Trabalhou em alguns filmes como ator, sem se caracterizar de palhaço.[1]
Biografia
Waldemar Seyssel nasceu em uma família ligada à história do circo no Brasil. Começou a atuar com seis anos de idade, no circo Chileno, de propriedade de seu tio, irmão de sua mãe.[2]
Seu avô Julio Seyssel, nascido na França, era professor na Universidade de Sorbonne. Ele conheceu e apoixonou-se por uma acróbata espanhola que trabalhava num circo.
Sua família não queria o casamento, mas os dois resolveram se casar mesmo assim. Júlio deixou o cargo de professor e foi morar no circo, onde tornou-se apresentador. O casal viajou para o Brasil junto com o Grande Circo inglês, dos Irmãos Charles, onde se radicaram, dando origem a uma linhagem circense. Arrelia tinha cinco irmãos que foram do circo, entre eles o palhaço Pimentinha e o palhaço Aleluia.
Anos depois Arrelia trocou os picadeiros pela televisão. Foi o primeiro da sua família a abandonar o circo, pois dizia que o trabalho não dava dinheiro suficiente para viver. Em 1958, seus irmãos começaram a trabalhar com ele na TV Record.
Waldemar Seyssel iniciou seus trabalhos saltando, passando depois pelo trapézio, pela cama elástica e em outras acrobacias, com seus dois irmãos, Henrique e Paulo. Mas quando o pai, cansado, deixou o circo, substituiu o nome artístico, usando o apelido de família que seu tio Henrique lhe dera: Arrelia. Seu primeiro parceiro foi o ator Feliz Batista, que fazia o palhaço de cara branca, vindo depois o irmão Henrique Sobrinho. Finalmente, quando trocou o circo pela televisão, em 1953, teve como parceiro o palhaço Walter Seyssel Pimentinha, seu sobrinho.[3]
Caracterização do palhaço Arrelia
Ele próprio dizia ser um palhaço bem diferente. Alto e desengonçado, quando todos os palhaços excêntricos são baixos, sem sapatos de bicos imensos e finos e sem bengalas compridas, falando difícil sem saber e errando sempre. Enfim, é um tipo de rua, "um misto de gente que encontrei no circo, teatro, cinema, TV e na própria rua. Um tipo que vai indo aos trambolhões, mas vai indo, mesmo sem instrução e metido a sebo". Ele acreditava muito no estudo acurado do personagem que representava e que o sucesso dependia muito disso.[4]
Faleceu aos 99 anos, no dia 23 de maio de 2005, na cidade do Rio de Janeiro.[5]
Tudo bem
Arrelia popularizou a marcha "Tudo bem", de autoria dele Manoel Ferreira e Antônio Mojica. O refrão usa seu conhecido bordão. A marcha pode ser ouvida em um dueto de Arrelia e Berta Loran no filme "O Barbeiro que se Vira", de 1958.[6]
Como vai? Como vai? Como vai?
Como vai? Como vai, vai, vai?
Muito bem! Muito bem! Muito bem!
Muito bem! Muito bem! Bem! Bem!
Você vai bem?
Eu vou também!
E ele como é que vai?