Desnazificação (do alemão: Entnazifizierung) foi o termo que se designou a iniciativa e o esforço dos Aliados para livrar a sociedade alemã e austríaca, cultura, imprensa, economia, judiciário e política da ideologia nazista após a Segunda Guerra Mundial. Foi realizada removendo aqueles que haviam sido membros do Partido Nazista ou da SS de posições de poder e influência, dissolvendo ou tornando impotentes as organizações associadas ao nazismo e julgando nazistas proeminentes por crimes de guerra nos Julgamentos de Nuremberg de 1946. O programa de desnazificação foi lançado após o fim da guerra e foi solidificado pela Acordo de Potsdam em agosto de 1945. O termo desnazificação foi cunhado pela primeira vez como um termo legal em 1943 pelo Pentágono (o comando militar nos Estados Unidos), destina-se a ser aplicado em sentido estrito com referência ao sistema jurídico alemão do pós-guerra. No entanto, mais tarde assumiu um significado mais amplo.[1]
Ao final de 1945 e em 1946, o surgimento da Guerra Fria e a importância econômica da Alemanha fez com que os Estados Unidos, em particular, perdessem o interesse no programa, espelhando um pouco as políticas chamadas de Reverse Course ("Curso Inverso") no Japão ocupado pelos Estados Unidos. Os britânicos entregaram os painéis de desnazificação aos alemães em janeiro de 1946, enquanto os americanos fizeram o mesmo em março de 1946. Os franceses realizaram o esforço de desnazificação mais brando. A desnazificação foi realizada de forma cada vez mais branda e morna até ser oficialmente abolida em 1951. Além disso, o programa era extremamente impopular na Alemanha Ocidental, onde muitos nazistas mantiveram posições de poder (especilamente no serviço público). A desnazificação foi contestada pelo novo governo da Alemanha Ocidental do chanceler Konrad Adenauer,[2] que declarou que o fim do processo era necessário para o rearmamento da Alemanha Ocidental. Por outro lado, a desnazificação na Alemanha Oriental foi considerada um elemento crítico da transformação em uma sociedade socialista e o país foi mais rígido em se opor ao nazismo do que seus vizinhos ocidentais. No entanto, nem todos os ex-nazistas enfrentaram julgamento. Fazer tarefas especiais para o governo soviético poderia proteger os membros nazistas de processos, permitindo-lhes continuar trabalhando,[3][4][5] assim como conexões especiais com as forças de ocupação estrangeiras.[6]
O território austríaco foi igualmente dividido e ocupado, ficando sob controle aliado até 1955. O historiador estadunidense Frank McCann,[7] alega que o Brasil foi convidado a tomar parte na ocupação da Áustria.[8][9]
Nas zona alemãs, foram aplicadas uma série de directivas para desnazificação, aplicadas com diferentes esquemas e rigores nas diferentes zonas de ocupação. Se iniciando com detenções massivas, contabilizando somente nas zonas ocidentais cerca de 182.000 prisioneiros, dos quais em 1 de Janeiro de 1947 aproximadamente 86.000 foram libertados. Em 1947 estavam na prisão:
Zona britânica 64.500 pessoas (liberadas: 34.000=53%)
Zona estadunidense 95.250 pessoas (liberadas: 44.244=46%)
Zona francesa 18.963 pessoas (liberadas: 8.040=42%)
Zona soviética 67.179 pessoas (liberadas: 8.214=12%)
Zona estadunidense
A zona estadunidense consistia na Baviera, Hesse e porções do Norte do atual Estado de Baden-Württemberg. Também perto de Bremen com Bremerhaven estava sob controle dos Estados Unidos. Os quartéis-generais do governo militar estadunidense estavam no antigo edifício da IG Farben em Frankfurt.
O exército britânico focalizaram primeiramente na remoção e julgamento da elite e dos líderes do Nazismo naquela região do que a perseguição de todos aqueles que colaboraram com o regime.
Zona francesa
Originalmente, os franceses não iriam receber nenhuma zona de ocupação, devido as preocupações de grande hostilidade histórica entre França e Alemanha, assim como também a inefetividade dos franceses como membros da Aliança durante a guerra. Finalmente, os britânicos e estadunidenses concordaram em ceder uma pequena proporção aos franceses. Por esta razão, a zona francesa, contraria as outras três proporções. A zona francesa consistia no atual estado de Renânia-Palatinado e nas zonas de Baden-Württemberg. Os quartéis-generais do governo militar estavam em Baden-Baden.
Os franceses fizeram o mesmo que os britânicos, focalizaram primeiramente na remoção da elite e dos líderes do Nazismo.
↑Benz, Wolfgang (2005). Demokratisierung durch Entnazifizierung und Erziehung. [S.l.]: bpb. p. 7
↑Sperk, Alexander (2003). Entnazifizierung und Personalpolitik in der sowjetischen Besatzungszone Köthen/Anhalt. Eine Vergleichsstudie (1945–1948). [Desnazificação e política pessoal na Zona Ocupada Soviética de Köthen/Anhalt. Um estudo comparativo (1945-1948).] (em alemão). Dößel: Verlag Janos Stekovics. ISBN3-89923-027-2
↑Kai Cornelius, Vom spurlosen Verschwindenlassen zur Benachrichtigungspflicht bei Festnahmen, BWV Verlag, 2004, pp. 126ff, ISBN3-8305-1165-5
↑(em português) Estadão - País foi chamado a ocupar a Áustria. Página acessada em 2 de Janeiro de 2011.
↑(em português) MondopostArquivado em 28 de fevereiro de 2010, no Wayback Machine. - Brasil foi chamado a ocupar a Áustria. Página acessada em 24 de Novembro de 2010.
Bibliografia
Adam, Thomas (2005). Germany and the Americas: Culture, Politics, and History: A Multidisciplinary Encyclopedia. [S.l.]: ABC-CLIO. ISBN1-85109-628-0
Beattie, Andrew H. (2019). Allied Internment Camps in Occupied Germany: Extrajudicial Detention in the Name of Denazification, 1945–1950. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN978-1108487634
Biddiscombe, Perry (2006). The Denazification of Germany 1945–48. [S.l.]: The History Press Ltd. ISBN978-0-7524-2346-3
Hentschel, Klaus (2007). The Mental Aftermath: The Mentality of German Physicists 1945–1949. Ann M. Hentschel as translator. [S.l.]: Oxford. ISBN978-0-19-920566-0
Junker, Detlef (2004). The United States and Germany in the Era of the Cold War: A Handbook. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN978-0-521-79112-0
Lewkowicz, N. The German Question and the Origins of the Cold War (IPOC:Milan) (2008)
Marcuse, Harold (2001). Legacies of Dachau: The Uses and Abuses of a Concentration Camp, 1933–2001. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN0-521-55204-4