O Monarca Britânico, atualmente Charles III do Reino Unido, é o chefe de Estado do Reino Unido. Ainda que tome parte do processo político, o monarca é a mais isolada instância do Poder Executivo no país. Os poderes que recaem à Coroa são denominados "Prerrogativa Real" e podem vir a ser aplicados nas mais diversas esferas de atuação: de pequenos atos, como a emissão de passaportes, até manobras significativas, como uma eventual demissão do gabinete. Mas as ações do monarca limitam-se apenas às 'recomendações' do Gabinete que comanda o Parlamento[1]. Tais poderes são delegados ao Monarca em pessoa, tido como o representante da Coroa, e por ele é repassado aos ministros e oficiais da Coroa.[2]
Funcionamento:
Os membros da Casa dos Comuns são eleitos pelos cidadãos;
Os parlamentares ‘recomendam’ ao soberano o nome de alguns dentre seus membros para que formem um gabinete que irá comandar o reino em seu nome;
Todas as decisões são de fato tomadas pelos membros do gabinete (primeiro-ministro e outros) em nome da rei.[3]
A Constituição do Reino Unido, delimita como poderes do Monarca os seguintes:[4]
O Poder Executivo no Reino Unido é exercido pelo Soberano através do Governo de Sua Majestade em conjunto com demais autoridades nacionais: o Governo Escocês, o Governo do País de Gales e o Executivo da Irlanda do Norte.
O Monarca designa o Primeiro-ministro como chefe do Governo de Sua Majestade no Reino Unido, com o consenso de que este deveria ser igualmente membro da Câmara dos Comuns para, mais facilmente, formar um governo apoiado pela maioria dos parlamentares. Na prática, isto significa que geralmente o líder do partido de maioria na Câmara dos Comuns é apontado para o cargo de Primeiro-ministro. No caso de nenhum partido obter a maioria absoluta, o líder do maior partido é convidado a formar uma coligação. O Primeiro-ministro, então, seleciona outros ministros que constituirão o Governo e atuarão como chefes dos Departamentos de Governo. De acordo com a convenção constitucional, todos os Ministros de Governo são Membros do Parlamento ou constituem a Câmara dos Lordes.
Assim como em grande parte dos sistemas parlamentaristas (especialmente, aqueles baseados no Sistema Westminster), o Executivo deriva do Parlamento e presta-lhe contas. Na prática, membros do Parlamento são controlados pelo chamado "whip", isto é, um oficial parlamentar cuja função é zelar pela lealdade dos demais parlamentares às ideologias partidárias.
O Primeiro-ministro é o principal ministro no Gabinete; responsável por presidir e coordenar os encontros ministeriais, selecionando os componentes dos ministérios e todos os demais cargos do Executivo. Ao Primeiro-ministro cabe também desenvolver/reportar ao Monarca a sua política de governo. Portanto, o Primeiro-ministro é de facto o líder do Governo britânico.
O Parlamento do Reino Unido é o órgão responsável por conduzir o poder legislativo no país. O Parlamento é bicameral, consistindo da Câmara dos Comuns (como câmara baixa) e da Câmara dos Lordes (como câmara alta). Há ainda, como parlamento adjunto, o Parlamento Escocês e as Assembleia do País de Gales e a Assembleia da Irlanda do Norte.[5][6]
Câmara dos Comuns
Os países do Reino Unido são divididos em distritos eleitorais de população igual. Cada distrito elege um Membro do Parlamento para a Câmara dos Comuns na eleição geral. Em 2010, havia 650 distritos eleitorais. Nos tempos recentes, todos os primeiros-ministros e líderes da Oposição têm sido eleitos da Câmara dos Comuns, ao invés da Câmara dos Lordes. Alec Douglas-Home recusou seu pariato logo após ser eleito Primeiro-ministro em 1963, e o último Primeiro-ministro oriundo da Câmara dos Lordes antes disso foi o Marquês de Salisbury. Um único partido geralmente tem a maioria no Parlamento, devido ao sistema de eleição maioritária uninominal, que tem sido decisivo em equilibrar o atual sistema bipartidário.
A Câmara dos Lordes havia sido uma ampla assembleia aristocrática hereditária, além de incluir os pariatos e os chamados Lords Spirituals ("Lordes Espirituais"). Atualmente, em meio a extensas reformas, consiste de dois tipos diferentes de membros: os Lordes Temporais e os Lordes Espirituais. Os Lordes temporais incluem os membros apontados que não possuem direito de hereditariedade e outros 19 pariatos (cujo assento foi herdado de antepassados). Os Lordes Espirituais são os bispos e outros cargos eclesiásticos representando a Igreja de Inglaterra e são em número de 26.
A Câmara dos Lordes tem a função de revisar os projetos passados na Câmara dos Comuns, com o poder de propor emendas e eventualmente vetá-los temporariamente (no período de 12 meses para que seja revista a proposta). Contudo, o uso do poder de veto foi limitado pela convenção de Salisbury e atualmente constam nos Atos do Parlamento de 1911 e 1949. Em 2009, a Suprema Corte assumiu parcialmente o papel de veto que cabia aos Lordes como última instância, de forma a evitar que os projetos de lei não aprovados na primeira revisão atrasassem o ano legislativo.[7]
O Parlamento Escocês é a legislatura nacional unicameral da Escócia, sediado na cidade de Edimburgo, composto por 129 membros eleitos democraticamente através de representação proporcional para um mandato de quatro anos.[8] O Parlamento, em sua constituição atual, foi estabelecido em 1998 e iniciou seus trabalhos em 1999 na condição de legislatura devolvida. Assim como o Parlamento britânico em geral, possui a função de fiscalizar o Governo Escocês elaborar legislação somente nas esferas de: educação, saúde, agricultura e justiça.
Assembleia Nacional de Gales
A Assembleia Nacional de Gales é a legislatura devolvida do País de Gales, composta por 60 parlamentares denominados "Membros da Assembleia" (Assembly Members). Os representantes da Assembleia são eleitos para mandato de quatro anos, sendo que 40 destes são eleitos pelo voto distrital e os 20 restantes, através do método de representação proporcional mista. A Assembleia foi instituída em 1998, após um referendo de 1997 que decidiu pela representação própria dos países constituintes do Reino Unido a nível nacional, estando porém separados do Parlamento britânico. A criação da Assembleia extinguiu o Gabinete Galês e a Secretaria de Estado de Gales.
Assembleia da Irlanda do Norte
O governo da Irlanda do Norte foi estabelecido como resultado dos Acordos da Sexta-Feita Santa de 1998. A Assembleia é unicameral e possui 108 membros eleitos através de voto único transferível, sendo baseada no princípio de divisão de poderes para que ambas as comunidades norte-irlandesas (unionista e nacionalista) participem ativamente do governo. A Assembleia da Irlanda do Norte tem o poder legislador sobre todas as áreas de governo no país (diferentemente do Parlamento escocês) e detém, inclusive, a função de designar o Gabinete de governo.
Poder Judiciário
O Reino Unido resultou da unificação de países previamente independentes, cujo Tratado de União conservou a separação do sistema judiciário. Atualmente, há três sistemas jurídicos vigentes no Reino Unido: o Lei inglesa, a norte-irlandesa e a escocesa. Mudanças constitucionais recentes ampliaram as funções da Suprema Corte, que agora passa a tratar de algumas questões da Câmara dos Lordes. O Comitê de Justiça do Conselho Privado, onde atuam também os membros da Suprema Corte, é a mais alta instância judiciário do Reino Unido, dos países da Comunidade das Nações e dos territórios ultramarinos.
O Partido Conservador foi fundado em 1834 sob aspiração do extinto partido Tory, este último fundado em 1678. O Liberal, por sua vez, foi fundado em 1859 como dissidência do partido Whig, rival histórico do partido Tory. O Partido Liberal Democrata foi criado em 1988 por um grupo dissidente dos Liberais e Social-Democratas. Ambos, Liberais e Social-democratas, disputaram eleições sob a coligação SDP-Aliança Liberal durante muitos anos. O Partido Liberal foi um dos dois partidos dominantes (ao lado do Conservador) de sua fundação até a década de 1920, quando experimentou um declínio e foi superado nas urnas pelo Partido Trabalhista. Desde 1924, quando da formação do primeiro governo trabalhista, o Partido Liberal perdeu grande número de intenções de voto no país.
Outros partidos são permitidos no Reino Unido, contudo, estes não são bem-sucedidos em todas eleições e geralmente não conseguem representantes no Parlamento. Dentre estes menores partidos, destaca-se o Partido Independente do Reino Unido, mais conhecido pela sigla em inglês UKIP. O UKIP possui 13 representantes no Parlamento Europeu e na Câmara dos Lordes e um número razoável de conselheiros locais. O UKIP, como é conhecido, tornou-se um partido alternativo emergente dentre alguns grupos eleitorais. Suas propostas estão fundadas em Imigração e defende a saída do Reino Unido da União Europeia.
A política externa do Reino Unido é regulada pelo Foreign and Commonwealth Office e desenvolvida pelo Primeiro-ministro e outras agências de governo. Contudo, a Coroa, representada na pessoa do Monarca, canaliza a maior parte das funções diplomáticas, como reuniões de cúpula e visitas de Estado. A sede oficial do Departamento de Assuntos Externos é Whitehall, em Londres.
A Grã-Bretanha já ostentou a qualidade de superpotência mundial durante grande parte da história moderna ocidental, sobretudo após a expansão da Marinha Real, e influenciou grandemente o sistema financeiro mundial neste período. O auge da política externa britânico é o chamado Império Britânico, que se iniciou com o povoamento das colônias americanas, e veio a degradar-se após a Independência da Índia, na década de 1940. Nos tempos recentes, o Reino Unido é descrito como uma grande potência, sendo membro-fundador dos mais importantes organismos internacionais da atualidade.
O Reino Unido é membro das seguintes organizações internacionais[10]: