Carolina Maria de Jesus

Carolina Maria de Jesus

Carolina Maria de Jesus autografando seu livro Quarto de Despejo em 1960
Nome completo Carolina Maria de Jesus
Nascimento 14 de março de 1914
Sacramento, Minas Gerais
Morte 13 de fevereiro de 1977 (62 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade brasileira
Etnia afro-brasileira
Ocupação escritora
compositora
cantora
Magnum opus Quarto de Despejo
Website Vida por escrito
Assinatura
Assinatura de Carolina Maria de Jesus

Carolina Maria de Jesus (Sacramento, 14 de março de 1914São Paulo, 13 de fevereiro de 1977) foi uma escritora, compositora e poetisa brasileira.

Ficou famosa por seu primeiro livro Quarto de Despejo: Diário de uma favelada, publicado em 1960 com auxílio do jornalista Audálio Dantas. O livro fez um sucesso estrondoso, tendo vendido 10 mil exemplares em apenas uma semana, e sido traduzido para treze idiomas e distribuído em mais de quarenta países. A publicação e a tiragem recorde, cerca de 100 mil em três edições sucessivas, revelam o interesse do público e da mídia da época pelo ineditismo da narrativa da favelada catadora de papéis e de outros lixos recicláveis.[1]

Uma das primeiras escritoras negras do Brasil, Carolina Maria de Jesus é considerada uma das mais importantes escritoras do país. A autora viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, na Zona Central de São Paulo, sustentando a si mesma e seus três filhos como catadora de papéis. Sua obra e vida permanecem objetos de diversos estudos, tanto no Brasil quanto no exterior.[2]

Biografia

Juventude

Carolina Maria de Jesus nasceu em 14 de março de 1914, na cidade de Sacramento, em Minas Gerais, numa comunidade rural. FIlha de pais negros que migraram para a cidade no início das atividades pecuárias na região. Oriunda de família muito humilde, a autora estudou pouco.[3] Era filha ilegítima de um homem casado e foi maltratada durante toda sua infância. Aos sete anos, sua mãe a obrigou a frequentar a escola, depois que a esposa de um rico fazendeiro decidiu pagar seus estudos. Ela interrompeu o curso no segundo ano, tendo já conseguido aprender a ler e a escrever e desenvolvido o gosto pela leitura. Carolina não negava sua religiosidade, referia-se a Deus em seu diário.

Sonhei que era um anjo. Meu vestido estava flutuando e tinha mangas rosas compridas. Fui da terra para o céu. Pus estrelas em minhas mãos e brincava com elas. Falei-as. Elas apresentaram um me honrando [sic]. Dançaram ao meu redor e criaram um caminho luminoso. Quando acordei eu pensei: estou tão pobre. Não consigo pagar para ir e assistir uma peça, então Deus me manda esses sonhos para minha alma dolorida. Ao Deus que me protege, eu mando meu [sic] gratidão
— Carolina de Jesus[4]

Carolina morou em Sacramento até 1930, quando se mudou com a mãe para Franca, cidade a 100 km de Sacramento, já no estado de São Paulo. Carolina trabalhou como empregada doméstica e permaneceu na cidade até 1937.[5]

Mudança para a favela do Canindé

Em 1937, sua mãe morreu e ela se viu impelida a migrar para a metrópole de São Paulo. Carolina construiu sua própria casa, usando madeira, lata, papelão e qualquer material que pudesse encontrar. Saía todas as noites para coletar papel, a fim de conseguir dinheiro para sustentar a família.

Em 1947, aos 33 anos, desempregada e grávida, Carolina instalou-se na extinta favela do Canindé, na zona norte de São Paulo — num momento em que surgiam na cidade as primeiras favelas — cujo contingente de moradores estava em torno de cinquenta mil. Ao chegar à cidade, conseguiu emprego na casa do notório cardiologista Euryclides de Jesus Zerbini, médico precursor da cirurgia de coração no Brasil, o que permitia a Carolina ler os livros de sua biblioteca nos dias de folga.

Em 1949, deu à luz seu primeiro filho, João José de Jesus, o que fez que perdesse seu emprego, voltando a ser catadora.[6] Teve ainda mais dois filhos: José Carlos de Jesus, nascido em 1950, e Vera Eunice de Jesus, nascida em 1953.

Ao mesmo tempo em que trabalhava como catadora, registrava o cotidiano da comunidade onde morava nos cadernos que encontrava no material que recolhia, que somavam mais de vinte. Um destes cadernos, um diário que havia começado em 1955, deu origem a seu livro mais famoso, Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960. Na década de 1950, o jornalista Audálio Dantas presenciou a cena em que Carolina estava em uma praça vizinha à comunidade, quando percebeu que alguns adultos estavam destruindo os brinquedos ali instalados para as crianças. Sem pensar, Carolina ameaçou denunciar os infratores, fazendo deles personagens do seu livro de memórias. O jornalista iniciou um diálogo com a mulher que possuía inúmeros cadernos nos quais narrava o drama de sua indigência e o dia-a-dia do Canindé. Dantas de imediato se interessou pelo “fenômeno” que tinha em mãos e se comprometeu em reunir e divulgar o material.[7]

Saída da favela

Depois da publicação de Quarto de Despejo, Carolina mudou-se para Santana, bairro de classe média, na zona norte de São Paulo. Em 1963, publicou, por conta própria, o romance Pedaços de Fome e o livro Provérbios.

Posteriormente, em 1969, Carolina acumulou dinheiro suficiente para se mudar de Santana para Parelheiros, uma região árida da Zona Sul de São Paulo, no pé de uma colina. Próxima de casas ricas, local de algumas das habitações mais pobres do subúrbio da cidade, com impostos e preços menores, era lá que Carolina esperava encontrar solitude.

Parelheiros se caracterizava por fortes contrastes entre ricos e pobres: grandes casarões ao lado de barracos, que, via de regra, surgiam em vales, onde o ar era poluído pelas indústrias da região do Grande ABC.

Embora pobre, Parelheiros era o mais próximo que Carolina poderia chegar do interior de sua infância sem deixar São Paulo e suas escolas públicas, para as quais seus filhos iam de ônibus. Os três moravam com ela: João José, com 21 anos, trabalhava numa fábrica de têxteis; José Carlos, com 19 anos, cursava o primeiro ano do ensino médio e vendia objetos na rua; Vera, com 16 anos, também estava na escola.[8]

A casa de Carolina fora construída num terreno modesto, perto de uma estrada de terra: visitantes andavam em tábuas de madeira sobre lama para chegar à casa cor de abóbora com janelas de caixilhos verdes. Agora passando boa parte de seu tempo sozinha, a autora lia o jornal e plantava milho e hortaliças, apesar de reclamar que seus esforços de jardinagem lhe rendessem tanto quanto lhe custassem.

Logo depois de se mudar para Parelheiros, Carolina parou de receber pagamentos de direitos autorais. Tinha tão pouco dinheiro que, assim fizera na favela do Canindé, ela e seus filhos passavam certos dias catando papéis e garrafas para vender: agora, contudo, usava o dinheiro de catadora para comprar refrigerantes e bilhetes de cinema. De tempos em tempos, entregava a uma vendedora local os abacates, bananas e mandiocas que produzia para serem vendidos num mercado local.[9]

Segundo reportagens da época, os pagamentos de direitos autorais recebidos por Carolina eram "pequenos, mas constantes". Não eram, todavia, suficientes para que conseguisse viver melhor do que pouco acima da linha da pobreza. Para o acadêmico Robert Levine, a família de Carolina vivia bem melhor do que na favela, mas num nível muito abaixo do esperado para uma autora cujos livros ainda estavam vendendo bem em diversos países.

Relacionamentos

Carolina nunca quis se casar para não ter que ser submissa aos homens. Manteve diversos relacionamentos afetivos ao longo da vida, tendo sido pedida em casamento por alguns namorados, mas nunca aceitou. Suas três gravidezes não foram planejadas, e foram frutos de relacionamentos diferentes. Seu primeiro filho era fruto de seu namoro com um marinheiro português, que era muito ciumento e a abandonou grávida; o segundo filho é oriundo de seu relacionamento com um comerciante espanhol, com quem ela terminou o relacionamento por conta das traições dele. Sua terceira filha foi fruto de seu namoro com um empresário brasileiro, cujo término se deu devido às agressões e humilhações que sofria.[10]

Seus três filhos nasceram de parto normal, na cidade de São Paulo. As crianças desde cedo apegaram-se aos livros por influência da mãe, e todos frequentaram escolas públicas. Carolina registrou e criou seus filhos sozinha. Para sustentá-los, além de escrever e vender livros, fazia coleta de materiais recicláveis, realizava faxinas, lavava roupas para fora e dava aulas em casa, de alfabetização.[10]

Morte

Carolina Maria de Jesus morreu aos 62 anos em seu quarto, em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, no dia 13 de fevereiro de 1977.[11] Foi vítima de uma crise de insuficiência respiratória, devido à asma, doença que carregava desde seu nascimento, e que apesar de realizar tratamento, havia se agravado.

Reconhecimento internacional

Publicação de Quarto de Despejo

Carolina de Jesus em 1960
Em março de 1961 com Leonel Brizola

Publicado em 1960, a tiragem inicial de Quarto de Despejo foi de dez mil exemplares e esgotou-se em uma semana. Desde sua publicação, a obra vendeu mais de um milhão de exemplares e foi traduzida para catorze línguas e distribuído em mais de quarenta países, tornando-se um dos livros brasileiros mais conhecidos no exterior.

Depois da publicação, Carolina teve de lidar com a raiva e inveja de seus vizinhos, que a acusaram de ter colocado suas vidas no livro sem autorização. A autora relatou que muitos dos moradores da favela chegaram a jogar, nela e em seus três filhos, os conteúdos de seus penicos. Carolina definiu a favela como "tétrica", "recanto dos vencidos" e "depósito dos incultos que não sabem contar nem o dinheiro da esmola".

O professor da USP Ricardo Alexino Ferreira caracterizou a escrita de Carolina como "direta, nua e crua, mas, ao mesmo tempo, suave".

Pagamento de direitos autorais das traduções

Em março de 1961, uma reportagem afirmou que a publicação de Quarto de Despejo havia rendido a Carolina seis milhões de cruzeiros em direitos autorais, contudo a quantia exata variava, de acordo com a reportagem.[12] É certo que Carolina tinha direito a dez por cento do preço de venda das traduções, com trinta por cento de sua parte reservada a Audálio Dantas; ela recebia pequenos pagamentos em dólares das editoras estadunidenses, mas, por força do contrato original, não podia autorizar traduções de sua obra: este direito fora cedido à editora Paulo de Azevedo, uma filial da editora Francisco Alves.[12]

Gravação de álbum musical

Em 1961, com o sucesso da publicação do livro, Carolina Maria de Jesus grava suas composições em disco lançado pela gravadora RCA Victor.[13][14] O álbum foi intitulado Quarto de Despejo: Carolina Maria de Jesus cantando suas composições e contém 12 músicas, todas escritas e cantadas por Carolina.[15]

Carolina de Jesus antes de embarcar em avião da Air France

Quarto de Despejo no Uruguai

Com o lançamento do seu primeiro livro em 1960, Carolina passou a ser reconhecida internacionalmente como a negra da literatura brasileira. Ganhando homenagem na Academia de Letras de São Paulo e na Faculdade de Direito de São Paulo, a escritora que, até então, nunca havia ganhado atenção, passou a realizar entrevistas em canais de televisão e rádio por todo o país. A presença da obra de Carolina naquele período era almejada não só no país inteiro, mas também no exterior. A autora viajou para o Uruguai, Chile e Argentina, recebendo, em Buenos Aires, a “Orden Caballero del Tornillo”.[16]

Quarto de Despejo nos EUA

Em 1962, Quarto de Despejo foi publicado nos Estados Unidos pela editora E. P. Dutton com o título Child of the Dark. No ano seguinte, como parte da coleção Mentor, a tradução ganhou uma edição de bolso, publicada primeiro pela New American Library, depois pela Penguin USA.[17] Segundo o autor Robert Levine, somente das vendas desta edição, que totalizaram mais de trezentas mil cópias nos EUA, Carolina e sua família deveriam ter recebido, pelo contrato original, mais de cento e cinquenta mil dólares.[17] Contudo, não foi encontrado indício algum de que ela tenha recebido sequer uma pequena parte disto.[17]

Homenagens

  • Em 1960, foi homenageada pela Associação Cultural do Negro. No terceiro número do jornal Níger, dessa associação, publicou-se um editorial sobre a figura de De Jesus e a mulher negra e um poema apócrifo do poeta, escritor e crítico Oswaldo de Camargo, considerado um dos principais nomes da literatura negra brasileira contemporânea.[18] O jornalista e líder do movimento negro brasileiro José Correia Leite relatou que foi feita na sua casa uma homenagem a ela. No entanto, o próprio Correia Leite argumenta em depoimentos posteriores que houve a resistência ao reconhecimento e à obra da Carolina na associação.[19] As associações negras paulistanas também foram importantes para a outorga do título de Cidadã Paulistana a De Jesus no mesmo ano, ocasião em que estavam presentes o General Porfírio da Paz, Vice-Governador de São Paulo, o escritor e teatrólogo Solano Trindade. Nessa ocasião ela foi relacionada, pela sua relevância literária, com Machado de Assis e Josué de Castro.[20]
  • Em 1971, a televisão alemã West Germans gravou o documentário Favela: a vida na pobreza, Favela - Das Leben in Armut (título original), realizado pela alemã Christa Gottmann, a partir do livro Quarto de despejo, tendo Carolina como protagonista. A produção só foi exibida no Brasil em 2014, depois que o IMS – que detém em seu acervo dois cadernos manuscritos da escritora desde 2006 – localizou o curta-metragem (16 minutos) na Alemanha.[21]
  • Em 2013, o Projeto Vida por Escrito - Organização, classificação e preparação do inventário do arquivo de Carolina Maria de Jesus foi contemplado pelo Edital Prêmio Funarte de Arte Negra, categoria Memória.[22]
  • Em 2014, como resultado do Projeto Vida por Escrito foi lançado o Portal Biobibliográfico de Carolina Maria de Jesus.[23]
  • Em 2014, a Letraria e a Edições Me Parió Revolução republicaram a obra Onde estaes Felicidade?, incluindo textos originais de Carolina, sete textos de outros autores sobre sua escrita, um ensaio fotográfico denominado "Favela" (realizado em São Savério e no Parque Bristol) e fotos dos manuscritos originais da autora. Essa obra contou com a ajuda de Vera Eunice Lima de Jesus, a quarta filha de Carolina.[24] O livro organizado por Maria Nilda de Carvalho Motta (Dinha) (USP) e Raffaella Fernandez (UNICAMP) é gratuito e está disponível em formato e-book.[25]
  • Em 2015, como resultado do Projeto Vida por Escrito, foi lançado o livro Vida por Escrito – Guia do Acervo de Carolina Maria de Jesus, organizado por Sérgio da Silva Barcellos. O guia, publicado pela editora Bertolucci, conterrânea da autora mineira, é resultado das pesquisas e trabalhos do Projeto Vida por Escrito, que organizou, classificou e descreveu o acervo da escritora Carolina Maria de Jesus e traz também resumo de seus romances e peças de teatro inéditos e ensaios sobre a obra da escritora.[26]
  • Em 2016, foi publicada a biografia em quadrinhos Carolina, de João Pinheiro e Sirlene Barbosa, livro que narra sua infância pobre em Minas Gerais, sua vida sofrida em São Paulo, a fama, as ilusões, as decepções e o esquecimento.[27]
  • Em 2018, horas antes de ser assassinada, no dia 14 de março, Marielle Franco citou Carolina Maria de Jesus em um tuite feito desde uma reunião com mulheres jovens feministas antirracistas com a frase: "hoje faz 104 anos do nascimento de Carolina Maria de Jesus. #Nossospassosvêmdelonge". [28]
  • Em 2019, o doodle do Google homenageou a escritora Carolina Maria de Jesus[29] no dia em que ela completaria 105 anos, dia 14 de março.[30]
  • Na década de 2000, foi inaugurado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o Museu Afro-Brasil, cuja biblioteca leva o nome de Carolina Maria de Jesus. A biblioteca possui cerca de 6.800 publicações com especial destaque para uma coleção de obras raras sobre o tema do Tráfico Atlântico e Abolição da Escravatura no Brasil, América Latina, Caribe e Estados Unidos. [31] [32]
  • Em 2021, a Universidade Federal do Rio de Janeiro concedeu o título de Doutora Honoris Causa à escritora Carolina Maria de Jesus, pelo Conselho Universitário (Consuni) na quinta-feira, dia 25 de fevereiro de 2021. Embora seja uma homenagem póstuma, a UFRJ reconheceu, com a concessão do título, a luta e coragem de Carolina Maria de Jesus. A aprovação da outorga da distinção foi unânime e por aclamação e foi transmitida pela webTV UFRJ.[33]
  • Em 2021, é publicada, pela editora Companhia das Letras, a edição integral dos diários que compõe Casa de Alvenaria: diário de uma ex-favelada (1961), em dois volumes, iniciando em 30 de agosto de 1960 até dezembro de 1963. O primeiro volume abarca os meses em que Carolina Maria de Jesus morou em Osasco (SP), em 1960, após deixar a favela do Canindé.[34] O segundo volume de Casa de alvenaria inclui diários que se estendem até dezembro de 1963, com conteúdo inédito ou fora de circulação há décadas.[35]
  • Em 2021, o Instituto Moreira Salles lançou a exposição Carolina Maria de Jesus: Um Brasil para os brasileiros, dedicada à trajetória e à produção literária da autora mineira que se tornou internacionalmente conhecida, que apresentava sua produção autoral, além de destacar suas incursões como compositora, cantora, artista circense. Uma multiartista.[36]
  • Em 2022, para comemorar o aniversário de 108 anos da escritora Carolina Maria de Jesus, no dia 14 de março, o Instituto Moreira Salles lançou um tour virtual pela exposição Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros, a mostra mais visitada do IMS em 2021.[36]
  • Em 2023 o MinC lançou o Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres. Foram destinados R$ 2 milhões para selecionar 40 livros inéditos escritos por mulheres ficcionistas nas categorias romance, contos, crônicas, roteiro de teatro e quadrinhos. Cada autora receberá R$ 50 mil. A intenção é promover, valorizar e difundir a literatura brasileira feita por mulheres, incentivar novas escritoras e estimular a formação de leitores de literatura feita por mulheres.[37]

Estudos

Dos livros escritos acerca da autora, destacam-se:

  • 1994 - Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus, de José Carlos Sebe Bom Meihy e Robert Levine. Rio de Janeiro: UFRJ, 1994[38]
  • 2007 - Muito Bem, Carolina!: Biografia de Carolina Maria de Jesus, de Eliana Moura de Castro e Marília Novais de Mata Machado. Belo Horizonte: Editora C/Arte, 2007.[39]
  • 2009 - Carolina Maria de Jesus - Uma Escritora Improvável, de Joel Rufino dos Santos. Rio de Janeiro: Coedição Editora Garamond/ FBN, 2009.[40]
  • 2014 - A Vida Escrita de Carolina Maria de Jesus, de Elzira Divina Perpétua. Belo Horizonte: Nandyala, 2014.[41]
  • 2018 - Carolina: uma biografia, de Tom Farias. Rio de Janeiro: Editora Malê, 2018.[42]
  • 2018 - Meu sonho é escrever... Contos inéditos e outros escritos, de Rafaela Fernandes. São Paulo: Ciclo Contínuo Editorial, 2018.[43]

Lista de obras

Em vida

Póstumas

  • Um Brasil para Brasileiros (1982)
  • Diário de Bitita. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. (Memórias).
  • Meu Estranho Diário. São Paulo: Xamã, 1996.
  • Antologia Pessoal. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996.
  • Casa de Alvenaria - Volume 1: Osasco. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
  • Casa de Alvenaria - Volume 2: Santana. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
  • Onde estaes felicidade? Dinha e Raffaella Fernandez (orgs.). São Paulo: Me Parió Revolução, 2014. (Contos)
  • Clíris: poemas recolhidos. Raffaella Fernandez e Ary Pimentel (orgs.). Editora Periferias, 2019. (Poesia)
  • O escravo. São Paulo: Companhia das Letras, 2023. (Romance).

Traduções

  • Child of the dark: the diary of Carolina Maria de Jesus. Tradução de David St. Clair. New York: E. P. Dutton, 1962.
  • Casa de ladrillos. Buenos Aires: Edito­rial Abraxas, 1963.
  • Journal de Bitita. Tradução de Régine Valbert. Paris: A. M. Métailié, 1982.
  • The unedited diaries of Carolina Maria de Jesus. Edição de José Carlos Sebe Bom Meihy; tradução de Nancy P. Naro; Cristine Mehrtens. New York: Barnes & Noble, 1999.

Antologias

  • Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Organização de Eduardo de Assis Duarte. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011, vol. 1, Precursores.

Ver também

Referências

  1. «Carolina de Jesus: a vida e a obra de uma das mais importantes escritoras do país». MultiRio. Consultado em 3 de abril de 2023 
  2. «Dicionário :: relfet». relfet.webnode.page. 29 de outubro de 2024. Consultado em 12 de novembro de 2024 
  3. «Carolina Maria de Jesus - Literatura Afro-Brasileira». www.letras.ufmg.br. Consultado em 7 de novembro de 2024 
  4. Levine, Robert (1995). The Life and Death of Carolina Maria de Jesus. Albuquerque: University of New Mexico Press: [s.n.] p. 50 
  5. Fênix, Redação (18 de março de 2022). «Carolina de Jesus: a vida e a obra de uma das mais importantes escritoras do país». mMultirio. Consultado em 10 de novembro de 2024 
  6. BARBOSA, Sirlene; PINHEIRO, João (2018). Carolina. São Paulo: Veneta. 128 páginas. ISBN 978-85-9571-039-9 
  7. «Carolina Maria de Jesus - Literatura Afro-Brasileira». www.letras.ufmg.br. Consultado em 7 de novembro de 2024 
  8. Fênix, Redação (8 de março de 2020). «Conheça: Carolina de Jesus». Blog Fênix. Consultado em 22 de julho de 2023 
  9. Levine, Robert M. (1994). «The Cautionary Tale of Carolina Maria de Jesus». Latin American Research Review (1): 55–83. ISSN 0023-8791. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  10. a b Vida por escrito - Portal biobibliográfico de Carolina Maria de Jesus
  11. BARBOSA, Sirlene; PINHEIRO, João (2018). Carolina. São Paulo: Veneta. 128 páginas. ISBN 978-85-9571-039-9 
  12. a b Levine 1994, p. 71.
  13. «Produção musical de Carolina Maria de Jesus». Vida por escrito - Portal biobibliográfico de Carolina Maria de Jesus. Consultado em 14 de março de 2022 
  14. «QUARTO DE DESPEJO - Carolina Maria de Jesus Cantando Suas Composições». IMMuB. Consultado em 14 de março de 2022. Cópia arquivada em 14 de março de 2022 
  15. «Quarto De Despejo - Carolina Maria de Jesus Cantando Suas Composições». Discogs. Consultado em 14 de março de 2022. Cópia arquivada em 14 de março de 2022 
  16. «Carolina Maria de Jesus: a grande poeta descoberta na periferia de São Paulo». ANOREG/SP. Consultado em 22 de julho de 2023 
  17. a b c Levine 1994, p. 68.
  18. «Carolina Maria de Jesus e o associativismo político cultural negro nos anos 1960 - Mário Augusto Medeiros da Silva - Literatura Afro-Brasileira». www.letras.ufmg.br. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  19. «Carolina Maria de Jesus e o associativismo político cultural negro nos anos 1960 - Mário Augusto Medeiros da Silva - Literatura Afro-Brasileira». www.letras.ufmg.br. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  20. «Carolina Maria de Jesus e o associativismo político cultural negro nos anos 1960 - Mário Augusto Medeiros da Silva - Literatura Afro-Brasileira». www.letras.ufmg.br. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  21. «Uma espécie de cometa». Instituto Moreira Salles. Consultado em 3 de abril de 2023 
  22. «Vida por Escrito - Carolina Maria de Jesus». vida-por-escrito (em inglês). Consultado em 3 de abril de 2023 
  23. «Carolina Maria de Jesus». reprograma.github.io. Consultado em 3 de abril de 2023 
  24. Letraria (25 de março de 2016). «Carolina Maria de Jesus: Onde estaes Felicidade?». Blog Letraria. Consultado em 3 de abril de 2023 
  25. «Onde estaes Felicidade | Download gratuito - Letraria.net». Letraria E-ditora. Consultado em 3 de abril de 2023 
  26. «Sergio Barcellos (Org.) - Vida por Escrito: guia do acervo de Carolina Maria de Jesus - Literatura Afro-Brasileira». www.letras.ufmg.br. Consultado em 3 de abril de 2023 
  27. «CAROLINA». Editora Veneta. 23 de outubro de 2017. Consultado em 3 de abril de 2023 
  28. Josiowicz, Alejandra J. (20 de outubro de 2023). «El Poder de Nombrar Intelectuales Antirracistas Feministas Brasileñas en Plataformas Digitales». Sexualidad, Salud y Sociedad (Rio de Janeiro) (em espanhol): e22303. ISSN 1984-6487. doi:10.1590/1984-6487.sess.2023.39.e22303.a.es. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  29. «Carolina Maria de Jesus' 105th Birthday». www.google.com (em inglês). Consultado em 22 de julho de 2023 
  30. «Doodle do Google homenageia a escritora Carolina Maria de Jesus». G1. Consultado em 3 de abril de 2023 
  31. «Carolina Maria de Jesus - Literatura Afro-Brasileira». www.letras.ufmg.br. Consultado em 3 de abril de 2023 
  32. http://www.ef5.com.br, F5-Web Design e Tecnologia Atualizada-. «MuseuAfroBrasil - Biblioteca Carolina Maria de Jesus». www.museuafrobrasil.org.br. Consultado em 3 de abril de 2023 
  33. Comunicação, Setor de. «Consuni aprova título de Doutora Honoris Causa a Carolina Maria de Jesus». CFCH - Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Consultado em 3 de abril de 2023 
  34. «Casa de alvenaria - Volume 1: Osasco - Carolina Maria de Jesus - Grupo Companhia das Letras». www.companhiadasletras.com.br. Consultado em 3 de abril de 2023 
  35. «Casa de alvenaria - Volume 2: Santana - Carolina Maria de Jesus - Grupo Companhia das Letras». www.companhiadasletras.com.br. Consultado em 3 de abril de 2023 
  36. a b «Exposição "Carolina Maria de Jesus" | IMS Paulista». Instituto Moreira Salles. Consultado em 3 de abril de 2023 
  37. «Em celebração ao Dia Internacional da Mulher, Ministério da Cultura anuncia ações exclusivas" | MinC». https://www.gov.br/. Consultado em 8 de março de 2023 
  38. Meihy, José Carlos Sebe Bom; Levine, R. M. (1994). «Cinderela negra: a saga de carolina maria de jesus». Consultado em 3 de abril de 2023 
  39. AZERÊDO, Sandra (2008). «Reseña de "Muito bem, Carolina! Biografia de Carolina Maria de Jesus de CASTRO, Eliana de Moura; MACHADO, Marília Novais da Mata» (PDF). Universidade Presidente Antônio Carlos. MENTAL. 6 (11): 167-175. Consultado em 3 de abril de 2023 
  40. «Carolina Maria de Jesus: uma escritora improvável | Biblioteca Nacional». antigo.bn.gov.br. Consultado em 3 de abril de 2023 
  41. «Elzira Divina Perpétua - A vida escrita de Carolina de Jesus - Literatura Afro-Brasileira». www.letras.ufmg.br. Consultado em 3 de abril de 2023 
  42. «Carolina: uma biografia - Tom Farias». male. Consultado em 3 de abril de 2023 
  43. «Meu sonho é escrever: um brinde à Carolina como escritora - Fernanda Sousa». Ciclo Contínuo Editorial. 13 de março de 2018. Consultado em 3 de abril de 2023 

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.cd البلد جمهورية الكونغو الديمقراطية  الموقع الموقع الرسمي  تعديل مصدري - تعديل   cd. هو نطاق إنترنت من صِنف مستوى النطاقات العُليا في ترميز الدول والمناطق، للمواقع التي تنتمي لجمهورية الكونغو الديمقراطية.[1][2] مراجع ^ النطاق الأعلى في ترميز الدولة (بالإنجليز�...

 

American college basketball season 2017–18 Memphis Tigers men's basketballConferenceAmerican Athletic ConferenceRecord21–13 (10–8 AAC)Head coachTubby Smith (2nd season)Assistant coaches Joe Esposito Pooh Williamson Saul Smith Home arenaFedExForumSeasons← 2016–172018–19 → 2017–18 American Athletic Conference men's basketball standings vte Conf Overall Team W   L   PCT W   L   PCT No. 6 Cincinnati † 16 – 2   .889 31 &#...

 

Si ce bandeau n'est plus pertinent, retirez-le. Cliquez ici pour en savoir plus. Cet article doit être recyclé (janvier 2024). Motif : Nombreux passages anglophones non traduits, nombreuses fautes typo (majuscules abusives, italiques mal placés, liens internes mal posés), sources insuffisantes. Améliorez-le, discutez des points à améliorer ou précisez les sections à recycler en utilisant {{section à recycler}}. Stèle funéraire de Licinia Amias sur marbre (début du IIIe ...

Si ce bandeau n'est plus pertinent, retirez-le. Cliquez ici pour en savoir plus. Cet article ne cite pas suffisamment ses sources (juin 2011). Si vous disposez d'ouvrages ou d'articles de référence ou si vous connaissez des sites web de qualité traitant du thème abordé ici, merci de compléter l'article en donnant les références utiles à sa vérifiabilité et en les liant à la section « Notes et références ». En pratique : Quelles sources sont attendues ? Comm...

 

Ukrainian politician, journalist, and human rights activist This article has multiple issues. Please help improve it or discuss these issues on the talk page. (Learn how and when to remove these template messages) This article's use of external links may not follow Wikipedia's policies or guidelines. Please improve this article by removing excessive or inappropriate external links, and converting useful links where appropriate into footnote references. (June 2017) (Learn how and when to remov...

 

Cet article est une ébauche concernant Mars et la météorologie ou la climatologie. Vous pouvez partager vos connaissances en l’améliorant (comment ?) selon les recommandations des projets correspondants. Tempête globale de 2001, avant à gauche et pendant à droite. Des tempêtes de poussières balayent périodiquement la surface de la planète Mars. Elles peuvent être très localisées mais de 1877 à août 2003, au moins 10 tempêtes planétaires furent reportées, les plus im...

This list is incomplete; you can help by adding missing items. (August 2018) Nigerian Cinema Before 1970 1970s 1980s 1990s 1990 1991 1992 1993 19941995 1996 1997 1998 1999 2000s 2000 2001 2002 2003 20042005 2006 2007 2008 2009 2010s 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020s 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 vte This is a list of Nigerian films released in the 1970s. Films Title Director Genre Notes Ref 1970 Kongi's Harvest Ossie Davis Drama Adapted from the 1965...

 

أحلام المدينةمعلومات عامةالصنف الفني فيلم سيرة ذاتية — فيلم دراما تاريخ الصدور 1983مدة العرض 120 دقيقة اللغة الأصلية عربيةالبلد  سورياالجوائز  التانيت الذهبي (1984) الطاقمالمخرج محمد ملصالكاتب سمير ذكرى ومحمد ملصالسيناريو محمد ملص البطولة رفيق السبيعي وطلحت حمدي وأيمن �...

 

  لمعانٍ أخرى، طالع كاربون (توضيح). كاربون     الإحداثيات 41°03′01″N 94°49′31″W / 41.050277777778°N 94.825277777778°W / 41.050277777778; -94.825277777778   [1] تاريخ التأسيس 1849  تقسيم إداري  البلد الولايات المتحدة[2]  التقسيم الأعلى مقاطعة أدامز  خصائص جغرافية  المسا�...

City in Alaska, United States City in Alaska, United StatesSoldotna, AlaskaCityFrom top left: Joyce K. Carver Memorial Library, Kenai Peninsula Borough Building, aerial view of the City of Soldotna, Central Peninsula Hospital, Soldotna Creek Park, and the Kenai Peninsula College. SealLocation of Soldotna, AlaskaCoordinates: 60°29′12″N 151°4′31″W / 60.48667°N 151.07528°W / 60.48667; -151.07528CountryUnited StatesStateAlaskaBoroughKenai PeninsulaIncorporatedJ...

 

1999 compilation album by KC and the Sunshine Band25th Anniversary CollectionCompilation album by KC and the Sunshine BandReleased1999GenreDiscoLength113:54LabelRhinoKC and the Sunshine Band chronology Get Down Live!(1995) 25th Anniversary Collection(1999) I'll Be There for You(2001) 25th Anniversary Collection is a compilation album by KC and the Sunshine Band, released in 1999. It is the most comprehensive KC and the Sunshine Band collection to date, containing nearly every single r...

 

1893–97 financial crisis in the United States This article's lead section may be too short to adequately summarize the key points. Please consider expanding the lead to provide an accessible overview of all important aspects of the article. (November 2022) Drawing in Frank Leslie's of panicked stockbrokers on May 9, 1893. The Panic of 1893 was an economic depression in the United States that began in 1893 and ended in 1897.[1] It deeply affected every sector of the economy and produ...

Ward in the Tokyo Metropolis, Japan Special ward in Kantō, JapanAdachi 足立区Special wardAdachi CityA street in front of Kita-Senju Station in Adachi FlagEmblemLocation of Adachi in Tokyo MetropolisAdachiLocation in JapanCoordinates: 35°47′N 139°48′E / 35.783°N 139.800°E / 35.783; 139.800CountryJapanRegionKantōPrefectureTokyo MetropolisFirst official recorded826 ADAs merged with Tokyo CityOctober 1, 1932As special ward became to TokyoJuly 1, 1943Government...

 

عبادة إسلاميةمعلومات عامةالدِّين الإسلام الموضوع الرئيس العبودية لله في الإسلامطاعة الله في الإسلام يُصوِّر حزب الله المشغل عباد الله متصل بـ الإخلاص في العقيدةنيةخوف لديه جزء أو أجزاء أركان الإسلامذكردعاء تعديل - تعديل مصدري - تعديل ويكي بيانات جزء من سلسلة مقالات حولا�...

 

National Ringette League ringette team based in Montreal, Quebec This article has multiple issues. Please help improve it or discuss these issues on the talk page. (Learn how and when to remove these template messages) This article needs additional citations for verification. Please help improve this article by adding citations to reliable sources. Unsourced material may be challenged and removed.Find sources: Montréal Mission – news · newspapers · books · ...

1985 song For the album, see Caravan of Love (album). For the film, see Karavan Lyubvi. Caravan of LoveSingle by Isley-Jasper-Isleyfrom the album Caravan of Love B-sideI Can't Get over Losin' YouReleased1985 (1985)RecordedEast Orange, New Jersey, 1985 (1985)GenreR&B, soulLength5:42LabelEpicSongwriter(s)Ernie Isley, Chris Jasper and Marvin IsleyProducer(s)Ernie Isley, Chris Jasper and Marvin Isley Caravan of Love is a 1985 R&B hit originally recorded by Isley-Jasper-Isley, th...

 

  此條目介紹的是地处大不列顛島东南部的,现今主权国家的构成国。关于其前身,请见「英格蘭王國」。关于其所属的主权国家,请见「英国」。 此條目可参照英語維基百科相應條目来扩充,此條目在對應語言版為高品質條目。 (2022年3月28日)若您熟悉来源语言和主题,请协助参考外语维基百科扩充条目。请勿直接提交机械翻译,也不要翻译不可靠、低品质内容。依...