Um escudo. Na parte superior esquerda, instrumentos de percussão; na superior direita, a figura de um homem e uma mulher; e na parte inferior, um aperto de mão entre uma mão negra e uma mão branca.
O Grêmio Recreativo Cultural Social Escola de Samba Unidos de Vila Maria é uma escola de samba da cidade de São Paulo, sediada no bairro do Jardim Japão, no distrito da Vila Maria. É uma das agremiações mais tradicionais dos festejos paulistanos, fundada em 10 de janeiro de 1954.
História
Inicialmente, como as demais escolas da cidade, a Vila Maria não desfilava com alas formalizadas, sendo que seus integrantes iam saindo pelas ruas, tais como a Avenida Celso Garcia, no Brás, e a Avenida São João, no Centro, com sua bateria. [carece de fontes?]
Durante toda a década de 50 e parte da década de 60, a escola desfilou em pequenos cortejos pelas ruas do bairro e de algumas regiões da cidade. Com o aumento de popularidade da festa, alguns membros das escolas existentes na época procuraram o poder público para pedir apoio e realizar desfiles mais estruturados. A década de 60 foi onde muitas agremiações mostraram crescimento, com grande destaque no cenário paulistano para a Unidos do Morro de Vila Maria.[2]
No ano de 1965, o carnaval dá o primeiro passo à profissionalização. Com a adesão de Moraes Sarmento, os desfiles passam a ser transmitidos e comentado nas rádios e ganham espaço nas instituições de cultura da cidade. Em meados de 1967, o então prefeito José Vicente Faria Lima (carioca, nascido em Vila Isabel e apreciador de samba) regulariza os desfiles para a Avenida São João, e, em 1968, oficializa a festa, assinando a Lei nº 7.100/67, destinada a regular a promoção do Carnaval pela Prefeitura Municipal de São Paulo, regulamentada pelo Decreto nº 7.663/68.[3]
Em 1968, no primeiro desfile oficial da cidade, a Vila Maria conquista o título do Grupo 2 (atual Grupo de Acesso), com um enredo que falava sobre Villa Lobos. A escola desfilou com 300 componentes e uma ala mirim.[4]
Em 1998, com o enredo “Uma viagem a Atlântida”, consegue o título do Grupo 2 (atual Grupo 1 da UESP) e com isso em 1999 desfila no Grupo 1 da UESP.[5]No ano de 2000, a agremiação conquista o vice-campeonato e garante uma vaga no Grupo de Acesso.[6]
Em 2001, sob a presidência de Marcelo Müller e com um enredo sobre novelas, conquista o título do Grupo de Acesso, o que lhe concedeu o direito de figurar entre as grandes escolas no ano seguinte.[7] No ano de 2002, retorna ao Grupo Especial, apresentando o tema "Intolerância Não! Viva e Deixe Viver", terminando em 11º lugar e garantindo a permanência na elite do carnaval paulistano.[8]
No ano de 2003 a escola falou da rodovia Presidente Dutra, que liga a cidade de São Paulo ao Rio de Janeiro, terminando em 9º lugar.[9] O desfile abordou os diversos aspectos do trajeto. A comissão de frente foi destaque, com os componentes representando guardas de trânsito.
Em 2004, antes do carnaval, a escola e a comunidade perderam um dos diretores da agremiação, Eriverto Sabino de França, conhecido como Veto, assassinado no dia 11 de janeiro de 2004.[10] Apesar deste revés a escola se apresentou bem e ficou em 6º lugar na disputa do Carnaval.[11]
Em 2007, com um enredo sobre o renascimento ecológico da cidade de Cubatão, a escola surpreendeu o público com um grande desfile e um samba empolgante, conquistando o vice-campeonato, melhor colocação de sua história.[12] Em 2008, com um enredo sobre os 100 anos da Imigração Japonesa no Brasil, a escola quebrou o recorde de maior alegoria do Carnaval (120 metros), mas terminou na 3ª colocação.[13]
Em 2009, a escola trouxe o enredo Da sobrevivência a luxúria, da ilusão a alucinação. Dinheiro, mito, história e realidade, terminando na 8ª colocação.[14] No ano de 2010, a escola apresentou um enredo sobre o minério de ferro: "A indústria que manipula o ferro, é a mãe de todas as outras", de autoria do carnavalesco Fábio Borges. A escola acabou obtendo um resultado aquém do esperado, terminando em 6º lugar.[15]
Em 2011, desfilou com um enredo sobre o Teatro Amazonas e a cidade de Manaus, dentro de um contexto histórico que englobou passado, presente e futuro, intitulado: "Teatro Amazonas - Manaus em Cena", de autoria do carnavalesco Fábio Borges, conseguiu um 3° lugar atrás da surpreendente Tucuruvi e da campeã Vai-Vai.[16] Para o Carnaval de 2012, a escola contou com um novo carnavalesco, o experiente Chico Spinosa, que veio substituir Fábio Borges. Além dele, a escola contratou o consagrado intérprete carioca Nêgo. Desfilando com o enredo: "A Força Infinita da Criação - Vila Maria Feita a Mão", consegue o 5° lugar.[17]
No ano seguinte, Chico Spinosa permanece na escola, preparando o enredo sobre os 50 anos da Imigração Coreana no Brasil. Integrantes da escola acreditavam que a agremiação seria uma das favoritas ao título, porém, durante a apuração, após receber notas muito baixas em vários quesitos, acabou ficando na última colocação, sofrendo descenso para o Grupo de Acesso.[18] No ano de 2014, a Vila Maria mostrou a história dos brinquedos, levando personagens clássicos que marcaram a memória de muita gente, com o enredo: "Nos meus 60 Anos de Alegria - Sou Vila Maria, e Faço a Festa Resgatando do Passado Brinquedos e Brincadeiras do Tempo de Criança". Foi a Campeã do Grupo de Acesso, obtendo a pontuação máxima de 270 pontos, voltando assim ao Grupo Especial do Carnaval em 2015.[19]
Para o Carnaval 2015, a escola trouxe o enredo: "Só os diamantes são eternos na química divina!", de autoria do carnavalesco Lucas Pinto. A escola terminou em 10° lugar, permanecendo na elite do carnaval paulista.[20] Em 2016, a escola homenageou o município insular de Ilhabela, localizado no litoral norte do Estado de São Paulo, desenrolando contos sobre a história da cidade até a atualidade, com o enredo: "A Vila Famosa é mais Bela, Ilhabela da Fantasia". Fez um desfile sofisticado, que surpreendeu pela qualidade das alegorias, garantindo um 5º Lugar.[21]
Em 2017, a escola desfilou com o enredo sobre o terceiro centenário da aparição da imagem de Nossa Senhora no rio Paraíba em 1717.[22] Tendo tido o aval da Igreja Católica para prestar a homenagem, a escola precisou se comprometer em se apresentar na avenida atendendo a alguns requisitos tais como não permitir a nudez, não falar sobre o sincretismo religioso e permitir a supervisão da Arquidiocese de São Paulo durante todo o processo.[23] A escolha do enredo foi bem recebida pela comunidade, apesar de ter provocado também protestos.[24] A escola efetuou um bom desfile de maneira geral, mas deixou a desejar em alguns quesitos como Alegorias e Comissão de Frente, que juntos somaram a perda de 0,8 pontos deixando a escola em 7º lugar na classificação geral.[25]
Para 2018, a escola da Zona Norte escolheu levar para avenida o México, mostrando os povos maias e astecas, a arte de Frida Kahlo e passagens importantes da história do país, além da homenagem a Roberto Bolaños e seus personagens. Entre os destaques, ala da turma do Chaves e Chapolin Colorado.[26] Problemas com a fantasia do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira[27] e notas baixas nos quesitos Comissão de Frente e Enredo deixaram a escola com apenas o 9º lugar.
Em 2019, homenageou o Peru com o enredo: "Nas asas do grande pássaro, o voo da Vila ao império do Sol", mostrando a cultura e as belezas naturais do país sul americano. Para o desenvolvimento da história trouxe o carnavalesco Cristiano Bara. A escola terminou em 4º lugar.[28] Em 2020, homenageou a China. Com um desfile elogiado pela plástica, teve a oportunidade de voltar, mais uma vez, ao Desfile das Campeãs, após conquistar o 5º lugar.[29]
Para o Carnaval 2021, escolhe um enredo sobre o amor em suas várias formas de amar.[30] Com os desfiles adiados para abril de 2022, a escola manteve o enredo e o carnavalesco Cristiano Bara. Após um desfile técnico e bonito, com boas alegorias e fantasias e com o atraso de quase 45 minutos por conta de um vazamento de óleo de uma alegoria da escola anterior, a Tom Maior,[31] a agremiação teve um problema com a iluminação do abre-alas, que foi rapidamente resolvido.[32] Na apuração, ficou com o 5º lugar.[33]
No carnaval de 2023, a Vila Maria voltou para suas raízes ao fazer um enredo em homenagem a sua própria história.[34] No entanto, a escola terminou na última colocação, sendo rebaixada para o Acesso 1 após oito anos.[35]
Para 2024, a Vila Maria inicialmente anunciou um enredo sobre o cantor norte-americano Michael Jackson, que fora confirmado a cerca de um mês para o carnaval de 2023.[36] O cover oficial do artista, Rodrigo Teaser, chegou a desfilar pela agremiação para promover o tema. No entanto, com o rebaixamento para o Grupo de Acesso 1 e a contratação do carnavalesco Fabio Ricardo, a escola reposicionou seu projeto de carnaval e optou por desistir de fazer este enredo, anunciando no final de abril um novo tema: "Forjados na luta, guiados na coragem e sincretizados na fé: A Vila Canta Ogum!", falando sobre a devoção à São Jorge no sincretismo da umbanda.[37] A poucas semanas do desfile, a escola contrata o intérprete Nêgo para reforçar o carro de som. Fazendo uma correta apresentação, apesar de problemas em quesitos visuais, a Vila terminou na quarta colocação.
Após o desfile de 2024, o carnavalesco Fabio Ricardo se transferiu para o Rosas de Ouro, sendo substituído por Eduardo Caetano, que faz seu retorno ao carnaval paulistano após 4 anos. A escola dispensou Royce do Cavaco e Nêgo, contratando o intérprete Clayton Reis, que estava na Mocidade Unida da Mooca. O enredo anunciado para o carnaval 2025 é "O Planeta Terra pede socorro. É tempo de renovar e preservar!", que vai abordar a necessidade urgente de preservação do meio ambiente e a luta contra as consequências do aquecimento global, citando ainda a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém no mesmo ano.[38]
Antônio Vicente (Toninho), César de Oliveira (Cesinha) e Lima
Mestre Rodrigo Moleza
2020-2022
Comissão de Carnaval: Dorival Fernandes (Purrum), Marcelo Muller, Edilson Pereira, Tarcila Falleiros, Mario Giangiacomo, Claudia Ribeiro e Antonio Francisco de Barros Junior
Vila Maria: A Seguir As Cenas dos Próximos Capítulos Compositores: Moleque Pará, Nivaldo, Cocada, Martins e Dão
Wagner Santos
2002
11º lugar
Especial
Intolerância Não! Viva e Deixe Viver! Compositores: Carlinhos de Jesus, Dilai, Maurinho de Jesus, Marcinho Swing e Minho
Wagner Santos
2003
9º lugar
Especial
De Volta ao Passado, Uma Viagem Pela Rodovia do Futuro Compositores: Marcinho Swing, Minho e Xandão.
Wagner Santos
2004
6º lugar
Especial
São Paulo no Coração do Brasil. Parabéns Pra Você Compositores: Carlinhos de Jesus, Maurinho de Jesus e Milo
Wagner Santos
2005
4° lugar
Especial
Sonho, realidade: No Circo da Vida Compositores: Paulo da Magia, Vitor Santos, Makumba, Paulinho Chiclete e Toninho 44
Wagner Santos
2006
4° lugar
Especial
Transportando o Brasil Estradeiro, Coração Batuqueiro, Coração Brasileiro Compositores: Panda, Edmilson Silva, Rick Ramos e Dom Álvaro
Wagner Santos
2007
Vice-campeã
Especial
Vila Maria: Canta, Encanta Com Minha História: Cubatão Rainha das Serras Compositores: Panda, Edmilson Silva, Dom Álvaro e Rick Ramos
Wagner Santos
2008
3° lugar
Especial
Irashai-Mase, Milênios de Cultura e Sabedoria no Centenário da Imigração Japonesa Compositores: Dão, Véia, Martins, Nando e Moleque Pará
Wagner Santos
2009
8º lugar
Especial
Da Sobrevivência ao Luxo, da Ilusão à Alucinação. Dinheiro, Mito, História e Realidade Compositores: Panda, Edmilson Silva e Jorge Zanin
Wagner Santos
2010
6º lugar
Especial
A Indústria que Manipula o Ferro é a Mãe de Todas as Outras Compositores: Minho, Xandão e Marcinho Swing
Fábio Borges
2011
3º lugar
Especial
Teatro Amazonas. Manaus em Cena Compositores: Alemão do Pandeiro, Claude Ribeiro, Ricardo Gutierrez, Tchello Lima, Anderson Salgadinho, Kevyn Rodrigues e Wally Santos
Fábio Borges
2012
5º lugar
Especial
A força Infinita da Criação, Vila Maria Feita a Mão Compositores: Nininho, Yhai, Professor Wal, Russo e Moleque Pará
Nos Meus 60 Anos de Alegria - Sou Vila Maria, e Faço a Festa Resgatando do Passado Brinquedos e Brincadeiras de Criança Compositores: Alemão do Pandeiro, Ítalo Rubbin, Professor Wal, Russo, Paulo Senna, Anderson Magrão, Tadeu Gomes, Nininho, Wagner Yhai e Pepê Niterói
A Vila Famosa é Mais Bela, Ilhabela da Fantasia Compositores: Dudu Nobre, Rafa do Cavaco, Turko, Maradona, Paulinho Miranda, Diego Nicolau, Garoto Bom e Nenê da Vila
Aparecida - A Rainha do Brasil. 300 Anos de Amor e Fé no Coração do Povo Brasileiro Compositores: Leandro Rato, Zé Paulo Sierra, Almir Mendonça, Vinicius Ferreira, Zé Boy e Silas Augusto
Aproveitam-se de Minha Nobreza, Você Não Soube, Não te Contaram? Suspeitei Desde o Principio! Não Contavam com Minha Astúcia! Arriba Bolaños, Arriba Vila, Arriba México Compositores: Dudu Nobre, Rafa do Cavaco, Pepe Niterói, Turko, Maradona, Diego Nicolau, Marcelo Nunes, Evandro Bocão e André Diniz
Nas Asas do Grande Pássaro o Voo da Vila Maria ao Império do Sol Compositores: Aquiles da Vila, Rapha SP, Marcus Boldrini, Salgado Luz e Leandro Flecha
China, O Sonho de Um Povo Embala o Samba e Faz a Vila Sonhar Compositores: Cacá Camargo, Tim Cardoso, Acerola de Angola, Sérgio Carmo, Renan Takacs, Xuxu do Cavaco, Bruno Pelé, Marcos Thiago, André Luiz, Luiz Jacaré e Rapha Maslionis
Cristiano Bara
2021
Inicialmente adiados para o mês de julho, os desfiles do Carnaval 2021 foram cancelados devido a pandemia de Covid-19.