Nesta página estão apontados os resultados do Carnaval de São Paulo no ano de 2022.[1][2][3] Os desfiles foram realizados entre os dias 16 e 29 de abril de 2022.
O evento aconteceu fora da tradicional semana do Carnaval, com os desfiles do Acesso 2 ocorrendo no Sábado de Aleluia, o Acesso 1 na quinta-feira e os do Grupo Especial na sexta-feira e no sábado, uma vez que as apresentações aconteceriam em julho de 2021, sendo ocasionadas pelo estado crítico da Pandemia de COVID-19, forçando o adiamento dos desfiles para fevereiro de 2022 e mais tarde para abril, ocorrendo nos feriados de Semana Santa e Tiradentes, com as apresentações do Grupo Especial sendo simultâneas com o Carnaval do Rio de Janeiro, através de uma reunião com o prefeito da megalópole brasileira, Eduardo Paes, e equipes técnicas e sanitárias das duas cidades.[4][5]
Em 2020, a Liga-SP anunciou algumas mudanças no documento que baseia o trabalho dos jurados. Entre as principais alterações está a exigência de "performace musical" das baterias. A partir deste ano, a nota da bateria partirá de 9,8 e poderá evoluir para 10, conforme o desempenho da escola ao apresentar bossas, paradinhas ou algumas novidades para conseguir ganhar mais pontos.[6]
Ao final da apuração, quatro escolas somaram 269,9 pontos. Pelos critérios de desempate, a Mancha Verde conquistou seu segundo título no Grupo Especial. A escola falou sobre a importância da preservação da água e sua presença nas religiões através do enredo "Planeta Água", baseado na canção homônima do cantor Guilherme Arantes. A Mocidade Alegre foi vice-campeã com um desfile que homenageou a cantora Clementina de Jesus, falecida em 1987. Terceira colocada, o Império de Casa Verde falou sobre as múltiplas formas de comunicação dos primórdios até a era digital, homenageando o influenciador digital e humorista Carlinhos Maia. Quarta colocada, a Tom Maior fez um desfile que levou personagens da obra "O Pequeno Príncipe" ao universo dos cordelistas nordestinos. Campeã do ano anterior, o Águia de Ouro terminou em 6° lugar.
Conforme o regulamento, antes da abertura das primeiras notas durante a apuração dos resultados. Penalizada por conta do uso de maquinário da infraestrutura da Liga-SP em uma alegoria, o Acadêmicos do Tatuapé ficou com o 12° lugar. A Colorado do Brás também recebeu uma penalidade, de 0,5 pontos, devido a merchandising em uma camiseta usada por uma composição de uma alegoria, o que causou seu rebaixamento. A outra escola rebaixada foi o Vai-Vai ao terminar em 14° lugar.
Aos 24 anos de existência, a Estrela do Terceiro Milênio venceu o Grupo de Acesso 1 e garantiu o acesso ao Grupo Especial pela primeira vez em sua história. Vice-campeã, a Independente Tricolor também conquistou vaga na elite, onde desfilou anteriormente em 2018. Última colocada, a Leandro de Itaquera foi rebaixada para o Grupo de Acesso 2.[7] A tradicional Nenê de Vila Matilde venceu o Grupo de Acesso 2 reeditando "Narciso Negro", seu enredo de 1997, e garantiu vaga no Acesso 1 após uma apuração acirrada com a Unidos do Peruche, que ficou em segundo lugar pelo critério de desempate. A Tradição Albertinense ficou na décima segunda colocação e foi rebaixada para o Grupo Especial de Bairros da Uesp com um desfile em homenagem aos 30 anos do Sambódromo do Anhembi.[8]
(por ordem de desfile)
Falando da importância da preservação e valorização da água, a Mancha Verde conquistou seu segundo título do carnaval paulistano. [11] Sob o comando de uma comissão de carnaval, que deram segmento ao trabalho iniciado por Jorge Freitas, a agremiação venceu a Mocidade Alegre no quesito desempate (Alegoria), já que as duas terminaram a apuração com o mesmo número de pontos (269,9).[12]
A escola do bairro do Limão homenageou a cantora Clementina de Jesus[13] e após uma leitura de notas apertada, acabou ficando com o vice-campeonato, o terceiro desde 2015. Falando do tema da comunicação, o Império de Casa Verde ficou com o terceiro lugar e terminou empatada com a campeã e a vice-campeã, perdendo no desempate do quesito Comissão de Frente. A escola causou polêmica no pré-carnaval com as notícias de que seu desfile seria uma homenagem ao humorista Carlinhos Maia.[14][15]. A Tom Maior escolheu carnavalizar o livro "O Pequeno Príncipe do Cordel"[16], de Josué Limeira e o mundialmente conhecido "O Pequeno Príncipe" de Antoine de Saint-Exupéry e ficou com o quarto lugar. Assim como as três primeiras, também teve o mesmo número de pontos e perdeu no desempate com o mesmo quesito que o Império. A apuração deste ano foi a segunda a ter as quatro primeiras colocadas empatadas com a mesma pontuação. A primeira foi em 2018. Fechando o grupo de escolas que fariam parte do Desfile das Campeãs, a Unidos de Vila Maria, que falava sobre a união dos povos e o amor ao próximo.[17]
Inspirando-se na música do pesquisador, escritor e compositor carioca Luiz Antônio Simas, Águia de Ouro foi a sexta colocada. A agremiação da Zona Oeste contou a história da mitologia do orixá da paz, com mensagens de fé, amor, respeito e esperança por dias melhores. Foi o primeiro enredo essencialmente afro da história da Águia de Ouro, que também levantou a bandeira do combate à intolerância religiosa no Anhembi.[18][19] A sétima colocada, Dragões da Real, pretendia incialmente trazer a pandemia para o Sambódromo do Anhembi e chegou até a anunciar o enredo "O Dia Em Que a Terra Parou", desenvolvido por Jorge Silveira e que também se inspirava na música de Raul Seixas.[20] No entanto, a diretoria da escola decidiu mudar o tema[21] e anunciaram pouco tempo que o novo enredo seria sobre Adoniran Barbosa, lendário cantor e compositor paulistano.[22] Falando sobre a desigualdade social, a Gaviões da Fiel apresentou o enredo "Basta!" e ficou em oitavo lugar.[23] Causou polêmica a notícia de que a escola levaria para a avenida uma caricatura do então Presidente da República Jair Bolsonaro.[24] Tratando da cura como mote principal de seu desfile[25][26], Rosas de Ouro acabou em nono lugar. Assim como a Gaviões, a escola da Freguesia do Ó também não poupou críticas ao presidente em exercício.[27] Trazendo o enredo “A evolução está na sua fé… Saravá Seu Zé!”, a décima colocada, Barroca Zona Sul, tinha como proposta levar para o público a história e as particularidades de Zé Pilintra, malandro boêmio cultuado como entidade nas religiões de matriz africana.[28][29] Marcando seu retorno à elite da folia paulistana, o Acadêmicos do Tucuruvi trouxe uma reflexão sobre o passado, presente e o futuro do carnaval e ficou num temeroso décimo primeiro lugar.[30] Tendo o Preto Velho, entidade da Umbanda, como narrador, a Acadêmicos do Tatuapé falava sobre a saga do café[31]. Cercada de expectativas, a escola da Zona Leste viu suas chances de título se esvaindo após problemas com o seu gigantesco abre-alas, o que acabou comprometendo todo o resto do desfile.[32] Os dirigentes da agremiação já sabiam que começariam a apuração com cinco décimos a menos por usar um trator para manobrar seu carro alegórico por toda a pista do Anhembi.[33] Com a perda e despontuada em Evolução, a escola passou perto de cair para o Grupo de Acesso, mas acabou ficando em 12º lugar.
Homenageando a escritora Carolina de Jesus[34], a Colorado do Brás também foi penalizada por fazer merchandising em uma de suas alas, o que é proibido pelo regulamento[33]. Além disso, também perdeu pontos em Fantasia, Alegoria e Comissão de Frente, terminando em 13º lugar, marcando sua volta ao Grupo de Acesso 1 em 2023. Tratando dos povos negros africanos[35][36], o tradicional Vai-Vai, que havia acabado de voltar ao Grupo Especial[37], terminou em último lugar, o que fez com que a agremiação do bairro do Bixiga caísse mais uma vez, marcando sua segunda queda em quatro anos.
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