Nascido no interior do estado de São Paulo, no município de Batatais, na região de Ribeirão Preto, é o filho mais novo de oito irmãos.[5] Seu pai, amigo de Luís Carlos Prestes, foi perseguido pelo governo de Getúlio Vargas tendo que se refugiar em um sítio no interior do Paraná.[6]
Guimarães ainda criança mudou com sua família, para Bela Vista do Paraíso, no norte do Paraná, quando tinha apenas três anos de idade.[7] Quando Oriovisto atingiu os 12 anos de idade, sua família mudou para Mandaguari e, dois anos depois, para Apucarana, também no norte do Paraná.[5]
Ainda muito jovem, aos 17 anos, se estabeleceu em Curitiba. Inicialmente ganhava a vida dando aulas particulares de matemática e ao prestar vestibular para Ciências Econômicas e Engenharia Civil, na Universidade Federal do Paraná, foi aprovado em ambos os cursos.[5]
Fui marxista na juventude, na época da ditadura no Brasil, em um contexto em que isso era cabível. Muitos empresários devem tê-lo sido no Brasil. Nessa fase do marxismo, lia muito O capital e foi muito útil, sim, porque me ajudou a compreender as estruturas da sociedade. A dialética é muito útil para meu negócio, para qualquer negócio. [...] Ler o livro de Friedrich Engels A origem da família, da propriedade privada e do Estado, nos dá um norte para compreender o mundo em que vivemos, de onde vieram as coisas. Gosto muito de Aristóteles, dos livros de história e filosofia em geral, estudei muito o Renascimento, a Revolução Francesa, o positivismo. Pensar, de verdade, a partir de uma base é muito útil para os negócios. Além disso, esse repertório permite um pensamento mais abrangente, extremamente útil.
— Oriovisto Guimarães, durante entrevista à Revista HSM Management em 15 de março de 2018.[8]
Carreira profissional
Professor de matemática,[5] Oriovisto Guimarães concluiu o curso de Economia[1] e juntamente com mais sete colegas professores, fundaram o Curso Positivo, em 1972, investimento que deu origem ao Grupo Positivo.[9] O curso fez história entre os pré-vestibulares de Curitiba e a metodologia desenvolvida se transformou no Sistema Positivo de Ensino, que se espalhou por todo o Brasil.[5] Empreendimento este que se desdobrou em um conglomerado que atualmente possuiu gráfica, editora de materiais didáticos, colégios, universidade e fabricante de celulares e equipamentos de informática.[10] Os atuais integrantes da sociedade são: Ruben Tadeu Coninck Formighieri, Cixares Libero Vargas, Hélio Bruck Rotenberg, Samuel Ferrari Lago, Paulo Fernando Ferrari Lago e Thais Susana Ferrari Lago.[11]
Até 2012, Guimarães foi diretor-presidente do Grupo Positivo, desde a sua fundação, por um período de quarenta anos.[9] Foi sucedido na presidência pelo engenheiro Hélio Bruck Rotenberg, um dos braços direitos de Guimarães e que presidia a então Positivo Informática (atual Positivo Tecnologia)[12][13] e a vice-presidência foi ocupada por Cixares Libero Vargas. O filho de Oriovisto, Lucas Raduy Guimarães, também integra a direção do grupo.[12] O ex-presidente do grupo doou sua participação do capital transferindo as ações aos filhos, sendo o mais velho Giem Raduy Guimarães, além de Lucas Raduy Guimarães e Sofia Guimarães Von Ridder.[11]
Foi também o primeiro Reitor da Universidade Positivo (UP),[14] cargo que ocupou por dez anos.[5] Na reitoria foi substituído pelo vice-reitor, o professor José Pio Martins.[15] Esteve à frente de importantes negócios do grupo, como a compra dos direitos de publicação dos dicionários Aurélio e a aquisição da biblioteca particular do economista Roberto Campos.[3] Guimarães já foi também sócio de duas rádios e de um canal de televisão.[6]
Foi filiado ao PSDB por mais de dez anos, nunca havia disputado uma eleição até o ano de 2018 ou ocupado cargo público anteriormente.[14] Declarado amigo pessoal do senador Álvaro Dias, filiou-se ao mesmo partido (PODE), apoiando-o na campanha presidencial em 2018[16][3] e inclusive realizando doação para ajudar financeiramente à campanha do presidenciável.[17]
Durante as eleições de 2018, realizadas em 7 de outubro,[3] foi o candidato mais votado para o Senado Federal pelo Paraná, sendo eleito senador, juntamente com o colega professor e acadêmico da Academia Paranaense de Letras, Flávio Arns (REDE), que foi o segundo candidato mais votado.[18] Seu primeiro suplente é Paulo Salamuni (PV) e o segundo suplente é Plinio Destro (PSC).[14] O candidato Roberto Requião, ex-governador e ex-senador, que disputou a reeleição, ficou em terceiro lugar, com 14,82% dos votos válidos.[18]
Durante a campanha ao Senado, recebeu o apoio do governador eleito Ratinho Júnior (PSD) e Oriovisto também acabou por apoiar a candidatura do ex-deputado e ex-secretário de Beto Richa.[3]
Foi o senador eleito mais rico do Brasil em 2018,[19] com a maior declaração de patrimônio ao Tribunal Superior Eleitoral.[20] Antes de disputar as eleições, declarou possuir aproximadamente 240 milhões de reais em bens.[3] Ele ficou a frente do senador Eduardo Girão (PROS) do Ceará, que ficou em segundo lugar na lista, com 36.4 milhões de reais declarados.[20]
Posições
Em 2018 se posicionou favoravelmente a uma possível reforma política, com algumas limitações no âmbito eleitoral, onde afirmou defender o fim do empreendedorismo político e o fim da reeleição para o mesmo cargo disputado.[16] É crítico da atual carga tributária no Brasil, defendendo uma simplificação dos tributos, como por exemplo a existência de apenas um imposto federal, um estadual e um municipal.[16] É crítico também de privilégios de políticos brasileiros, sobretudo do atual modelo diferenciado de aposentadorias na esfera pública, principalmente para políticos e desembargadores, considerando a necessidade de uma reforma da previdência que estabeleça medidas iguais a da iniciativa privada.[16]
Em junho de 2019, votou contra o Decreto das Armas do governo, que flexibilizava porte e posse para o cidadão.[21]
Obras publicadas
GUIMARÃES, Oriovisto. Você é o Dono da Escola. Curitiba: Positivo, 1990.[1]
GUIMARÃES, Oriovisto. Reflexões: olhos e ouvidos de minha alma. Curitiba: Positivo, 2018.[22]