O Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves é um memorial cívico destinado a homenagear heróis e heroínas nacionais que, de algum modo, serviram para o engrandecimento da nação brasileira. Além de contar com a exposição permanente do Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria ou Livro de Aço, no qual estão entronizados os heróis, o espaço cultural pertencente ao Centro Cultural Três Poderes, celebra os ideais de democracia e liberdade, reverenciando, em especial as figuras de Tiradentes e Tancredo Neves.[1] No primeiro pavimento estão expostos registros sobre a importante figura política de Tancredo Neves no período de redemocratização do país pós ditadura militar. No andar superior encontra-se o Livro de Aço e o grande painel da Inconfidência Mineira, que retrata historicamente o movimento que visava libertação.
O espaço, que está localizado na Praça dos Três Poderes e é administrado pela Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal,[2] fica aberto, assim como os outros equipamentos que compõem o Centro Cultural Três Poderes, de terça a domingo — inclusive feriados — das 9h às 18h.[3] O local conta com plataforma de acessibilidade para cadeirantes.
História
A ideia de erguer um monumento para homenagear aqueles que se destacaram em prol da pátria brasileira surgiu no Palácio do Planalto, durante a comoção nacional causada pela morte de Tancredo Neves, o primeiro presidente civil eleito – ainda que indiretamente – após vinte anos de regime militar, em 1984.
O Panteão foi construído e doado ao governo do Distrito Federal pela Fundação Bradesco, e inaugurado em 7 de setembro de 1986 pelo então presidenteJosé Sarney.[1][4] Como não se trata de um mausoléu, o termo correto para designar o monumento deveria ser cenotáfio, significando um memorial fúnebre erguido para homenagear alguma pessoa ou grupo de pessoas cujos restos mortais estão em outro local ou estão em local desconhecido.[5]
A área expositiva, inteiramente dedicada a Tancredo Neves, foi reinaugurada em 2013. A nova concepção, curada por Marcello Dantas e Silvia Albertini, privilegia o contato direto do público com os assuntos tratados, por meio da exposição de cópias de documentos, filmes de Silvio Tendler e tecnologias interativas.[6]
Estrutura
O Panteão possui, em sua área externa, a Pira da Pátria e da Liberdade sempre acesa simbolizando o fogo da Pátria. Compõem a área externa três painéis curvos representando o Exército, Marinha e Aeronáutica, guardiões da democracia.[1] O edifício é revestido com placas de mármore opaco e tem três pavimentos, somando área total construída de 2 105 m². Em seu interior, o Salão Vermelho homenageia o presidente Tancredo Neves, no local está instalado o mural da Liberdade, do artista plástico Athos Bulcão, símbolo do movimento da Inconfidência Mineira.[1]
Diferentemente de outros panteões, o Panteão da Pátria não contém o túmulo de nenhum dos homenageados. A estrutura abriga também duas esculturas que homenageiam os mártires da Inconfidência Mineira. A primeira, intitulada Mural da Liberdade, foi realizada por Athos Bulcão e localiza-se no segundo pavimento no salão Vermelho. Constitui-se de três muros modulares, cada qual medindo 13,54 m de comprimento por 2,76 metros de altura, formando o triângulo símbolo do movimento mineiro. A segunda, intitulada Painel da Inconfidência Mineira, foi realizada por João Câmara Filho e localiza-se no terceiro pavimento. Constitui-se de sete painéis, cada qual ilustrando uma fase da inconfidência, tendo como foco o suplício de Tiradentes.[1]
Os nomes dos homenageados constam no Livro de Aço, também chamado Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, o qual lhes confere o status de herói nacional. O tomo se encontra no terceiro pavimento, entre o Painel da Inconfidência, escultura em homenagem aos mártires do levante mineiro oitocentista e o vitral de Marianne Peretti. Toda vez que um novo nome é gravado em suas laudas de metal juntamente com sua respectiva biografia, uma cerimônia in memoriam ao homenageado é realizada.[9]