Big Brother Brasil (frequentemente abreviado como BBB) é um reality show brasileiro, baseado no formato original neerlandêsBig Brother e parte da franquia homônima, produzido e exibido pela TV Globo. Sua primeira edição iniciou em 29 de janeiro de 2002, com uma segunda temporada sendo exibida no mesmo ano. A partir da terceira edição, passou a ser anual. Atualmente, o BBB é exibido de janeiro até final de abril, e tem apresentação de Tadeu Schmidt e direção geral de Rodrigo Dourado.
O programa consiste no confinamento de um número variável de participantes de diferentes origens, idades, profissões, personalidades e pontos de vista, em uma casa cenográfica, sendo vigiados por câmeras 24 horas por dia e privados de conexão com o mundo exterior e dos meios de comunicação de massa (como jornais, telefones, televisão e internet) por cerca de três meses. Tais participantes são escolhidos pela produção do programa, mas podem optar por querer ou não entrar na casa e têm o direito de desistir a qualquer momento do programa. Além da convivência, em cada semana os confinados enfrentam provas de sorte, habilidade, inteligência e resistência, e dois ou três participantes (às vezes até quatro participantes) são indicados pelos companheiros de jogo para enfrentar o voto popular, onde o público decide quem é eliminado do programa. Os participantes têm como objetivos vencer as provas, angariar a simpatia dos telespectadores, superar as eliminações semanais e permanecer na casa até o último dia, quando o público definirá quem será o ganhador do grande prêmio final entre os finalistas.[4]
No Brasil, além das transmissões diárias na TV Globo e de flashes esporádicos no canal por assinaturaMultishow, é exibido em pay-per-view (PPV), com câmeras filmando integralmente a rotina dos participantes, em várias operadoras de televisão por assinatura. Na internet, é exibido pelos Canais Globo para os assinantes do PPV e no Globoplay para os assinantes do Globo.com.
Até 2024, já foram realizadas 24 temporadas do Big Brother Brasil. Apenas as duas primeiras aconteceram no mesmo ano (2002), com pouco mais de um mês entre uma temporada e a outra. Todas as outras passaram a ser realizadas uma a cada ano, iniciando em janeiro e terminando variavelmente nos meses de março, abril ou maio.
A última temporada do programa era para ser realizada em 2008,[12] porém a TV Globo renovou seu contrato com a Endemol Shine Brasil, permitindo então que o programa seja produzido até 2028.[13]
O programa está sendo reexibido, na íntegra, no canal Viva desde a primeira temporada, estreando em 11 de maio de 2021. Os programas também estão sendo disponibilizados na plataforma Globoplay.[16]
O nome do programa deve-se ao livro 1984, escrito em 1948 por George Orwell, no qual o Big Brother[17] (ou Grande Irmão, como foi traduzido nas versões lusófonas do livro) é o ditador que tudo vê da distópicaOceania, líder este que governa o mundo ocidental em um futuro fictício. Representado pela figura de um homem que provavelmente na trama não exista, vigia toda a população através das chamadas teletelas, governando de forma despótica e manipulando a forma de pensar dos habitantes.
O Big Brother orwelliano, na verdade, é o apresentador do programa. Ele é o único contato que os participantes têm com o mundo fora da casa. Além disso, como por exemplo na versão brasileira com Marisa Orth, Pedro Bial, Tiago Leifert e Tadeu Schmidt, o apresentador também assume a função de grande irmão ao instruir psicologicamente os participantes. É curioso notar que, como no livro 1984, quando os participantes do Big Brother veem a imagem do apresentador na tela, esses o enaltecem da mesma forma que os habitantes da Oceania fazem com o Grande Irmão. Há diversas semelhanças entre o programa e o romance. Além da figura do Big Brother, pode-se destacar:
O líder nada mais corresponde do que uma fração que tem o poder inserida na sociedade dentro da casa. Neste caso ele é análogo aos membros do Partido Interno do livro de Orwell. Detém o poder e são subordinados apenas ao Grande Irmão (o apresentador e a direção do programa). Vale lembrar que a atual existência do Grande Irmão no livro é de caráter duvidoso.
A edição do programa, que se assemelha ao papel do Miniver. A "verdade" transmitida às grandes massas que não possuem Pay-per-view é totalmente controlada e manipulada, podendo criar heróis e/ou vilões apenas pela disposição das imagens na tela, e pela ordem na qual estas são exibidas.
A casa
A casa foi construída em 55 dias úteis para a primeira edição, numa área de 2.300 metros quadrados em painéis cimentícios revestidos conforme indicação dos projetistas. Fica localizada em um lugar isolado dos Estúdios Globo, localizado no bairro de Curicica, na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ). A casa fica situada logo ao lado do Morro da Pedra Negra, no Maciço da Pedra Branca, onde existe uma trilha na qual se pode observar a área externa da casa. A primeira versão da habitação contava com 450 metros quadrados de área interna e 1.200 metros quadrados de parte externa, incluindo jardim e piscina. Ao redor da casa, foram instalados painéis de quatro metros de altura simulando paisagens vistas no local.
Desde a primeira temporada, a casa usada é a mesma, no entanto são realizadas diversas alterações na decoração e nos cômodos em cada temporada do programa. Corredores internos não acessíveis aos participantes, chamados pela produção de camera cross, são reservados para os técnicos, os equipamentos e as câmeras que registram o que acontece na casa por detrás dos espelhos. As câmeras, que não são fixas, deslizam sobre trilhos que seguem em uma plataforma junto às paredes da casa e se posicionam em frente aos vidros espelhados para acompanhar os participantes. As imagens são controladas na central de edição do programa que fica em um anexo à casa. Foram espalhados 60 microfones e 38 câmeras para vigiar os confinados.
Na maioria das temporadas, a casa conta com dois quartos públicos, em geral adotando decorações temáticas, e o quarto do líder. Outros quartos são usados de forma esporádica pelo programa.
Outras modificações maiores são feitas no pátio da casa, como a inclusão de uma academia a partir da quarta temporada, enquanto em outras temporadas o ambiente também já contou com banheira de hidromassagem (spa), sauna, e mesa de sinuca. Durante e após a sétima temporada, a casa passou a contar com um teto retrátil na área externa para permitir a realização de provas externas e festas em dias chuvosos.
O confessionário é uma sala especial onde apenas um participante de cada vez pode entrar. Lá são realizadas as votações individuais aos domingos, além de eventuais atendimentos com psicólogos ou médicos e com a direção do programa, e mais recentemente para os participantes gravarem curtos vlogs diários, chamados de raio-x, para o site oficial.
A despensa da casa possui mantimentos, produtos de higiene, remédios básicos de farmácia e preservativos, disponibilizados pela produção do programa. Lá também são deixados os trajes das festas e das provas, os colares de Líder e Anjo e malas dos participantes emparedados.
A cabine reservada do banheiro possui uma câmera de segurança, porém as imagens não são transmitidas ao público e somente é acionada em caso de emergência.
O jogo
Para se inscrever no jogo, deve-se ter no mínimo 18 anos e no máximo 70 anos de idade. Após diversas etapas de seleção, os candidatos selecionados são anunciados poucos dias antes da estreia da temporada e conduzidos a um hotel, ficando em um breve pré-confinamento até serem finalmente levados em carros separados à casa do BBB no dia da estreia. Daí em diante, a cada semana, às quintas-feiras ao vivo, é realizada uma prova para a seleção de um Líder (é possível a um concorrente assumir a liderança por mais de uma vez). O líder ganha algumas regalias (como a imunidade ou um prêmio de 10 mil reais), porém tem a obrigação de indicar em aberto um participante que irá ao Paredão (berlinda para votação do público), a ser formado ao vivo nos domingos. Os outros concorrentes, um a um, votam no Confessionário (cabine isolada dos outros participantes). O mais votado pela casa no confessionário enfrenta o indicado pelo líder no Paredão. Em caso de empate entre os mais votados pelos participantes, o voto de minerva cabe ao líder. Os telespectadores escolhem o eliminado por telefone (abolido no Big Brother Brasil 18), SMS (abolido no Big Brother Brasil 18) e internet, podendo votar quantas vezes desejar, com a eliminação sendo anunciada ao vivo nas terças-feiras. O procedimento é repetido todas as semanas até o fim do programa. No Big Brother Brasil 9, em alguns paredões foi instituída uma urna contendo bolas brancas e pretas. Quem tirasse a bola preta perdia o direito ao sigilo do voto e era obrigado a fazê-lo diante de todos. Nas edições seguintes, em alguns paredões, foi introduzido um sorteio realizado após a votação dos participantes, onde o participante sorteado escolhe outro para este revelar abertamente em quem votou.
A partir do Big Brother Brasil 3, houve a inclusão de uma prova para a seleção do Anjo da semana, realizada nas sextas-feiras ou sábados. O anjo tem o poder de conceder uma imunidade a um participante de sua escolha (exceto a si mesmo, embora o programa possa decidir pela autoimunidade). Essa imunidade é simbolizada por um colar. A revelação do destinatário do colar de imunidade ocorre, via de regra, antes da indicação do Líder e da votação dos participantes. No Big Brother Brasil 7, depois de anunciado o destinatário do colar, ocorria um sorteio e a pessoa sorteada podia optar por vetar a transferência do colar de anjo. No Big Brother Brasil 8, o veto é extinto, mas o anjo ganha um lado "monstro", onde deve aplicar um castigo, determinado pelo programa, em uma ou mais pessoas da casa, situação que perdura nas edições seguintes (No Big Brother Brasil 22, o último colocado na Prova do Anjo também pode receber o castigo). O anjo, em algumas temporadas, tem direito a receber uma carta ou vídeo da família. A partir do Big Brother Brasil 16, o anjo também fatura 2 mil reais por cada prova vencida.
A partir do Big Brother Brasil 5, foram criadas as Estalecas, moeda corrente fictícia do programa. As "estalecas" fazem parte do dia-a-dia dos participantes e, com elas, eles compram comida, mantimentos e outros itens de desejo oferecidos pela produção. Os participantes obtêm as "estalecas" através da prova da comida (realizada aos domingos), onde o grupo vencedor as acumulam e utilizam para fazer as compras semanais, ou através da escolha dos grupos de comida pelo Líder da semana. Os participantes podem sofrer com a perda de estalecas caso ocorra punição individual ou coletiva.
A partir do Big Brother Brasil 8, foi implantado o Big Fone, um telefone que qualquer participante pode atender. A voz que o participante ouve dá uma ordem e a pessoa que atendeu deve segui-la, normalmente não podendo revelar o conteúdo aos outros até a votação. O "Big Fone" pode dar uma notícia boa como imunidade para a pessoa que atendeu, o direito de imunizar outra pessoa, o dever de indicar alguém ao paredão, uma promoção ou uma notícia ruim como ir para o Quarto Branco ou ser automaticamente emparedado. Com o "Big Fone", houve a estreia dos paredões triplos (três pessoas indicadas ao paredão), que não ocorriam antes da oitava temporada. Nestas ocasiões, além do indicado pelo líder e do mais votado pela casa, um terceiro concorrente vai ao paredão, normalmente em consequência do "Big Fone" ou por outra dinâmica determinada pelo programa.
A partir do Big Brother Brasil 8, também, os participantes passaram ser divididos em dois grupos de alimentação: Luxo (ou Lado A/casa principal, o lado com mais estalecas) e Xepa (ou Lado B/puxadinho, o lado com menos estalecas). Desde então, em cada prova da comida ou por escolha do Líder, os participantes se dividem em dois grupos para determinar de que lado os confinados irão conviver na semana, sendo o grupo com menos estalecas aquele que terá direito a um cardápio menos variado e, em algumas temporadas, ficarão em um quarto e cozinha separados do outro grupo.
A partir do Big Brother Brasil 12, ocorreram mudanças na prova do líder. Foi introduzido o Poder do Não: semanalmente, através de uma prova, um participante da casa ganhava o poder de vetar um número de companheiros de participar da prova do líder daquela semana. Também não era mais possível ser líder duas vezes consecutivas; o líder da semana não participava da prova seguinte. Entretanto, nas semanas finais, não havia mais Poder do Não e todos os participantes participavam da prova. No Big Brother Brasil 13, uma prova de repescagem era realizada semanalmente com os vetados pelo detentor do "poder do não" da semana, onde o ganhador voltava a ter o direito de participar da prova do líder e, eventualmente, podia salvar outro(s) vetado(s). Esta prova de repescagem foi extinta nas edições seguintes. A partir da décima terceira temporada, passou a existir o Paredão Falso, no qual um participante é anunciado como eliminado para os demais moradores, no entanto, na maioria das situações, permanece em um quarto isolado do restante da casa, acompanhando as situações do confinamento por um televisor, e, por vezes, tendo poderes para interferir na convivência interna entre os brothers, retornando ao jogo até a Prova do Líder seguinte.
A partir do Big Brother Brasil 15, o líder volta a poder participar da prova subsequente e ganha, a cada liderança, 10 mil reais. Além disso, o líder irá ter o "poder do não", vetando um número de companheiros de participar da prova do líder seguinte, e fará a divisão da casa para a prova da comida. O grupo vencedor da prova da comida será o "tá com tudo" (anteriormente "luxo/casa principal" ou "Lado A"), com poder de fazer compras e escolher os alimentos e o grupo perdedor será o "tá com nada" (anteriormente "xepa/puxadinho" ou "Lado B"), que terá apenas arroz, feijão, três ovos ao dia por participante, goiabada e dois litros de leite para ser dividido por todos. Pela primeira vez, o líder não terá mais imunidade, podendo ser indicado ao paredão pelos outros participantes ou pelo "Big Fone". O líder só ficará imune caso ganhe a imunidade pelo anjo da semana ou, eventualmente, por intervenção do "Big Fone". Caso esteja incluído na relação de participantes empatados em número de votos pela casa, o líder poderá se auto-indicar ao paredão como voto de minerva, caso assim o deseje.
A partir do Big Brother Brasil 16, se o líder tiver o comando compartilhado com outro(s) participante(s), metade dos líderes (podendo ser dois ou até quatro participantes) ganha a imunidade e a outra metade recebe os 10 mil reais. A dupla ou quarteto deve entrar em consenso para distribuir os benefícios recebidos. O líder não imunizado pode ser votado por qualquer participante, exceto se receber a imunidade do anjo ou de uma outra forma. No "Poder do Não", a pessoa indicada passa a ter o direito de se auto-vetar, caso deseje.
A partir do Big Brother Brasil 17, o líder volta a ter imunidade e não recebe mais os 10 mil reais. Porém, se a liderança for compartilhada, ambos os benefícios são concedidos aos líderes, devendo estes entrar em consenso para verificar quem ganha a imunidade e quem ganha o prêmio em dinheiro, assim como ocorreu a partir da edição anterior. Nesta edição, foi introduzido o Queridômetro, um sistema que permite aos participantes avaliarem-se uns aos outros, através de corações (cada participante pode receber até cinco corações).
No Big Brother Brasil 18, foi introduzido o Testamento do Eliminado, onde o participante eliminado da semana pode interferir na próxima Prova do Líder, impedindo que um brother seja vetado dessa. Até a terceira eliminação, o Testamento ocorria durante o Mais Você. Depois, passou a ser dado logo após a eliminação, no palco do programa.
No Big Brother Brasil 19, na estreia do programa, foi anunciado que a primeira semana do jogo teria quatorze participantes em um "Super Paredão", sendo a maior berlinda da história do programa. Com a dinâmica, não houve prova do Líder e do Anjo na primeira semana. Foram realizadas duas provas de imunidade, das quais três participantes se salvaram do “Super Paredão”. Os quatorze participantes restantes foram automaticamente indicados ao Paredão, no qual o menos votado pelo público para continuar na casa foi eliminado, dinâmica essa que nunca se repetiu. Ainda nessa edição, a prova da comida é extinta, e todos os participantes ficam no "Tá com Tudo" ou no "Tá com Nada" dependendo do número total de estalecas da casa ou do consumo da água, que também passará a ser mais rigoroso. Um grande painel eletrônico, instalado na cozinha, é atualizado com os saldos individuais dos participantes e o total da casa, além de mostrar o consumo de água. Caso os participantes fiquem abaixo do nível mínimo do somatório de estalecas ou esgotem o consumo de água, toda a casa, incluindo o Líder, estará punida e no "Tá com Nada". Foi introduzido o Contragolpe, que consiste em uma indicação direta ao paredão, feita pelo emparedado por indicação do Líder, por votação da casa ou por outra forma.
A partir do Big Brother Brasil 20, o líder passa a ter a responsabilidade de definir quais participantes ficarão na Xepa (anteriormente "tá com nada") e quais serão do grupo VIP (anteriormente "tá com tudo") na hora da alimentação. O líder também ganha uma festa em sua homenagem ao término da sua liderança. Os confinados terão acesso, pela primeira vez, a um celular dentro da casa, que mostra apenas o que acontece dentro do reality show, por meio do #FeedBBB. No #FeedBBB, além dos registros fotográficos dos participantes, serão expostas as avaliações que os participantes fazem um do outro no "Queridômetro", por meio de diferentes emojis. Foi introduzida a prova Bate e Volta, realizada ao vivo nos domingos de votação, cujo vencedor se salva do paredão. Em cada semana, a prova é disputada por alguns dos participantes indicados para o paredão (com exceção do indicado pelo Líder), logo após a votação da casa.
A partir do Big Brother Brasil 22, foi introduzido o Botão da Desistência, localizado na sala. Foi criado com o intuito de agilizar o ato de desistir do reality, porém indisponível em certos momentos, como festas, formação de paredão e eliminação. O primeiro participante a usar foi Tiago Abravanel, que saiu no 42º dia da 22ª temporada. No Feed BBB, os participantes podem enviar mensagens anônimas entre si, com visualização por todos os participantes.
A partir do Big Brother Brasil 23, foi introduzido o Poder Curinga, semelhante a um leilão, onde os participantes dão seus lances em estalecas e o maior valor conquista o benefício, que pode ser de uma interferência no paredão (com o direito de mudar o resultado ou ter um voto duplo) ou até mesmo garantir benefícios em provas, com a dinâmica acontecendo sempre às sextas-feiras, exceto se a prova do líder for de resistência e a mesma durar o dia todo. Nessa temporada, o eliminado da semana pode gravar um vídeo para ser exibido na casa, podendo conter informações externas verdadeiras ou falsas. O líder da semana passa a ganhar mais regalias, podendo acompanhar as câmeras da casa direto do quarto exclusivo, mas, para ouvir o microfone dos participantes da casa, é preciso adquirir o benefício, mas de forma limitada. Também teve o retorno do Poder Supremo (já usado no BBB 10 e 12), usado apenas no Big-Fone pela semana turbo, onde aquele que atendesse a ligação teria o poder de substituir o indicado ao paredão ou a si próprio, mesmo que a indicação tenha vindo do líder da semana. Outra novidade apresentada foi o Modo Stone, uma espécie de balcão de apostas, onde os brothers podem especular na casa quem vai ser o próximo eliminado da competição. A cada acerto, o valor total do prêmio vai aumentando, podendo até chegar aos R$2 milhões. Caso todos os participantes errem o eliminado, o prêmio não aumenta. De forma inédita, dois participantes já eliminados retornaram ao jogo por meio da Casa do Reencontro, que funcionou como uma espécie de repescagem, reunindo todos os eliminados pelo paredão, exceto Bruno Nogueira, Antônio Carlos Júnior e MC Guimê, com o primeiro ter decidido desistir do jogo e os dois últimos foram expulsos da competição. Porém, essa dinâmica já foi usada na sétima temporada e na décima primeira temporada, ocasiões em que apenas um eliminado voltou para a disputa. Também teve a volta do Paredão Reverso, onde o público vota para o participante permanecer no jogo e não para retirar, estratégia essa que já foi utilizada na décima nona temporada.
A partir do Big Brother Brasil 24, foi inserido um terceiro grupo chamado Puxadinho, onde 14 participantes disputam para entrar no programa, sendo dois escolhidos pelo público (um homem e uma mulher) e os outros seis pelos próprios participantes do programa, sendo três homens e três mulheres.[18] A edição continua contendo os grupos Camarote (celebridades e sub), que passa a ter uma quantidade reduzida de participantes, e Pipoca (anônimos). Essa temporada passou por uma completa reformulação, comparado às temporadas anteriores, entre elas o Paredão, que agora ganha duas fases. Na primeira fase, o público vota para o participante permanecer no jogo, enquanto que na segunda fase, retorna o formato tradicional para eliminar da casa. [19] Além disso, as votações também ganham um novo formato, sendo inserido os votos únicos, quando só é permitido apenas um voto por CPF e os votos da torcida, que mantém o formato tradicional de votos infinitos, bastando ter uma Conta Globo. Cada modalidade de votação tem um peso de 50% e o percentual é contado pela média simples das duas categorias.[20] Além do Paredão, o Cinema do Líder deixa de existir, agora com a regalia de assistir os filmes e as produções do Globoplay na sala da casa, mas em quantidade limitada de participantes, e o Jogo da Discórdia ganha um novo nome, passando a se chamar Sincerão. O líder da semana ganha uma tarefa especial, com a mesma sendo revelada às sextas-feiras, além de ter mais poderes através do Na Mira do Líder, que consiste na indicação de três participantes pelo campeão da prova, onde apenas um é selecionado ao paredão na votação de domingo.[21] Além disso, o líder agora passa a ter acesso exclusivo as câmeras da casa, sem precisar adquirir algum benefício como na temporada anterior, tendo a companhia de uma Inteligência Artificial (IA) e também é avaliado pelo público através de uma enquete[22], selecionando os emojis do queridômetro. A casa também passa a ter quatro quartos para os participantes utilizarem, incluindo o do líder da semana.[23] O anjo nessa temporada passa a ser autoimune, assim como ele também pode imunizar outro participante. O castigo do monstro ganha novas consequências, que podem durar mais tempo ou menos dependendo do controle do líder.[24] O Modo Stone, incluso na temporada anterior, deixa de ser um balcão de apostas e é substituído por uma roleta, que é girada pelo eliminado no estúdio após a sabatina com Tadeu Schmidt, onde o prêmio é aumentado com um valor específico semanalmente, começando do zero.[25]
Até a vigésima quarta edição, o Big Brother Brasil já contou com 397 participantes oficiais.
Nota: Os participantes que entraram em duas edições foram contados apenas uma vez. Ana Clara Lima & Ayrton Lima, que participaram da 18ª edição como se fossem um único participante, também foram contados apenas uma vez.
Fernando Orozco[nota 5] • Juliana Regueiro • Daniel Bellangero • Liane de Souza • Alan Pierre Miranda • Felipe Cobra • Fernando Luiz Bacalow • Bruno Jácome • Íris Stefanelli • Flávia Viana • Fani Pacheco • Alberto Pimentel • Airton Cabral • Analy Rosa • Bruna Tavares
Mara Telles • Jaqueline Grohalski • Ana Paula Costa • Nayara de Deus • Lucas Fernandes • Mahmoud Baydoun • Patrícia Leite • Diego Sabádo • Caruso Junior • Wagner Santiago • Viegas de Carvalho • Jéssica Mueller • Breno Simões • Paula Amorim
Separar controvérsias numa se(c)ção específica pode não ser a melhor maneira de se estruturar um artigo, pois pode gerar peso indevido para pontos de vista negativos. Se possível, integre o conteúdo ao corpo do texto.
Análises
Veiculado em horário tardio, mas com chamadas durante toda a programação, o programa ensejou diversos debates acerca de seu conteúdo. Segundo o professor de psicologia Valdeci Gonçalves da Silva, entretanto, o programa apresenta alguns aspectos positivos, pois demonstra que o confinamento produz situações alheias à realidade. Para ele, o programa serve como um "laboratório" de apreciação da conduta. Mas o professor ressalta que, "num país tão carente de cultura, o Big é um programa que, com tantos recursos investidos, não consegue passar algo mais instrutivo".[43]
Em 2002, o professor de ética jornalística da Faculdade Cásper Líbero, Eugênio Bucci, publicou contundente artigo em que equipara este reality show ao crime de sequestro, neste caso às avessas, uma versão circense do delito; para o educador, o programa é de mau gosto em todo o mundo, mas, no Brasil, chega a ser torpe. Compara os participantes a bobos num confinamento prolongado, visando a um sucesso à custa da perda da privacidade e não por um talento, pela qualidade do raciocínio ou por uma obra. Classifica-o como o mais deseducativo programa da televisão, porque passa valores como o de que a fama justifica qualquer humilhação e a conivência dos adultos face às crianças dá a estas a impressão de que o "circo" da exposição é um meio de ser alguém na vida. Para o professor de ética todos [os participantes] demonstram um pantagruélico apetite pela fama. Desejam mais evidência. Há outras versões a caminho, você pode apostar, sempre com a mesma lógica: pela fama, tudo é sacrificável.[44]
Em janeiro de 2008, a revista Ilustrada, suplemento do jornal Folha de S. Paulo, inquiriu três especialistas em educação e psicologia acerca do conteúdo do programa. Estes afirmaram que não há qualquer conteúdo válido para crianças. Existe exploração da sensualidade e que prejudicam a formação da criança, como afirmou Carlos Ramiro de Castro. Para a professora de psicologia da educação, Maria Silvia Pinto da Rocha, o programa expõe as crianças à erotização precoce.[45]
Em 2011, a socióloga Silvia Viana Rodrigues defendeu sua tese de doutorado na USP ao realizar uma análise dos reality shows enquanto espetáculos que proliferam rituais de sofrimento.[46] Ela analisa tais rituais em vários produtos culturais de Hollywood e da televisão brasileira, com especial atenção ao Big Brother Brasil, maior reality do país.[47][48] Ao investigar o caráter abertamente eliminatório e cruel do jogo[49], Silvia Viana aponta que tais características são passiveis de serem entretenimento - com engajamento ativo do público para seu funcionamento - porque tais processos de eliminação[50], competição, exclusão[51], da afirmação da guerra de todos contra todos[52], da autogestão e autocontrole pessoal através de habilidades socioemocionais[53], empreendedorismo[54], banalidade do mal[55], naturalização da tortura, a lógica de "batalha pela sobrevivência" e a incorporação de linguagem[56] e elementos nazistas[57] já fazem parte do cotidiano social contemporâneo, especialmente no trabalho em contextos neoliberais[58][48]. Posteriormente a tese foi publicada como livro.[59]
Em 2012, foi desenvolvida uma extensão para o Google Chrome para bloquear publicações sobre o programa nas redes sociais.[60][61]
O engenheiro de software Luís Cesar Coimbra ouviu de diversos pessoas a demanda para a criação do filtro nas vésperas da 12ª edição do BBB em 2012, e resolveu implementá-lo durante o início do programa.[62][63]
Denúncias
Em 2007, o programa liderou o 13º ranking "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania", que é formado por denúncias de telespectadores e pelo Comitê de Acompanhamento da Programação (CAP), onde estão como representantes mais de 60 entidades que assessoram a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados para criar a lista com o "Ranking da Baixaria na TV".[64] O programa liderou novamente os rankings 14º[65] e 17º.[66]
Programas relacionados
Durante a temporada corrente, o Big Brother Brasil exibe programas derivados e boletins, complementando a atração habitual do horário nobre da TV Globo. O canal Multishow transmite semanalmente o A Eliminação, com os melhores momentos da semana e uma entrevista com o mais recente eliminado. O canal por assinatura também já exibiu o Nem Big, nem Brother, um humorístico com os vídeos de inscrição mais inusitados de participantes não selecionados para o reality show.[67]
A TV Globo e o portal Gshow exibem as seguintes atrações durante a temporada:
Rede BBB
Rede BBB (anteriormente chamado de De Olho no Big Brother Brasil e Selfie BBB) é um programete exibido desde o início do Big Brother Brasil em 2002, diariamente, nos intervalos da TV Globo durante os meses de exibição do reality show. Nos programetes, que são geralmente curtos e exibidos mais de uma vez por dia durante a programação da emissora, os repórteres costumam mostrar enquetes nas ruas, as torcidas nos dias de eliminação e flashes ao vivo da casa do BBB, principalmente durante as festas.
Desde 2017, o programete também virou um spin-off exibido no site e redes sociais oficiais do programa, bem como no Globoplay, onde os repórteres realizam boletins e plantões diários, bate-papo com o eliminado da semana nas terças-feiras, e uma mesa-redonda nas quintas-feiras com a participação de ex-participantes do reality show e personalidades da TV e da internet para comentarem os principais acontecimentos da casa, além de contarem com a interação do público nas redes sociais.
O Plantão BBB é um boletim extraordinário do programa, que foi introduzido durante a reta final do Big Brother Brasil 21, inicialmente como um programa de 15 minutos, antecedendo a Sessão da Tarde, apresentado por Ana Clara, onde era exibido um pequeno resumo do que estava acontecendo na casa, além de contar com flashes ao vivo da edição e entrevistas com eliminados e convidados. A atração também tinha alguns comentaristas fixos como as influencers Pequena Lo e Tia Má.[68]
Devido à baixa audiência em sua única edição, o formato foi extinto na TV aberta, mas permanece no Gshow com o nome Fora da Casa (sendo substituído pelo Mesacast BBB), e a partir do Big Brother Brasil 22 passou a ser um boletim esporádico sem apresentador, indo ao ar durante os intervalos comerciais da TV Globo, com flashes ao vivo de um minuto da Prova do Líder (se for de resistência) ou com a transmissão da leitura da mensagem do Big Fone (a partir do Big Brother Brasil 23).[69] O último momento em questão já foi utilizado no BBB 21, antes do Plantão se tornar fixo na grade, como uma estratégia de contra-programação na disputa contra a Final da Copa Libertadores da América de 2020, transmitida pelo SBT.[70]
A partir do Big Brother Brasil 24, o boletim foi unificado com o Rede BBB, passando a receber esse nome e mantendo o mesmo formato adotado desde o BBB 22, exibindo também flashes ao vivo de cinco minutos nas madrugadas.
Cine BBB (anteriormente chamado de Cinema do Líder) é uma sessão de cinema criada durante a exibição do Big Brother Brasil 22 e sendo mantido pela temporada seguinte como Cinema do Líder. Na temporada 24, adotou o nome Cine BBB com a reformulação do reality. No programa, o filme que estava sendo assistido pelo líder da semana e seus convidados dentro da casa na segunda-feira é exibido na TV Globo nas noites de quarta-feira, após o programa do dia.[71]
A sessão foi criada para cobrir a lacuna deixada pelo adiamento da transmissão da série Filhas de Eva, que foi movida para o segundo semestre por falta de anunciantes.[72] Na estreia de sua primeira temporada foi exibido o filme Escape Room - o Jogo.[73][74] Seu último filme, em 2022, foi Assalto ao Banco da Espanha.[75]
Em 2024, como Cine BBB, seu primeiro filme exibido foi Eduardo e Mônica, e o último, Alerta de Emergência.
Mesacast BBB e Bate-Papo BBB
Mesacast BBB (anteriormente chamado de Fora de Casa) é um programa de televisão inicialmente exibido apenas pelo gshow em 20 de janeiro de 2022, com apresentação da ex-BBB Ana Clara. Anteriormente, era transmitido ao vivo todas as quintas-feiras, após o término do programa na TV Globo, recebendo convidados para falar sobre o BBB, além de mostrar conteúdo exclusivo.[78] A partir do BBB 24, o programa passou a adotar o nome Mesacast BBB e começou a ser transmitido ao vivo simultaneamente pelo gshow, Multishow, Globoplay e plataformas de streaming musical, se tornando diário, mas agora antes da edição ao vivo na TV Globo.[79]
Bate-Papo BBB é um programa de televisão exibido pelo Gshow e pelo Globoplay desde 25 de janeiro de 2022, com apresentação da atriz e apredentadora Thaís Fersoza e o humorista Ed Gama (anteriormente apresentado por Rafa Kalimann em 2022 e por Patrícia Ramos e Vivian Amorim em 2023). É transmitido ao vivo todas as terças-feiras (e em todas as eliminações que podem acontecer em outros dias), após o término do programa na TV Globo, recebendo convidados para falar sobre o BBB e o primeiro contato com o eliminado da semana, mostrando conteúdos exclusivos da vivência do participante na casa, além do acolhimento para as primeiras prospecções externas do participante após o fim do jogo.
Produtos relacionados
Big Brother Brasil: O Jogo
Em 2003, o reality-show ganhou um jogo produzido pelo estúdio paranaense Continuum.[80][81][82]Big Brother Brasil: O Jogo era um game para computadores e tinha um estilo semelhante ao The Sims. Nele, o usuário escolhia entre 12 perfis disponíveis e disputava as tarefas como se estivesse no programa.[80]
My Big Brother
Em 2005, na quinta edição do programa, foi lançado o My Big Brother, um jogo para telefones celulares.[81][82] O game era baseado no Tamagotchi, onde o jogador escolhia um participante e cuidava de tarefas como alimentação e higiene. A produção do game ficou a cargo do estúdio Meantime.[81]
Big Game BBB
Durante a 22ª edição foi lançado o Big Game BBB, um jogo virtual gratuito da Globo em que os fãs do reality podiam palpitar sobre as dinâmicas da semana e ver quem se saía melhor nas apostas. Tinha como inspiração o Cartola FC, outro produto da Globo.[82]
↑A primeira versão da canção foi gravada pela banda RPM, da qual Paulo Ricardo era vocalista. Em 2005, e anualmente desde 2012, Paulo Ricardo gravou diferentes adaptações da canção para o programa, seja em carreira solo, ou com a participação de outros artistas.[2][3]
↑BUCCI, Eugênio. Quanto vale a sua privacidade?, in: Revista Nova Escola, ano XVII, nº 151 (ISSN 0103-0116), Fundação Victor Civita, São Paulo, abril de 2002 - pág. 14 - seção: De olho na televisão.
↑Viana, Silvia (18 de dezembro de 2012). «Rituais de sofrimento». Teses e dissertações da Biblioteca Digital da USP. Consultado em 15 de fevereiro de 2023.
↑Viana, Silvia (18 de dezembro de 2012). «Rituais de sofrimento». Teses e dissertações da Biblioteca Digital da USP. Consultado em 15 de fevereiro de 2023