Caça Talentos é um seriado de televisãobrasileiro produzido pela TV Globo e exibido de 16 de setembro de 1996 a 20 de novembro de 1998, em quatro temporadas, totalizando 515 capítulos inéditos - 568 contando reprises de férias durante a exibição original[1].[2][3][4][5]
A série teve roteiros de Denise Bandeira, Mauro Wilson, Ronaldo Santos e Gilberto Loureiro,[6] com a colaboração de Mariana Mesquita, Péricles C. Barros, Márcio Wilson, Flávia Lins e Silva, Duba Elia e Bernardo Guilherme.[2] A direção foi de Carlos Magalhães ,Roberto Vaz e Marcio Augusto,[6] sob a direção geral de Carlos Magalhães e direção de núcleo de Boninho e Jorge Fernando.[7]
Bela (Angélica) é uma menina que sofreu um acidente de carro ainda bebê, no qual seus pais morreram. Bela foi encontrada por duas fadas – a atrapalhada Margarida (Marilu Bueno) e a sábia Violeta (Betina Vianny) –, que a levaram para o Mundo Mágico e a criaram como uma fada, dando poderes mágicos a ela.
Quando Bela completa 18 anos, descobre que nasceu no mundo real e precisa escolher se deseja ser uma fada ou uma humana. Para auxiliá-la nesta missão, suas tutoras mandam-na para a produtora de televisão Caça-Talentos, que abriga a passagem entre o mundo mágico e o mundo real, onde ela deve aprender como os seres humanos vivem, se relacionam e lidam com as dificuldades sem o uso de magia, podendo escolher no fim de suas conclusões qual caminho seguir.
Entretanto, Bela não pode beijar nenhum humano, pois isso retiraria todos os seus poderes e sua memória do mundo mágico, já que este ato implicaria uma escolha precoce em se tornar humana para sempre. Isso se torna um problema quando Bela se vê apaixonada por Artur Carneiro (Eduardo Galvão), o dono da agência, que tem grandes problemas financeiros por não saber tocar os negócios como seus pais, contratando a fada como sua assistente.
Exibição
Originalmente, Caça Talentos entraria no ar em 9 de setembro de 1996,[8] mas a produção acabou estreando uma semana depois do previsto, em 16 de setembro.[9] A trama foi exibida de segunda-feira a sexta-feira, as 11h30, logo após o programa Angel Mix, apresentado por Angélica.[2] Seu desfecho foi mostrado em 20 de novembro de 1998, totalizando 515 episódios inéditos, distribuídos em quatro temporadas. Na numeração oficial da emissora foram 568 capítulos, pois considera-se as reprises de férias. [1].
Reprises
Durante sua reprise ocorreram represes ocasionais durante o período de férias. Estes episódios contam na numeração oficial adotada pela Globo para o programa, como pode ser visto na Globoplay[1]. Os capítulos estão na plataforma no formato exibido pelo Canal Viva, com a imagem esticada.
Após o seu término, a Rede Globo reexibiu apenas os primeiros episódios de 23 de novembro a 18 de dezembro de 1998, sendo substituído logo em seguida pela reapresentação do programa humorístico Os Trapalhões.[6]
Foi reexibido pelo canal Viva de 22 de maio de 2010 a 17 de maio de 2012[6], e novamente reexibido até 11 de abril de 2014, sendo substituído por Flora Encantada, seriado também protagonizado por Angélica.[10]
Foi reexibido pela terceira vez pelo canal Viva, desta vez de forma parcial, de 5 de agosto de 2019 a 7 de agosto de 2020, substituindo Estrela-Guia e se tornando o último seriado infantil a ser exibido pelo canal Viva antes de sua pausa, com o espaço ocupado por minisséries até a adaptação televisiva do filme O Tempo e o Vento (2013) e, mais tarde, por humorísticos.[6][11]
Produção
"Fazer uma fada que fosse boazinha, que resolvesse os problemas, blá blá blá, todo mundo esperava isso da Angélica. A gente fez dela uma trapalhona, então ela só fazia besteira! Claro que uma vez ou outra ela acertava, mas ela acertava, normalmente, por caminhos tortos".
— A roteirista Denise Bandeira sobre desenvolver a personagem de Angélica.[4]
Em maio de 1996, após passagens pela Rede Manchete e SBT, a apresentadora Angélica assina contrato com a Rede Globo para comandar um programa infantil nas manhãs de segunda a sexta-feira da emissora, o Angel Mix.[12][13][14] Além disso, o então diretor-geral da Rede Globo, Boni, ao perceber a boa aceitação de telenovelas infantojuvenis em outras emissoras, como Colégio Brasil, no SBT, e a reprise de O Meu Pé de Laranja Lima, na Rede Bandeirantes, também queria que a apresentadora protagonizasse uma produção de teledramaturgia voltada para o mesmo público, como um complemento do programa.[6][15] A ideia era ser um diferencial na imagem de Angélica em relação às demais apresentadoras infantis, que apenas comandavam programas de auditório, sem se envolver com dramaturgia. Com roteiros de Denise Bandeira, Mauro Wilson e Ronaldo Santos,[4] foi divulgado, em 25 de agosto de 1996, que a trama, provisoriamente intitulada Mundo Mágico, seria uma fantasia, e que Angélica viveria uma "fada moderna".[8] A produção também teve o título provisório de Talento e Cia.,[16] logo após sendo alterado em definitivo para Caça Talentos.[17]
Seguindo um padrão semelhante ao Caso Verdade, Caça Talentos apresentava uma história completa por semana: na segunda-feira iniciava-se um tema e este era desenvolvido até a sexta-feira.[2] Em outubro de 1996, durante 20 episódios, Ferreira Gullar, Lílian Garcia e Marcílio Dias reforçaram a equipe de criação.[2][4][6] A partir de 8 de novembro do mesmo ano, acrescentou-se ao início de cada episódio um resumo narrado do episódio anterior. Em dezembro de 1996, Denise Bandeira deixou a equipe de roteiristas para elaborar, ao lado do autor Euclydes Marinho, a sinopse da telenovela Andando nas Nuvens, sendo substituída por Gilberto Loureiro.[18][19] A partir de 4 de agosto de 1997, com o início da terceira temporada, as histórias, geralmente, passaram a ter dez ou mais episódios, o que deu maior dinamismo à trama. Em março de 1998, com o início da quarta temporada, Caça Talentos passou por uma reestruturação, inclusive de elenco.[2][4][6]
Cenografia
A cenografia de Caça Talentos ficou a cargo de Leila Moreira, Cláudio Domingos e Marco Aurélio – montado no Projac (atualmente Estúdios Globo), o cenário da floresta na qual se passava a maior parte da ação da história contava com árvores e um lago artificial, e consumiu cerca de 100 metros quadrados de grama verdadeira,[2][4][5][6] enquanto as cenas que se passavam na agência eram gravadas dentro dos estúdios Tycoon. Além disso, Caça Talentos também contava com uma série de efeitos especiais, para ilustrar as mágicas de Bela, personagem de Angélica, e dos demais personagens místicos da trama.[2][4][6]