o Terminal turístico JK.[2]
Em 2020, um grupo de moradores forma o coletivo Viva JK, que ganha destaque na imprensa nacional e internacional com projeções noturnas na empena do bloco B, transformando o conjunto JK num dos símbolos da luta contra o coronavírus em Belo Horizonte.[9][10][11]
Notas
↑Os nomes que a instituição recebeu durante sua história foram: quando de sua fundação, em 1923, Escola de Aprendizes Artífices de Minas Gerais; em 1941, Liceu Industrial de Minas Gerais; em 1942, Escola Industrial de Minas Gerais; ainda em 1942, Escola Técnica de Belo Horizonte; em 1959, Escola Técnica Federal de Minas Gerais; a partir de 1979, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais.
↑Pérez-Duarte Fernández, Alejandro; Silvia Souza, Talita (setembro de 2016). «Vitruvius». Niemeyer e o modelo do semi-duplex. Aquitextos. Consultado em 9 de setembro de 2016
↑CARNEIRO e outros - Apresentação: Cefet MG 100 anos, pp. 13 a 16. Disponível em: www.slideshare.net/nandaaraujoo/cefet-mg-100-anos, acessado em 26/02/2012.